SOBRE O
LIVRE-ARBÍTRIO - Existe ou não existe?
Amigos,
Quantas
vezes acreditamos que um ensinamento, uma afirmação, uma questão, explicação ou
resposta, em particular sobre assuntos religiosos, seja mesmo verdade, devido a termos confiança em suas fontes! Observem o
que coloco abaixo, sobre conceitos profundos e, para as religiões, graves e
básicos, que muitos consideram verdade, mas que não são:
Leiam o trecho a seguir:
"E como os
pensamentos não são verdadeiramente nossos, também não são nossos os desejos,
as vontades que eles despertam e, conseqüentemente, nem as escolhas
(livre-arbítrio) de fazer isto ou aquilo. Logo, nem mesmo somos responsáveis
por nossas obras (pelo fazer), como disse o sábio e místico Paulo: "é o Sr
que opera em nós o querer e o fazer!".
O amigo X estranhou e perguntou: Então as escolhas que fazemos, sejam
certas ou erradas, não são, verdadeiramente, nossas?! Se não são, porq é que as
religiões afirmam que nossos sofrimentos decorrem de fazermos escolhas erradas,
que levam danos ao nosso próximo?
Resposta:
Você tem mesmo liberdade de escolher? Consegue se recordar de alguma coisa, por
mais simples, fácil, corriqueira e sem conseqüências significantes que seja
(como escolher um lápis, uma cor, um copo d'água ou de refrigerante,
ou sentar-se nesta ou naquela cadeira), ou complexa, de conseqüências
sérias, incertas e/ou perigosas (como matar alguém ou declarar uma guerra,
qualquer coisa), que tenha decidido/escolhido fazer, em toda sua vida, ou que
tenha observado na vida de alguém, que tenha sido uma escolha livre?
Todos nós
escolhemos o tempo todo, desde que a consciência chega até que se vai mas, se o
amigo bem observar, verá que nenhuma escolha é “livre” ou verdadeiramente nossa.
Todas elas, sem exceção, estão totalmente “presas” ao passado, ao que já
aprendemos, de bom ou de mau, nesta escola do bem e do mal que é a vida.
Observe: de onde nascem as escolhas? Simplesmente brotam de nossa cabeça ou de
nossa vontade? Sem dúvida, vêm de nossa vontade mas, e nossa vontade de
onde vem? Quem produz ou é responsável por nossa vontade?
Veja, a
seqüência psicológica é esta: escolhemos fazer ou não fazer, ter ou não ter,
ser ou não ser, isto ou aquilo, porq nos veio a vontade de assim escolher. Mas,
de onde vem a vontade, senão do desejo? E de onde vem o desejo, senão do
pensamento (imaginação, associação, lembranças, expectativas, esperanças...)? Concorda?
E de onde vêm os
pensamentos? São criações nossas, são verdadeiramente nossos? Somos nós que
provocamos seu nascimento, que lhes damos origem? Não e nunca! Os pensamentos
são provocados por algo que está fora ou além de nós (além de nós espíritos,
pois pode estar em nosso próprio corpo material).
Este é o
processo: ações, eventos, coisas exteriores, -> captadas ou percebidas por
nossos canais de ligação com o mundo – visão, audição, olfato, paladar, tato,
ou por alguma sensibilidade paranormal; -> dão lugar a reações interiores -
interpretações pelo cérebro, ou área psicológica -> que dão lugar aos
pensamentos -> que podem, ou não, se associar com aquilo que já está
arquivado na memória, resultante de idêntico processo anterior, -> que
modificam ou não o pensamento inicial; -> do pensamento vem o desejo de ter
ou não ter, ser ou não ser, fazer ou não fazer aquilo que percebemos no
exterior; -> do desejo nasce a vontade, forte ou fraca, de conseguir ter ou
ser etc...; -> daí resulta a decisão ou escolha de agir para concretizar o
escolhido.
Reflita bem sobre isso, e me diga alguma coisa. Vc vai verificar que os
pensamentos não são verdadeiramente nossos; não são provocados por nós. Nem
mesmo temos controle sobre eles (e isto podemos comprovar por um teste de dois
minutos e um pouco de boa vontade).
São eles e,
conseqüentemente, a mente (eu inferior, mente inferior, condicionada ou
localizada etc) que nos comandam e, por isso, vamos daqui para lá, de lá para
mais além, acertamos ou erramos, gozamos ou sofremos, e ficamos acreditando que
fomos nós mesmos que escolhemos acertar ou errar, gozar ou sofrer.
Por
isso, disse Paulo, o apóstolo que levou o cristianismo ao mundo então
conhecido, mas cujos ensinamentos não são plenamente aceitos pelas doutrinas
cristãs, porq aparentemente (só aparentemente) discordam de ensinamentos de
Jesus: “É o Sr que opera em nós o pensar, o desejar e o fazer!”, mostrando que
nem os pensamentos, nem os desejos e, conseqüentemente, nem as escolhas e
ações/obras são verdadeiramente nossos.
No mesmo
sentido, disse tb: “... como se tivésseis algum pensamento como de vós mesmos,
pois todos os pensamentos vêm de Deus!”. E, talvez para que não estranhássemos
o fato de que sofremos mesmo que as escolhas erradas não tenham sido “nossas”,
ainda disse: “Não é por vossas obras que sereis salvos...!”
Muitas revelações
que vêm de desde séculos ou milênios A.C até nossos dias, e revelações da
ciência moderna afirmam: “A escolha não é nossa!”
Mestre e sábios
afirmaram: “aquele que pensa que escolhe é imaturo: está ainda no jardim da
infância das coisas do espírito e, dificilmente, chegará à graduação
universitária!”
Jesus também disse coisa semelhante.
Mas, vejam bem,
não é pelo fato de sábios, a ciência, Paulo terem dito isso, que
temos de, ou devemos crer que a escolha não é nossa, mas, pelo fato de que,
facilmente, podemos provar que isso não é verdade. (Já colocamos várias vezes
no FE como fazer essa comprovação).
Abç.
..........
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