sexta-feira, 3 de agosto de 2012



      - Lutando por uma “fé raciocinada” -

      “A fé, a crença deve ser raciocinada”, conselho com o qual, é óbvio,  todos os homens sensatos concordarão! Infelizmente, muitas vezes, não é isso o q acontece. Nós, muitas vezes, não raciocinamos como devemos, não questionamos, e aceitamos, passivamente, tudo que nos vem ao conhecimento, particularmente em assuntos de crença ou fé, porque temos total confiança nas suas fontes.
      Do mesmo modo, também não atendemos a esta outra sábia recomendação, por muitos repetida:  q todos devemos estudar outras doutrinas para q, comparando-as com a nossa, possamos escolher, para nós, aquela q mais se harmonize com nosso íntimo, com nosso modo de entender a vida.
      Assim, embora percebamos q para muitos esse conselho até parece absurdo, o próprio codificador da doutrina espírita ensina q devemos usar nossa cabeça, nosso discernimento, para tentar compreender e, portanto, q a crença q escolhermos pela comparação q fizermos pode ser muito diferente daquela q agora temos!

      Bem, dentro da idéia de raciocinar, vamos ver:

      Texto trazido pela nova amiga: Jesus, o anunciado de todos os povos, o espírito da verdade, o Verbo.

      Cel: primeiro ponto a raciocinar, refletir: porq o “anunciado de os povos”? Povos há q, mesmo depois de dois milênios da vinda de Jesus, não o têm como um mestre; muitos nem crêem q existiu ou não acreditam em seus ensinamentos; para muitos, o homem q têm como o “anunciado”,  o “esperado libertador” é outro!

      Texto: “podemos imaginar quem é Jesus se considerarmos que desde o surgimento do nosso planeta Ele já era um espírito purificado, cuja ação abrangente no cosmos e na alma humana não conseguimos ainda conhecer”.

      Cel: outro ponto a questionar: o “imaginar” significa, apenas, “supor”, “ter uma idéia”, até “ter esperança” e mesmo “fantasiar”, certo? Assim, “imaginação” nada mais é do q uma coisa incerta, duvidosa e q, portanto, pode estar certa ou errada. Desse modo, se dizer q “desde o surgimento de nosso planeta, Jesus já era um espírito puro”, isso deve ser, apenas, imaginação ou suposição de alguém. Porq Jesus não teria sido um ser como os demais? Um homem q, mesmo tendo sido igual aos demais, um dia sofreu uma transformação tremenda, se iluminou, conheceu a Verdade (a q chamou de “libertadora”) e compreendeu q “eu e o Pai somos um”, experiência ou fato q o tornou gigantescamente diferente dos demais?

      Texto: Nossos pequenos ou grandes contratempos terrenos tornam-se insignificantes quando imaginamos que um espírito que paira entre as estrelas, capaz de organizar e construir mundos, se "condensa" a ponto de caber em um corpo de mulher e encarnar como um ser humano comum, simples e humilde.

      Cel: aqui, talvez não os companheiros, mas eu devo raciocinar: essas palavras acima devem ser apenas uma maneira de dizer, de enfatizar a superioridade de Jesus. Não entendi porq nossos, ou de nossos filhos, cânceres, deformações físicas e mentais; o ver a pequena filhinha, nossa alegria e razão de viver, ser estuprada e violentamente assassinada em nossa frente; ou terem nossos queridos os pés amputados a machadadas; e toda essa lista sem fim de dores e sofrimentos torturantes e insuportáveis, q vemos no mundo, se tornam “insignificantes” ante a glória de Jesus! É isso mesmo q o texto quer dizer? Que o câncer de nossos filhos, seus delírios provocados pela cocaína ou outras drogas, sua prática de crimes hediondos, e tantas coisas mais são, para nós e para eles, “contratempos insignificantes”, frente à gloria de Jesus ou ao q quer q seja?!

      Texto: ... Por isto Ele disse "eu sou o caminho para a verdade e para a vida"(a eliminação da preposição foi uma das alterações).

      Cel: não entendi a troca da preposição “a” por “para”! Mas vamos continuar: já foi comprovado, por doutores da lei, da língua e da religião judaica q Jesus não disse essas palavras; q a tradução correta é outra e muda totalmente o significado q escrituras, religiões e religiosos deram e ainda dão ao q Ele falou!  Ele não disse “eu sou o caminho, a verdade e a vida!”, mas disse: “o é o caminho, a verdade e a vida!” Ele, também, não disse: “ninguém vai ao Pai senão por mim!”, mas: “ninguém vai ao Pai senão pelo !”; evidentemente, o Mestre ensinava q o caminho é interior, q se consegue ir ao Pai, buscando e encontrando aquilo q está, desde sempre, em nós mesmos, em nosso interior ou íntimo, como, também, Paulo ensinou: “vós sois o templo do altíssimo! O Senhor habita em vossos corações!”

      Jennyfer: Li esse texto e fiquei pensando, Jesus encarnou pela primeira vez ou reencarnou?

      Cel: nova amiga, essa resposta vc, se é seguidora da codificação, pela visão  de Kardec, já tem; e vc já a reviu no texto q apresentou: na criação não existem privilegiados!
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quinta-feira, 2 de agosto de 2012



      Opiniões sobre o egoísmo

      Amigos do fórum,

      Infelizmente, quase em geral, não gostamos de questionar, raciocinar ou refletir muito; frente a um problema, dúvida ou questão q temos de resolver, nos contentamos em permanecer na superfície, não nos preocupamos em ir a busca das causas ou raízes mais profundas, das quais tenha se originado o assunto para o qual buscamos solução ou q desejamos compreender.

      Em conseqüência, muitas vezes, iludidos, imaginamos q chegamos a compreender algo do qual, na verdade, nada compreendemos. Por isso tantos erros em julgamentos q fazemos e, talvez, daí aquela recomendação do “não julgueis!”.

      Exemplo: se aquele individuo de mau caráter, desonesto, briguento, agride, ou fere alguém, ou furta, ou rouba, dirão, à guisa de explicação: “Mas ele é assim mesmo! É um mau caráter, maldoso, desonesto, ladrão! Precisa ser punido...!” e o julgamento está feito! Ninguém se preocupou em buscar, para um julgamento verdadeiramente justo, as causas mais profundas q o transformaram no mau caráter q ele, hoje, é.

      Assim, muitos agem e, conseqüentemente, ficam pensando q compreenderam algo sobre o qual, na verdade, nada compreenderam!

      Isso, podemos ver, e com grande freqüência, acontecer com relação a estes ensinamentos ou assuntos (tanto relativos a teorias, qto a práticas) que, por termos total confiança nas fontes de onde vieram, aceitamos, passivamente, sem questionar, raciocinar e, sobretudo, sem hesitar.

      Neste tópico, qto ao assunto “egoísmo”, podemos perceber a verdade do q coloquei acima; sugere o texto da amiga X q “eles, por terem mentes egoístas, cometeram atrocidades e, portanto, devem ser condenados!” E o julgamento está feito e concluído e, quem julgou, acredita q o julgamento está correto.

      Mas, alguém procurou compreender as razões de seu egoísmo, de sua maldade? Eles são culpados ou responsáveis por serem egoístas?

      Idêntica pergunta podemos fazer em relação a “todas” as más qualidades, imperfeições, vícios, defeitos morais, por mais monstruosos q sejam! E, sem dúvida, também em relação a todas as virtudes q o homem, espírito encarnado, possa apresentar.

      Essa pergunta, é verdade, será rapidamente respondida com um “sim”, ou considerada absurda!

      Mas, vamos raciocinar: fomos criados já “egoístas”? Ou depois de criados nos tornamos egoístas? Ou, onde adquirimos esse defeito moral q, conforme a doutrina, é a “maior chaga da humanidade”, a causa de todos os males, conscientemente, praticados pelos homens? Porq o adquirimos? Nós mesmos nos inoculamos, por nosso desejo, com esse terrível e nocivo (para nós e para os demais) vírus, por vontade e escolha nossa, isto é, por nosso livre-arbítrio? 

      Porq nossa natureza, facilmente, se transforma em egoísta?  O q ou quem é q permite q nossa natureza seja assim? De onde vem o egoísmo? Como nasce no mundo e no homem? Ao espírito encarnado cabe responsabilidade ou culpa por ser egoísta? Por se deixar agir egoisticamente? Porq uns são egoístas e outros, não?,,,,,,etc etc....

      Se estamos, realmente, determinados em conhecer profundamente o porq somos egoístas, essas perguntas são absolutamente necessárias. Como colocado acima, e as pessoas sensatas concordarão com isso, esse questionamento cabe em relação a todas as virtudes e a todos os vícios!

      Mas, é isso que os homens fazem?!

      É isso q este texto da amiga está fazendo?!

      Afirma, este texto, q o erro (um erro sobre uma outra questão...) não é do LE, mas de nossa interpretação.

      E, exatamente aqui, está a primeira pergunta a ser feita: porq nossa interpretação não é a mesma do LE? Porq nossas interpretações são tão gigantescamente desiguais com relação a tantas coisas consideradas, para uns e outros, como verdades absolutas? E, vejam q, por essas discordâncias nas interpretações, a confusão se generaliza e, muitas vezes, em assuntos de extrema importância para a compreensão de o q é a vida, o mundo, o porq do bem e do mal, do sofrimento, da felicidade e da infelicidade, de nossas escolhas tão desiguais, das virtudes e vícios, de responsabilidades e culpas etc etc.

      Meus amigos, se quisermos ser justos e compreender algo, não fiquemos na superfície; mergulhemos até o fundo. Como a própria codificação sabiamente aconselha, a crença, a fé, deve ser raciocinada! Usemos nossa cabeça, nosso discernimento, intelecto...! Não tenhamos receio de refletir, raciocinar, se realmente estamos determinados a compreender!
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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ALMA, ESPIRITO, DESEJOS - É NECESSÁRIO RACIOCINAR


  • ALMA, ESPIRITO, DESEJOS - É NECESSÁRIO RACIOCINAR‏

ALMA, ESPIRITO, DESEJOS - É NECESSÁRIO RACIOCINAR‏    (Conversa com um amigo).

      Olá, amigo; meus comentários, também, vão em negrito, logo após os seus.

       Cel: ... considerando q a “fé deve ser raciocinada”, como exige o bom senso, tento contribuir e levar os amigos a raciocinarem comigo.

       Amigo: ... “há no homem um princípio inteligente... ALMA ou ESPÍRITO, independente da matéria e que lhe dá o senso moral e a faculdade de pensar". Há que se deduzir daí que o cérebro interpreta os anseios, desejos e direções que o espírito lhe imprime. E o corpo, com seu sistema sensível, faz tornar realidade aquilo que o cérebro determina, uma vez que esteja instruído pelo espírito.

       Cel: vamos raciocinar: das palavras acima, devemos deduzir q nosso corpo/cérebro é instruído pelo princípio inteligente, o espírito (nós mesmos), a praticar, tanto ações boas, qto más, perversas ou o q sejam?

      Amigo: O ideal seria que nós, enquanto retidos nessa matéria densa, ouvíssemos apenas a voz de nosso próprio espírito, dando guarida, com nossa permissão, aos espíritos superiores.

      Cel: meu amigo, vamos raciocinar novamente? Quais serão as razões que nos levam a não realizar esse ideal? Nós mesmos, de livre vontade, escolhemos não concretizá-lo? Será q escolhemos não nos permitir ouvir a voz de nosso próprio espírito, a não dar guarida aos espíritos superiores? Somos culpados por não fazer essas coisas? Como agir de modo a concretizar esse ideal?  

      Mais uma coisa: de q vale ouvir a voz de nosso espírito se é ele mesmo q, como colocado acima, nos leva à prática, também, de ações más?!

      Amigo: Não entendi dessa maneira. Nosso cérebro é como uma antena que através da nossa atenção e da nossa vontade pode ser sintonizada em determinada freqüência vibratória. Desta maneira, somos sim responsáveis pela desatenção ou pela pouca força de vontade, que nos afasta desse ideal e nos impele as más ações.

      Cel: vamos raciocinar, Dias: quem constrói nossa atenção e vontade? Nós mesmos? Mas, com q elementos senão com o q a vida nos oferece? Mas, porq uns as usam de modo a sintonizar a antena (cérebro) numa boa freqüência, e outros, numa má freqüência vibratória? Isto é, porq a atenção e a vontade de uns sintonizam sua antena no bem e outros, no mal? Nós mesmos as fazemos, nossa atenção e vontade, como são, tão instáveis e não confiáveis, ou a vida, com todas as influências q sobre nós exerce, através das experiências/lições, benéficas ou maléficas, pelas quais passamos incessantemente, as faz como são?

      Vc mesmo, vc está sempre sintonizado na freqüência boa? E porq nem sempre está? Não consegue? E se não consegue, a culpa é sua? Se vc, para ser mais fiel à Lei e, conseqüentemente, para sua vantagem de felicidade, pode sintonizar sua antena “sempre” na freqüência boa, porq vc “escolhe” sintonizá-la na freqüência má? Afinal, vc busca sua desvantagem moral, ou espiritual, propositadamente?! Vc tem ou não tem liberdade de escolher, livre-arbítrio, como afirma a DE? Se tem, porq escolhe tão errado?!

      Amigo: Assim (ouvindo apenas a voz de nosso espirito e dando guarida a espíritos superiores) todo espírito inferior não teria acesso a nós, e nosso progresso não seria interrompido ou dissolvido em pensamentos e ações que mais nos comprometeriam em dívidas futuras.

      Cel: aí está outro assunto interessante a, sobre ele, raciocinar: quanto ao futuro, mesmo sabendo q essas dívidas serão resultado de nossos erros, porq os cometeremos, se, realmente, temos livre-arbítrio? Algo, irresistível, nos força a cometê-los? E se algo irresistível nos força, não nos cabe qualquer responsabilidade por isso, pois estamos sendo forçados!

      Amigo: Erramos muitas vezes, porque não agimos, apenas reagimos, ou seja agimos antes de pensar nas conseqüências.

      Cel: meu amigo, e porq agirmos antes de pensar nas conseqüências? Porq fazemos o errado e não o certo, se este é q nos traz vantagem? Nós, de sã consciência, de caso pensado, decidimos agir contra nós mesmos?! Todos agem assim? Ou porq nem todos?

      Amigo (novo): Não disse que agimos, decidimos muitas vezes antes de pensar, antes de raciocinar.

      Cel (novo): meu amigo, agindo ou decidindo antes de raciocinar, a pergunta q coloquei acima será a mesma: porq decidimos antes de pensar, antes de raciocinar? O q é q fez vc escolher decidir antes de raciocinar? Vc mesmo, propositadamente, quer decidir antes de raciocinar, mesmo sabendo q poderá estar cometendo graves enganos, fazendo outros sofrerem ou se arriscando a vc mesmo sofrer conforme determina a Lei de Deus? (conforme a interpretação de doutrinas). Porq vc descuida de seu futuro, tornando-o infeliz, se vc pode torná-lo feliz? Vc é tão relapso assim? Os homens são todos eles néscios, insanos? Pois só aquele q é demente, desequilibrado ou totalmente ignorante, escolhe sofrer, mesmo podendo escolher ser feliz.

      Amigo: Não amigo, neste caso como poderia ter escolhido sofrer se não raciocinou, não pensou nas conseqüências? Ninguém escolhe sofrer, a questão que coloquei é que agimos muitas vezes de forma reativa, ou seja, agimos e decidimos muitas vezes antes de pensar, antes de raciocinar.

      Cel: pois é isso mesmo! Vamos raciocinar: porq agimos sem antes pensar, sem antes raciocinar, conseqüentemente não pesando as conseqüências da ação? Todos agem assim? Ou nem todos? Se nem todos, porq uns agem assim e outros não e, conseqüentemente, pela doutrina, aqueles q erram por não pensarem, serão penalizados? Nós mesmos nos fizemos assim, uns pensando antes de agir, ou de reagir, e outros não? Ou é a vida q nos faz assim? Se é a vida, porq se afirma q somos os responsáveis, se é a vida q nos faz assim?

      Até este momento, ninguém, nem religião alguma, sem exceção, conseguiu explicar, ou justificar, a existência da lei de causa e efeito, pois todas as nossas ações, boas ou más q sejam, vêm, não de nossa vontade, mas do q a vida nos leva a fazer.

      Podemos, também, assegurar, sem sombra de erro, q nossa “atenção”, como nossa “vontade”, não somos nós q as construímos; são as lições da vida q as constroem, como a tudo o mais. É por isso q podemos afirmar q não somos nós q construímos nosso futuro, mas q é a vida, com todas as numerosas experiências/lições q, incessantemente, exercem suas influências, boas ou más, sobre nós. Assim, também, podemos afirmar q a escola, chamada de escola de espíritos, é nada mais, q uma escola do bem e do mal! Afinal, onde é q nós aprendemos a ser maus? Antes de vir para esta escola, ou depois, já na escola?

      Cel (msg ant): E qto ao passado, desconhecíamos q, pelo praticar erros, nos encheríamos de dívidas? Ou sabíamos mas, assim mesmo, de livre vontade e sã consciência, decidimos escolher enfrentar a divina e terrível lei do Todo Poderoso, e suas torturantes conseqüências?

      Amigo: Aquele que desfere um soco sabe que feriu o adversário, mas desconhece a dor sofrida pelo mesmo e também as conseqüências advindas deste ato.

      Cel: meu amigo, nem mesmo as leis falhas dos homens, propositadamente, punem os infratores q erram por ignorância! Daí a classificação de delitos em dolosos ou culposos, não é?

      Outra coisa: segundo as doutrinas reencarnacionistas, a Lei está inscrita na consciência dos homens. Não fosse assim, como, com justiça, atribuir responsabilidades a este ou àquele? E, se está inscrita na consciência, porq os homens as ignoram e, como vc colocou acima, “desconhece a dor sofrida pelo mesmo e também as ”.

       Amigo (novo): Está inscrito em sua consciência aquilo que partiu de si próprio. A dor do outro e as respostas à essa dor pertencem a sua própria consciência.

      Cel (novo): sinto, mas não entendi; se vc for mais claro...

      Amigo: Quis dizer que aquele que bateu tem consciência de seu ato, mas a consciência da vítima só a ela (e a Deus) pertence. Assim uma vítima agirá (ou não) de acordo com a maneira como processou o ocorrido e guardou em sua consciência.

      Cel: sim, e daí? Vc sabe q nem todos agimos ou reagimos, da mesma maneira, certo? Este é o cerne de nossa conversa: as desigualdades!
      Ao nos depararmos com uma dúvida ou questão ou fato ou evento, para entendê-los, sem sombra de engano, precisamos procurar as causas mais longínquas ou primárias do problema. Assim, as perguntas: porquê? Porquê?... sem fim, até q cheguemos (se conseguirmos chegar) a uma conclusão/resposta final e definitiva. Talvez, aí, esteja a razão da recomendação do “não julgueis!”. Nossos julgamentos, sejam quais forem, a favor ou contra, serão sempre equivocados, incompletos ou injustos, eqto não formos até as raízes mais profundas da questão! Assim, porquê uns agem de um modo e outros de outro modo? Se todos somos perfeitamente iguais no ato da criação, porq nos tornamos tão gigantescamente desiguais, uns se encaminhando para condições mais felizes, de amor, eqto outros para tremendas e monstruosas imperfeições e, conseqüentemente, para extremas infelicidades?!

      Cel: Mas, me referia à “lei de Deus” q, conforme a DE, está inscrita na consciência de todos os homens, sem exceção; não me referi ao q fica gravado na consciência daqueles q ofendem ou q são ofendidos.

      Amigo: Parece fácil, visto isso deste ângulo. Mas não, o que indago é o quanto a matéria grita, procura se impor ao espírito, busca satisfazer seus desejos e saciar sua fome do que, popularmente, se chama de curtir a vida. 

      Cel: mais uma questão: já fomos criados de modo a não conseguir nos impor à matéria? As doutrinas, é evidente, dizem q não. Então, qual será a causa dessa nossa fraqueza, q nos leva à busca de satisfazer os desejos de saciar essa fome ou, como vc disse, “curtir a vida”, e a esquecermos q “curtir o espiritual” é muito melhor, mais “gostoso”, mais conveniente e q, ao final, nos leva à felicidade e não à infelicidade q, inexoravelmente (como religiões afirmam), nos virá se decidimos, por nossa livre vontade, escolher “curtir a vida” em vez de escolher “curtir o espírito”?

      Amigo: Tudo faz parte do aprendizado.

      Cel: perfeito! Tudo faz parte do aprendizado, desse aprendizado q obtemos nas experiências da vida. Ninguém e nenhuma coisa, além da escola da vida, nos ensina, qualquer coisa q seja! Assim, aprendemos com a vida; se somos bons ou se somos maus, a vida nos ensinou a sermos assim!

      Amigo (novo): Bons ou maus supõe algo concluído que difere de algo em contínuo movimento, contínuo crescimento.

       Cel (novo): vc tem razão; apenas um detalhe; vamos, então, corrigir: “Assim, aprendemos com a vida! Se estamos nos transformando em bons ou se estamos nos transformando em maus, é a vida q está nos ensinando a estarmos nos transformando assim!”.

      Amigo: Diria sim, que a vida está nos ensinando, nos transformando em seres bons.

      Cel: só em seres “bons”?! E quem é q nos transforma em seres “maus”?  Nós mesmos, ou algo mais, além de nós e da escola da vida? Ou já éramos maus? É a vida q nos ensina tudo, seja o q for; assim, somos bons, compreensivos, tolerantes, solidários, humildes, pacientes, honestos, vítimas, felizes, crentes, cheios de esperança nisto e naquilo; ou somos perversos, intolerantes, egoístas, orgulhosos, impacientes, desonestos, criminosos, irritantes, descrentes, infelizes, vazios de esperanças, porq a vida nos faz assim! Pense, Dias: se não é a vida, quem é q nos faz assim como somos?

      Amigo: Somos seres humanos nos primeiros estágios de sua evolução, daí o resultado de todas as torturas a que estamos sujeitos.

       Cel: com isso, vc está dizendo, portanto, q as torturas resultam do fato de estarmos “nos primeiros estágios de nossa evolução”, certo? Daí, podemos concluir q, por vc, sofremos, obrigatoriamente, torturas, não por culpas ou responsabilidades nossas, mas porq foi assim q o Criador idealizou o processo evolutivo dos espíritos, certo? Sofremos, portanto, “torturas”, não porq somos responsáveis por algo errado q tenhamos feito, mas porq é esse o plano do Criador para nós. Mas, os sofrimentos e males do mundo não vêm do mau uso do livre-arbítrio, como assegura Kardec? E os sofrimentos só atingem as criaturas de Deus pelo fato de ser esse seu merecimento? Reflita um pouco, meu amigo.

     Amigo: Não é imperativo que se sofra, porém muitas vêzes é a maneira única em que percebemos os erros e as oportunidades de crescimento.

      Cel: complementando a resposta à sua colocação acima (msg anterior): vc diz q não é imperativo q se sofra, certo? Então me responda, amigo, existe alguém q não sofre, ou não sofreu, ou não sofrerá mais dia, menos dia? E porq vc diz q “muitas vezes” o sofrimento é a única maneira  q nos faz perceber nossos erros e as oportunidades de crescimento”? O Criador nos idealizou e criou como seres tão néscios q só o sofrimento nos abre os olhos? E, nas “outras vezes”, qual é a maneira de nos fazer perceber nossos erros...? Observe q, novamente voltamos à questão das desigualdades entre espíritos (melhor, entre homens). Porq somos tão desiguais q, para uns, o sofrer “muitas vêzes é a maneira única em que percebemos os erros e as oportunidades de crescimento” eqto q, para outros, existem maneiras diferentes?

       Cel(novo): meu amigo, a doutrina afirma q a evolução se faz à força de sofrimentos; chama-os, todos de bênçãos de Deus, de manifestação de Seu Infinito Amor para com Seus próprios filhos; afirma q devemos agradecer a Deus por essa Sua infinita misericórdia ao nos premiar, e aos nossos queridos, com os mais terríveis cânceres, deformações mentais e físicas, demência e cegueira; miséria e fome; q agradeçamos ao Pai, q é supremo e infinito Amor, por nos dar tanto amor na forma de nos fazer assistir nossa querida filhinha, nossa razão e alegria de viver, ser, em nossa frente, cruelmente estuprada e assassinada; ver nossos queridos filhos terem os pés amputados a machadadas; sofrerem monstruosas humilhações e injustiças...! Esse é o amor de Deus?
      Se precisamos passar por todas essas dores para entender como fazer para evoluir, isso significa q o Pai, de infinita sabedoria e conhecedor de tudo, do passado infinito ao infinito futuro, o Criador, só sabe e consegue criar espíritos q só entendem a linguagem da dor?! Que, para q haja evolução, o Criador só soube criar, e ainda essa mesma sabedoria mantém, para a escola de espíritos, um processo de ensinar a evoluir cujo método mais eficiente são os torturantes e muitas vezes insuportáveis sofrimentos q vemos no mundo? (E, q devemos acreditar, sejam bênçãos de Deus q devemos agradecer!!).

      Amigo: Voltamos à uma divergência em relação as crenças. Como o amigo não acredita na reencarnação, não pode entender que o sofrimento atual nada mais é que o resultado de abusos nas encarnações anteriores e que por mais grave que pareçam essas doenças, esses sofrimentos todos, apenas afetam o corpo carnal.

      Cel: meu querido amigo, não é questão de acreditar ou não na reencarnação ou no q for! É questão de questionar, refletir, comparar, raciocinar, procurar compreender, usar nossa cabeça, como a própria DE aconselha. Devemos, realmente, acreditar q o Infinito Amor, com sua lei de causa e efeito, imponha cânceres, loucura, dores sem fim, sofrimentos torturantes e insuportáveis (e até por milhões de anos) como consequência de erros q fizemos no passado?

      Vamos ver: primeiramente, vc está dizendo q o espírito é o responsável pelos abusos q fez em vidas anteriores, certo? Mas, ao mesmo tempo, vc diz q os corretivos (muitas vezes insuportáveis) afetam “apenas” o corpo carnal! Se o espírito q, conforme a doutrina, é que deve evoluir, de q modo evoluirá se os sofrimentos não lhe causam coisa alguma, pois só afetam o corpo material! Vc com isso, está querendo dizer q o espírito aprende com as dores do corpo material, é isso? Então os sofrimentos o afetam sim pois, pela doutrina, essa é a finalidade dos sofrimentos! O objetivo dos sofrimentos é fazer o espírito aprender, concorda? Mas, porq o espírito precisa sofrer para aprender? Porq errou tanto? Foi criado com o destino de errar? Errou porq quis errar ou por ignorância? Se fosse dotado de sabedoria, assim mesmo erraria? Quem ou o que fez o homem ser tão profundamente ignorante? Ele mesmo, por vontade própria, pelo seu livre-arbítrio, escolheu ser ignorante? Ou o fato de ser ignorante não depende do espírito? Se não depende dele, é evidente q os erros q pratica por ser ignorante, também não dependem dele! Então, porq, se não dependem dele, ele tem de sofrer pelos erros?

      Amigo: Este (o corpo material) por sua vez é reflexo das condições do corpo perispiritual que reteve em sua constituição as deformidades decorrentes dos abusos de vidas anteriores. O espírito nestas condições sofre moralmente e ao mesmo tempo sofre determinadas limitações, muitas vezes por ele próprio escolhidas, para facilitar o cumprimento de suas provas e sua progressão.

      Cel: seu raciocínio está de acordo com as doutrinas reencarnacionistas, em particular com a DE. Mas, novamente, lhe pergunto: porq o espírito errou e abusou em vidas passadas de modo a contrair, nesta vida, doenças, sofrimentos sem fim etc etc? O espírito não sabia o q estava fazendo? Mas, a Lei não está inscrita em sua consciência? O próprio Criador criou os espíritos destinados a, num futuro após a criação, apresentarem tantos e tão monstruosos defeitos morais, monstruosas imperfeições, q os levarão a tantos erros? Ou o Criador não imaginava q suas criaturas se tornariam em monstros futuramente? Pela doutrina, o Criador não foi surpreendido qto a isso, que seus filhos (q, conforme a doutrina, não podem ser maus, nem injustos, nem ininteligentes), se tornariam cheios de perversidades e perversões pois, de antemão criou leis punitivas, ditas instrutivas, penalidades expiatórias e locais de expiações, concorda? Ou o espírito mesmo decidiu, por conta própria e de livre vontade, enfrentar as terríveis conseqüências da lei de Deus, mesmo sabendo dos absurdos q praticava, e do q lhe viria depois? Ou era ignorante qto a isso?

      Amigo (novo): A terra não pede para ser perturbada, remexida e nem Deus impõe tal sofrimento a esta, no entanto o trabalho do arado proporciona um melhor cultivo e a colheita certa.

      Cel (novo): apenas palavras bonitas, Diaz! Como milhares de outras palavras em milhares de textos, mensagens ou o q seja, q estamos cansados de ler, apenas palavras bonitas; a nada levam, pois nada ensinam!

      Amigo: "Há muitas moradas na casa de meu Pai" sugere o entendimento dessa questão. Apesar de  termos sido criados iguais, fomos criados livres e independentes e em ambientes diferentes. Daí o resultado de seres iguais fazendo escolhas tão diferentes e da predominância do sofrimento, da maldade e de todas as características conseqüentes da moral em desenvolvimento.
     
      Cel: mas, dentro desse quadro, meu amigo, o q existe q justifique a atribuição de responsabilidades ao espírito encarnado? Se eles agem erradamente por terem sido criados em ambientes diferentes, a responsabilidade pelas maldades e pelo pouco desenvolvimento moral é dos espíritos? E o q existe, em todas nossas mensagens, q justifique a existência da lei de causa e efeito? Não falo de uma lei física, natural, mas dessa lei q, pelas crenças, enquadra o ser humano lhe impondo as terríveis conseqüências, q dela advêm.

      Amigo (novo): Há mundos mais adiantados e também outros bem mais atrasados em relação ao nosso. Estar neste mundo não é uma punição, mas simplesmente uma condição atual, passageira.

      Cel(novo): e mudando a palavra “punição” pela expressão “condição passageira”, as dores serão atenuadas? Substituindo a palavra “castigos” pela expressão “terríveis, torturantes e insuportáveis ‘bençãos’ com q Deus nos premia” nos sentiremos cheios de alegrias, de felicidade, as dores terminam e ninguém mais sofrerá?!

      Amigo: O sentimento de alegria e de felicidade é algo que vem de dentro de nós. Sempre sofreremos as conseqüências de nossos atos; sentiremos as dificuldades inerentes ao  processo de crescimento. Mas cada um sentirá de maneira diferente essas mesmas dificuldades, esses mesmos sofrimentos, de acordo com sua crença.

      Cel: a dor é de acordo com a crença?! A dor de um dente ou de um câncer de um muçulmano é diferente da dor de um cristão?!

      Amigo: Muitos sentem-se realmente alegres e felizes estando em situações de grande dificuldade, diante de graves doenças ou de duras privações e outros sofrimentos.

      Cel: meu amigo, e porq acontece isso, essa enorme desigualdade entre espiritos, ou entre homens? E vc já foi testemunha de outros, ou vc mesmo experimentou, em si mesmo, isso q afirma? Vc já testemunhou a alegria e a felicidade da mãe q vê o querido filhinho perecer, com dores atrozes, nos seus braços? 

      Aqueles q, como vc lembrou, q se “sentem realmente alegres e felizes estando em situações de grande dificuldade, diante de graves doenças ou de duras privações e outros sofrimentos”, não estarão apenas condicionados pelos ensinamentos, conceitos e promessas de recompensas q as religiões nos transmitem desde que abrimos os olhos para a vida? Se alguém acredita, firmemente, q, por sofrer terríveis sofrimentos q sejam, está se libertando de graves erros do passado; q, com isso, estará resgatando pesadas dívidas, fato q o levará a avançar no seu caminho evolutivo em direção a uma felicidade duradoura (como prometem as religiões, como recompensa para o futuro), poderá, pela esperança de q será recompensado, até mesmo não estar sofrendo tanto, pois estão acreditando nessas promessas. Mas, promessas de recompensas de felicidades, são mais do q promessas? Quem poderá demonstrar q não são apenas palavras consoladoras!
     
      Cel: É preciso, sim, refletir, raciocinar, como muito bem Kardec e os sensatos e equilibrados aconselham. Se tudo aceitamos sem refletir, questionar e raciocinar, “acabamos comendo gato por lebre”!
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