terça-feira, 24 de abril de 2012

TODOS SOMOS UM - Paulo e a analogia do corpo


      Somos Todos UM - Paulo de Tarso e a Analogia do Corpo

      Mais uma vez, o amigo traz texto q merece nossa atenção e reflexão; mais uma vez palavras de Paulo (rejeitado por muitos espíritas e por muitos católicos e seus mentores) nos esclarecendo q “somos um com o pai”, q há uma só Consciência (Universal) e q somos essa consciência. Como ensina Paulo, o misticismo milenar e a ciência de hoje, ‏todos, sem exceção de ninguém, somos membros do Cristo (não, é evidente, membros do homem a quem deram o título de Cristo, mas membros de um “organismo” (palavra imprópria) q abrange o Todo Universal, e a q damos o nome de Cristo, Deus, Buda, Consciência Crística ou Cósmica, o Alfa e o Ômega, o Absoluto, o Verbo, o Todo e o Nada, o Vazio e a Forma etc, conforme as diferentes culturas).

      Como dizem sábios, mestres, físicos quânticos, somos, nós, humanos e não humanos, os olhos e ouvidos (sentidos objetivos, tb expressão imprópria) com q Deus vê o universo, ou seja, vê a si mesmo. Aqui, devemos relembrar o “experimento da dupla fenda”, q nos faz refletir sobre isso.

      Texto: A "igreja" e o corpo de Cristo (1 Coríntios 12, 12-27)

      Pois, assim como o corpo é um só, embora tendo muitos membros; e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo; assim também Cristo (ou Deus).

      De facto, fomos todos batizados num só Espírito, para formarmos um só corpo — judeus ou gregos, escravos ou livres Fantasma — e a todos foi dado a beber um único Espírito.

      O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. Se o pé dissesse: «Uma vez que não sou mão, não faço parte do corpo»; nem por isso deixaria de pertencer ao corpo. E se o ouvido dissesse: «Uma vez que não sou o olho, não faço parte do corpo»; nem por isso deixaria de pertencer ao corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde ficaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde ficaria o olfacto? Deus, porém, dispôs os membros no corpo, cada um conforme lhe aprouve.

      Se todos fossem um único membro, onde estaria o corpo? Com efeito, existem muitos membros, mas um só corpo.

      Não pode, pois, o olho dizer à mão: «Não tenho necessidade de ti»; nem tão pouco a cabeça dizer aos pés: «Não tenho necessidade de vós».

      Pelo contrário, quanto mais fracos parecem ser os membros do corpo, tanto mais são necessários; e aqueles que parecem ser os menos dignos do corpo, a esses rodeamos de maior dignidade; e aqueles que são menos decentes, nós os tratamos com mais decoro, pois os que são decentes, não têm necessidade disso.

      Mas Deus dispôs o corpo, de modo a dar maior dignidade ao que dela carecia, a fim de não haver divisão no corpo e os membros terem a mesma solicitude uns para com os outros.

      Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria.

      Ora vós sois o corpo de Cristo e seus membros, cada um pela sua parte.
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      Cel: as partes q, afinal, se confundem, tornando-se o q nunca deixaram de ser: um só!
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sábado, 21 de abril de 2012

O "PAI NOSSO" SOB A ÓTICA MÍSTICA


      Olá, amigos.
    
      Sob a ótica da física quântica e do misticismo, uma tentativa de entender a oração Pai Nosso, conforme a tradução hoje aceita pelas doutrinas cristãs.
                  
      Vejam que foram esquecidas estas palavras do profeta do Antigo Testamento: “Aquieta-te e sabe: Eu sou Deus”. Qual será seu significado? Lembrem-se que Jesus ensinou que, quando quisermos falar ao Pai, devemos nos “fechar em nosso quarto” e, em oculto (isto é, sozinhos, em silêncio, aquietados), falar ao Pai que, em oculto, nos ouve. Será essa uma sugestão para fechar as portas e janelas de madeira, ou o que seja, e ficarmos isolados em um cômodo da casa, de modo que ninguém perturbe ou saiba de nossa conversa com Deus? Isso facilitaria a comunicação? Ou seria “fechar” nossa mente, isto é, tentar não ouvir, não ver, não exercitar os sentidos objetivos, nem a imaginação, nem a memória; enfim, trazer “silêncio” à mente, calar a mente ou, como ensinou o profeta do Antigo Testamento, “aquietar” a mente?

      Vamos ver uma nova maneira de entender a oração:
      “Quando orardes, entrai no vosso quarto (dentro de vós mesmos) e, fechada a porta (cessada a ação dos sentidos e da mente, portanto, do ego) orai a vosso Pai que vos ouve em oculto (no mais íntimo de vosso ser; orai em silêncio, a “oração de recolhimento”, ensinada por Teresa de Ávila, santa e doutora teologal da Igreja de Roma, João da Cruz, outro santo dos católicos e pelos místicos) oração sem palavras ou pensamentos, oração na qual todos os sentidos, memória e esperanças são “recolhidos”, sem qualquer movimento ou operação do ego. Essa oração, se bem feita, pode resultar na “oração de quietude” (como nomeada por Teresa de Ávila), na qual há completo silêncio mental, o ego cessou (“ou eu, ou Deus”) e, com ele cessam todos os condicionamentos q nos são impostos, desde q abrimos os olhos para a vida, pelas, tradições, culturas,  costumes, educação, religiões, sociedade) e, tb com ele cessam todas as ilusões, e a “coisa” pode acontecer ...

      A oração, contida nos Evangelhos, poderia ser interpretada assim, pois Jesus conhecia a verdade de que era “um com o Pai”, sabia que “todos somos um”, e que a “vontade de Deus”, inapelavelmente, sempre é feita:

      Vamos a uma diferente interpretação do Pai Nosso:
           “Pai nosso que estais nos céus”: O Pai nosso, o Absoluto inefável está no céu e em todo o universo; em nós, e em todas as coisas e todos nós e todas as coisas estamos nEle. Que compreendamos o significado de sua presença em nós, pois só assim ficaremos perfeitamente sãos da carne e do espírito.

      “Santificado seja o vosso nome”: O seu nome, o “Eu sou”, que é o mesmo “Eu sou” de todos nós, seja santificado, considerado sagrado, pois representa a divindade, a totalidade, a Mente ou Consciência Universal, o Absoluto.

      “Venha a nós o vosso reino”: Que percebamos que somos de seu reino, de sua mesma natureza, de sua mesma essência, e, assim, que a ignorância, imperfeições e os sofrimentos são apenas ilusões.
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      “Seja feita a vossa vontade assim na terra como nos céus”: Que saibamos que a vontade de Deus é feita, inapelavelmente, tanto em nós (pois as escolhas não são nossas) quanto na terra, como nos céus, e em todo o universo; e que, portanto, temos de aceitá-la, pois não há o que fazer contra ela, que é sempre perfeita e que representa amor, vida, felicidade, entendimento, luz - embora, a interpretemos, por vezes, como tragédia, conflito, sofrimento, caos - sem qualquer bloqueio de nossa parte, isto é, tão facilmente como ela é feita e aceita onde não há resistências a sua realização, em todo lugar, assim na terra como no céu.

      “O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje”: E que tenhamos, cada dia, a energia para o impulso necessário para nos levar a essa percepção; o pão nosso, a energia destinada ao nosso despertar da escuridão, que estejamos a ela abertos a cada dia, hoje e a todos os instantes.

      “Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos os nossos devedores”: Que perdoemos sempre os nossos devedores, pois as ações que fazemos, como as que eles fazem, não são nossas; nada escolhemos, pois “É o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer”. Que superemos, nos relacionamentos, os erros de falta de paciência, de cobranças indevidas, de irritações sem motivos, de intolerância pelas falhas mútuas, ou pequenas faltas, pelo cansaço, pelo egocentrismo de cada um quando acha que seus problemas são maiores que os dos outros, e que saibamos, portanto, perdoar as dívidas que temos uns com os outros, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes...  sempre, porque ninguém escolhe e, portanto, ninguém tem culpa.

      “Não nos deixeis cair em tentação”: Que não sejamos levados à tentação de praticar atos errados, dos quais mais tarde, por nossa ignorância, nos arrependamos e, por isso, soframos remorsos; e nem à tentação de pensar que somos nós que escolhemos e decidimos, independentemente do beneplácito de Deus.

      “E livrai-nos de todo o mal”: E que estejamos livres de praticar qualquer mal, em particular contra os inocentes das questões que tenhamos uns com os outros, aos quais não foi sequer perguntado, pois talvez não saberiam compreender nem responder, se o passo que dávamos lhes conviria.

      “Pois é vosso o reino, o poder e a glória”: E que saibamos, “por experiência própria”, que o reino divino de poder e glória já é nosso desde todo o sempre. E que somente Seu é o poder e a escolha de tudo.

      “Assim seja”’.

         
      A oração não conteria  pedidos a Deus, pois a Consciência Universal tem, de todas as nossas necessidades, plena consciência, e não modificaria o equilíbrio do cosmos simplesmente para atender à vontade de alguém. 
      Conteria, sim, exortações e lições aos homens. Jesus deseja ensinar que a divindade já está em nós, que devemos, portanto, considerar sagrados todos e tudo, pois que tudo é obra de Deus. Que tenhamos a percepção de que já estamos no reino divino, embora ainda não o percebamos (porq iludidos com as interpretações distorcidas que o ego nos dá a todos os instantes, sejam boas ou más); que saibamos que a vontade de Deus, queiramos ou não, aceitemos ou não, deve ser acolhida por todos, porque não há o que fazer para modificá-la. Que saibamos buscar a energia, os pensamentos inspiradores que nos dêem o impulso necessário para a busca do reino de Deus. Que saibamos perdoar a todos, pois que todos, como nós, nada fazem por vontade própria, pois a escolha não é nossa. Que a vontade divina seja, não por pedirmos, no sentido de que não fiquemos, por nossa ignorância, tentados a fazer qualquer mal a qualquer ser vivo, humano ou não; portanto, que o desejo de todos seja sempre de não praticar o mal de modo algum. E que fiquemos sabendo que de Deus é o reino, isto é, o poder e a vontade sobre nós e sobre tudo.
      Afirmam os sábios e, hoje, a filosofia da física quântica, que nada fazemos por nós mesmos, não escolhemos, nada decidimos; logo, não há o que perdoar ou pedir para nós ou para outrem; já estamos no reino, só nos falta a percepção desse fato, percepção que é a coisa mais importante a ser tentada pelo homem, como asseguram os iluminados (Jesus: “Buscai, lugar o reino de Deus...”), os místicos e, hoje, os luminares da moderna ciência e da psicologia transpessoal.


sexta-feira, 20 de abril de 2012


(19) TRECHOS PARA VOCÊ LER E ANALISAR   (Jan 2006)

               
No Ocidente, as religiões populares, religiões organizadas segundo livros ditos sagrados, muitas com hierarquias, são aquelas q recomendam aos adeptos (e estes tentam obedecer) q obedeçam aos preceitos tidos como ‘a palavra de Deus’.
Naturalmente, aquele que segue suas regras e ensinamentos se sente feliz, pois, se tem fé, estará certo de que, ao fim da sua vida, será recompensado, pois é essa a promessa dessas doutrinas.
No entanto, a fé tem de estar alicerçada em argumentos sólidos; caso contrário será apenas crença, sem valor algum, ilusão. Chega o tempo em que o homem começa a questionar suas crenças, e as vê sem base consistente. Por isso, sábios iluminados disseram que ‘aquele que se filia a religiões organizadas é imaturo’, que está ainda no ‘jardim da infância’ e, dificilmente, chegará à ‘Graduação Universitária’.
E que são argumentos sólidos? Apenas a afirmação daquele que foi considerado profeta ou que pregou a ‘palavra de Deus’? Depois de vinte séculos, temos certeza absoluta de que as escrituras cristãs, no caso dos ocidentais, não sofreram qualquer tipo de modificação? Lembrem-se que elas sofreram numerosas traduções, a influência de interesses, costumes, interpretações e diferentes gramáticas, até chegar ao que são na atualidade. Por isso, os sábios aconselham a ‘não pôr outra cabeça acima da sua’, isto é, a não confiar nas interpretações de outrem, mas que cada um busque sua própria interpretação ou confirmação, sua própria experiência pessoal, isto é, aconselham que, cada um, veja por si mesmo.
       Essas religiões apregoam a necessidade de adorar e louvar o Deus único; de obedecer, sem questionamento, as regras impostas aos fiéis como se fossem, como dizem os pregadores, a ‘palavra do Senhor’. Que, como Senhor, as recomendações, do homem Jesus, devem ser obedecidas à risca; qualquer desobediência grave poderá nos trazer a perdição até mesmo por toda a eternidade.
       Enquanto isso, os iluminados afirmam que a divindade está acima de toda necessidade de ser adorada ou glorificada, de ser obedecida; que as orações mais sentidas, as súplicas mais sinceras, não trazem qualquer deleite a Deus, e que já estamos todos desde sempre salvos, pois não há do que o homem se salvar. Tudo que fazemos em nossa vida, criaturas que somos de Deus, o fazemos com o beneplácito da divindade, que nos criou assim e, como reza a Sagrada Escritura, ‘é o Senhor que opera em nós o pensar, o querer e o fazer’.
       Concordando com essa afirmação, o Zen Budismo diz que ‘é até mesmo absurdo reivindicarmos a paternidade de nossos próprios pensamentos’, como disse Paulo: “... como se tivésseis algum pensamento como vosso, pois todos eles vêm de Deus!”.   
       Agora, se o homem almeja, não apenas obedecer, louvar e adorar o Ser Divino, como crente e temente a Deus que é, pelo temor de seu castigo, mas ir, além disso, para perceber e conhecer a divindade inefável, e até mesmo confundir-se com ela, não numa condição após a morte física, como apregoam as religiões populares, mas mesmo em vida, a questão não se resumirá em obedecer e louvar, mas em buscar a experiência dos místicos, de todas as eras e latitudes, como Jesus, Buda, Teresa de Ávila e muitos outros.
       Essa experiência leva ao percebimento da divindade e a com ela confundir-se, como afirmam, entre muitos outros, o místico cristão, padre jesuíta, cientista, teólogo e filósofo (famoso por suas visões místicas), Meister Eckhart (só não foi condenado, pela igreja, à morte pelo fogo, porq morreu durante o processo); e outro mistico cristão, padre dominicano, teólogo, filosofo e cientista, Teilhard de Chardin (condenado pelo Vaticano, ao silêncio até o dia de sua morte). Este logrou construir uma visão integradora entre ciência e religião (teologia).   
      Através de suas obras, legou-nos uma filosofia que reconcilia a ciência do mundo material com as forças sagradas do divino. Com isso, conseguiu ser mal visto pelos religiosos e cientistas. Ele escreveu que, em geral, o percebimento da unidade com Deus é obtido através da prática perseverante e regular da meditação.
      Esse percebimento, na visão de sábios, físicos modernos, psicólogos da psicologia transpessoal, místicos das tradições orientais e ocidentais, como Ramana, Heisenberg, Krishnamurti, Schrodinger, Godel, Pascal, CarlG. Jung, William James, Paulo, Buda e muitos outros, é o acontecimento mais sublime na vida do ser humano, modificando para sempre seu caráter, num sentido positivo, levando-o à sabedoria, compaixão e amor, além de despertar-lhe genuínas virtudes e criatividade.
       Aquele que tem esse percebimento vive, então, em perfeita harmonia com o Todo, numa condição de bem-aventurança sem fim. (Pascal: ‘Alegria, alegria, alegria, lágrimas de alegria! ’).
       Até o século vinte, a ciência ocidental, aí incluídos físicos, psicólogos, matemáticos, médicos, psiquiatras e outros cientistas, julgavam serem absurdas, ou superstições e mesmo patologias as afirmações dos místicos orientais de que, além de nosso estado comum de consciência, existem outros estados mais elevados que proporcionam experiência de bem-aventurança e que trazem sabedoria e compaixão ao ser humano, experiência que, no dizer de Buda, ‘liberta o homem de todo o sofrimento’ e, conforme C. G. Jung, ‘é a mais sublime e importante experiência na vida do ser humano’. 
       Experiências simples ocorrem a muitas pessoas, mas geralmente são reprimidas pelo medo do inusitado e da intolerância da sociedade, ou mal interpretadas em face da cultura vigente. Elas podem produzir mudanças benéficas e duradouras, tanto que Jung afirmou: ‘O fato é que a aproximação do divino é a verdadeira terapia e, na medida em que alcança essas experiências, a pessoa se liberta da maldição da patologia’ (semelhante a ‘todo mal e todo bem, mental ou fisiológico - pois mente e corpo são interdependentes - vêm de uma menor ou maior aproximação da percepção do divino’).      
       Maslow afirma que a experiência é ‘tão profunda e chocante que pode mudar o caráter de uma pessoa para sempre’. Ao retornar dela, a pessoa ‘sente-se, mais do que nunca, o centro responsável, ativo e criativo, de suas próprias percepções e atividades, mais determinada e confiante, mais livre para agir, pois com mais livre-arbítrio do que nunca’. E, dentro de uma ‘hierarquia das maiores necessidades do homem’, considera a busca de Deus o mais importante e sublime objetivo da vida do ser humano.      
       O apego ao drama ou história pessoal, que cada um tem para contar aos outros sobre si mesmo, é um luxo desnecessário, parte de nossa bagagem emocional. É benéfico para todos, porque evita dissipação de energia vital, cujo acúmulo é necessário para a aproximação do sagrado, desapegar-se de seu drama e dos dramas pessoais dos outros, coisas com as quais o homem está tão acostumado, ou mesmo condicionado, a conviver no dia-a-dia.
       Laing: ‘As nossas tentativas de ‘despertar’ costumam ser punidas, especialmente pelos que mais nos amam, porque eles, abençoados sejam, estão ‘dormindo’ e pensam que quem desperta, ou percebe que o que consideramos realidade não passa de um sonho, está ficando louco’.
       Bugental: ‘Deus é uma palavra usada para indicar nossa subjetividade inefável, o potencial indescritível e inimaginável que está dentro de cada um de nós’. É o que místicos e, hoje, também a filosofia da ciência quântica, afirmam.  
       Enquanto, na psicologia ocidental, o homem é levado a enaltecer o ‘eu’, a ter autoconfiança etc, coisas que reforçam o poder do ego, nas psicologias orientais a meta humana é calar o ego, tentativa que pode ampliar. cada vez mais, a própria consciência, o que traz saúde psicológica e sabedoria (e até a percepção de que nós e Deus somos um só; como disse Jesus: ‘Eu e o Pai somos um’).
       A ampliação da consciência está ligada estreitamente à saúde mental tanto que, para algumas psicologias, a inconsciência, isto é, a consciência restrita, é descrita como a única enfermidade. Daí a afirmação de que ‘toda patologia vem do fato de estarmos distantes daquilo a que chamamos Deus’. Quanto mais próximos estamos da percepção de Deus, mais saúde mental e menos enfermidades fisiológicas.
       Problemas e sofrimentos, conflitos, incompreensões e opostos (bem e mal, justo e injusto), que afligem a existência, cessam com o progresso na meditação. Nesta, não é o mundo que muda; nós mudamos. Ela elimina todos os sofrimentos e pode nos trazer a suprema felicidade.   
      Aquela conhecida afirmação de Jesus não teria sido ‘ninguém vai ao Pai senão pelo eu’ como tantos outros iluminados afirmaram? Pois é esse o objetivo da meditação: aprofundarmo-nos dentro de nós mesmos, na direção daquilo que denominamos nosso ‘eu’, atentos à fonte de nossos pensamentos. Se formos bem sucedidos, os pensamentos cessam, o ‘eu’ se afasta e, com o trabalho perseverante, virá aquilo que está além do ego, além do espaço-tempo: Deus. Como disse o maior profeta do Antigo Testamento: “Aquieta-te e sabe: eu sou Deus”
       Pensamento, fantasia, devaneio, raiva, inveja, preocupação, emoção, sexo, vícios levam à distração na meditação. Fazem perder tempo e energia vital. Assim, purificação psicológica significa afastar os pensamentos que distraem (essa, talvez, a razão do ensinamento das religiões sobre as virtudes, cuja prática traz tranqüilidade mental, o que prepara a mente para a meditação; no cristianismo primitivo eram denominadas pecados, pois aquelas ‘distrações’ afastam o homem da percepção do sagrado).
       A atenção afasta a distração. A essência da meditação é a atenção. O fluir dos pensamentos costuma ser aleatório e dispersivo; assim, devemos fixar a atenção, não nos pensamentos que variam constantemente, mas no fluir dos pensamentos, na respiração ou numa palavra ou som suave que não levem a associações mentais.
       Medard Boss: ‘Para que a cura das doenças mentais tenha verdadeira eficácia, os psicoterapeutas ocidentais terão que associar as técnicas da psicologia com as técnicas da meditação das tradições místicas. ’
       Há uma terapia que aborda o equilíbrio mente-e-corpo (“Conexão Saúde”, de Deepak Chopra). Com métodos de relaxamento e de redução de tensões, pode desempenhar importante papel em todas as terapias. Em nossa cultura ocidental, as concepções com relação a esse assunto ainda são muito primárias, mas já há provas insofismáveis de sua eficácia.
       Ver televisão, beber um drinque, ler livros, viajar, não reduzem tensão nem ansiedade, como muitos acreditam; somente nos ajudam, quando muito, a esquecê-las por algum tempo. O relaxamento profundo, que a meditação inegavelmente proporciona, é a verdadeira terapia para esses males; é um processo neuropsicofisiológico de inegáveis benefícios, como os cientistas modernos têm exaustivamente comprovado. 
       As pesquisas indicam que a reação do organismo humano à meditação é oposta à sua reação ao estresse, fato que sugere que a meditação tem importantes aplicações na clínica médica em geral. Essas técnicas já estão sendo usadas para a eliminação de muitas enfermidades mentais e físicas. Com essa constatação, numerosos cientistas, educados em nossa cultura ocidental, que associa misticismo a coisas misteriosas e anticientíficas, se sentiram tremendamente chocados. Mas, hoje, essa atitude está mudando. A meditação não é mais considerada ridícula ou suspeita, e o misticismo está sendo olhado com seriedade pelos cientistas, convencidos agora de que ele fornece importante e coerente base filosófica para a ciência moderna, numa compreensão de que as descobertas da ciência atual estão em perfeita harmonia com os ensinamentos milenares do misticismo oriental.
       O corpo saudável tem forte resistência a todo tipo de micróbio. Todo organismo humano é hospedeiro para multidão de bactérias que só podem causar danos quando o corpo está com seu sistema imunológico debilitado, fato que ocorre quando os cuidados com o corpo são negligenciados, em geral com o uso de alimentos e procedimentos (físicos e mentais) inadequados.  
      Experimentos sérios e recentes comprovam que a meditação praticada regularmente pode corrigir tais problemas.     
      Na psicanálise, é essencial a compreensão dos processos e estados de consciência. Talvez tenha sido por isso que, William James, por muitos considerado o maior psicólogo do Ocidente, tenha levado sua atenção da psicologia ocidental para a psicologia e misticismo das tradições orientais, estudando estados incomuns de consciência, fenômenos psíquicos e experiências religiosas, na intenção de conhecer o espectro total da consciência humana. Esses assuntos são abordados, também, por Ken Wilber, psicólogo contemporâneo, com esclarecimentos surpreendentes para nós, em várias de suas obras (“O Espectro da Consciência”, entre outras).      
       Os resultados das pesquisas sobre meditação alcançam tantas, senão todas as áreas de interesse do ser humano, que pesquisadores chegaram a afirmar que, “quando essa técnica for aplicada regularmente pelas populações em geral, não haverá problemas sem solução e o sofrimento será coisa do passado”.
       Os pesquisadores relatam que, no caso da asma brônquica, por exemplo, ocorre significativa redução dos sintomas, resultado devido, talvez, a expressivo aumento da entrada de ar nos pulmões, isto é, aumento da facilidade de respirar.
       Outras manifestações de má saúde foram solucionadas com a prática da meditação, que trouxe ao corpo o peso ideal e a possibilidade para sua manutenção, fato importante porque a obesidade, além de difícil problema médico, é sério fator de risco para o aparecimento de muitas enfermidades graves.
       Males das gengivas, a maior causa de desordens dos dentes, obtiveram grande melhora com a meditação regular. As gengivas são reflexo da saúde geral do corpo sendo, a cura de suas enfermidades, sinal evidente do crescimento do equilíbrio do sistema imunológico, o que implica em considerável aumento da resistência do organismo às doenças.
       O resultado da saúde psicológica nos que praticam a meditação deve-se ao aumento da coordenação do sistema nervoso, como foi observado em EEG de meditadores, que mostraram coerência e sincronismo de diferentes áreas do cérebro, bem como entre os dois hemisférios. Os estudos, nessa área, demonstram:
       -diminuição da ansiedade, fadiga, nervosismo;
       -crescimento da auto-satisfação e da personalidade;
       -redução do estresse, da tensão e da dificuldade de conciliar o sono.
       -devido ao enorme repouso produzido pela meditação, que dissolve a raiz profunda do estresse, muitas doenças podem ser prevenidas com êxito pela prática regular, pois o sistema nervoso se torna mais equilibrado, estável e ordenado, fazendo com que o organismo resista mais às tentativas da doença para se instalar.
       -a prática, pela alternação de repouso e atividade, traz fortalecimento e refinamento gradual do sistema nervoso. Ao passo que, para compensar o estresse e a fadiga necessitamos de sono e sonhos, que a insônia não permite, a prática meditativa elimina o estresse e a ansiedade que estão perturbando o sistema nervoso.
       A causa da eficácia da terapia pela meditação parece ser a recuperação global do equilíbrio entre a mente e o corpo.  Contudo, os resultados não se limitam à cessação de tendências negativas; produzem, também, grande integração da personalidade através de:
       - desenvolvimento da maturidade emocional e da saúde geral;
       - redução/ eliminação do nervosismo e irritabilidade;
       - maior sociabilidade e mais estabilidade emocional;
       - mais compreensão e auto-confiança;
       - menor inibição nos relacionamentos, na conduta e decisões;
       - aumento da calma, da satisfação e tolerância em situações frustrantes;
       - facilidade de se relacionar e fazer amigos; ânimo mais equilibrado.
       Comprovou-se, ainda, que a Meditação reduz, significativamente:
       -depressão, irritabilidade, agressividade, insociabilidade, tendência dominadora, inibições, desajustamento social, personalidade neurótica, inflexibilidade, teimosia, desconfiança, egoísmo, sensibilidade à crítica, necessidade de segurança, ansiedade, tendência a responder (mal), agressividade, impulsividade, imaturidade emocional, timidez, frustração fácil.
       E que aumenta, também significativamente, a:
       - auto-estima, satisfação com a vida, confiança em si e nas pessoas;
       - auto-disciplina, capacidade de acompanhar a evolução do meio, auto-aceitação, natureza construtiva (e não mais destrutiva), coordenação mente-corpo, tolerância, relacionamento interpessoal, altruísmo, fraternidade, amizade, capacidade de não ofender, estabilidade emocional.
       Em todos os praticantes ocorreu aumento da energia e clareza mental, da facilidade de relaxamento, tranqüilidade, franqueza, honestidade e sinceridade.
       Tais resultados recomendam o uso da meditação como terapia eficaz para doenças mentais e fisiológicas, tendo-se provado que a técnica deve ser usada nos casos de ansiedade, neurose obsessiva e neurose compulsiva, depressão, uso e abuso de drogas e medicamentos, e males psicossomáticos em geral.
       A meditação desenvolveu o raciocínio lógico e o raciocínio moral; melhorou o relacionamento com patrões, supervisores, chefes e colegas; aumentou a motivação e satisfação nas atividades profissionais.
       Os resultados indicam o potencial da meditação no campo da clínica médica, psicologia e psiquiatria, pois proporciona: integração corpo-mente, amadurecimento pessoal, maior adaptação às situações, estabilidade emocional e fisiológica, purificação (cerebral). O desenvolvimento desses 5 pontos pode ser a solução para a prevenção de toda conduta anti-social e sua mais importante conseqüência é a obtenção de um nível de consciência mais elevado.
       Outros resultados positivos:
       - grande crescimento do raciocínio lógico;
       - grande aumento da facilidade de se adaptar a situações novas;
       - maior habilidade para concentrar a atenção;
       - redução da instabilidade emocional;
       - aumento dos níveis de energia e de tolerância;
       - aumento do nível de inteligência e de solucionar problemas;
       - crescimento da habilidade de organização e de raciocínio;
       - aumento no desempenho intelectual e noutras variáveis psicológicas relativas a estudantes;
       - crescimento do equilíbrio fisiológico e psicológico com considerável redução da ansiedade e do nervosismo;
       - aumento da conduta positiva e da felicidade, do equilíbrio emocional, da harmonia e saúde física;
       - diminuição ou cessação da inquietação, depressão e tédio;
       - crescimento da participação em atividades coletivas;
       - redução ou cessação das infrações a leis, regras e regulamentos;
       - aumento da facilidade de se relacionar com outras pessoas;
       - o cérebro adquire funcionamento coerente e harmônico em todas suas funções e áreas.
       As pesquisas mostram que a prática traz imenso benefício, porque aperfeiçoa as funções neuropsicofisiológicas, que são a base da vida e dos valores do ser humano (saúde, bem estar, disposição, alegria, felicidade).
       Qualquer método que ajude a produzir um estado de relaxamento e de tensão reduzida pode levar à experiência da meditação, que pode oferecer total liberdade e completa extinção da principal causa de todo sofrimento do homem, e põe fim às nossas incessantes buscas de felicidade.
       Freud ensinou que, “no peito da mãe, a criança experimenta a condição primeira, depois idealizada para sempre, em que não se podem diferenciar a libido do objeto e a libido do ego;... a ‘ignorância’ (inocência) produz a experiência feliz da criança no peito da mãe... porque livre de todos os dualismos...”
      A psicanálise sugere a afirmação de que a humanidade não se libertará de suas enfermidades e de suas infelicidades enquanto não for capaz de abolir todo e qualquer dualismo’ (só se consegue na meditação).
       Todo bem ou mal psicológico, em geral, origina-se de uma maior ou menor percepção da Divindade. E, sendo psique e corpo uma unidade, todo mal ou bem fisiológico tem a mesma explicação. Por isso mesmo, a prática sistemática de meditação é altamente terapêutica tanto para as enfermidades emocionais, como para as fisiológicas. Pela prática, uma pessoa facilmente se livrará de suas neuroses individuais. Por isso, não é difícil compreender o imenso poder curativo dessa autêntica terapia. 
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(Dica para a meditação: Fique totalmente atento para surpreender o seu próximo pensamento, ou totalmente atento para sua respiração, sem, no entanto, usar a imaginação; faça isso o maior tempo q puder).
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       Wilber: ‘Quem não favorece Freud, não pode chegar a Buda’; isto é: para chegarmos àquela percepção que a meditação proporciona, temos que, primeiramente, ‘consertar’ nossa psique (coisa que a meditação realiza).                                           
       Jung: ‘Mais cedo ou mais tarde, a física quântica e a psicologia do inconsciente se aproximarão cada vez mais, já que ambas, independentes e vindo de direções opostas, avançam para território transcendental’.
       Jung convenceu-se, por suas próprias experiências, da realidade da dimensão espiritual da vida. Para ele, a religião e a mitologia constituem fonte inesgotável de informações sobre o inconsciente coletivo, e concluiu que a espiritualidade pura é parte integrante da psique humana.
       Hoje, surge uma nova psicologia compatível com a visão científica da vida e harmonizada com as concepções místicas, e numerosos psicólogos transpessoais estão trabalhando no sentido de levar essa psicologia à busca espiritual; não mais consideram a espiritualidade como sendo superstições primitivas, aberrações patológicas ou crenças falsas insufladas pela cultura.
       A única maneira de superar os problemas existenciais da condição humana é, em última análise, transcendê-los, vivendo nossa existência com mente aberta e atentos para as realidades da vida. Isso só é conseguido com as experiências da meditação que podem oferecer profundos insights sobre a natureza e importância da nossa dimensão espiritual. Nesse sentido, os objetivos da moderna psicologia transpessoal são os mesmos objetivos buscados pelas tradições místicas através da meditação.
       Conforme os místicos, ‘o ser humano normal é aquele que está livre de todo sofrimento’ (só a ‘iluminação’ traz esse resultado).
       Jung chamou a experiência conseguida pela meditação de ‘concórdia transcendental universal’ pois, independentemente de época ou lugar, é a mesma para todos os que a experimentam, e coloca o indivíduo em contato com o Divino. Para Jung, a mente universal e a mente individual são uma mesma coisa, isto é, nossa mente é a Mente Divina, verdade perfeitamente aceita no Oriente, embora no Ocidente isso pareça ser blasfêmia; porém, Jung afirmava que a obtenção dessa percepção é uma experiência mística incontestável, presente em todas as tradições religiosas, do Oriente e do Ocidente.
       Jung: “O atentar para a Mente intemporal é tarefa redentora para todas as pessoas. Em nosso tempo, essa tarefa é particularmente difícil porque colocamos, no dia-a-dia, nossa ênfase no aqui-agora, no fazer, no consumir, nos aspectos práticos, no progresso material. Como valorizamos o aspecto material, estamos separados dela. O resultado é patológico: tornamo-nos vítimas de nossos próprios impulsos inconscientes e o mundo tornou-se doente. Nossa mais importante tarefa na vida é exatamente o oposto: tornarmo-nos conscientes dos conteúdos que emergem do inconsciente, criar cada vez mais e mais consciência; esse o objetivo único da existência humana: acender uma luz na escuridão do ser”.
       Para ele, “Seguramente, a alma não é algo insignificante (como as religiões ocidentais a consideram), mas é a própria Divindade radiante”.
      Meister Eckhart: “A essência de Deus e a essência da alma são uma só e a mesma coisa. O conhecedor e o conhecido são um só. Os ingênuos imaginam poder ver Deus como se Ele estivesse ‘lá’ e nós ‘aqui’. Não é assim. Deus e nós somos um”.
      Koestler: “Não existe uma linha divisória nítida entre a cura das enfermidades e a percepção da divindade”. (elas se confundem).
      Po Chü-i: “Mantenha seus pensamentos longe das coisas passadas, pois pensar no passado provoca tristeza e dor. Evite pensar no que poderá acontecer, pois pensar no futuro é desalentador. É melhor sentar-se numa cadeira como um saco (relaxado), durante o dia; é melhor deitar-se numa cama como uma pedra, durante a noite; abrir a boca quando vier a comida, fechar os olhos quando vier o sono” (como disse Krishnamurti, para se suportar os eventos do dia-a-dia, precisamos de uma boa dose de humor e de indiferença).
       Huxley: “Onde há perfeição e unidade, não pode haver sofrimento. O sofrimento só surge onde há imperfeição, desunião e separação de uma totalidade que tudo abrange (Deus). Para o indivíduo que realiza a unidade em seu próprio ser (a união com o divino), o sofrimento cessa”.
       Buda: “A iluminação (que pode vir com a meditação), é o fim de todo o sofrimento”.
       A aproximação da percepção do divino é como “morfina espiritual”: reduz dor e sofrimento, e não dura só um momento, mas elimina a raiz e a fonte do sofrimento. E não é só o corpo que se comporta de modo coerente durante o estado de consciência pura: a experiência subjetiva, psicológica, também segue um padrão típico. Conforme relatou J.T. Farrow, sobre seus pacientes: “Há uma mudança gradual caracterizada por um estado mental cada vez mais tranqüilo e ordenado, por uma expansão da consciência e por uma redução das fronteiras da mente, até que, de repente, alcança-se um estado de ‘ilimitação’, de felicidade, essencialmente o mesmo para os diferentes indivíduos”. Por isso Jung afirmou ser, essa experiência, uma ‘concordância universal’.
       -‘Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e tudo o mais vos virá por acréscimo... ’ (isto é, com o percebimento, estaremos completos, nada mais é necessário; à luz dessa percepção cessam todos os conflitos e dores).
      -‘Nem todo aquele que diz: ‘Senhor! Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai... ’ (essa vontade é a vontade daquele que ensinou: ‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus...’).
       -‘Aquele que ouve minhas palavras e não as cumpre é semelhante a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, e ela caiu, e grande foi sua ruína... ’ (‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, e tudo o mais vos será dado por acréscimo’, e ‘Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará’; estas as palavras mais importantes pronunciadas por Jesus, para motivar o homem à busca. Quem o segue, nos seus ensinamentos, está construindo sua casa em lugar firme e seguro e, com certeza, chegará ao percebimento; não será como o insensato que ‘muitos pesares ainda terá’).
       -‘Nada sucede sem a vontade do Pai. ’ (a escolha não é nossa).
       -‘(a Pilatos:) Nenhum poder teríeis se do alto não vos fosse dado. (idem). 
       -‘Vinde a mim vós todos que estais aflitos e eu vos aliviarei. ’(os que chegam lá são aliviados. Jesus deve ter dito: ‘ide ao Eu’, isto é, penetrai no mais profundo de vós mesmos e, ali, achareis alívio; ali, todo sofrimento cessa. O caminho é para dentro; no íntimo, encontraremos Deus).       
       -‘Não te preocupes com muitas coisas... ’ (não adianta preocupar-se, que não vamos resolver nada; a escolha não é nossa; e, como a física moderna comprova, tudo é incerto).
       -‘A cada dia basta seu cuidado’, isto é, não fique pensando no que já passou, nem imaginando o que virá no amanhã; o que passou, não podemos modificar; o que virá, virá mesmo e nada poderemos fazer; cuide, pois, apenas de estar atento ao momento presente.
       -’... que cada um viva na condição na qual o Senhor o chamou...não te preocupes disto. Pois o escravo, que foi chamado pelo Senhor, conquistou a liberdade do Senhor’ (I Cor 7:22) (cada um é o que é, não há como modificar isso; mas, qualquer que seja sua condição, seja escravo ou senhor, aquele que teve o percebimento está absolutamente livre).
       -‘Não sabeis que sois o templo do Altíssimo e que o Espírito de Deus habita em vós?’ (I Co 3:16) (se Deus está em nós, como procurá-lo fora)?
       -‘Interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem se dirá: ‘Ei-lo aqui’, ou ‘Ei-lo acolá’, pois o reino de Deus já está dentro de vós. ’ (Lc 17:20) (sem comentário).
       O amor de Deus se estende a todos os seres, incondicionalmente, não importando se estes o amem ou não, creiam ou não, ou mesmo que neguem sua existência. Deus não exige serviço, nem adoração, nem oração, nem reverência. Ele está acima de tudo isso. Há, sim, recompensa àqueles que se abrem ao amor de Deus, pois podem se sentir plenificados. Mas o amor de Deus se dirige, oferecendo-se, incondicionalmente, a todos. O sábio reconhece que a oração mais sentida ou comovente não traz o favor de Deus; que Ele não se deleita com as orações dos homens, com suas súplicas ou louvores. Contudo, a oração é um benefício para o homem pois, por meio dela, ele pode entrar em harmonia com o infinito, com Deus, abrindo-se ao seu amor, poder e sabedoria.
       -’... pelo que eu entendo, a porta de entrada desse castelo (o nosso ser, onde Deus habita) é a oração, a meditação...’ (Teresa de Ávila, santa da igreja católica romana).
       -’... é insensatez pensar que poderemos entrar no céus sem primeiro entrarmos em nós mesmas...’ (Teresa) (o caminho é para o interior).
       -’... Assim, se alguém quer despertar, se quer compreender a si mesmo, deve enfrentar o fato de que o verdadeiro caminho para Deus é para dentro; deve dirigir-se diretamente para seu interior; ‘não há outro caminho’...’ (Paul Brunton, Ph.D., yoga).
       -‘Eu gostaria de deixar bem claro que, com o termo ‘religião’, não me refiro a uma dada profissão de fé religiosa. A verdade, porém, é que toda confissão religiosa, por um lado se funda originalmente na experiência do numinoso (transcendental) (que, na experiência religiosa pode ser o influxo de uma presença invisível que produz modificação especial na consciência; tal, pelo menos, é a regra universal) e, por outro lado, na fé e na confiança relativa a uma experiência de caráter numinoso e na mudança de consciência que daí resulta. Um dos exemplos mais frisantes, nesse sentido, é a conversão de Paulo. Poderíamos, portanto, dizer que o termo ‘religião’ designa a atitude particular de uma consciência transformada pela experiência do numinoso... ’ (Carl Gustav Jung).
       -‘Os sonhos que escolhi para ilustrar aquilo que chamo de ‘experiência mística’ certamente pouco significarão para um olhar inexperiente... Mas, apesar disso, a experiência individual... é sangue quente e rubro, que pulsa nas veias do homem (que a teve). Para quem busca a verdade, ela é mais persuasiva do que a melhor das religiões, do que a melhor das tradições... Se quisermos saber algo a respeito do significado da experiência religiosa para aqueles que a tiveram, esse algo é: tudo... ’ (C.G.Jung).    
      -’... (essa experiência é) exatamente como se o espírito e a carne, eternos inimigos na visão da fé cristã, tivessem feito as pazes... o espiritual e o profano se vêem conjugados numa inesperada situação de paz... A austera seriedade do espírito parece tocada por uma alegria semelhante àquela que a antiguidade pagã conhecia, perfumada de vinho e rosas. Seja como for, faz com que se esqueçam todas as dores e penas da alma... ’ (C.G.Jung).
       -‘Alegria, alegria, lágrimas de alegria; enfim Te conheço’ (Pascal).
       -‘Naturalmente é difícil compreender como essa figura abstrata (a experiência imediata, que nada é mais que uma experiência subjetiva, pois na psique do homem) desperta o sentimento da ‘mais sublime harmonia’... Contudo esse tipo de experiência não é, para mim, nem obscuro, nem longínquo. Muito ao contrário: trata-se de um fato que observo quase todos os dias em minha vida profissional (de psicoterapeuta)... Conheço um número consideravelmente grande de pessoas que, se quiserem viver, terão de levar a sério sua experiência íntima... ’ (isto é, a vida daqueles que tiveram a experiência de Deus, será transformada obrigatoriamente por força do novo conhecimento, a iluminação que lhes veio dela) (C.G.Jung).
       -‘Esse estado, produzido pela meditação, é o mais sublime estado da existência humana... Somente para a alma que o atingiu o mundo se torna realmente belo e vale a pena viver. ’ (Vivekananda).
       -‘Se pelo menos você olhasse (percebesse) sua alma - o reflexo de Deus totalmente perfeito dentro de você – encontraria a satisfação de todos os seus desejos (tudo o mais virá por acréscimo)! Nessa consciência divina – aquilo que, quando se tem, nada mais que se obtenha é maior – você permanecerá inabalável ainda que ganhasse o mundo inteiro; o elogio não envaideceria, nem a censura o magoaria. Sentiria apenas a alegria de Deus em seu interior’ (Yogananda).
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quarta-feira, 18 de abril de 2012


      Ainda conversa sobre as desigualdades
      Cel: o amigo quer dizer q as desigualdades vêm de procedimentos e obras desiguais, praticados pelos homens! Mas porq espíritos iguais fariam obras desiguais?! Qual a razão de espíritos primitivamente perfeitamente iguais, sob todos os aspectos, aprenderem e se utilizarem do q aprenderam uns de forma mais acertada do q outros?
      Amigo, sou obrigado a dizer q suas palavras, trazendo o entendimento da doutrina, nenhuma explicação trazem sobre a origem das desigualdades.
      X: A origem está no homem, Deus não haveria de instilar o mal em nenhuma de suas obras.
      Cel: lembre-se q apenas desejo compreender (pelo q ensina a DE) qual é a das desigualdades? Não se Deus faria ou não faria isto ou aquilo. Como vc diz, a origem delas não está em Deus (o q, para mim, é uma verdade indiscutível). Então quem ou o que desfez a igualdade inicial? E se a origem delas está no homem, o q fez q o homem pudesse desfazer a primitiva igualdade?
      Como já afirmei, nem as religiões, nem seus seguidores têm essa resposta; ela está além das religiões. 
      No misticismo podemos encontrá-la; infelizmente, entre os ocidentais, há muitos impedimentos q lhes difucultam conhecer o misticismo: receio de magoar alguém, sejam encarnados ou não; de estar perdendo tempo, em busca de algo q é estranho às crenças ocidentais, absoluta confiança nas fontes da doutrina a q estão afiliados, tradição familiar, palavras das religiões q recomendam se suspeitar das tradições orientais, e tolos preconceitos.  
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