O amigo X escreveu: Será o Ego um ser, ou algo criado socialmente?
Cel:
sim, se, com “socialmente”, o amigo quer
dizer criado como conseqüência do medo q nos vem, ao nos depararmos,
na vida de encarnado, com o mundo ameaçador ao nosso redor e com tudo q seja
percebido por nós, através de nossos canais de relação com o mundo: fenômenos,
acidentes geográficos, temperatura, pedras, saúde e doença, vida e morte, seres
humanos e não humanos, orgânicos e inorgânicos... ; tudo!”.
X:
O Ego é um “eu” que segue costumes, crenças, atitudes defendidas pela maioria?
Cel:
q pode seguir ou não seguir, mas q vê, ouve, sente, cheira, degusta, percebe e
interpreta , sempre a nosso favor (por isso suas interpretações não
são confiáveis, pois sempre a nosso favor!). O ego nos “ajuda” a viver na
carne, mas nos estorva qto à percepção das coisas do espírito, não nos deixando
conhecer o que e quem realmente somos dentro deste universo sem fim. Ele
provoca a ilusão de que somos seres independentes e separados de tudo o mais,
pois vemos o mundo, quando estamos no corpo material, através dos sentidos, sobretudo
visão e audição, os quais nos fazem "sentir" que o mundo está
"em torno" de nós.
X:
Cada Ego/personalidade tem um conceito de verdade diferente vindo das
experiências diferentes trazidas pela escola da vida?
Cel:
conceito muito ou pouco diferente, ou até mesmo semelhante, das “pequenas”
verdades trazidas desse aprendizado. É essa escola que, nos ensinando,
continuadamente, através das experiências/lições que, incessantemente, nos
proporciona, que nos faz como somos a cada instante. Ela é a causa do q fomos
no passado, do que somos hoje e do que seremos no amanhã. Portanto, é ela que,
continuadamente, nos molda, em relação aos sentimentos, desejos, escolhas, inteligência,
discernimento, compreensão, sendo, assim, a construtora de nosso futuro.
X:
Mas, a epístola de Paulo diz, claramente, que '' É o pai que opera em nós
o pensar...”, muito defendida por você, o que significa que não existe na
verdade o famoso livre arbítrio, tão importante para alguns que não
aceitam a possibilidade de serem marionetes, máquinas, quando na verdade nem
“nossos” próprios pensamentos conseguimos controlar perfeitamente...
Cel:
Porq disse Paulo q “é o Sr q opera em nós, até mesmo as obras q
acreditamos q, na realidade, nós operamos...”? Que “nenhum pensamento é
verdadeiramente nosso, pois todos os pensamentos vêm de Deus”? Porq Jesus disse
q “tudo vem do Alto” e q “até mesmo nosso desejo de segui-lo (ou seguir, ou
fazer o que quer q seja, portanto) não é nosso...”?
Todas essas
afirmações significam q, na realidade, como vc já deve ter percebido, nada é
verdadeiramente nosso, nada vem de nossa mente, ou de nosso íntimo se não for
provocado pelo q vem de fora de nós! Ações, eventos externos provocam as
reações internas, a partir das quais agimos.
Se não
existe o livre-arbítrio, tudo, inteligência, discernimento, compreensão,
desejos, vontades, escolhas, decisões, sentimentos, virtudes, vícios, crenças
etc, não somos nós mesmos q os produzimos, pois “tudo vem do Alto”, tudo vem
desse incessante e eterno fluir, desse movimento universal a q damos o nome de
vida, ou de escola de vida, ou de Deus.
Tudo q
fazemos, seja no campo do bem, seja no do mal, somos levados a fazer pelo que a
vida nos ensinou. Logo, dentro desse quadro, o livre-arbítrio, como a lei de
causa e efeito, culpas e culpados, prêmios e castigos, penalidades e
recompensas, nada mais são do que ilusões, fantasias inventadas ou imaginadas
(muitas, com boas intenções), talvez inconscientemente, pelo homem q sempre
busca e tem de achar uma explicação para tudo, em particular para aquilo q o
faça sofrer. Se vc já observou q não comandamos nossos pensamentos, isto é, q
eles não são nossos, pois vêm, demoram pouco ou muito, e se vão qdo menos
esperamos, independentes de nossa vontade, compreenderá q os demais
sentimentos, virtudes, vícios, maldade e bondade, como também desejos e
escolhas conseqüentes aos desejos, não são nossos, pois tudo q obramos,
pensamos, imaginamos, decidimos etc tem origem em pensamentos... e os
pensamentos não são nossos!
Qto
ao livre-arbítrio (que não se harmoniza com o q observamos na vida, nem com o q
ensinam as doutrinas, pois não existem decisões ou escolhas independentes ou
livres do q a escola da vida já nos ensinou) os sábios afirmam q
“aquele q pensa q escolhe é imaturo; está ainda no jardim da infância (dos
“mistérios” da vida) e dificilmente chegará à graduação universitária”; do
mesmo modo, a ciência mais avançada do mundo assegura q “a escolha não é
nossa”!
E
qto a sermos, pela inexistência do livre-arbítrio, marionetes nas “mãos” de
Deus, podemos refletir: e nossas mãos, pés, pernas e braços, nossos olhos etc
são nossas marionetes ou prolongamentos, complementos nossos, necessários
auxiliares que são na obra de nossa sobrevivência? Do mesmo modo, podemos
perguntar: somos meras marionetes de Deus ou prolongamentos, complementos Seus,
auxiliares q somos, na obra de Sua criação (como dizem doutrinas)? Reflita
sobre os experimentos da “dupla fenda” e da “escolha retardada”, cujas
revelações dividiram a ciência em “antes” e “depois” deles e deram nascimento à
física moderna, e tenha um a idéia do q colocamos acima. Poderá
encontrá-los na Internet.
X:
Mas, se é o Pai que opera em nós, nossos atos vem de Deus ou do
Ego/personalidade existente no mundo material? Se é Deus que escolhe
por nós, como explicar essas vontades, escolhas tão divergentes? Afinal, é o
Ego ou Deus ou a vida?
Cel:
meu amigo, o dizer q é Deus, ou a vida, com suas incessantes lições, q age,
escolhe etc, por nós, é um modo de fazer ver que “nós mesmos não agimos”; q,
quando movimentamos um dedo ou damos um passo, ou um sorriso, quando imaginamos
ou pensamos, tudo isso está sendo realizado por esse Todo Universal, essa
Consciência universal q é uma só, única e absoluta;
essa consciência que envolve tudo num abraço inafastável; tudo
está em seus domínios, pois q, na realidade, não existimos como seres
independentes e separados de tudo mais, nem dos demais “eus”, nem do universo;
somos uma coisa só; como Jesus e outros disseram, “eu e o Pai somos um”, “eu
sou o infinito e o eterno”; ou “só existe uma mente, e nós somos essa mente”!
Como
afirmaram e afirmam aqueles q conheceram a verdade, “a doença da humanidade é
ver dois onde só existe Um”; e os cientistas quânticos, chamados por muitos de
“cientistas místicos”: “a mente é a única coisa q não tem plural”; ou, “somos
apenas máscaras neste mega drama da vida, no qual o único personagem é Deus”,
ou "só existe uma mente nós somos essa mente". Por isso, Jesus, q
percebeu, pode dizer: "eu e o Pai somos um"!
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