Trocando idéias com uma
amiga:
Amiga: ... peço-lhe alguns esclarecimentos acerca do abaixo:
Conhece algum pai que consiga controlar integralmente o seu filho, a ponto de poder impedi-lo de errar, ao longo de toda a sua vida? Mais, são sempre os pais os responsáveis ou culpados pelos erros dos filhos?
Conhece algum pai que consiga controlar integralmente o seu filho, a ponto de poder impedi-lo de errar, ao longo de toda a sua vida? Mais, são sempre os pais os responsáveis ou culpados pelos erros dos filhos?
Cel: minha amiga,
não vamos falar de pais/espíritos/homens/cheios de ignorância, ilusões,
imperfeitos, falíveis, de mente limitada e finita. Vamos falar do Pai/Espírito ou
Consciência Universal q, segundo as religiões populares, é pura sabedoria, infalível,
perfeição suprema, ilimitado, para o qual o passado, o futuro, a eternidade,
todo tempo é agora, e o infinito, o longe e o perto, todo lugar é aqui.
No caso que você
citou, nenhum é culpado, pois não há culpas; se a amiga, desejar entender
melhor, observe que nem pais nem mães “planejam”, “desenham”, dão “criação a
seus filhos, com conhecimento de tudo que lhe ocorrerá pela eternidade afora. O
pai é apenas o recebedor do já planejado, desenhado, e criado; pai e mãe são
apenas criaturas que servem de acesso à vida no espaço tempo.
O Pai/Deus, das
religiões, é infinito e eterno, nunca erra, nunca se arrepende, nunca subestima
ou superestima sua criação e lhe conhece, a todo “instante”, seu passado e seu
futuro; os pais biológicos são finitos, sujeitos a todas as espécies de erros,
frequentemente se arrependendo de ter feito este ou aquele pseudo-planejamento,
de ter tomado esta ou aquela decisão ou escolha; de haver buscado um filho
quando as circunstancias não eram convenientes; não conhecem sequer o minuto
seguinte de sua “cria”, nem o deles próprios. Os pais finitos erram e se
arrependem e, frequentemente, se enchem de ira e de remorsos; se preocupam com
o futuro incerto; com a vida, o patrimônio, a saúde. O Pai infinito é sabedoria
e poder. Como fazer essa comparação! Não existe termo algum de referência senão
a palavra com que são designados: Pai/pai.
Amiga: e sobre
isso de “castigos” impostos pelo Pai de supremo amor?
Cel: essa questão de castigos, até mesmo torturantes, penalidades,
punições, provas, expiações, sentenças, locais de castigo, como mundo de
expiações e umbral e outras coisas mais, estão na doutrina espírita, e coisas
semelhantes estão em todas as religiões do mundo. É isso que posso lhe dizer.
Amiga: O que o leva a afirmar que Deus cria seres destinados ao
sofrimento?
Cel: minha amiga,
o que é a vida? Como se realiza a evolução, segundo as religiões? Dentro da
idéia de justiça soberana, infinita, existirão seres que não sofrem, ou não
sofreram e chegaram à realização espiritual livres da dor? Se tais seres
existem, poderíamos argüir o Criador de injustiça, pois criou uns para
alcançarem ilesos o fim da caminhada evolutiva, e outros para se debaterem, em
encarnações sem conta, eternidades alongadas, na dor e sofrimentos inenarráveis.
Amiga: O que quer dizer com "eternidades alongadas"?
Cel: amiga, essa
expressão é, no mínimo, estranha pois, o que é eterno é infindavel, ilimitado no tempo, perpétua, não pode
ser aumentada ou alongada, nem diminuída ou encurtada; mas é uma expressão da codificação espírita.
Amiga: A que chama
"pecado"?
Cel: às mesmas
coisas que a amiga, com certeza, denomina como faltas, descumprimento da Lei,
tudo aquilo que as doutrinas condenam no homem por que transgridem a divina lei
do amor.
Amiga: Onde está a "escola de espíritos" a que muitos se referem
e, como alguns dizem, tem um desenvolvimento mais ou menos positivo?
Cel: está aí
mesmo onde você está, e onde estiver, e aqui
mesmo onde eu estou e onde estiver; a escola é a vida; a sala de aula é o
mundo. E, vc perguntou: Como pode ter um desenvolvimento mais ou menos
positivo? Veja, esse desenvolvimento do aprendizado não depende dos alunos, é
evidente; estes estão apenas aprendendo, cada um no nível escolar que lhe cabe.
O desenvolvimento mais ou menos positivo depende da “competência” dos
professores, isto é, do sem número de experiências/lições e influências de
todas as espécies que a vida proporciona a cada um.
Amiga: Considerando que a criação de Deus está acometida de tantos
fracassos do Criador, qual a sua solução para as criaturas?”.
Cel: segundo as
religiões, não há, nem pode haver qualquer fracasso ou erro da suprema
inteligência, dessa inteligência que está acima e além do universo. O erro é de
interpretação, fruto das ilusões de que o ego está repleto; por isso lhe disse
que o espírito é perfeito como Deus é perfeito, que não há culpas nem
responsabilidades, nem pecados, nem ações das quais se atribua méritos ou
deméritos a quem quer que seja. Lembre-se de Paulo: “É o Senhor que opera em
nós o pensar, o querer e o fazer”. Não temos nem mesmo a paternidade de nossos
pensamentos! E, novamente, Paulo: “Não é por vossas obras que sereis salvos,
mas pela graça de Deus”. Porque isso? Porque não há de que se salvar; já
estamos desde sempre “salvos”; essa é a visão de todos que chegaram à luz. E
qual é a solução? Eliminar as ilusões.
Amiga: Por fim, para
o amigo, o que é o bem e o que é o mal?
Cel: é o que é
para você; neste mundo de ilusões o bem é o que favorece, q auxilia, q traz
felicidade, e o mal é o oposto disso, é o que prejudica, traz danos,
infelicidades. Mas, como são ilusões, mestres dizem: “Enquanto houver em sua
mente o menor resquício de diferença entre o bem e o mal, você ainda não
compreendeu, você ainda não é dos nossos”.
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