Religiões exotéricas e esotéricas.
Amigos,
Em nossa existência, os mistérios e interrogações sobre a vida, a morte, a origem e o destino, o desconhecido, as desigualdades de raças, espécies, comportamentos, caracteres, posição social, riqueza e miséria, sofrimentos e gozos, a imensidão dos oceanos e céus, o poder criador e destruidor da natureza, levaram o homem a criar a religião exotérica...
Tanto ela como o existencialismo, filosofia que afirma a liberdade total do homem, desvinculando-o mesmo de qualquer ligação com um Deus, resultam da reação do homem àqueles mistérios e medos. Enquanto o existencialismo tenta suavizar o dualismo “eu e o outro” ao fazer que o eu participe “com” o outro, a religião exotérica manipula esse dualismo tentando nos levar à paz com o Grande Outro, Deus. E enquanto o existencialismo, no dualismo vida e morte, afirma a morte, a religião o manipula negando a morte. Assim, nasce a religião exotérica, tentativa psicológica do homem de se lançar para além do eu físico, finito e mortal, e se tornar um eu infinito, espiritual e imortal, alma eterna; para não deixar de ser.
Essa, como vemos no mundo, é a religião de muitos, popular, superficial, recheada de diferentes crenças, de vários deuses, com divisões indicadas pelas diferentes denominações, de diferentes procedimentos, concepções e experiências, geralmente organizada a partir de escrituras ditas sagradas, e com hierarquias, doutrinas e regras próprias. Veio do anseio de sobreviver à morte, do desejo de felicidade num futuro desconhecido.
No entanto, ao “lado” dela está a “religião” (que não é religião) dita “esotérica”. A linha entre o esotérico e o exotérico, não está nas religiões. A diferença fundamental não são linhas que dividem “verticalmente” hinduísmo de islamismo, budismo, cristianismo, judaísmo, taoísmo etc. A linha divisória é “horizontal” e ocorre apenas uma vez, cortando de um lado a outro todas as religiões históricas. Acima, está o exoterismo, como já vimos de muitas crenças e de muitos, popular; abaixo, o esoterismo, profundo, de poucos, buscando a essência, sem nenhuma divisão, de um só Deus, em geral sem hierarquias, doutrinas ou regras próprias, no qual todas as experiências são, em qualquer época e em qualquer lugar, idênticas, de uma concordância universal, segundo Einstein e outros. Esta é a "religião" dos místicos, dos que almejam "conhecer" Deus, nesta mesma existência.
Fiquem em Deus.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
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