sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


     Uma conversinha só para os espíritas.

     Falando sobre as más inclinações dos homens (q, afinal, nos levam às mais monstruosas imperfeições) um amigo me escreveu: “o q deve estar acontecendo com você para ter essa dificuldade de encontrar a origem das "más inclinações" é q vc deve estar se esquecendo de que o Espírito é eterno, que cada existência física é apenas um lapso na eternidade do tempo que temos para evoluir, q em cada vida adquirimos novas imperfeições”.

     Cel: meu prezado amigo, pelo q vou colocar a abaixo, vc poderá compreender o porq de minha dificuldade em entender a doutrina, embora a estude há décadas.

     Primeiramente, isso q vc colocou já exige esclarecimento, q a doutrina não dá, pois porq nós, q somos criados sem imperfeições, nos tornamos delas repletos? Segundo, se é assim, qual é a razão de a doutrina espírita afirmar q não existe retrocesso moral se, sem qualquer imperfeição, com o tempo, ficamos cheios delas?

      Mas, voltando ao q vc escreveu, observe q estamos falado da das más inclinações (ou, imperfeições), não do seu desenvolvimento, devido ao tempo e às múltiplas vidas. E, vc poderá constatar, pelo q a DE ensina, q não há qualquer dificuldade para encontrar sua origem, se nos apoiarmos em suas próprias conceituações, e desde q as consideremos corretas. A dificuldade está, não em encontrar sua origem, mas no fato de q muitos não a aceitam, mesmo estando claro na doutrina.

      Vamos ver: vamos começar pela “LE/115: Deus criou todos os espíritos simples e ignorantes...”

      Comentando:... primeiro: conforme a DE, pelo fato de termos sido criados por Deus, não podemos ser maus, “pois nada q Dele procede pode ser mau, injusto ou ininteligente” (Esta já é uma questão da DE q exige esclarecimento, q, também, a doutrina não dá, mas vamos aceitá-la como está). Portanto, pela DE, de início, não somos maus, mas, com o tempo, nos carregamos de maldades.

      Se não éramos maus, não foi de nós q nasceu a maldade, mas de algo fora de nós, pois como pode nascer maldade numa "plantação" em cuja terra não existe nem a menor semente de maldade, se algo de fora não trouxer essa semente, para a plantação? Isto é, se algo de fora de nós não provocar seu nascimento, concorda? (Veja que, como é evidente, todas as ações exteriores, de fora de alguém, percebidas por esse alguém, provocam reações interiores, nesse mesmo alguém). Logo, esse algo está fora do homem... e, estando fora do homem, só pode estar nas experiências/lições da escola da vida, concorda? Dentro desse quadro, somos bons ou maus conforme a escola da vida nos faz bons ou maus, certo? E qual é a origem, a causa q deu existência à escola da vida? Quem a criou, senão o Criador de todas as coisas? Logo, somos bons ou maus conforme a escola criada 'por Deus' nos faz ser! Portanto, a questão de sermos bons ou maus está, não em nossas mãos, em nossa vontade ou escolha, ou incúria, mas nas "mãos” do Criador!

     Mas, aí surge outra questão: porq essa desigualdade? Porq uns são bons e outros não são? Como é q surgiu essa desigualdade, se todos éramos, no princípio, perfeitamente iguais?

      “LE/115: ... A cada um deu uma determinada missão. Com o fim de esclarecê-los e fazer chegar à perfeição... Uns “aceitam” essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinalada. Outros, só “a suportam murmurando” e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade...”

      Comentando: todos perfeitamente iguais, mas nos tornamos desiguais, uns aceitando e progredindo, outros murmurando e retardando a felicidade (Obs: aqui surge outra questão, q a doutrina também não explica, q podemos deixar para mais tarde, se houver interesse em entendê-la: “uns, desde o princípio, seguem o caminho para o bem absoluto, eqto outros, também desde o princípio, seguem o caminho para o mal absoluto”!!! Como entender isso?!).

      Mas, continuemos: do q reza o trecho do LE, acima, vem outra questão: éramos todos perfeitamente iguais, mas nossas reações às missões q nos são dadas, são totalmente desiguais! Qual a causa dessa desigualdade, senão o fato de as missões serem desiguais? Se espíritos iguais recebem missões iguais, suas reações a elas, é evidente, serão forçosamente iguais, certo? Logo, a origem das desigualdades está exatamente no fato de, conforme a doutrina, Deus nos atribuir missões desiguais, concorda?

      Aí têm início as desigualdades, q levam, uns ao amor e à felicidade, e outros às mais monstruosas imperfeições e, conseqüentemente, a extrema infelicidade! Portanto, as desigualdades têm, também, origem, não em nossas ações, decisões ou escolhas, mas nas “mãos”, ou nas operações do Criador!

      Pois, a escola da vida, se todos fôssemos criados iguais e as experiências iguais para todos, levaria ou, todos a sermos igualmente bons, ou todos a sermos igualmente maus!

      Resumindo: todos criados simples e ignorantes, iguais sob todos os aspectos, mas nos tornamos desiguais já q, uns “aceitam as provas” e outros, “só as suportam murmurando”. De onde vêm as desigualdades? Muitos dirão q vêm do livre arbítrio, mas essa afirmação está equivocada, pois seres perfeitamente iguais, forçosamente, têm livres-arbítrios iguais. Portanto, as desigualdades nos são proporcionadas por Deus.

      Todos, nem bons, nem maus, mas nos tornamos ou bons ou maus! Porq, senão porq as experiências/lições incessantes q a escola criada por Deus nos proporciona, nos levam a sermos ou bons ou maus? Portanto, a bondade ou a maldade, de cada um de nós, são, também, proporcionadas por Deus.

      Assim as desigualdades e o fato, conseqüente, de sermos ou bons ou maus, vêm, exatamente, das operações de Deus.   

      Podemos parar por aqui, mas só mais algumas reflexões:

       “LE/121: Resp: “... os que são maus assim se tornaram por vontade própria... uns cedem às tentações, outros não...”.

       Cel: Quem pode explicar? Todos criados iguais; no entanto, as vontades se tornam desiguais e a resistência às tentações também! Qual pode ser a explicação para isto, senão a mesma q colocamos acima: as desigualdades vindas das lições da escola criada por Deus?

      Meu  jovem, podemos trazer muitos outros argumentos a respeito, mas estes bastam, concorda?

      Como coloquei no início desta, é por essas coisas q sinto dificuldade em entender a doutrina do mesmo modo q os companheiros, pelo q dizem, estão entendendo. Estarão todos mesmo entendendo? Estarão questionando para ter uma "fé raciocinada", como recomenda Kardec?
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