quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


      Uma conversa com o amigo X.

      X:... Entendi que a conversa teria chegado ao fim devido aos diferentes pontos de vista já expostos.

      Cel: meu amigo, esta conversa só chega ao fim qdo não mais houver ‘diferentes’ pontos de vista.

      Aliás, o q tenho apresentado não é ‘meu’ ponto de vista, opinião, ou avaliação, julgamento, mas o resultado de descobertas da ciência mais avançada do planeta, cujos primeiros experimentos dividiram a ciência clássica, anterior, de 3 ou 4 séculos, em ‘antes’ e ‘depois’ deles; ciência q trouxe contribuição extremamente valiosa para a vida do ser encarnado e q tem afetado, profundamente, todas as áreas de atuação do homem.

      Como, também já lhe disse, resulta de revelações q vêm de místicos e sábios de desde séculos A.C até nossos dias, de ensinamentos de Jesus, de Paulo, de evangelistas, meditadores e homens q passaram pela experiência da união com Deus e, assim, puderam, como Jesus, dizer: ‘eu e o Pai somos um’!

      É evidente q essas experiências, como todas as demais e sem exceção de nenhuma, se dão na área psicológica e nela são interpretadas, fato q, para muitos, não têm a qualidade necessária para trazer convencimento; mas, a construção do universo é assim: não existe experiência q se dê fora da área psicológica do ser encarnado.

      No entanto, como também já lhe disse, de um século para cá e pela primeira vez na historia do mundo, essas revelações estão sendo legitimadas pela ciência moderna.

      Outro fato importante a considerar é q, sendo a maior aspiração de todos os homens, sem exceção de nenhum, do mais virtuoso ao mais corrupto, seja através de ações no campo do bem, ou no campo do mal, e desde q se lhes desperta a consciência e daí para sempre, conquistar, afinal, uma felicidade duradoura e sem mácula, ela traz, conforme depoimentos, extrema felicidade, elevação moral, iluminação intelectual (sabedoria); consciência de imortalidade e conseqüente perda do medo da morte; convencimento de q não existe ‘pecado’ (qualquer pecado q devemos evitar praticar ou ter de resgatar no futuro); fascínio que faz com que os demais se sintam atraídos pelo experienciador; ‘transfiguração’ muitas vezes percebida pelos outros; certeza esmagadora de que o universo, exatamente como sempre foi e como é neste momento, é tão completamente correto e perfeito que não necessita de qualquer explicação ou justificativas além da de que ele simplesmente é assim como é; os problemas e sofrimentos, de q natureza forem, cessam; o ser maravilha-se diante de tudo, coisas e fatos, incluindo até aquilo que, comumente, seria considerado ‘o pior, o perverso, pervertido, o extremamente maléfico ’; e não se consegue encontrar palavras para expressar a perfeição e a beleza da experiência. Ao q a experimenta, vem-lhe a impressão de que o mundo se tornou luminoso e transparente, enquanto sua simplicidade dá a certeza de que tudo está ordenado por uma inteligência suprema. É comum perceber que todo o mundo se tornou seu próprio corpo e que o indivíduo sente que aquilo que ele é, não se tornou assim com a experiência, mas que sempre foi assim como agora é. E lhe vem a convicção de que, o q é e o q está acontecendo neste mesmo instante, seja qual for sua natureza, é o q é e o q tem de acontecer neste mesmo instante, aqui e agora.

      Êxtase emocional, sensação de profundo alivio, liberdade e leveza e, com freqüência, um amor quase insuportável pelo mundo, coisa q leva, muitos q por ela passam, a tentarem, até a morte, ensinar aos semelhantes como fazer para conquistarem essa percepção libertadora. E a compreensão disso tudo nunca se apaga.

      X: As citações de Jesus, de Paulo, Jung e tantos outros são colocadas pelo amigo de modo a defender sua tese.

      Cel: como já coloquei acima, não é minha tese, nem meu ponto de vista. E apenas coloco citações para corroborar aquilo q os místicos, e os q passaram pela experiência, e a ciência moderna afirmam, e para mostrar suas concordâncias. 

      X: Se analisarmos outros discursos destes e de tantos outros místicos encontraremos uma infinidade de citações que contrariam essa tese.


      Cel: peço ao amigo q cite algumas dessas discordâncias para, se for o caso, as estudemos e, se houver capacidade nossa, as aceitemos ou rejeitemos.

      Não devemos esquecer q, para muitas culturas, abandonar crenças e suposições de séculos ou milênios, em si mesmas absolutamente arraigadas, é extremamente difícil. Muitos acreditam q algo q foi considerado verdade por muitos anos, séculos ou milênios, seja mesmo verdade porq assim foi considerado por tanto tempo. Por isso, muitos mestres, não puderam ser perfeitamente claros em seus ensinamentos ao povo em geral.  

      Não esquecer, também, de q há religiões e ‘religiões’, umas se direcionando aos homens em geral; outra ‘nascidas’ (palavra inadequada) daqueles homens q não mais encontram, em suas crenças, as respostas procuradas e decidem procurá-las ‘além’ daquilo q as religiões comunicam.

      X: Sugiro que o amigo leia atentamente, se já não o fez, o evangelho de João, o qual retrata os ensinamentos de Jesus em seu conteúdo mais puro, mais espiritual, reproduzindo as experiências vividas ao lado do mestre.

      Cel: sinto, meu amigo, me desculpe mesmo, pois não tenho mais ‘fôlego’ para voltar a ler o q já li e reli dezenas de vezes, nestes últimos 60 anos. Peço mesmo ao amigo q, se desejar, traga aqui alguns desses textos para sobre eles conversarmos.

      X: Também, as obras de Jung: Memórias, Sonhos e Reflexões em que encontramos toda fenomenologia mediúnica vivenciada por ele: clariaudiência, clarividência, fenômenos de incorporação e experiências de quase-morte.

      Cel: repito, aqui, o pedido q fiz acima. E conheço poucas obras de Jung, mas sei q ele enaltece sobremaneira a experiência de se perceber ‘um com Deus’, dizendo-a “a experiência mais importante e sublime na vida do ser humano”, bem como diz de sua extrema importância relativamente às enfermidades do corpo e da mente, chamando-a de ‘experiência de Deus’: “O fato, que tenho comprovado numerosas vezes, em meu consultório, é que a ‘experiência de Deus’ é a verdadeira terapia e, na medida em que as pessoas por ela passam, se afastam da maldição da patologia”.

      Outras observações de Jung:
      “O atentar para a Mente intemporal é tarefa redentora para todas as pessoas. Em nosso tempo, essa tarefa é particularmente difícil porque colocamos, no dia-a-dia, nossa ênfase no aqui-agora, no fazer, no consumir, nos aspectos práticos, no progresso material. Como valorizamos o aspecto material, estamos separados dela. O resultado é patológico: tornamo-nos vítimas de nossos próprios impulsos inconscientes e o mundo ‘demonizou-se’. Nossa verdadeira tarefa de vida é exatamente o contrário: tornarmo-nos conscientes dos conteúdos que emergem do inconsciente, criar cada vez mais consciência; esse o objetivo único da existência humana: acender uma luz na escuridão do ser, liberar a alma. Seguramente, a alma não é algo insignificante, repleta de defeitos e imperfeições, como as religiões ocidentais a consideram; ela é a própria Divindade Radiante”.               

      “Religião não é aquilo que pensamos q seja, isto é, esta ou aquela crença ou doutrina; é a vivência da transformação que se opera na mente de quem teve a experiência de Deus”.

      ‘Naturalmente é difícil compreender como essa figura abstrata (a experiência imediata, a experiência mística, a percepção daquilo a que as religiões dão o nome de Deus, que nada é mais que uma experiência subjetiva, pois na psique do homem) desperta o sentimento da ‘mais sublime harmonia’... Contudo esse tipo de experiência não é, para mim, nem obscuro, nem longínquo. Muito ao contrário, trata-se de um fato que observo quase todos os dias em minha vida profissional, de psicoterapeuta... Conheço um número consideravelmente grande de pessoas que, se quiserem viver, terão de levar a sério sua experiência íntima... que, para elas é “tudo” e, sem a qual não podem mais viver’             

       ‘Essa experiência (a experiência mística) é exatamente como se o espírito e a carne, eternos inimigos na visão do cristianismo, tivessem feito as pazes... o sagrado e o mundano se acham conjugados numa inesperada situação de paz. A austera seriedade do espírito parece tocada por uma alegria semelhante àquela que a antiguidade pagã conhecia, perfumada de vinho e rosas. Seja como for, essa experiência faz com que se esqueçam todas as dores e penas da alma... ’

      “O inconsciente coletivo apresenta as características da mente não-localizada (mente fora o espaço-tempo, no atemporal, isto é, a mente una, cósmica, universal, Deus); não pode ser fixado no espaço e no tempo, e transcende o ego individual, envolvendo todas as mentes”.

       “Uma vez que todas as distinções, diferenças, desaparecem na condição inconsciente, é lógico que a distinção entre mentes separadas deve desaparecer também. Toda vez que há diminuição do nível consciente, deparamos com exemplos de identidade inconsciente”.             

      "Os exemplos q escolhi para ilustrar aquilo que chamo de ‘experiência imediata’ (a experiência de ‘Deus’) certamente pouco significarão para um olhar inexperiente... Mas, apesar disso, a experiência individual... é sangue quente e rubro, que pulsa nas veias do homem que a teve. Para quem busca a verdade, essa experiência é mais persuasiva do que a melhor das religiões, do que a melhor das tradições... Se quisermos saber algo a respeito do significado da experiência religiosa para aqueles que a tiveram, esse algo é: ‘tudo’... ’

      Para terminar estas citações, coloco a seguir uma de Teilhard de Chardin, místico, cientista, filosofo, teólogo e padre católico, condenado, pelo Vaticano, ao silêncio até o dia de sua morte por dizer coisas como estas:
 
    “Para que os homens de toda a Terra aprendam a se amar uns aos outros, não basta que saibam que pertencem a uma mesma coisa; devem adquirir a consciência, não de que pertencem, mas de que todos somos tão somente uma e a mesma coisa, um só ser. Assim, devemos abrir os olhos para a natureza imortal e onipresente e para a Mente Una que somos, para a realidade de que tudo e todos, homens e animais, somos apenas Um”.

      Mais uma, esta de físicos quânticos:
      “Há quem afirme que as imagens que fazemos do mundo são uma só porque existe um só mundo lá fora, mas a física moderna já provou que, na realidade, não há nenhum mundo “lá fora”, exterior, objetivo, nada e muito menos algo que seja igual para todos. O que há é uma realidade mais profunda que a dos objetos “lá fora” que, em última instância, é a Mente Una, Única, Mente Universal, e que, em sua expressão mais abrangente, é aquilo a que chamamos Deus”. 

      Diaz: Mesmo em Paulo, veja AT16,16 e tantas outras passagens onde deixa claro que fora da caridade não há salvação.

      Cel: não me recordo de palavras de Paulo nesse sentido... e em Atos, q vc lembrou, está apenas uma referência a, talvez, uma moça ‘considerada’ obsediada.

      Terminando, deixo, ao amigo, uma questão para sobre ela refletir: o livre-arbítrio é uma realidade, ou é apenas um estratagema que as religiões usam (com nobres intenções ou  mesmo por crer seja verdade) para tentar explicar o, para elas, inexplicável sofrimento do mundo?

      Se não for realidade, não existirão culpas nem culpados, nem lei de causa e efeito moral, nem mundos de expiações, nem bondade nem maldade, nem méritos, nem deméritos, nem encarnações multiplicadas para o resgate de erros cometidos, e, conseqüentemente, nem encarnações do mesmo eu etc.  
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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013



      COMO SAIR DA RODA DO SAMSARA


      Nirvana – mundo, estado ou condição do real; felicidade, sabedoria, bem-aventurança, amor; estado de existência não submetida às ilusões causadas pelas interpretações equivocadas do ego).
 

      Samsara – mundo, estado ou condição de ilusões e, conseqüentemente, irreal, q mergulha o ser na ignorância e nos sofrimentos; existência submetida às ilusões causadas pelas interpretações equivocadas do ego).

      Obs: M = mestre, P = pergunta do discípulo; os comentários estão entre parênteses, dentro dos textos. 
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      M: Embora sendo Pura Sabedoria Imutável por natureza, o Supremo Ser, quando associado à mente, (a um cérebro, ao ego; está em tudo; se manifesta de modos diferentes em face de experiências diferentes pelas quais cada um passa) que muda conforme as qualidades operantes no momento (eventos exteriores q causam reações interiores, como pensamentos e suas associações, emoções...), identifica-se com ela (o ser se identifica com o conteúdo da mente; no estado em q a mente esteja, está o ser...).

      P: Como isso pode ocorrer?

      M: Veja q a água, em si, é fria e insípida. No entanto, por associação, pode ser quente, doce, amarga, azeda, etc. Da mesma forma, o Eu Real, que por natureza é Ser-Consciência-, Beatitude, aparece como ego quando associado ao modo-“eu” (o modo ‘eu’ resulta de o Ser ocupar um cérebro localizado, fato q resulta na maior ‘enganação’ de Maya, a ilusão de se estar separado do universo, do Ser único e universal, e de ser independente de tudo o mais, pois percebe-se o mundo, a vida, pelos canais  de comunicação com o exterior, com o mundo, dos quais os mais operantes, visão e audição, dão-nos a ilusão  de q o mundo está ao derredor de nós (está, sim, ao redor do corpo físico, mas não ao redor do espírito, Ser infinito...). 

      Assim como a água fria associada ao calor fica quente, também o Bem-aventurado Ser, unido ao modo-“eu”, torna-se o ego carregado de sofrimentos, (devido ao fato de existir num mundo ilusório e irreal...). Assim como a água, originalmente insípida, fica doce, amarga ou azeda conforme as suas associações, também o Ser de Pura Sabedoria parece imparcial, pacífico e bondoso, ou impetuoso, raivoso e ambicioso, ou ainda torpe e indolente, segundo a qualidade do modo-“isto” do momento. (os muitos ‘eus’ da ‘Gnose’; o ‘eu’ do momento, resultante das circunstâncias do momento).

      O Supremo Ser associado ao prana, (pensamento, palavra, verbo, mente... Verbo: sem ele nada foi criado...) etc., aparece respectivamente como prana, mente, intelecto, terra e outros elementos, desejo, raiva (amor, ódio, alegria, tristeza, felicidade e infelicidade...) desapaixonamento, etc. 

      Conseqüentemente, associado à mente, o Ser parece ter-se transformado na alma individual (para as crenças, essa alma individual é verdadeira; mas não passa da ilusão de se sentir um ‘eu’ separado), afundado no sofrimento do infindável Samsara, e sendo enganado por inúmeras ilusões, como eu, tu, isto, meu, teu, etc (das quais vem felicidade e infelicidade, dor e prazer, desejos, decisões, escolhas, sempre sob a influência dos atrativos do mundo).

      P: Agora que o Samsara chegou ao Ser, como se pode afastá-lo?

      M: Com a total quietude mental, o Samsara desaparecerá; causa e efeito. Do contrário, não haverá fim para o Samsara, mesmo em milhões de éons. (Do maior (?) profeta do Ant Test: ‘Aquieta-te e sabe: eu sou Deus’; de Blavatysk, fundadora da Teosofia – ‘Conhecimento Divino’: ‘a mente é a assassina de Deus; mate (cale) a assassina’; de Taniguchi, fundador da Seicho-no-ie – ‘Casa do progredir infinito’: ‘qdo o ego se afasta, Deus se manifesta’; de outros sábios: ‘ou o eu, ou Deus’).

      P: Não será possível livrar-se do Samsara por algum outro meio além da aquietação da mente?

      M: Absolutamente não; nem os Vedas, nem os ensinamentos, nem as práticas austeras (como amor, caridade, humildade, sacrifício pelos demais, autoflagelação...), nem o karma, nem votos (de caridade, renuncia a isto e àquilo...) nem dons, nem o recitar escrituras, nem fórmulas místicas (mantras), nem cultos, nem qualquer outra coisa pode desfazer o Samsara. Somente a aquietação da mente pode atingir este fim; nada mais.

      (o ego tem de cessar para o Samsara cessar; o ego não opera no momento presente; o ego está nos pensamentos, sempre operando no passado – lembranças, remorsos, q evocam pensamentos e emoções as mais diferentes, boas ou más; ou operando em relação ao futuro - expectativas ou esperanças, imaginações, planejamentos...).

      P: Mas as escrituras declaram que só a Sabedoria pode conseguir isso. Então, como o senhor diz que a tranqüilidade mental põe fim ao Samsara?

      M: O que é descrito nas escrituras de diversas formas como Sabedoria, Libertação, etc., nada mais é do que o silenciar da mente.

      (assim, também, o buscar o reino; o silenciar a mente resulta da sabedoria incipiente q percebe o q deve ser feito...; libertação, porq isso é o q traz o conhecer a verdade q liberta...).  

      P: Alguma outra pessoa já disse isto antes?

      M: Sri Vasishta (muitas: Krishnamurti, Nisargadata, Ramana, Ramacharaca, Osho..., o Zen, Sufismo, Taoismo) disse: Quando, pela prática, a mente fica imóvel, todas as ilusões do Samsara desaparecem, causa e efeito. Assim como quando o oceano de leite encrespado (cru) foi batido para obter o néctar (creme, manteiga) e tornou-se calmo e límpido depois que o batedor foi retirado (o ego foi afastado), também ocorre que, ao silenciar a mente, o Samsara cai em descanso eterno. (o Samsara morre porq o ego morre, ou se afasta, se cala, se aquieta).

      P: Como levar a mente ao silêncio?

      M: Pelo desapaixonamento (desencanto vindo da observação do mundo, q nos mostra q seus atrativos deixam de ser o q eram; mostram-se como sendo apenas ilusões, coisas passageiras às quais nos apegamos e q, como cessam qdo menos esperamos, fazem-nos sofrer; ver textos, na continuação, sobre o desencanto); pelo abandono (desapego conseqüente, pois os atrativos do mundo deixam de ser o q eram) de tudo que nos é caro, pode-se, por esforço próprio, realizar facilmente essa tarefa. Sem essa paz mental, a Libertação é impossível (essa paz vem qdo não mais praticarmos aquilo a q foi dado o nome de pecados capitais, veniais e outros, inclusive aquilo q, nos Dez Mandamentos, é proibido ao homem). Apenas quando todo o mundo objetivo é extinto pela mente desiludida, em conseqüência do conhecimento (pela observação da vida q, se feita com profundidade, nos mostra q nada, nem ciências, medicinas, psicologias, filosofias, religiões, enfim, o mundo não traz solução para os males e sofrimentos de todos, humanos e não humanos) que discerne que tudo que não é Brahman é objetivo e irreal (e faz sofrer...), é que resultará a Suprema Beatitude. Do contrário, se não há paz mental, por mais que um homem ignorante se esforce e se arraste pelo abismo profundo dos textos espirituais, não conseguirá obter a Libertação (sem paz mental, a caminhada dificilmente será bem sucedida.)

       Só pode ser considerada morta a mente que, pela prática do yoga (raja-yoga, o yoga real, o yoga da meditação), perdeu todas as suas tendências e tornou-se pura e imóvel como uma lâmpada bem protegida do vento por uma redoma. Essa morte da mente é a realização mais elevada (q o homem pode alcançar; é o ‘morrer antes de morrer’, morrer para o passado, num total esquecimento de todas as coisas, de todos os conhecimentos, para q a mente, se esvaziando, se calando o ego, abre espaço, condição, para q Deus, a sabedoria, a verdade, nela possa entrar; Krishnamurti: entrar, em vida, na ‘mansão da morte’). 

      A conclusão final de todos os Vedas é que a Libertação nada mais é do que a mente silenciada (q trará a percepção de q somos o q sempre fomos mas q o ego, com seu ruído, impedia de perceber... ).

       Para a Libertação apenas uma mente silenciosa tem valor (não tornada silenciosa à força, mas pela atenção total; como ensinaram os mestres, Teresa de Ávila e outros: ‘Atenção! Atenção! Atenção! ’. Ver, na continuação os modos de tornar a mente silenciosa, ensinados por Teresa de Ávila e por São Simeão); riqueza, parentes, amigos, karma resultante de movimentos dos membros (escolhas), peregrinação a lugares santos, banhar-se em águas sagradas, vida em regiões celestiais, práticas austeras, por mais severas que sejam, ou qualquer outra coisa – nada disso serve. 

      (assim, Walt Witman afirmou que ninguém conhece a verdade pelo fato de freqüentar templos e cultos, ouvir sermões que emocionam, pedir aos céus, ou por orar; nem por promessas ou por praticar as virtudes pregadas pelas diferentes igrejas e crenças, ou por sacrifícios. Como os místicos e os iluminados, ele afirma que, somente na solidão, no silêncio do “eu”, na perseverança da busca, é que nós podemos encontrar aquilo que é sagrado. E, depois disso, vamos perceber que sermões, escrituras, sacrifícios, rituais, cultos, orações, promessas, isto é, exterioridades, não têm qualquer valor; desaparecem como fumaça. 

      E afirmou, também, que: “Enquanto estamos na escuridão, não compreendemos as escrituras; quando chegamos à luz, elas não são mais necessárias”).

      Da mesma forma, muitos livros sagrados ensinam que a Libertação consiste em abandonar a mente. Em várias passagens do Yoga Vasishta a mesma idéia se repete, de que a Bem-aventurança da Libertação só pode ser alcançada pela extinção da mente, que é a causa principal do Samsara e, portanto, de todo sofrimento.

      Assim, matar a mente pelo conhecimento dos ensinamentos sagrados (q ensinam “como” isso deve ser feito!), pelo raciocínio e pela experiência pessoal é desfazer o Samsara. De que outra maneira pode ser parada a miserável roda de nascimentos e mortes? E como pode a liberdade resultar disso? Nunca! A não ser que o sonhador desperte o sonho não termina, como não acaba o pavor de estar diante de um tigre, no sonho. Igualmente, se a mente não estiver desiludida, a agonia do Samsara não cessará. A única coisa é que a mente precisa ser silenciada. Esta é toda a realização da vida.
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A EMANCIPAÇÃO DA ALMA


      Com a Amiga, uma conversa, nascida do tópico ”O estado natural do homem”, do fórum espirita.

      Cel: esse estado de emancipação da alma é mesmo difícil de ser atingido e, também, de se conquistar credibilidade ou confiança necessária para levar o homem ao esforço de atingi-lo. Qual será a causa de muitos não crerem em qualquer religião ou doutrina? Qual é a causa de, por séculos, a ciência ter sido ferrenha adversária da religião? Sem dúvida, isso se deve a q as afirmações e promessas das religiões são, sempre, ou sobre coisas além da compreensão de muitos, ou impalpáveis, imperceptíveis, imponderáveis, incorpóreas, nunca definitivamente comprovadas, apenas imaginadas.  

      No entanto, mesmo descrendo e duvidando, os homens estão ávidos de encontrar algo q lhes dê respostas àquelas eternas perguntas: de onde vim, para onde vou, o q é tudo isso, como me afastar, definitivamente, das infelicidades q me atingem, e aos meus, e chegar a um estado de felicidade duradoura? Procuram algo, uma palavra, um sinal, uma oração q lhes dê esperanças de um futuro melhor do q foi o passado e do q está sendo o presente. Assim, agarram-se a religiões (também a psicologias, medicinas, filosofias, superstições) procurando encontrar nelas a solução para suas dúvidas e males. Basta dar uma olhada na fisionomia daqueles q a TV mostra todos os dias, nos cultos q apresenta.  Não estão, simplesmente, procurando uma religião, mas, ansiosos, uma solução mais rápida para seus males! Parece q compreender o q a religião ensina, não lhes interessa tanto como encontrar nela a solução para suas dores.

      Mas, nada q o mundo oferece lhes traz as respostas procuradas, nem as soluções definitivas para seus problemas. Por isso vemos o q vemos: à medida q surgem novas religiões, novas seitas, ou um novo pregador mais convincente, as novas igrejas se tornam repletas de fieis q esperam q a ‘nova’ crença faça o q a anterior não fez. 

      Essa é a cultura q a tradição e a sociedade nos passam.

      Dentro desse quadro, é muito difícil de crer q podemos chegar a uma condição de alma emancipada, concorda? Por isso, muitos devem pensar: para que tentar? Não será apenas perda de tempo precioso?

      Mas, é possível. As dificuldades são reais, mas há aqueles q chegaram. Para muitos, a afirmação de q, ao espírito não chegou ainda o momento de compreender certas coisas, não os demoveu da determinação de investigar e compreender. Assim, buscando o ‘reino’ (q tudo o mais traz por acréscimo, e q, com relação a sua importância, o mestre disse q “aquele q não abandonar pai e mãe não é digno de encontrá-lo”), muitos chegaram “lá” e, como Jesus, puderam dizer: “eu e o Pai somos um!”.

      Amiga: Veja, segundo o que entendo: a DE,... passa a elucidar o caminho da transformação por meios totalmente viáveis e atingíveis, apesar de reconhecermos que os tais degraus são muito mais numerosos do que nossa vã filosofia pode sequer vislumbrar.

      Cel: viáveis e atingíveis, talvez mais dificilmente do q a emancipação de conformidade com o q as tradições orientais ensinam; as doutrinas e religiões somente ensinam deve ser feito para isso; nunca o mais importante e difícil, o deve ser feito. Esta é a principal diferença entre as religiões e doutrinas populares, e as tradições: estas ensinam o , ensinamento q está além do q ensinam as crenças e religiões do mundo. Daí a sabedoria do conselho de Kardec, de estudar outras linhas de pensamentos espiritualistas.

      Amiga: Então eu lhe pergunto, de que forma, hoje, no momento e no estágio em que nos encontramos como homens, poderemos chegar a este estado de emancipação de alma pregado pelas filosofias orientais e nos integrarmos à natureza e à Deus de forma tão intima e iluminada?

      Cel: praticando, com determinação, o . Observe: quem ou quais doutrinas têm a fórmula para, num coração vazio de amor, colocar amor?   

      Nenhum treinamento, nenhuma repetição de ações, sejam quais forem, leva a isso; nem a intenção, nem o desejo, nem a escolha. Contudo, se nos ensinam o fazer, eventualmente colocaremos amor num coração vazio dessa virtude. Mas, esse não busca, na verdade, alcançar essa virtude, mas a compreensão de o q e quem somos, dentro deste universo infinito, a verdade q liberta.

      Amiga: E, sendo parte tão arraigada de sua crença pessoal, quantas vezes você próprio, ao praticar tais ensinamentos atingiu este estado  de iluminação?

      Cel: minha amiga, por seis décadas estudei doutrinas e religiões, buscando as concordâncias de seus conceitos, sempre encontrando questões obscuras, mal explicadas, incoerentes, contraditórias. Mas, há alguns anos, conheci a ciência moderna q, penetrando além do espaço-tempo, com todos os recursos de última geração de q dispõe, somente agora está trazendo revelações iguais às q os meditadores já haviam trazido desde séculos ou milênios atrás. Esse foi o choque q me levou a perceber onde devia procurar pois, pela primeira vez na história do mundo, ciência e religião puderam se dar as mãos: a ciência homologou as revelações da religião. A resposta sobre o fazer está na literatura das milenares tradições de meditação.

      Por esses ensinamentos, compreendi e percebi certas coisas: q a escolha não é nossa; q o q está acontecendo é o q tem de acontecer, e, portanto, não depende de nossa vontade e nem podemos interferir; q não há culpas nem culpados; q, como disse um sábio, já q nada podemos fazer, para viver melhor frente aos eventos da vida, devemos procurar ter uma boa dose de humor e uma boa dose de indiferença, pois q somos apenas testemunhas do fluir incessante da vida. 
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O EGO NÃO DEIXA PERCEBER QUE TODOS SOMOS UM


      O amigo X escreveu: Será o Ego um ser, ou algo criado socialmente?

      Cel: sim,  se, com “socialmente”, o amigo quer dizer criado como conseqüência  do medo q nos vem, ao nos depararmos, na vida de encarnado, com o mundo ameaçador ao nosso redor e com tudo q seja percebido por nós, através de nossos canais de relação com o mundo: fenômenos, acidentes geográficos, temperatura, pedras, saúde e doença, vida e morte, seres humanos e não humanos, orgânicos e inorgânicos... ; tudo!”.
       X: O Ego é um “eu” que segue costumes, crenças, atitudes defendidas pela maioria?
       Cel: q pode seguir ou não seguir, mas q vê, ouve, sente, cheira, degusta, percebe e interpreta , sempre a nosso favor (por isso suas interpretações não são confiáveis, pois sempre a nosso favor!). O ego nos “ajuda” a viver na carne, mas nos estorva qto à percepção das coisas do espírito, não nos deixando conhecer o que e quem realmente somos dentro deste universo sem fim. Ele provoca a ilusão de que somos seres independentes e separados de tudo o mais, pois vemos o mundo, quando estamos no corpo material, através dos sentidos, sobretudo visão e audição, os quais nos fazem "sentir" que o mundo está "em torno" de nós.  
       X: Cada Ego/personalidade tem um conceito de verdade diferente vindo das experiências diferentes trazidas pela escola da vida?
       Cel: conceito muito ou pouco diferente, ou até mesmo semelhante, das “pequenas” verdades trazidas desse aprendizado. É essa escola que, nos ensinando, continuadamente, através das experiências/lições que, incessantemente, nos proporciona, que nos faz como somos a cada instante. Ela é a causa do q fomos no passado, do que somos hoje e do que seremos no amanhã. Portanto, é ela que, continuadamente, nos molda, em relação aos sentimentos, desejos, escolhas, inteligência, discernimento, compreensão, sendo, assim, a construtora de nosso futuro. 
       X: Mas, a epístola de Paulo diz, claramente, que '' É o pai que opera em nós o pensar...”, muito defendida por você, o que significa que não existe na verdade o famoso livre arbítrio, tão importante para alguns que não aceitam a possibilidade de serem marionetes, máquinas, quando na verdade nem “nossos” próprios pensamentos conseguimos controlar perfeitamente...  
      Cel: Porq disse Paulo q “é o Sr q opera em nós, até mesmo as obras q acreditamos q, na realidade, nós operamos...”? Que “nenhum pensamento é verdadeiramente nosso, pois todos os pensamentos vêm de Deus”? Porq Jesus disse q “tudo vem do Alto” e q “até mesmo nosso desejo de segui-lo (ou seguir, ou fazer o que quer q seja, portanto) não é nosso...”? 
      Todas essas afirmações significam q, na realidade, como vc já deve ter percebido, nada é verdadeiramente nosso, nada vem de nossa mente, ou de nosso íntimo se não for provocado pelo q vem de fora de nós! Ações, eventos externos provocam as reações internas, a partir das quais agimos.   
      Se não existe o livre-arbítrio, tudo, inteligência, discernimento, compreensão, desejos, vontades, escolhas, decisões, sentimentos, virtudes, vícios, crenças etc, não somos nós mesmos q os produzimos, pois “tudo vem do Alto”, tudo vem desse incessante e eterno fluir, desse movimento universal a q damos o nome de vida, ou de escola de vida, ou de Deus.  
      Tudo q fazemos, seja no campo do bem, seja no do mal, somos levados a fazer pelo que a vida nos ensinou. Logo, dentro desse quadro, o livre-arbítrio, como a lei de causa e efeito, culpas e culpados, prêmios e castigos, penalidades e recompensas, nada mais são do que ilusões, fantasias inventadas ou imaginadas (muitas, com boas intenções), talvez inconscientemente, pelo homem q sempre busca e tem de achar uma explicação para tudo, em particular para aquilo q o faça sofrer. Se vc já observou q não comandamos nossos pensamentos, isto é, q eles não são nossos, pois vêm, demoram pouco ou muito, e se vão qdo menos esperamos, independentes de nossa vontade, compreenderá q os demais sentimentos, virtudes, vícios, maldade e bondade, como também desejos e escolhas conseqüentes aos desejos, não são nossos, pois tudo q obramos, pensamos, imaginamos, decidimos etc tem origem em pensamentos... e os pensamentos não são nossos!
      Qto ao livre-arbítrio (que não se harmoniza com o q observamos na vida, nem com o q ensinam as doutrinas, pois não existem decisões ou escolhas independentes ou livres do q  a escola da vida já nos ensinou) os sábios afirmam q “aquele q pensa q escolhe é imaturo; está ainda no jardim da infância (dos “mistérios” da vida) e dificilmente chegará à graduação universitária”; do mesmo modo, a ciência mais avançada do mundo assegura q “a escolha não é nossa”!
       E qto a sermos, pela inexistência do livre-arbítrio, marionetes nas “mãos” de Deus, podemos refletir: e nossas mãos, pés, pernas e braços, nossos olhos etc são nossas marionetes ou prolongamentos, complementos nossos, necessários auxiliares que são na obra de nossa sobrevivência? Do mesmo modo, podemos perguntar: somos meras marionetes de Deus ou prolongamentos, complementos Seus, auxiliares q somos, na obra de Sua criação (como dizem doutrinas)? Reflita sobre os experimentos da “dupla fenda” e da “escolha retardada”, cujas revelações dividiram a ciência em “antes” e “depois” deles e deram nascimento à física moderna, e tenha um a idéia do q colocamos acima.  Poderá encontrá-los na Internet.
       X: Mas, se é o Pai que opera em nós, nossos atos vem de Deus ou do Ego/personalidade existente no mundo material?  Se é Deus que escolhe por nós, como explicar essas vontades, escolhas tão divergentes? Afinal, é o Ego ou Deus ou a vida? 
      Cel: meu amigo, o dizer q é Deus, ou a vida, com suas incessantes lições, q age, escolhe etc, por nós, é um modo de fazer ver que “nós mesmos não agimos”; q, quando movimentamos um dedo ou damos um passo, ou um sorriso, quando imaginamos ou pensamos, tudo isso está sendo realizado por esse Todo Universal, essa Consciência universal q é uma só, única e absoluta; essa consciência que envolve tudo num abraço inafastável; tudo está em seus domínios, pois q, na realidade, não existimos como seres independentes e separados de tudo mais, nem dos demais “eus”, nem do universo; somos uma coisa só; como Jesus e outros disseram, “eu e o Pai somos um”, “eu sou o infinito e o eterno”; ou “só existe uma mente, e nós somos essa mente”!
      Como afirmaram e afirmam aqueles q conheceram a verdade, “a doença da humanidade é ver dois onde só existe Um”; e os cientistas quânticos, chamados por muitos de “cientistas místicos”: “a mente é a única coisa q não tem plural”; ou, “somos apenas máscaras neste mega drama da vida, no qual o único personagem é Deus”, ou "só existe uma mente nós somos essa mente". Por isso, Jesus, q percebeu, pode dizer: "eu e o Pai somos um"!
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PALAVRAS DE UM SÁBIO



Poderosos parecem ser os sentidos; poderosa parece ser a mente; e mais poderosa do que esta parece ser a razão. Mas, superior a tudo é o Ser Supremo. Quando o homem reconhece em si o Ser Supremo é possível dominar os falsos poderes e assim subjugar o ego profano.

Na vasta amplitude da natureza universal, por ciclos intermináveis, manifestam-se 
infinidades de flores, compostas de harmonia de formas e cores, e morrem pouco depois para serem substituídas por outras. As maravilhas da natureza não nascem para serem elogiadas. Não se preocupam em serem vistas. Sua única razão de existir é ser, simplesmente. Esse testemunho da consciência pura e desinteressada é suficiente para o homem crístico que realiza com amor e harmonia o dever que tem a realizar. E como as flores, não esperam elogios ou louvores, nem teme as censuras. 

Os homens estarão em estado natural quando olharem para os rios e sentirem-se parte deles, sentirem-se como a água que corre para o mar; quando olharem as flores dos campos e perceberem nelas mais que o perfume e as cores, perceberem nelas um oceano de paz, uma porta para se integrarem conscientemente com a Verdade. Quando se conscientizarem do estado natural, do estado sem ego, serão iguais aos rios, mares, flores, pássaros: vastos, plenos como o universo e conscientes do Divino Ser. Quando os homens retornarem à consciência do divino, conhecerão o real significado do Amor Supremo.

http://www.slideboom.com/presentations/337660/Palavras-de-Sabedoria---Sri-Maha-Krishna-Swami



terça-feira, 19 de fevereiro de 2013



      Como o uno, uma única mente, ou consciência, se torna muitas consciências, ou mentes?     

      ÓTICA DO MÍSTICO PAULO:
      O q deve ocorrer é, como Paulo disse: “Ele (Deus)está acima e abaixo, à esquerda e à direita, atrás e à frente, dentro e fora! Nele vivemos, nele respiramos!........” Assim, a consciência, a mente, o cérebro e o q mais seja, são a própria ‘Sabedoria’ imutável, infinita e eterna.

      Afinal, isso, a q damos o nome de Deus, está em tudo e é tudo! É a única realidade, o “primeiro, sem segundo”. Como está em tudo, manifesta-se, digamos, sensivelmente, qdo está em algo q possui ferramentas próprias para se manifestar: assim, não numa pedra, mas, sim, num cérebro! E sua manifestação se realiza de conformidade com as possibilidades do ser onde se acha.

      Assim, em qualquer estado ou condição em q esse ser se encontre, cheio de amor ou de ódio, rindo ou chorando, abençoando ou assassinando, ajudando ou prejudicando, sendo egoísta ou solidário, orgulhoso ou humilde, sofrendo ou dançando, cadeirante ou livre etc é a mesma consciência, e a diversidade de manifestações vem das diferentes circunstâncias q envolvem as possibilidades de manifestação.

      Para os mestres, essa consciência é o q é, sempre uma e, sim, imutável, porq ela é assim como é.

       ÓTICA DOS FÍSICOS QUÂNTICOS:
      Do livro de Goswami, ‘Universo autoconsciente’:
      “Uma única Consciência torna-se muitas”
      Como uma única consciência (não-localizada, universal) torna-se muitas consciências localizadas, individuais, pois somos, apenas neste planeta, alguns bilhões de pessoas? Como um mundo de sujeitos e objetos surge de um ser uno? Como surge a experiência de nosso “eu” individual, pessoal? Como surge o sentimento de que somos todos separados?

      Todos temos a intuição, a percepção muito forte de que a mente é separada do corpo; ao mesmo tempo, temos intuição de que a mente não é separada, pois sentimos dor corporal. Além disso, temos a impressão, e mesmo a certeza, de que nosso self (o sujeito de nossa consciência) é separado do mundo e do self dos demais seres.

      E, então, como é q se forma a ilusão da individualidade pessoal, do ‘eu’? Este assunto é importante porque é daí que surge a ilusão da separatividade (a maior ilusão produzida por Maya). Se o self pessoal é ilusório, porque ninguém conseguiu ainda explicar porque existe tal ilusão? Será, realmente, apenas uma ilusão a experiência do ‘eu’ individual, que é tão forte e constante em nossas vidas? Se é, o que é que cria essa ilusão? A experiência do ‘eu’ individual é a mais persistente de nossa vida.

      O componente quântico do cérebro-mente é regenerativo e seus estados são multifacetados (múltiplas facetas, múltiplas superposições coerentes). É o veículo da escolha consciente e da criatividade. No entanto, uma vez que precisa de longo tempo de regeneração (pois é um macro objeto), (regeneração após ter-se desfeito em energia, q ocorre qdo não existe um ser senciente observando, isto é, um ser q tem capacidade de observar – com os canais de relação com o mundo - e sentir sensações produzidas pelo q observou) temos dele consciência e o componente clássico do cérebro (o mecanismo do cérebro tem um componente quântico e um clássico) vem a formar memória e, dessa maneira, serve como ponto de referência para a experiência do self individual, a experiência da auto-referência, que é a capacidade de um sistema se sentir ‘separado’ do mundo, daí nascendo a ilusão de um “eu” pessoal que tem continuidade no tempo, um eu separado e independente, o ego. Essa é a experiência mais inconfundível do “eu”, o ego, o “aparente” processador, executor e integrador de nossos programas. O ego é a imagem que formamos do experienciador aparente de nossos atos, pensamentos e sentimentos do dia-a-dia. Mas, é pura ilusão.

      Para essa afirmação há provas numerosas: provas da não-localidade da ação da mente, como nas experiências paranormais e também nos experimentos sobre a coerência de ondas cerebrais; provas de descontinuidade, abundante nos fenômenos mentais, especialmente nos fenômenos de criatividade; provas de complementaridade: o pensamento sempre se comporta como objeto quântico e apresenta o princípio da incerteza; se nos concentrarmos no conteúdo do pensamento, perdemos de vista a direção para onde ele se dirige; se nos concentramos na direção, perdemos de vista o conteúdo (Faça o teste). Há, aí, duas variáveis conjugadas, complementares: aspecto (conteúdo instantâneo, semelhante à posição dos objetos quânticos) e associação (o fluir, o movimento do pensamento, semelhante ao momentum, velocidade, dos objetos quânticos). Assim, fenômenos mentais, como o pensamento, exibem complementaridade. Embora sempre se manifeste como forma, sendo descrito por atributos, como aspecto e associação, entre as manifestações o pensamento existe como arquétipos transcendentes, como acontece com o objeto quântico com suas superposições coerentes (onda) e o aspecto unifacetado manifesto (partículas).
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      Dê uma lida nesse livro de Goswami.
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

DEUS - A PERCEPÇÃO DE QUE SOMOS UM SÓ



Olá, amigos.

      Do Vedanta: "Embora sendo Pura Sabedoria Imutável por natureza, o Supremo Ser, quando associado à mente que muda conforme as qualidades operantes no momento, identifica-se com ela."
      O amigo Máscaras escreveu: E identificando-se com a mente, surge todo o tipo de ilusões, causando toda sorte de sofrimentos.  Ora, se existe uma Pura Sabedoria Imutável, como pode ela identificar-se com algo que não seja ela mesma? E mais: se Maya é produzida por essa Pura Sabedoria Imutável, como é que, a própria Sabedoria foi construir maya para depois se identificar com a ilusão? 
      Cel: essa palavra ‘imutável’ causa mesmo estranhezas; contudo, conforme os sábios, é porq nossa mente, limitada e finita, não consegue alcançar o significado ultimo de certas coisas. Lembre-se q Paulo disse: “... e lá vi e ouvi coisas inefáveis!” O Buda, também, aos q o inquiriam: “suas perguntas são irrelevantes? Venha e tenha sua própria experiência!” Para os misticos e sábios q chegaram "lá", e, hoje, também para os cientistas quânticos, a consciência é uma só, única, absoluta e exatamente assim como é. Como disse Libniz (?) matemático, pensador, cientista, filósofo “Deus é o q é!”. 

      O q deve ocorrer é, como Paulo disse: “ele está acima e abaixo, à esquerda e à direita, atrás e à frente, dentro e fora! Nele vivemos, nele respiramos!” Assim, a consciência, a mente, o cérebro e o q mais seja, são a própria ‘Sabedoria’ imutável, infinita e eterna. Afinal, isso, a q damos o nome de Deus, está em tudo e é tudo! É a única realidade, o “primeiro, sem segundo”. Como está em tudo, manifesta-se, digamos, sensivelmente, qdo está em algo q possui ferramentas próprias para se manifestar: assim, não numa pedra, mas, sim, num cérebro! E sua manifestação se realiza de conformidade com as possibilidades do ser onde se acha. Assim, em qualquer estado ou condição em q esse ser se encontre, cheio de amor ou de ódio, rindo ou chorando, abençoando ou assassinando, ajudando ou prejudicando, sendo egoísta ou solidário, orgulhoso ou humilde, sofrendo ou dançando, cadeirante ou livre etc é a mesma consciência, e a diversidade de manifestações vem das diferentes circunstancias q envolvem as possibilidades de manifestação. Para os mestres, essa consciência é o q é, sempre uma e, sim, imutável, porq ela é assim como é.

      Mascaras: Se maya é o resultado da identificação da Pura Sabedoria com a mente, onde está a Pura Sabedoria? Já que, ela se permite identificar-se com a mente, produzindo ilusão e sofrimento... 
      Cel: os homens, mesmo sem conhecer Deus, ou a Pura Sabedoria, lhe conferem uma série de atributos, q talvez mais obscureçam do q deixam clara a visão q podemos ter daquilo a q damos o nome de Deus. O fato, a verdade, a conclusão q podemos tirar dos testemunhos e escritos de místicos, sobre a divindade, e das revelações da ciência moderna, é q todos e tudo somos Deus, ou somos essa consciência q tudo envolve, permeia e é. Não há, portanto, uma ‘entidade’, um ser independente, ou inteligente e poderoso, onisciente e onipresente, infinito e eterno etc a quem podemos dar esse nome. 

      A concepção de um Deus, de infinito amor e felicidade, vem da percepção obtida qdo, pelo sucesso na meditação (raríssimas vezes por outro motivo), o ser humano entra numa condição de “bem-aventurança” absoluta, na qual nada empana a sabedoria e a felicidade q resultam da eliminação do ego e de se sentir uma só coisa com esse “todo”, astros, galáxias, montanhas, pedras, mares, cavalos, trens, aviões, baratas, gente, grama, fezes, sentimentos... É a esse sentimento/percepção extraordinário, q traz infinita felicidade (a sabedoria vem do cessarem as operações do ego, q punha limites a nossa compreensão) q os iluminados dão tantos nomes, dos quais um deles é ‘Deus’. Para outros, vc sabe, é o Todo, Absoluto, o Alfa e o Omega, o Vazio e o Nada, Mente ou Consciência Universal, Cristo, Buda, e consciência crística e búdica, ou cósmica, Verbo... conforme a cultura e circunstancias do momento. 

      Deus, portanto, é a percepção jubilosa de se sentir “um com tudo”, uma condição de extrema felicidade e ‘perfeição’ (tudo está perfeito exatamente como é), na qual sofrimentos não têm lugar! Serenidade total! 

      E para aqueles q continuam no corpo físico, pois suportaram e resistiram à extrema “voltagem” dessa experiencia que (como diz o Osho) queima todos os problemas e a ignorância, para esses brota ‘um amor quase insuportável’ pelo mundo, pois vêm q os semelhantes continuam sofrendo todas essas terríveis misérias q a vida apresenta, exatamente porq não passaram pela mesma experiência pela qual eles passaram; por não conhecerem a verdade libertadora de se perceber um com Deus. ...............................................

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A CONQUISTA DO DOMÍNIO SOBRE OS PENSAMENTOS.


      Sobre a Meditação.
      A conquista do domínio sobre os pensamentos.
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      Um amigo escreveu:

      “Há algum tempo, venho tentando praticar a meditação. Apesar da correria do dia-a-dia e do pouco tempo de que disponho, pude perceber algumas coisas.

      Não sei se estou de todo correto porém, com esses exercícios, senti que a nossa mente tem vida própria e o tempo todo tentei “expulsá-la” de mim. Insistente, ela vai e volta, trazendo lembranças, pensamentos muitas vezes sem sentido e desnecessários...

      Pude constatar que não somos a nossa mente e conseqüentemente não somos o que pensamos ser....

      Como posso ir mais além? Como posso me conectar com o sagrado? Me vejo, muitas vezes, sem caminho a seguir.

      Um abraço
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      Resp: É assim mesmo pois, desde q abrimos os olhos para a vida, somos condicionados, pelas tradições, culturas, costumes, religiões, sociedade... a crer q somos nós mesmos q pensamos, mas, como vc viu, nenhum comando temos sobre os pensamentos. Eles vêm, permanecem pouco ou muito tempo, e se vão, nos fazendo mal ou bem, independentemente de nossa vontade e muitas vezes contra ela. Como disse Paulo, o porta-voz de Jesus, ou do cristianismo: “É o Senhor que opera em nós o pensar, o querer e o fazer!” e mais: “... como se tivésseis algum pensamento como de vós mesmos, pois todos os pensamentos vêm de Deus!”    

      Por isso, como agimos sempre de acordo com eles, fazemos tantas coisas absurdas e sofremos e fazemos outros sofrerem, muitas vezes qdo queremos fazer exatamente o contrário. E é exatamente porq eles nos levam para lá e para cá, q somos o q somos agora.

      Se tivéssemos comando sobre eles, estaríamos iluminados; saberíamos quem e o que somos.

      E como os pensamentos não são verdadeiramente nossos, também não são nossos os desejos e as conseqüentes escolhas (livre-arbítrio) de fazer isto ou aquilo. Logo, nem mesmo somos responsáveis por nossas obras (pelo fazer). Assim, talvez para q não pensássemos ou estranhássemos q sofremos por obras que “fazemos”, mas q não são nossas, Paulo também, afirmou: “Não é por vossas obras que sereis salvos, mas pela graça de Deus!” Jesus, também, falou coisas nesse mesmo sentido.

      A prática da meditação tem somente esse objetivo: assumir o comando sobre os pensamentos, sobre a mente. Se conseguirmos isso, o ego, único obstáculo entre nós e Deus, se vai e podemos dizer, como Jesus: "Eu e o Pai somos um!"

      Por isso, disse o maior (?) profeta do Antigo Testamento: "Aquieta-te e sabe: eu sou Deus!", isto é, se vc consegue controlar sua mente, fazendo-a cessar de operar, vc perceberá q não é mais você que está aí onde vc está, mas Deus. Como os mestres afirmam: “Ou o eu; ou Deus!”

      Esse é o único trabalho q precisamos fazer: aquietar a mente. E é mesmo trabalhoso e difícil devido a nossos condicionamentos e à cultura ocidental.

      Assim, no Bagavad Gita, a “Sublime Canção da Imortalidade”, do Mahabarata, épico clássico do hinduísmo, considerado um verdadeiro manual de psicologia-evolutiva do  ser humano, escrito três mil anos antes de Cristo, está: “Arjuna, o representante dos homens, desolado se lamenta: “Como dominar a mente? Ela é como um cavalo indomável!”, ao q Krishna, o representante de Deus, afirma: “Sim, é difícil, mas não é impossível!””.

      Os pensamentos são a mente. No mesmo sentido do que disse o profeta do Antigo Testamento citado mais acima, H.P. Blavatysk, uma das figuras mais notáveis do século XIX, fundadora da Teosofia (literalmente, “Sabedoria Divina”), e que surgiu em um momento histórico em que a religião estava sendo rapidamente desacreditada pelo avanço da Ciência e da Tecnologia, disse: “A mente é a assassina de Deus; mate a assassina!” e, Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-no-ie (“O caminho do progredir infinito”), disse: “Quando o ego se afasta, Deus se manifesta!”.

      Nas práticas da Raja-Yoga (yoga real, a yoga da meditação) usa-se a repetição do mantra “Om-namo” q, para uns, significa “Deus-não eu””; do mesmo modo, para uns, “Seicho-no-ie” tem o mesmo significado: “Deus-não eu”.

      Isso mostra q, para muitos, a percepção a q devemos chegar é q “não sou eu q estou aqui; é Deus”. Para mestres e sábios, e para a ciência moderna, todos somos Deus, todos somos um só. (“Eu e o Pai somos um!”).

      Como afirmam cientistas quânticos, “a mente é a única coisa q não tem plural” e, ainda, “só existe uma mente, e nós somos essa mente!” Muitos outros afirmaram a mesma coisa e, por isso, muitos foram penalizados com a morte pelo fogo, esfolamento, sepultados vivos; outros, obrigados a se calarem para sempre, outros...

      Abç.