Resposta a um amigo:
Vc colocou:
“Analisando a colocação feita, somos levados a entender que são as experiências que passamos que modelam nossa personalidade tanto física como a espiritual e que estas experiências nos chegam independentes de nossa vontade de vivenciá-las ou não (até aqui estamos em concordância), sugerindo que as conseqüências por elas trazidas, impõe-nos um modelamento somente pela força destas experiências, excluindo a ação de nossa vontade, de nossa forma de assimilarmos, enfim, de aprendermos de acordo com nossa escolha.
Cel: amigo, não há uma “exclusão” de nossa vontade, de nossa forma de assimilar ou da possibilidade de escolher. Mas, vamos refletir: de onde vem nossa vontade? Da percepção de q é verdadeiramente necessário usa-la fazer isto ou aquilo, de nos modificar, se for o caso, certo? E essa percepção surge de onde? De nossa observação dos fatos da vida, q se realizam sobre nós e os demais, concorda? Então, nossa vontade tb vem das experiências do dia-a-dia da vida. Ou de onde viria? Nossa força de vontade vem da convicção e da compreensão q adquirimos observando a vida. Por isso, para uns ela será mais intensa do q para outros; daí as desigualdades, sendo uns mais fortes, outros mais fracos nesse aspecto.
E de onde vem a compreensão de que devemos escolher fazer ou ser isto ou aquilo? Do nada, ou das experiências da vida, das lições q a vida continuamente nos ministra?
Amigo:
“Seria a negação do livre-arbítrio e a aceitação do automatismo e da casualidade universal, onde a consciência do Espírito perderia totalmente o valor e o propósito da sua existência”.
Cel: vc entendeu bem. Mas, o q é o livre-arbítrio? Vc escolhe ou decide fazer isto ou aquilo, sem se basear em nada? Simplesmente estala os dedos, joga um cara-ou-coroa e, com isso, decide e faz?! Ou vc se baseia no conhecimento q já possui, naquilo q já aprendeu ou já viveu, no conhecimento obtido através das experiências ou lições q lhe dão compreensão correspondente ao nível de aprendizado em q está nesta escola, do bem e do mal, q é a vida? Analise.
Amigo:
“E, ai, teríamos que aceitar que Deus joga dados... e teríamos que rever todos os nossos conceitos sobre a base da DE”.
Cel: amigo, além do espaço tempo, além deste mundo de relatividade, é até mesmo absurdo imaginar q exista qualquer jogo, certo? Contudo, para nós, tudo é incerto e impermanente: saúde, desejos, afetos, sucessos, dinheiro, beleza, felicidade tudo! Vc tem plena e total certeza do q pode acontecer no próximo minuto? De q dormira em casa esta noite? Do q será o amanhã, o próximo mês, o próximo ano? Ninguém tem certeza e por isso todos esperam q o amanhã seja melhor q o hoje; apenas “esperam”, porq certeza ninguém tem! Analise e verá q só podemos ter certeza absoluta de duas coisas; a primeira é q, irremediavelmente, a morte está à nossa frente; a segunda, é q não temos certeza de mais nada. Observe o mundo! Lembre-se do tsunami. Quem, entre aqueles milhares de vítimas, imaginaria q aquelas praias, cheias de vida e sol, de repente se transformariam em palco de tão grande tragédia?!
Para nós, deste “lado”, a vida não passa de um verdadeiro “jogo de dados”, q mais nos faz perder do q ganhar! Essa incerteza sobre, e essa impermanência de todas as coisas são exatamente a base sobre a qual o Buda criou sua filosofia. A ciência moderna tb tem esse mesmo entendimento.
Qto a rever nossos já enraizados conceitos, analise: há cem anos surgiu a nova física, trazendo revelações, a princípio consideradas absurdas e q muito perturbaram os cientistas e dividiram a ciência em “antes” e “depois”. Revelações q só foram compreendidas com a ajuda de conhecimentos vindos das experiências de místicos q, mesmo sem os sofisticados meios de pesquisa de q dispõe nossa ciência, haviam chegado, séculos ou milênios antes de nossos cientistas, a conclusões iguais ou semelhantes às da ciência de agora. Descobertas surgiram q exigem, sim, a revisão de muitos conceitos e a manifestação das religiões a respeito do papel e da posição do homem no universo, antes desconhecidos; no entanto, cem anos passados, nenhuma religião ou filosofia se manifestou a respeito. Talvez, isso se deva ao receio do impacto q as novas descobertas causariam entre os adeptos; ou, talvez, ao receio de terem de mudar suas premissas básicas.
Um abraço.
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