terça-feira, 28 de setembro de 2010

A BUSCA DE DEUS

‘A busca é provocada pela ânsia de felicidade do homem e de sua procura de um meio de escapar da armadilha que é a vida. Não é sua culpa se ele supõe que a solução para a sua profunda insatisfação reside numa vida sensual ou nas realizações profissionais ou do mundo social, ou ainda em uma vida de experiências excitantes. Tampouco é culpa sua se a vida, em geral, não é bastante longa para ensinar-lhe, concretamente, que ele encontraria uma desilusão ainda maior e mais profunda se esses objetivos fossem satisfeitos por completo. O homem é impelido a essa busca pela desilusão com as coisas mundanas que o fascinam e das quais não consegue afastar o pensamento. Empenha-se o quanto pode em alcançar os prazeres dos sentidos e em evitar todos os tipos de sofrimento. Mas, enquanto ele atravessa dias, meses e anos das mais variadas experiências, surge, com freqüência, uma ocasião em que ele começa a questionar: ‘Qual a finalidade de tudo isso?’ E, incapaz de se contentar com as coisas transitórias da vida, questionando, ele se torna totalmente cético em relação aos valores habituais que até então aceitava sem hesitação. E, nesse desespero, o homem toma a decisão de descobrir e compreender o propósito da vida. É então que ele principia a verdadeira busca, a busca dos prazeres duradouros (Baba).

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ILUMINAÇÃO - Tentativas de explicar e testemunhos.

ILUMINAÇÃO -
A libertação só pode ser alcançada pela percepção da identidade do espírito individual com o Espírito Universal (‘Eu e o Pai somos um’). Por mais nada. Nem pela pratica de cerimônias religiosas, nem por associar-se a qualquer religião (Krishnamurti: ‘Os cerimoniais e as religiões impedem o acesso à Verdade’).

Não se cura a doença pela repetição do nome do medicamento, mas tomando o medicamento. Assim, não se atinge a libertação repetindo a palavra Brahaman, mas vivenciando Brahaman diretamente.

Não tem nome nem forma, transcende mérito e demérito, bem e mal, saúde e doença; está alem do tempo, do espaço e dos objetos de nossa experiência. Supremo e indizível ainda assim Brahman pode ser apreendido pelo olho que ‘vê’. Assim é Brahman e ‘tu és Isto’. Medita nessa verdade dentro de tua consciência’.



‘A nossa ignorância é a causa de nossa identificação com o corpo, o ego, os sentidos, a memória etc., com tudo que não é Atman. É sábio o homem que supera essa ignorância pela devoção ao Atman. Os que raciocinam em vão, sem compreender a verdade, estão perdidos na selva das ilusões, correndo a esmo na tentativa de justificar sua opinião sobre a substância do ego’.



‘Em nossa natureza mais íntima, que não é a esfera dos que se entregam ao raciocino, está a pureza de Buda. Pura em sua natureza e livre da categoria do finito e infinito, a mente universal é Buda (Deus), imaculado e erroneamente percebido pelos seres sencientes’.

Meu ser está em união com Buda. E ele está além do louvor e da censura. Como o espaço ele não tem limites e está aqui mesmo dentro de nós, mantendo para sempre sua plenitude e infinidade. Só quando o buscas é que o perdes. Não podes possuí-lo, mas tampouco podes livrar-te dele. E, enquanto nada possas fazer, ele segue seu próprio caminho. Se falas ele permanece mudo; se guardas silencio ele fala (meditação). O grande portal da Luz está sempre inteiramente aberto, sem nenhum obstáculo à frente; o único obstáculo és tu mesmo (o ‘eu’), que não emudeces’. (Yung-Chin).



‘Contempla só Uma em todas as coisas; a segunda é que te extravia’ (Kabir).



‘O meu eu é Deus e não reconheço outro Eu senão meu Deus’ (Santa Catarina de Gênova).



‘Se a alma difere de Deus, a alma difere de si mesma’ (São Bernardo).



‘Para compreender a alma temos que compreendê-la como Deus, pois o fundamento (a essência) de Deus e o fundamento (a essência) da alma são uma só coisa’ (Eckhart, místico cristão).



‘O conhecedor, o conhecido e o conhecimento são uma coisa só. As pessoas simples imaginam que Deus está lá e elas aqui. Não é assim. Deus e eu somos um só no conhecimento’ (Eckhart, místico cristão).



‘Eu vivo, mas não sou eu quem vive; é o Cristo que vive em mim’. (Paulo).



‘O bem não precisa adentrar a alma, pois já se encontra lá, embora não percebido por nós’. (Teologia alemã).



‘Quando vemos todas as coisas em sua unicidade, voltamos à origem e permanecemos onde sempre estivemos’ (Sen T’Sen).

‘Por não saber quem somos, pois não temos consciência de que Deus está dentro de nós, procedemos de maneiras geralmente tolas, insensatas e até criminosas, e tão caracteristicamente humanas. Somos salvos e libertados ao perceber o Deus, (‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’) ate então despercebido, que já existe dentro de nós, e retornamos ao nosso fundamento eterno e vemos que permanecemos onde sempre estivemos sem o saber’.



‘Existe em nossa alma algo que é mais glorioso, acima de tudo, disso e daquilo, do céu e da terra. Ele é livre de todos os nomes e vazio de todas as formas. É uno e simples, e nenhum homem, por mais sábio que seja, pode contemplá-lo’ (John White).



‘O desconhecimento de Deus é o cativeiro; o conhecimento de Deus é a liberdade e a sabedoria’ (Evelyn Underhill).



‘Queres que te mostre o que é Deus? Não acha paz aquele que de Deus está apartado’ (Santa Catarina de Gênova).



‘Quando o amor de Deus toca a alma, ele a encontra cheia de vícios e pecados; de início ele dá a ela um instinto de virtude para incentivá-la à perfeição; depois, infundindo-lhe graça, a leva à verdadeira auto-anulação (esquecimento do ego) e, finalmente, à real transformação. Deus conduz a alma ao longo do caminho (Paulo: ‘É o Senhor que opera em nós o pensar, o querer e o fazer’). Todavia, quando a alma chega ao nada e é transformada, ela não trabalha, nem fala, nem deseja, nem sente, nem ouve, nem compreende, nem tampouco nutre o sentimento do dentro e do fora, onde pode se movimentar. Então, em todas as coisas, é Deus que a governa e a conduz sem a mediação de nenhuma outra criatura. E o estado dessa alma é então um sentimento de paz e tranqüilidade tão ilimitado que seu coração e seu ser corpóreo, e tudo o que está dentro e fora, lhe parecem imersos num oceano de serenidade, de onde ela jamais sairá para o que quer que possa lhe acontecer nesta vida. E ela permanece imóvel, imperturbável, impassível a tal ponto que lhe parece nada mais poder sentir além daquela mais doce paz’ (Santa Catarina).



‘Quem sou eu?’ é a eterna pergunta do homem. Essa busca de autocompreensão, do significado último da personalidade, vem sendo respondida ao longo da história de várias maneiras, todas apontando para uma experiência na qual o buscador e o objeto de sua busca se fundem na percepção: ‘Eu sou Deus; não existe outro’ (Meher Baba).



‘Você é a eterna condição subjacente a todas as condições, que jamais nasceu e jamais morrerá, e de onde provém toda a criação. A essência de toda a criação, Deus, está exatamente dentro de você, de todos nós, quanto está dentro de tudo o mais’ (Baba).



‘Não que você esteja exatamente dentro do cosmos – o cosmos é que está exatamente dentro de você’ (Baba).