(19) TRECHOS PARA VOCÊ LER E ANALISAR (Jan 2006)
No Ocidente, as religiões populares,
religiões organizadas segundo livros ditos sagrados, muitas com hierarquias, são
aquelas q recomendam aos adeptos (e estes tentam obedecer) q obedeçam aos preceitos tidos como ‘a
palavra de Deus’.
Naturalmente, aquele que segue suas
regras e ensinamentos se sente feliz, pois, se tem fé, estará certo de que, ao
fim da sua vida, será recompensado, pois é essa a promessa dessas doutrinas.
No entanto, a fé tem de estar
alicerçada em argumentos sólidos; caso contrário será apenas crença, sem valor
algum, ilusão. Chega o tempo em que o homem começa a questionar suas crenças, e
as vê sem base consistente. Por isso, sábios iluminados disseram que ‘aquele
que se filia a religiões organizadas é imaturo’, que está ainda no ‘jardim da
infância’ e, dificilmente, chegará à ‘Graduação Universitária’.
E que são argumentos sólidos? Apenas
a afirmação daquele que foi considerado profeta ou que pregou a ‘palavra de
Deus’? Depois de vinte séculos, temos certeza absoluta de que as escrituras cristãs,
no caso dos ocidentais, não sofreram qualquer tipo de modificação? Lembrem-se
que elas sofreram numerosas traduções, a influência de interesses, costumes,
interpretações e diferentes gramáticas, até chegar ao que são na atualidade. Por
isso, os sábios aconselham a ‘não pôr outra cabeça acima da sua’, isto é, a não
confiar nas interpretações de outrem, mas que cada um busque sua própria interpretação
ou confirmação, sua própria experiência pessoal, isto é, aconselham que, cada
um, veja por si mesmo.
Essas religiões
apregoam a necessidade de adorar
e louvar o Deus único; de obedecer, sem questionamento, as regras impostas aos fiéis como se fossem,
como dizem os pregadores, a ‘palavra do Senhor’. Que, como Senhor, as
recomendações, do homem Jesus, devem ser obedecidas à risca; qualquer
desobediência grave poderá nos trazer a perdição até mesmo por toda a
eternidade.
Enquanto isso,
os iluminados afirmam que a divindade está acima de toda necessidade de ser
adorada ou glorificada, de ser obedecida; que as orações mais sentidas, as
súplicas mais sinceras, não trazem qualquer deleite a Deus, e que já estamos
todos desde sempre salvos, pois não há do que o homem se salvar. Tudo que
fazemos em nossa vida, criaturas que somos de Deus, o fazemos com o beneplácito
da divindade, que nos criou assim e, como reza a Sagrada Escritura, ‘é o Senhor
que opera em nós o pensar, o querer e o fazer’.
Concordando com
essa afirmação, o Zen Budismo diz que ‘é até mesmo absurdo reivindicarmos a
paternidade de nossos próprios pensamentos’, como disse Paulo: “... como se
tivésseis algum pensamento como vosso, pois todos eles vêm de Deus!”.
Agora, se o
homem almeja, não apenas obedecer, louvar e adorar o Ser Divino, como crente e temente a Deus que é, pelo
temor de seu castigo, mas ir, além disso, para perceber e conhecer a divindade inefável, e até mesmo confundir-se com ela, não numa
condição após a morte física, como apregoam as religiões populares, mas mesmo
em vida, a questão não se resumirá em obedecer e louvar, mas em buscar a
experiência dos místicos, de todas as eras e latitudes, como Jesus, Buda,
Teresa de Ávila e muitos outros.
Essa experiência leva ao percebimento da divindade e a com ela
confundir-se, como afirmam, entre muitos outros, o místico cristão,
padre jesuíta, cientista, teólogo
e filósofo
(famoso por suas visões místicas), Meister Eckhart (só não foi condenado, pela
igreja, à morte pelo fogo, porq morreu durante o processo); e outro mistico cristão,
padre dominicano,
teólogo, filosofo e cientista, Teilhard de Chardin (condenado pelo Vaticano, ao
silêncio até o dia de sua morte). Este logrou construir uma visão
integradora entre ciência e religião (teologia).
Através
de suas obras, legou-nos uma filosofia que reconcilia a ciência
do mundo material com as forças sagradas do divino. Com isso, conseguiu ser mal
visto pelos religiosos e cientistas. Ele escreveu que, em geral, o percebimento da unidade
com Deus é obtido através da prática perseverante e regular da meditação.
Esse percebimento, na visão de sábios,
físicos modernos, psicólogos da psicologia transpessoal, místicos das tradições
orientais e ocidentais, como Ramana, Heisenberg, Krishnamurti, Schrodinger, Godel,
Pascal, CarlG. Jung, William James, Paulo, Buda e muitos outros, é o
acontecimento mais sublime na vida do ser humano, modificando para sempre seu
caráter, num sentido positivo, levando-o à sabedoria, compaixão e amor, além de
despertar-lhe genuínas virtudes e criatividade.
Aquele que tem
esse percebimento vive, então, em perfeita harmonia com o Todo, numa condição
de bem-aventurança sem fim. (Pascal: ‘Alegria, alegria, alegria, lágrimas de alegria!
’).
Até o século
vinte, a ciência ocidental, aí incluídos físicos, psicólogos, matemáticos,
médicos, psiquiatras e outros cientistas, julgavam serem absurdas, ou superstições
e mesmo patologias as afirmações dos místicos orientais de que, além de nosso
estado comum de consciência, existem outros estados mais elevados que
proporcionam experiência de bem-aventurança e que trazem sabedoria e compaixão
ao ser humano, experiência que, no dizer de Buda, ‘liberta o homem de todo o
sofrimento’ e, conforme C. G. Jung, ‘é a mais sublime e importante experiência
na vida do ser humano’.
Experiências
simples ocorrem a muitas pessoas, mas geralmente são reprimidas pelo medo do
inusitado e da intolerância da sociedade, ou mal interpretadas em face da
cultura vigente. Elas podem produzir mudanças benéficas e duradouras, tanto que
Jung afirmou: ‘O fato é que a
aproximação do divino é a verdadeira terapia e, na medida em que alcança essas
experiências, a pessoa se liberta da maldição da patologia’ (semelhante
a ‘todo mal e todo bem, mental ou fisiológico - pois mente e corpo são
interdependentes - vêm de uma menor ou maior aproximação da percepção do
divino’).
Maslow afirma
que a experiência é ‘tão profunda e chocante que pode mudar o caráter de uma
pessoa para sempre’. Ao retornar dela, a pessoa ‘sente-se, mais do que nunca, o
centro responsável, ativo e criativo, de suas próprias percepções e atividades,
mais determinada e confiante, mais livre para agir, pois com mais
livre-arbítrio do que nunca’. E, dentro de uma ‘hierarquia das maiores
necessidades do homem’, considera a busca de Deus o mais importante e sublime
objetivo da vida do ser humano.
O apego ao drama
ou história pessoal, que cada um tem para contar aos outros sobre si mesmo, é
um luxo desnecessário, parte de nossa bagagem emocional. É benéfico para todos,
porque evita dissipação de energia vital, cujo acúmulo é necessário para a
aproximação do sagrado, desapegar-se de seu drama e dos dramas pessoais dos
outros, coisas com as quais o homem está tão acostumado, ou mesmo condicionado,
a conviver no dia-a-dia.
Laing: ‘As
nossas tentativas de ‘despertar’ costumam ser punidas, especialmente pelos que
mais nos amam, porque eles, abençoados sejam, estão ‘dormindo’ e pensam que
quem desperta, ou percebe que o que consideramos realidade não passa de um
sonho, está ficando louco’.
Bugental: ‘Deus
é uma palavra usada para indicar nossa subjetividade inefável, o potencial
indescritível e inimaginável que está dentro de cada um de nós’. É o que
místicos e, hoje, também a filosofia da ciência quântica, afirmam.
Enquanto, na
psicologia ocidental, o homem é levado a enaltecer o ‘eu’, a ter autoconfiança
etc, coisas que reforçam o poder do ego, nas psicologias orientais a meta
humana é calar o ego, tentativa que pode ampliar. cada vez mais, a própria
consciência, o que traz saúde
psicológica e sabedoria
(e até a percepção de que nós e Deus somos um só; como disse Jesus: ‘Eu e o Pai
somos um’).
A ampliação da
consciência está ligada estreitamente à saúde mental tanto que, para algumas
psicologias, a inconsciência, isto é, a consciência restrita, é descrita como a
única enfermidade. Daí a
afirmação de que ‘toda patologia vem
do fato de estarmos distantes daquilo a que chamamos Deus’. Quanto mais
próximos estamos da percepção de Deus, mais saúde mental e menos enfermidades
fisiológicas.
Problemas e
sofrimentos, conflitos, incompreensões e opostos (bem e mal, justo e injusto),
que afligem a existência, cessam com o progresso na meditação. Nesta, não é o
mundo que muda; nós mudamos. Ela elimina todos os sofrimentos e pode nos trazer
a suprema felicidade.
Aquelas conhecidas
palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade, a vida! Ninguém vai ao Pai
senão por mim!”, conforme rabinos,
doutores da língua e da religião judaica, têm sua correta tradução em: “O
é o caminho, a verdade, a vida! Ninguém vem ao Pai senão pelo !”, que
modifica, profundamente, o sentido que antes lhes dávamos; o mesmo afirmam
tantos outros sábios, místicos e iluminados? Pois é esse o objetivo da
meditação: aprofundarmo-nos dentro de nós mesmos, na direção daquilo que
denominamos nosso ‘eu’, atentos à fonte de nossos pensamentos. Se formos bem
sucedidos, os pensamentos cessam, o ‘eu’ se afasta e, com o trabalho perseverante,
virá aquilo que está além do ego, além do espaço-tempo: Deus. Como disse o
maior profeta do Antigo Testamento: “Aquieta-te e sabe: eu sou Deus”
Pensamento,
fantasia, devaneio, raiva, inveja, preocupação, emoção, sexo, vícios levam à
distração na meditação. Fazem perder tempo e energia vital. Assim, purificação
psicológica significa afastar os pensamentos que distraem (essa, talvez, a
razão do ensinamento das religiões sobre as virtudes, cuja prática traz
tranqüilidade mental, o que prepara a mente para a meditação; no cristianismo
primitivo eram denominadas pecados, pois aquelas ‘distrações’ afastam o homem
da percepção do sagrado).
A atenção afasta
a distração. A essência da meditação é
a atenção. O fluir dos pensamentos costuma ser aleatório e dispersivo;
assim, devemos fixar a atenção, não nos pensamentos que variam constantemente,
mas no fluir dos pensamentos, na respiração ou numa palavra ou som suave que
não levem a associações mentais.
Medard Boss:
‘Para que a cura das doenças mentais tenha verdadeira eficácia, os
psicoterapeutas ocidentais terão que associar as técnicas da psicologia com as
técnicas da meditação das tradições místicas. ’
Há uma terapia
que aborda o equilíbrio mente-e-corpo (“Conexão Saúde”, de Deepak Chopra). Com
métodos de relaxamento e de redução de tensões, pode desempenhar importante
papel em todas as terapias. Em nossa cultura ocidental, as concepções com
relação a esse assunto ainda são muito primárias, mas já há provas
insofismáveis de sua eficácia.
Ver televisão,
beber um drinque, ler livros, viajar, não reduzem tensão nem ansiedade, como
muitos acreditam; somente nos ajudam, quando muito, a esquecê-las por algum
tempo. O relaxamento profundo, que a meditação inegavelmente proporciona, é a
verdadeira terapia para esses males; é um processo neuropsicofisiológico de
inegáveis benefícios, como os cientistas modernos têm exaustivamente
comprovado.
As pesquisas
indicam que a reação do organismo humano à meditação é oposta à sua reação ao
estresse, fato que sugere que a meditação tem importantes aplicações na clínica
médica em geral. Essas
técnicas já estão sendo usadas para a eliminação de muitas enfermidades mentais
e físicas. Com essa constatação, numerosos cientistas, educados em nossa
cultura ocidental, que associa misticismo a coisas misteriosas e anticientíficas,
se sentiram tremendamente chocados. Mas, hoje, essa atitude está mudando. A
meditação não é mais considerada ridícula ou suspeita, e o misticismo está
sendo olhado com seriedade pelos cientistas, convencidos agora de que ele
fornece importante e coerente base filosófica para a ciência moderna, numa
compreensão de que as descobertas da ciência atual estão em perfeita harmonia
com os ensinamentos milenares do misticismo oriental.
O corpo saudável
tem forte resistência a todo tipo de micróbio. Todo organismo humano é
hospedeiro para multidão de bactérias que só podem causar danos quando o corpo
está com seu sistema imunológico debilitado, fato que ocorre quando os cuidados
com o corpo são negligenciados, em geral com o uso de alimentos e procedimentos
(físicos e mentais) inadequados.
Experimentos
sérios e recentes comprovam que a meditação praticada regularmente pode
corrigir tais problemas.
Na psicanálise, é
essencial a compreensão dos processos e estados de consciência. Talvez tenha
sido por isso que, William James, por muitos considerado o maior psicólogo do
Ocidente, tenha levado sua atenção da psicologia ocidental para a psicologia e
misticismo das tradições orientais, estudando estados incomuns de consciência,
fenômenos psíquicos e experiências religiosas, na intenção de conhecer o
espectro total da consciência humana. Esses assuntos são abordados, também, por
Ken Wilber, psicólogo contemporâneo, com esclarecimentos surpreendentes para
nós, em várias de suas obras (“O Espectro da Consciência”, entre outras).
Os resultados
das pesquisas sobre meditação alcançam tantas, senão todas as áreas de
interesse do ser humano, que pesquisadores chegaram a afirmar que, “quando essa
técnica for aplicada regularmente pelas populações em geral, não haverá
problemas sem solução e o sofrimento será coisa do passado”.
Os pesquisadores
relatam que, no caso da asma brônquica, por exemplo, ocorre significativa
redução dos sintomas, resultado devido, talvez, a expressivo aumento da entrada
de ar nos pulmões, isto é, aumento da facilidade de respirar.
Outras
manifestações de má saúde foram solucionadas com a prática da meditação, que
trouxe ao corpo o peso ideal e a possibilidade para sua manutenção, fato
importante porque a obesidade, além de difícil problema médico, é sério fator
de risco para o aparecimento de muitas enfermidades graves.
Males das
gengivas, a maior causa de desordens dos dentes, obtiveram grande melhora com a
meditação regular. As gengivas são reflexo da saúde geral do corpo sendo, a
cura de suas enfermidades, sinal evidente do crescimento do equilíbrio do
sistema imunológico, o que implica em considerável aumento da resistência do
organismo às doenças.
O resultado da
saúde psicológica nos que praticam a meditação deve-se ao aumento da
coordenação do sistema nervoso, como foi observado em EEG de meditadores, que
mostraram coerência e sincronismo de diferentes áreas do cérebro, bem como
entre os dois hemisférios. Os estudos, nessa área, demonstram:
-diminuição da
ansiedade, fadiga, nervosismo;
-crescimento da
auto-satisfação e da personalidade;
-redução do
estresse, da tensão e da dificuldade de conciliar o sono.
-devido ao
enorme repouso produzido pela meditação, que dissolve a raiz profunda do
estresse, muitas doenças podem ser prevenidas com êxito pela prática regular,
pois o sistema nervoso se torna mais equilibrado, estável e ordenado, fazendo
com que o organismo resista mais às tentativas da doença para se instalar.
-a prática, pela
alternação de repouso e atividade, traz fortalecimento e refinamento gradual do
sistema nervoso. Ao passo que, para compensar o estresse e a fadiga
necessitamos de sono e sonhos, que a insônia não permite, a prática meditativa
elimina o estresse e a ansiedade que estão perturbando o sistema nervoso.
A causa da
eficácia da terapia pela meditação parece ser a recuperação global do equilíbrio
entre a mente e o corpo. Contudo, os
resultados não se limitam à cessação de tendências negativas; produzem, também,
grande integração da personalidade através de:
-
desenvolvimento da maturidade emocional e da saúde geral;
- redução/
eliminação do nervosismo e irritabilidade;
- maior
sociabilidade e mais estabilidade emocional;
- mais
compreensão e auto-confiança;
- menor inibição
nos relacionamentos, na conduta e decisões;
- aumento da
calma, da satisfação e tolerância em situações frustrantes;
- facilidade de
se relacionar e fazer amigos; ânimo mais equilibrado.
Comprovou-se,
ainda, que a Meditação reduz, significativamente:
-depressão, irritabilidade, agressividade, insociabilidade,
tendência dominadora, inibições, desajustamento social, personalidade
neurótica, inflexibilidade, teimosia, desconfiança, egoísmo, sensibilidade à
crítica, necessidade de segurança, ansiedade, tendência a responder (mal),
agressividade, impulsividade, imaturidade emocional, timidez, frustração fácil.
E que aumenta,
também significativamente, a:
- auto-estima,
satisfação com a vida, confiança em si e nas pessoas;
-
auto-disciplina, capacidade de acompanhar a evolução do meio, auto-aceitação,
natureza construtiva (e não mais destrutiva), coordenação mente-corpo,
tolerância, relacionamento interpessoal, altruísmo, fraternidade, amizade,
capacidade de não ofender, estabilidade emocional.
Em todos os
praticantes ocorreu aumento da energia e clareza mental, da facilidade de
relaxamento, tranqüilidade, franqueza, honestidade e sinceridade.
Tais resultados
recomendam o uso da meditação como terapia eficaz para doenças mentais e
fisiológicas, tendo-se provado que a técnica deve ser usada nos casos de
ansiedade, neurose obsessiva e neurose compulsiva, depressão, uso e abuso de
drogas e medicamentos, e males psicossomáticos em geral.
A meditação
desenvolveu o raciocínio lógico e o raciocínio moral; melhorou o relacionamento
com patrões, supervisores, chefes e colegas; aumentou a motivação e satisfação
nas atividades profissionais.
Os resultados
indicam o potencial da meditação no campo da clínica médica, psicologia e
psiquiatria, pois proporciona: integração corpo-mente, amadurecimento pessoal,
maior adaptação às situações, estabilidade emocional e fisiológica, purificação
(cerebral). O desenvolvimento desses 5 pontos pode ser a solução para a
prevenção de toda conduta anti-social e sua mais importante conseqüência é a
obtenção de um nível de consciência mais elevado.
Outros
resultados positivos:
- grande
crescimento do raciocínio lógico;
- grande aumento
da facilidade de se adaptar a situações novas;
- maior
habilidade para concentrar a atenção;
- redução da
instabilidade emocional;
- aumento dos
níveis de energia e de tolerância;
- aumento do
nível de inteligência e de solucionar problemas;
- crescimento da
habilidade de organização e de raciocínio;
- aumento no
desempenho intelectual e noutras variáveis psicológicas relativas a estudantes;
- crescimento do
equilíbrio fisiológico e psicológico com considerável redução da ansiedade e do
nervosismo;
- aumento da
conduta positiva e da felicidade, do equilíbrio emocional, da harmonia e saúde
física;
- diminuição ou
cessação da inquietação, depressão e tédio;
- crescimento da
participação em atividades coletivas;
- redução ou
cessação das infrações a leis, regras e regulamentos;
- aumento da
facilidade de se relacionar com outras pessoas;
- o cérebro
adquire funcionamento coerente e harmônico em todas suas funções e áreas.
As pesquisas
mostram que a prática traz imenso benefício, porque aperfeiçoa as funções
neuropsicofisiológicas, que são a base da vida e dos valores do ser humano
(saúde, bem estar, disposição, alegria, felicidade).
Qualquer método
que ajude a produzir um estado de relaxamento
e de tensão reduzida pode levar à experiência da
meditação, que pode oferecer total
liberdade e completa extinção
da principal causa de todo
sofrimento do homem, e põe fim às nossas incessantes
buscas de felicidade.
Freud ensinou que, “no peito da mãe, a criança experimenta a condição
primeira, depois idealizada para sempre, em
que não se podem diferenciar a
libido do objeto e a libido do ego;... a ‘ignorância’ (inocência) produz
a experiência feliz da criança no peito da mãe... porque livre de todos os dualismos...”
A psicanálise sugere a afirmação
de que a humanidade não se libertará de suas enfermidades e de suas
infelicidades enquanto não for capaz de abolir
todo e qualquer dualismo’ (só se consegue na meditação).
Todo bem ou mal psicológico, em geral, origina-se de uma maior ou menor
percepção da Divindade. E, sendo psique e corpo uma unidade, todo mal ou bem
fisiológico tem a mesma explicação. Por isso mesmo, a prática sistemática de
meditação é altamente terapêutica tanto para as enfermidades emocionais, como para as fisiológicas.
Pela prática, uma pessoa facilmente se livrará de suas neuroses individuais.
Por isso, não é difícil compreender o imenso poder curativo dessa autêntica
terapia.
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(Dica para a meditação: Fique totalmente
atento para surpreender o seu próximo pensamento, ou totalmente atento para sua
respiração, sem, no entanto, usar a imaginação; faça isso o maior tempo q puder).
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Wilber: ‘Quem não favorece Freud, não pode chegar a Buda’; isto é: para
chegarmos àquela percepção que a meditação proporciona, temos que,
primeiramente, ‘consertar’ nossa psique (coisa que a meditação realiza).
Jung: ‘Mais cedo ou mais tarde, a física quântica e a psicologia do
inconsciente se aproximarão cada vez mais, já que ambas, independentes e vindo
de direções opostas, avançam para território transcendental’.
Jung convenceu-se, por suas próprias experiências, da realidade da
dimensão espiritual da vida. Para ele, a religião e a mitologia constituem
fonte inesgotável de informações sobre o inconsciente coletivo, e concluiu que
a espiritualidade pura é parte
integrante da psique humana.
Hoje, surge uma nova psicologia compatível com a visão científica da
vida e harmonizada com as concepções místicas, e numerosos psicólogos
transpessoais estão trabalhando no sentido de levar essa psicologia à busca
espiritual; não mais consideram a espiritualidade como sendo superstições
primitivas, aberrações patológicas ou crenças falsas insufladas pela cultura.
A única maneira de superar os problemas existenciais da condição humana
é, em última análise, transcendê-los, vivendo nossa existência com mente aberta
e atentos para as realidades da vida. Isso só é conseguido com as experiências
da meditação que podem oferecer profundos insights sobre a natureza e importância da nossa dimensão
espiritual. Nesse sentido, os objetivos da moderna psicologia transpessoal são
os mesmos objetivos buscados pelas tradições místicas através da meditação.
Conforme os
místicos, ‘o ser humano normal é aquele que está livre de todo sofrimento’ (só
a ‘iluminação’ traz esse resultado).
Jung chamou a experiência conseguida pela
meditação de ‘concórdia transcendental universal’ pois, independentemente de
época ou lugar, é a mesma para todos os que a experimentam, e coloca o
indivíduo em contato com o Divino. Para Jung, a mente universal e a mente
individual são uma mesma coisa, isto é, nossa mente é a Mente Divina, verdade
perfeitamente aceita no Oriente, embora no Ocidente isso pareça ser blasfêmia;
porém, Jung afirmava que a obtenção dessa percepção é uma experiência mística incontestável, presente em todas as
tradições religiosas, do Oriente e do Ocidente.
Jung: “O atentar para a Mente intemporal
é tarefa redentora para todas
as pessoas. Em nosso tempo, essa tarefa é particularmente difícil porque
colocamos, no dia-a-dia, nossa ênfase no aqui-agora, no fazer, no consumir, nos
aspectos práticos, no progresso material. Como valorizamos o aspecto material,
estamos separados dela. O resultado é patológico:
tornamo-nos vítimas de nossos próprios impulsos inconscientes e o mundo tornou-se
doente. Nossa mais importante tarefa na vida é exatamente o oposto:
tornarmo-nos conscientes dos conteúdos que emergem do inconsciente, criar cada
vez mais e mais consciência; esse o objetivo único da existência humana:
acender uma luz na escuridão do ser”.
Para ele,
“Seguramente, a alma não é algo insignificante (como as religiões ocidentais a
consideram), mas é a própria Divindade radiante”.
Meister Eckhart:
“A essência de Deus e a essência da alma são uma só e a mesma coisa. O conhecedor
e o conhecido são um só. Os ingênuos imaginam poder ver Deus como se Ele
estivesse ‘lá’ e nós ‘aqui’. Não é assim. Deus e nós somos um”.
Koestler: “Não
existe uma linha divisória nítida entre a cura das enfermidades e a percepção
da divindade”. (elas se confundem).
Po Chü-i:
“Mantenha seus pensamentos longe das coisas passadas, pois pensar no passado
provoca tristeza e dor. Evite pensar no que poderá acontecer, pois pensar no
futuro é desalentador. É melhor sentar-se numa cadeira como um saco (relaxado),
durante o dia; é melhor deitar-se numa cama como uma pedra, durante a noite;
abrir a boca quando vier a comida, fechar os olhos quando vier o sono” (como
disse Krishnamurti, para se suportar os eventos do dia-a-dia, precisamos de uma
boa dose de humor e de indiferença).
Huxley: “Onde há
perfeição e unidade, não pode haver sofrimento. O sofrimento só surge onde há
imperfeição, desunião e separação de uma totalidade que tudo abrange (Deus).
Para o indivíduo que realiza a unidade em seu próprio ser (a união com o
divino), o sofrimento cessa”.
Buda: “A
iluminação (que pode vir com a meditação), é o fim de todo o sofrimento”.
A aproximação da
percepção do divino é como “morfina espiritual”: reduz dor e sofrimento, e não
dura só um momento, mas elimina a raiz e a fonte do sofrimento. E não é só o
corpo que se comporta de modo coerente durante o estado de consciência pura: a
experiência subjetiva, psicológica, também segue um padrão típico. Conforme
relatou J.T. Farrow, sobre seus pacientes: “Há uma mudança gradual
caracterizada por um estado mental cada vez mais tranqüilo e ordenado, por uma
expansão da consciência e por uma redução das fronteiras da mente, até que, de
repente, alcança-se um estado de ‘ilimitação’, de felicidade, essencialmente o
mesmo para os diferentes indivíduos”. Por isso Jung afirmou ser, essa
experiência, uma ‘concordância universal’.
-‘Buscai em
primeiro lugar o Reino de Deus e tudo o mais vos virá por acréscimo... ’ (isto
é, com o percebimento, estaremos completos, nada mais é necessário; à luz dessa
percepção cessam todos os conflitos e dores).
-‘Nem todo aquele
que diz: ‘Senhor! Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai... ’ (essa vontade é a vontade daquele que ensinou: ‘Buscai
em primeiro lugar o reino de Deus...’).
-‘Aquele que
ouve minhas palavras e não as cumpre é semelhante a um homem insensato que
construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os
ventos e investiram contra aquela casa, e ela caiu, e grande foi sua ruína... ’
(‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, e tudo o mais vos será dado por
acréscimo’, e ‘Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará’; estas as
palavras mais importantes pronunciadas por Jesus, para motivar o homem à busca.
Quem o segue, nos seus ensinamentos, está construindo sua casa em lugar firme e
seguro e, com certeza, chegará ao percebimento; não será como o insensato que
‘muitos pesares ainda terá’).
-‘Nada sucede
sem a vontade do Pai. ’ (a escolha não é nossa).
-‘(a Pilatos:)
Nenhum poder teríeis se do alto não vos fosse dado. (idem).
-‘Vinde a mim
vós todos que estais aflitos e eu vos aliviarei. ’(os que chegam lá são
aliviados. Jesus deve ter dito: ‘ide ao Eu’, isto é, penetrai no mais profundo
de vós mesmos e, ali, achareis alívio; ali, todo sofrimento cessa. O caminho é
para dentro; no íntimo, encontraremos Deus).
-‘Não te
preocupes com muitas coisas... ’ (não adianta preocupar-se, que não vamos
resolver nada; a escolha não é nossa; e, como a física moderna comprova, tudo é
incerto).
-‘A cada dia
basta seu cuidado’, isto é, não fique pensando no que já passou, nem imaginando
o que virá no amanhã; o que passou, não podemos modificar; o que virá, virá
mesmo e nada poderemos fazer; cuide, pois, apenas de estar atento ao momento
presente.
-’... que cada
um viva na condição na qual o Senhor o chamou...não te preocupes disto. Pois o
escravo, que foi chamado pelo Senhor, conquistou a liberdade do Senhor’ (I Cor
7:22) (cada um é o que é, não há como modificar isso; mas, qualquer que seja
sua condição, seja escravo ou senhor, aquele que teve o percebimento está
absolutamente livre).
-‘Não sabeis que
sois o templo do Altíssimo e que o Espírito de Deus habita em vós?’ (I Co 3:16)
(se Deus está em nós, como procurá-lo fora)?
-‘Interrogado
pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes: O
reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem se dirá: ‘Ei-lo aqui’, ou ‘Ei-lo
acolá’, pois o reino de Deus já
está dentro de vós. ’ (Lc 17:20) (sem comentário).
O amor de Deus
se estende a todos os seres, incondicionalmente, não importando se estes o amem
ou não, creiam ou não, ou mesmo que neguem sua existência. Deus não exige
serviço, nem adoração, nem oração, nem reverência. Ele está acima de tudo isso.
Há, sim, recompensa àqueles que se abrem ao amor de Deus, pois podem se sentir
plenificados. Mas o amor de Deus se dirige, oferecendo-se, incondicionalmente,
a todos. O sábio reconhece que a oração mais sentida ou comovente não traz o
favor de Deus; que Ele não se deleita com as orações dos homens, com suas
súplicas ou louvores. Contudo, a oração é um benefício para o homem pois, por
meio dela, ele pode entrar em harmonia com o infinito, com Deus, abrindo-se ao
seu amor, poder e sabedoria.
-’... pelo que
eu entendo, a porta de entrada desse castelo (o nosso ser, onde Deus habita) é
a oração, a meditação...’ (Teresa de Ávila, santa da igreja católica romana).
-’... é
insensatez pensar que poderemos entrar no céus sem primeiro entrarmos em nós
mesmas...’ (Teresa) (o caminho é para o interior).
-’... Assim, se
alguém quer despertar, se quer compreender a si mesmo, deve enfrentar o fato de
que o verdadeiro caminho para Deus é para dentro; deve dirigir-se diretamente
para seu interior; ‘não há outro caminho’...’
(Paul Brunton, Ph.D., yoga).
-‘Eu gostaria de
deixar bem claro que, com o termo ‘religião’, não me refiro a uma dada
profissão de fé religiosa. A verdade, porém, é que toda confissão religiosa,
por um lado se funda originalmente na experiência do numinoso (transcendental)
(que, na experiência religiosa pode ser o influxo de uma presença invisível que
produz modificação especial na consciência; tal, pelo menos, é a regra
universal) e, por outro lado, na fé e na confiança relativa a uma experiência
de caráter numinoso e na mudança de consciência que daí resulta. Um dos
exemplos mais frisantes, nesse sentido, é a conversão de Paulo. Poderíamos,
portanto, dizer que o termo ‘religião’ designa a atitude particular de uma
consciência transformada pela experiência do numinoso... ’ (Carl Gustav Jung).
-‘Os sonhos que
escolhi para ilustrar aquilo que chamo de ‘experiência mística’ certamente
pouco significarão para um olhar inexperiente... Mas, apesar disso, a
experiência individual... é sangue quente e rubro, que pulsa nas veias do homem
(que a teve). Para quem busca a verdade, ela é mais persuasiva do que a melhor
das religiões, do que a melhor das tradições... Se quisermos saber algo a
respeito do significado da experiência religiosa para aqueles que a tiveram,
esse algo é: tudo... ’
(C.G.Jung).
-’... (essa
experiência é) exatamente como se o espírito e a carne, eternos inimigos na
visão da fé cristã, tivessem feito as pazes... o espiritual e o profano se vêem
conjugados numa inesperada situação de paz... A austera seriedade do espírito
parece tocada por uma alegria semelhante àquela que a antiguidade pagã
conhecia, perfumada de vinho e rosas. Seja como for, faz com que se esqueçam
todas as dores e penas da alma... ’ (C.G.Jung).
-‘Alegria,
alegria, lágrimas de alegria; enfim Te conheço’ (Pascal).
-‘Naturalmente é
difícil compreender como essa figura abstrata (a experiência imediata, que nada
é mais que uma experiência subjetiva, pois na psique do homem) desperta o
sentimento da ‘mais sublime harmonia’... Contudo esse tipo de experiência não
é, para mim, nem obscuro, nem longínquo. Muito ao contrário: trata-se de um
fato que observo quase todos os dias em minha vida profissional (de
psicoterapeuta)... Conheço um número consideravelmente grande de pessoas que,
se quiserem viver, terão de levar a sério sua experiência íntima... ’ (isto é,
a vida daqueles que tiveram a experiência de Deus, será transformada
obrigatoriamente por força do novo conhecimento, a iluminação que lhes veio
dela) (C.G.Jung).
-‘Esse estado,
produzido pela meditação, é o mais sublime estado da existência humana...
Somente para a alma que o atingiu o mundo se torna realmente belo e vale a pena
viver. ’ (Vivekananda).
-‘Se pelo menos
você olhasse (percebesse) sua alma - o reflexo de Deus totalmente perfeito
dentro de você – encontraria a satisfação de todos os seus desejos (tudo o mais
virá por acréscimo)! Nessa consciência divina – aquilo que, quando se tem, nada
mais que se obtenha é maior – você permanecerá inabalável ainda que ganhasse o
mundo inteiro; o elogio não envaideceria, nem a censura o magoaria. Sentiria
apenas a alegria de Deus em seu interior’ (Yogananda).
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