‘O homem é infeliz porq não sabe que é feliz. Apenas isso. Isso é tudo, isso é tudo! Se alguém descobre que será completamente feliz imediatamente, ou em curto tempo, nesse mesmo instante ele deixaria de ser infeliz. Esta tudo bem. Eu descobri isso repentinamente. Me perguntaram ‘e se alguém morre de fome, e se alguém insulta e maltrata um inocente, uma criança, está tudo bem?’ ‘Sim! E se alguém estoura os miolos por causa da namorada, esta tudo bem. E se alguém não faz isso, também está tudo bem. Tudo está bem, tudo! Esta bem para todos que sabem que está tudo bem. Se eles soubessem que está bem para eles, seria bom para eles mas, enquanto não sabem que são bons, estará mal para eles. Esta é a verdade, toda a verdade. Eles são maus porque não sabem que são bons. Quando perceberem que são bons, não mais maltratarão uma menininha. Descobrirão que são bons e eles se tornarão bons, todos eles’ (John White).
Allan W. Watts: ‘Certa noite, logo que comecei a estudar as filosofias hindu e chinesa, eu estava sentado junto à lareira, tentando compreende qual seria a atitude mental correta na meditação daquelas escolas. Diversas atitudes afiguravam-se possíveis mas, como pareciam contraditórias, eu tentava sintetizá-las numa só – em vão. Por fim, totalmente insatisfeito, decidi rejeitá-las todas e não assumir uma atitude especifica. No impulso de abandoná-las parece que eu também me abandonei pois, de súbito, o peso do meu corpo desapareceu. Senti que eu nada possuía, nem mesmo uma personalidade, e que também nada me possuía. O mundo inteiro tornou-se tão transparente e livre quanto minha própria mente; o ‘problema que a vida é’ simplesmente deixou de existir. E durante cerca de dezoito horas eu e tudo à minha volta éramos como o vento soprando as folhas de um campo num dia fresco de outono’.
‘Outra vez, eu andava tentando praticar a consciência constante do presente imediato, diferente das divagações, lembranças e expectativas habituais, quando alguém, certa noite, observou: ‘Mas porque tentar viver no presente? Não estamos sempre exatamente no presente mesmo quando estamos pensando no passado ou no futuro?’ Essa observação, na verdade bastante óbvia, me produziu novamente a sensação repentina de não ter peso. Ao mesmo tempo, o presente pareceu tornar-se uma espécie de quietude em movimento, um fluxo eterno do qual nem eu nem nada podia se desviar. Vi que tudo, exatamente como é agora, é Isto – é toda a razão de existir a vida e o universo. Percebi que, ao afirmarem ‘Tu és Isto!’ ou ‘Todo este mundo é Brahaman’, os Upanishades estavam querendo dizer exatamente o que disseram. Cada coisa, cada fato, cada experiência, em seu inevitável agora e com toda sua individualidade particular, é precisamente o que deve ser, a ponto de adquirir uma autoridade e uma originalidade divinas. Percebi com a mais plena clareza que nada disso dependia do fato de, agora, eu estar vendo assim. É o modo como as coisas são, quer eu compreenda ou não. ‘Isso também é Isto’. Senti que agora eu entendia o que o cristianismo queria dizer com ‘Deus é amor’, isto é, que não obstante a ‘imperfeição’ das coisas, ainda assim Deus as amava exatamente como elas eram, e que esse amor equivalia a divinizá-las. Dessa vez a sensação de leveza e claridade durou toda uma semana’.
Eckhart; ‘Quanto mais Deus está em todas as coisas, tanto mais está fora delas. Quanto mais Deus está fora, tanto mais está dentro’.
William Law: ‘Embora Deus esteja presente em toda parte, ele só está presente para ti na região mais profunda de tua alma. Os sentidos naturais não podem possuir Deus, nem unir-te a ele: na verdade as faculdades intrínsecas de compreensão, raciocínio, imaginação, memória e vontade só podem procurar alcançar Deus, mas não podem ser o local de sua morada em ti e nem encontrá-lo. Existe, porém, em ti uma profundeza de onde emanam todas essas faculdades, como raios que partem do centro de tua alma. Essa profundeza é a unidade, a eternidade, a infinidade. Pois ela é tão infinita que nada pode satisfazê-la ou dar-lhe descanso senão a infinidade de Deus’.
Plotino: ‘Cada ser contém em si mesmo todo o universo. Portanto, Tudo está em toda parte. Cada um é Tudo e Tudo é cada um’.
‘A natureza da Realidade deve ser conhecida pela nossa percepção clara; não pode ser conhecida por mais ninguém, seja um sábio ou um mestre.
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