sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A EMANCIPAÇÃO DA ALMA


      Com a Amiga, uma conversa, nascida do tópico ”O estado natural do homem”, do fórum espirita.

      Cel: esse estado de emancipação da alma é mesmo difícil de ser atingido e, também, de se conquistar credibilidade ou confiança necessária para levar o homem ao esforço de atingi-lo. Qual será a causa de muitos não crerem em qualquer religião ou doutrina? Qual é a causa de, por séculos, a ciência ter sido ferrenha adversária da religião? Sem dúvida, isso se deve a q as afirmações e promessas das religiões são, sempre, ou sobre coisas além da compreensão de muitos, ou impalpáveis, imperceptíveis, imponderáveis, incorpóreas, nunca definitivamente comprovadas, apenas imaginadas.  

      No entanto, mesmo descrendo e duvidando, os homens estão ávidos de encontrar algo q lhes dê respostas àquelas eternas perguntas: de onde vim, para onde vou, o q é tudo isso, como me afastar, definitivamente, das infelicidades q me atingem, e aos meus, e chegar a um estado de felicidade duradoura? Procuram algo, uma palavra, um sinal, uma oração q lhes dê esperanças de um futuro melhor do q foi o passado e do q está sendo o presente. Assim, agarram-se a religiões (também a psicologias, medicinas, filosofias, superstições) procurando encontrar nelas a solução para suas dúvidas e males. Basta dar uma olhada na fisionomia daqueles q a TV mostra todos os dias, nos cultos q apresenta.  Não estão, simplesmente, procurando uma religião, mas, ansiosos, uma solução mais rápida para seus males! Parece q compreender o q a religião ensina, não lhes interessa tanto como encontrar nela a solução para suas dores.

      Mas, nada q o mundo oferece lhes traz as respostas procuradas, nem as soluções definitivas para seus problemas. Por isso vemos o q vemos: à medida q surgem novas religiões, novas seitas, ou um novo pregador mais convincente, as novas igrejas se tornam repletas de fieis q esperam q a ‘nova’ crença faça o q a anterior não fez. 

      Essa é a cultura q a tradição e a sociedade nos passam.

      Dentro desse quadro, é muito difícil de crer q podemos chegar a uma condição de alma emancipada, concorda? Por isso, muitos devem pensar: para que tentar? Não será apenas perda de tempo precioso?

      Mas, é possível. As dificuldades são reais, mas há aqueles q chegaram. Para muitos, a afirmação de q, ao espírito não chegou ainda o momento de compreender certas coisas, não os demoveu da determinação de investigar e compreender. Assim, buscando o ‘reino’ (q tudo o mais traz por acréscimo, e q, com relação a sua importância, o mestre disse q “aquele q não abandonar pai e mãe não é digno de encontrá-lo”), muitos chegaram “lá” e, como Jesus, puderam dizer: “eu e o Pai somos um!”.

      Amiga: Veja, segundo o que entendo: a DE,... passa a elucidar o caminho da transformação por meios totalmente viáveis e atingíveis, apesar de reconhecermos que os tais degraus são muito mais numerosos do que nossa vã filosofia pode sequer vislumbrar.

      Cel: viáveis e atingíveis, talvez mais dificilmente do q a emancipação de conformidade com o q as tradições orientais ensinam; as doutrinas e religiões somente ensinam deve ser feito para isso; nunca o mais importante e difícil, o deve ser feito. Esta é a principal diferença entre as religiões e doutrinas populares, e as tradições: estas ensinam o , ensinamento q está além do q ensinam as crenças e religiões do mundo. Daí a sabedoria do conselho de Kardec, de estudar outras linhas de pensamentos espiritualistas.

      Amiga: Então eu lhe pergunto, de que forma, hoje, no momento e no estágio em que nos encontramos como homens, poderemos chegar a este estado de emancipação de alma pregado pelas filosofias orientais e nos integrarmos à natureza e à Deus de forma tão intima e iluminada?

      Cel: praticando, com determinação, o . Observe: quem ou quais doutrinas têm a fórmula para, num coração vazio de amor, colocar amor?   

      Nenhum treinamento, nenhuma repetição de ações, sejam quais forem, leva a isso; nem a intenção, nem o desejo, nem a escolha. Contudo, se nos ensinam o fazer, eventualmente colocaremos amor num coração vazio dessa virtude. Mas, esse não busca, na verdade, alcançar essa virtude, mas a compreensão de o q e quem somos, dentro deste universo infinito, a verdade q liberta.

      Amiga: E, sendo parte tão arraigada de sua crença pessoal, quantas vezes você próprio, ao praticar tais ensinamentos atingiu este estado  de iluminação?

      Cel: minha amiga, por seis décadas estudei doutrinas e religiões, buscando as concordâncias de seus conceitos, sempre encontrando questões obscuras, mal explicadas, incoerentes, contraditórias. Mas, há alguns anos, conheci a ciência moderna q, penetrando além do espaço-tempo, com todos os recursos de última geração de q dispõe, somente agora está trazendo revelações iguais às q os meditadores já haviam trazido desde séculos ou milênios atrás. Esse foi o choque q me levou a perceber onde devia procurar pois, pela primeira vez na história do mundo, ciência e religião puderam se dar as mãos: a ciência homologou as revelações da religião. A resposta sobre o fazer está na literatura das milenares tradições de meditação.

      Por esses ensinamentos, compreendi e percebi certas coisas: q a escolha não é nossa; q o q está acontecendo é o q tem de acontecer, e, portanto, não depende de nossa vontade e nem podemos interferir; q não há culpas nem culpados; q, como disse um sábio, já q nada podemos fazer, para viver melhor frente aos eventos da vida, devemos procurar ter uma boa dose de humor e uma boa dose de indiferença, pois q somos apenas testemunhas do fluir incessante da vida. 
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