ILUMINAÇÃO -
A libertação só pode ser alcançada pela percepção da identidade do espírito individual com o Espírito Universal (‘Eu e o Pai somos um’). Por mais nada. Nem pela pratica de cerimônias religiosas, nem por associar-se a qualquer religião (Krishnamurti: ‘Os cerimoniais e as religiões impedem o acesso à Verdade’).
Não se cura a doença pela repetição do nome do medicamento, mas tomando o medicamento. Assim, não se atinge a libertação repetindo a palavra Brahaman, mas vivenciando Brahaman diretamente.
Não tem nome nem forma, transcende mérito e demérito, bem e mal, saúde e doença; está alem do tempo, do espaço e dos objetos de nossa experiência. Supremo e indizível ainda assim Brahman pode ser apreendido pelo olho que ‘vê’. Assim é Brahman e ‘tu és Isto’. Medita nessa verdade dentro de tua consciência’.
‘A nossa ignorância é a causa de nossa identificação com o corpo, o ego, os sentidos, a memória etc., com tudo que não é Atman. É sábio o homem que supera essa ignorância pela devoção ao Atman. Os que raciocinam em vão, sem compreender a verdade, estão perdidos na selva das ilusões, correndo a esmo na tentativa de justificar sua opinião sobre a substância do ego’.
‘Em nossa natureza mais íntima, que não é a esfera dos que se entregam ao raciocino, está a pureza de Buda. Pura em sua natureza e livre da categoria do finito e infinito, a mente universal é Buda (Deus), imaculado e erroneamente percebido pelos seres sencientes’.
Meu ser está em união com Buda. E ele está além do louvor e da censura. Como o espaço ele não tem limites e está aqui mesmo dentro de nós, mantendo para sempre sua plenitude e infinidade. Só quando o buscas é que o perdes. Não podes possuí-lo, mas tampouco podes livrar-te dele. E, enquanto nada possas fazer, ele segue seu próprio caminho. Se falas ele permanece mudo; se guardas silencio ele fala (meditação). O grande portal da Luz está sempre inteiramente aberto, sem nenhum obstáculo à frente; o único obstáculo és tu mesmo (o ‘eu’), que não emudeces’. (Yung-Chin).
‘Contempla só Uma em todas as coisas; a segunda é que te extravia’ (Kabir).
‘O meu eu é Deus e não reconheço outro Eu senão meu Deus’ (Santa Catarina de Gênova).
‘Se a alma difere de Deus, a alma difere de si mesma’ (São Bernardo).
‘Para compreender a alma temos que compreendê-la como Deus, pois o fundamento (a essência) de Deus e o fundamento (a essência) da alma são uma só coisa’ (Eckhart, místico cristão).
‘O conhecedor, o conhecido e o conhecimento são uma coisa só. As pessoas simples imaginam que Deus está lá e elas aqui. Não é assim. Deus e eu somos um só no conhecimento’ (Eckhart, místico cristão).
‘Eu vivo, mas não sou eu quem vive; é o Cristo que vive em mim’. (Paulo).
‘O bem não precisa adentrar a alma, pois já se encontra lá, embora não percebido por nós’. (Teologia alemã).
‘Quando vemos todas as coisas em sua unicidade, voltamos à origem e permanecemos onde sempre estivemos’ (Sen T’Sen).
‘Por não saber quem somos, pois não temos consciência de que Deus está dentro de nós, procedemos de maneiras geralmente tolas, insensatas e até criminosas, e tão caracteristicamente humanas. Somos salvos e libertados ao perceber o Deus, (‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’) ate então despercebido, que já existe dentro de nós, e retornamos ao nosso fundamento eterno e vemos que permanecemos onde sempre estivemos sem o saber’.
‘Existe em nossa alma algo que é mais glorioso, acima de tudo, disso e daquilo, do céu e da terra. Ele é livre de todos os nomes e vazio de todas as formas. É uno e simples, e nenhum homem, por mais sábio que seja, pode contemplá-lo’ (John White).
‘O desconhecimento de Deus é o cativeiro; o conhecimento de Deus é a liberdade e a sabedoria’ (Evelyn Underhill).
‘Queres que te mostre o que é Deus? Não acha paz aquele que de Deus está apartado’ (Santa Catarina de Gênova).
‘Quando o amor de Deus toca a alma, ele a encontra cheia de vícios e pecados; de início ele dá a ela um instinto de virtude para incentivá-la à perfeição; depois, infundindo-lhe graça, a leva à verdadeira auto-anulação (esquecimento do ego) e, finalmente, à real transformação. Deus conduz a alma ao longo do caminho (Paulo: ‘É o Senhor que opera em nós o pensar, o querer e o fazer’). Todavia, quando a alma chega ao nada e é transformada, ela não trabalha, nem fala, nem deseja, nem sente, nem ouve, nem compreende, nem tampouco nutre o sentimento do dentro e do fora, onde pode se movimentar. Então, em todas as coisas, é Deus que a governa e a conduz sem a mediação de nenhuma outra criatura. E o estado dessa alma é então um sentimento de paz e tranqüilidade tão ilimitado que seu coração e seu ser corpóreo, e tudo o que está dentro e fora, lhe parecem imersos num oceano de serenidade, de onde ela jamais sairá para o que quer que possa lhe acontecer nesta vida. E ela permanece imóvel, imperturbável, impassível a tal ponto que lhe parece nada mais poder sentir além daquela mais doce paz’ (Santa Catarina).
‘Quem sou eu?’ é a eterna pergunta do homem. Essa busca de autocompreensão, do significado último da personalidade, vem sendo respondida ao longo da história de várias maneiras, todas apontando para uma experiência na qual o buscador e o objeto de sua busca se fundem na percepção: ‘Eu sou Deus; não existe outro’ (Meher Baba).
‘Você é a eterna condição subjacente a todas as condições, que jamais nasceu e jamais morrerá, e de onde provém toda a criação. A essência de toda a criação, Deus, está exatamente dentro de você, de todos nós, quanto está dentro de tudo o mais’ (Baba).
‘Não que você esteja exatamente dentro do cosmos – o cosmos é que está exatamente dentro de você’ (Baba).
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
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