Amigos,
Alguém afirmava q, nas orações, pode-se perceber “algum determinismo" e perguntava se elas atingem seus objetivos.
Vamos refletir: se existe um determinismo, os q oram e as orações q contêm pedidos, estão tentando destrui-lo, certo? Essa é a uma crença das doutrinas: q se pedirmos contritos, Deus modificará seu "plano", o processo q está em andamento (q significa q modificará, de algum modo, o universo, ou o movimento irresistível universal, da vida e de tudo o mais) para nos atender.
Orações discursivas não têm qualquer significado, senão o de nos levar a refletir ou a nos lembrar de determinadas necessidades nossas. A oração deve ser em silêncio externo e interno, sem quaisquer súplicas ou agradecimentos, ou promessas de se modificar (promessas não passam de "negociação" com Deus: "se eu fizer assim e assim, Tu me darás o q peço?", ou "se Tu atenderes minhas súplicas, prometo q farei assim e assim!"); é, exatemente, como se considerássemos Deus um comerciante q tem todas as respostas e possibilidades de nos atender, desde q, em troca, lhe paguemos com a moeda de nosso esforço de nos transformar para melhor.
A verdadeira oração é sem desejos, sem visualizações, sem esperar nada em troca, nenhuma vantagem ou ganho; sem lembranças do q fizemos ou deixamos de fazer, ou do q desejamos fazer; sem esperanças de q as tristezas e sofrimentos cessem ou sejam atenuados; mente silenciosa, livre de pensamentos; a oração é uma entrega em total desprendimento, uma abertura pela qual a luz possa vir a entrar.
Contudo, todos estas considerações devem estar esquecidas, senão a mente/ego estará operando e se tornando mais forte qdo, o q temos de fazer é, exatamente, enfraquecê-la e, afinal, anulá-la de modo q cesse totalmente seu comando sobre nós; temos de operar de modo que nos esqueçamos de "tudo", inclusive de nós mesmos. A oração só pode ser produtiva, se não estivermos mais “ali”, pois qdo não estamos, Deus está! "Ou eu, ou Deus". "Aquieta-te e sabe: eu sou Deus!". Aquiete a mente/ego e vc, afinal, saberá q é Deus, e não vc, q está se manifestando.
Esse sempre foi o entendimento dos grandes; assim, como outros, Teresa de Ávila, "santa" e doutora teologal da igreja romana (q, por pouco, não foi executada pelo fogo da Inquisição por ensinar coisas q a igreja não ensinava), afirmava a necessidade de "duas" orações: a "oração de recolhimento", na qual se deve recolher, esconder, esquecer tudo, pensamentos, desejos, dores, lembranças, remorsos, expectativas... esquecer-se de si mesmo... oração q, se bem feita, resultará na "oração de quietude" (a primeira depende de nós; a segunda, só se realiza “automática” e naturalmente, pois independe de nós, mas do fato de a primeira ser bem feita); na oração de quietude, a mente entra em silêncio total; não há pensamentos e, se estes não existem, não existe tb ego e... estamos "lá".
Relembrando: "ou eu/ego, ou Deus".
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