Perdoe sempre
Um amigo me enviou um pps (“Perdoe sempre”) dizendo-o maravilhoso, q comento abaixo. O texto do pps está numerado; e, os comentários, estão em seguida à palavra Cel.
1. quem feriu vc, já feriu e já passou; lá na frente encontrará inevitável retorno e será ferido tb.
Cel: será verdade esse retorno? A Lei pune pelos erros?! Pois são todos eles fruto da ignorância, não? Quem conhece a Lei e conhece q existe um retorno, porq a transgredira, porq ferirá alguém?! O q pode ser considerado, equivocadamente, punição nada mais será do q se o erro ou o dano cometido, de algum modo, o atingir. O agente q burlou a Lei não teve condições, esperteza, malícia, rapidez, convenientes para se esquivar do dano produzido; nada mais.
2. o q importa mesmo é o q vc sentir e, o mais importante, o q ainda sente: mágoa, ódio, desejo de revidar...
Cel: e como não sentir, se nossa natureza ainda é essa de sentir? Todos, em geral, dizem “o que fazer” mas, ninguém, nem as religiões e doutrinas, ensinam o mais importante: o “como fazer”. Podemos, à força ou por treinamento, aprender como não sentir,ou como não desejar revidar, ou não sentir rancor?
3. Vc percebe q esses sentimentos foram escolhidos por vc? Nós escolhemos o q sentir diante das ofensas...
Cel: discordo totalmente; nós não somos donos de nossas escolhas; é como se esta escola do bem e do mal, q é a vida, com todas as influências exercidas sobre nós, vindas de todas as inumeráveis experiências/lições q nos ministra, no dia-a-dia, escolhesse por nós. Não somos os construtores de nosso caráter, inteligência, discernimento, sentimentos, desejos etc e, portanto, de nosso destino; somos o q a vida, com todas as suas lições, faz q sejamos, instante a instante. Assim afirmou o místico Paulo: “É o Senhor q opera em nós o pensar e o fazer” e, como q complementado tais palavras, pois por elas não erramos senão pelo q a vida nos ensina, mas assim mesmo existe sofrimento, tb disse: “Não é por vossas obras q sereis salvos, mas pela graça de Deus”. A própria ciência mais avançada do mundo, hoje concordando com o misticismo milenar, assegura: “a escolha não é nossa!”; e místicos: “aquele q pensa q escolhe é imaturo; está ainda no jardim da infância do espírito e, dificilmente, chegará à graduação universitária”.
4. somos responsáveis pelo q sentimos. Essa responsabilidade tem a ver com Amor q devemos ter e sentir por nos mesmos...
Cel: como coloquei no item 3, não somos responsáveis, nem culpados, por nenhuma escolha, decisão ou ato q praticamos e, por isso, dizem os mestres: “É tão absurdo castigar um malfeitor, qto premiar um benfeitor”. Isto é, eles apenas fazem o q a vida os leva a fazer. E como se dizer q “devemos” ter amor, inclusive por nós mesmos?! Esse amor por nós mesmos não passa de fruto do egoísmo q, por natureza, ainda possuímos. Dizer-se “devemos”, isto é, q ter amor é dever ou obrigação, não passa de ignorância da realidade. Cada um é o q é e, à força, não consegue mudar essa realidade. Podemos substituir o desamor q está ainda em nossa natureza, à força ou por vontade própria, por amor q não está ainda em nossa natureza?! Só o podemos fazer exteriormente; nosso íntimo continuará sendo aquilo q nossa natureza é. Mostraremos, exteriormente, apenas uma pseudo-virtude, imitação dos exemplos dos grandes, interesse de atender aos conselhos e regras éticas dos mandamentos ou de nossa crença pessoal; portanto, apenas encenação (q, é evidente, beneficiará o próximo, mas nenhum passo nos levará na direção da perfeição ou Deus) e, muitas vezes, pelo receio das conseqüências futuras (com q as religiões, com boas intenções, continuamente, nos ameaçam e iludem). Mas, será apenas um amor falso e, muitas vezes mesmo com interesse de conquista de méritos para um futuro mais feliz.
O verdadeiro amor é ainda desconhecido pelo mundo: é espontâneo, natural, não tem direção, não raciocina, nem pesa as conseqüências; é apenas, amor.
5. (responsabilidade) tudo passou, mas o q ficou aí dentro de vc? Mágoa, ódio, jogue fora...
Cel: como sempre, novamente aqui, aconselham “o q fazer” (“jogue fora!”) mas, nunca, o “como fazer”. A mágoa q sentimos, o ódio, o desejo de revidar, ficam entranhados em nossa natureza e, somente, com a compreensão profunda do q é a vida, não só conosco e com os nossos, mas com todos os humanos e não humanos, é q poderá vislumbrar, em nossa consciência/mente/ego,essa compreensão; é ela q nos trará a certeza que o mundo (filosofias, psicologias, tradições, culturas, ciências, crenças e religiões) não tem solução para os problemas, sofrimentos e males da vida. Então é q, eventualmente, qdo surge em nós enorme desencanto pelos atrativos do mundo, e por sua incompetência de trazer felicidade duradoura, partimos para a busca verdadeira.
7. por seu próprio bem perdoe sempre...
Cel: perdoe sempre, como Jesus disse “não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes”. E como fazer isso, se não temos amor em nossa natureza, em nosso coração? Somente, forçando nossa própria natureza mas, isso, como vimos, é apenas uma pseudo-virtude, um amor forçado, um perdão forçado. É apenas uma “regra de bem-conviver”, como todos os líderes, de cujas palavras os homens convencionaram religiões, tentaram implantar no seu povo, visando a um mais harmonioso relacionamento entre as criaturas já tão sofridas, sobretudo naqueles tempos em q os poderosos e discricionários eram a lei, em q imperava a ignorância; esse foi o objetivo de Moisés, de Jesus, de Maomé e outros. São apenas “regras de bem-conviver”, não “regras de salvação”.
8. mude seu destino, seja comandante de sua nau, escolha o melhor caminho para sua viagem...
Cel: esse deve ser sempre o desejo de todos os homens: construir o próprio destino, como considerar mais conveniente e vantajoso para si mesmo, certo? Contudo, sabemos como fazer isso? E, aqui, novamente, se diz o q “devemos” fazer, mas nunca “como” fazer.
9. perdoe como Jesus perdoou os q o crucificaram...
Cel: aqui, parece q se diz "como fazer", mão não é nada disso. Es não devemos esquecer q Jesus foi um iluminado; todos seus atos e ensinamentos são de acordo com o ponto de vista dos iluminados; os homens consideram absurdos os conselhos de oferecer a outra face, abençoar os inimigos, perdoar sempre etc. É evidente q não estamos prontos para agir assim, mesmo tendo Paulo afirmado: “A sabedoria de Deus é loucura para os homens, como a sabedoria dos homens é estupidez para Deus”.
Há tantas msg lindas, textos, lições inspiradores, q nos acalentam e trazem esperanças; contudo, são apenas ensinamentos incompletos, se os tomarmos como “regras para a salvação”.
Um abraço.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
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