“Santa” Teresa de Ávila – A oração perfeita
Como devemos orar: quando orarmos, entremos em nosso quarto (dentro de nós mesmos) e, fechada a porta (isolando-nos das ações dos sentidos e da mente), em “oculto”, oremos ao Pai que nos ouve em “oculto” (no mais íntimo de nosso ser); oremos em silêncio, a “oração de recolhimento”, ensinada por Teresa de Ávila (e pelos místicos), oração sem palavras, imagens, lembranças, esperanças, pedidos, visualizações, agradecimentos ou pensamentos (oração não discursiva), fazendo com que todos os sentidos e a memória sejam “recolhidos”, não restando qualquer movimento da mente (cessação do ego); essa oração, se bem feita, pode resultar na “oração de quietude”, na qual há completo silêncio mental, o ego cessou (“ou eu, ou Deus”) e a “coisa” pode acontecer...
Nas palavras de Teresa de Ávila: “... chama-se oração de “recolhimento”, porque nela tudo se recolhe, a alma, todas as faculdades, vontades, desejos, memórias, emoções, expectativas, (tudo deve ser recolhido, escondido, esquecido) e entra dentro de si mesma, com Deus (onde já está Deus). Aí, o divino Mestre vem ensiná-la, dando-lhe oração de “quietude”.
Então, oração de recolhimento: recolhem-se os sentidos, a memória, o pensamento, o ego; com esse recolhimento, vem o silêncio mental, que é a própria oração de quietude. Enquanto a oração de “recolhimento” depende de nós, a oração de “quietude” só depende de aquela ter sido bem feita; a de “quietude” brota espontaneamente (“Aí, o divino Mestre vem ensiná-la...”) como resultado da oração de “recolhimento” bem feita (“aquieta-te e sabe: Eu sou Deus”, do Velho Testamento), e isso nada mais é que a meditação, que pode proporcionar a percepção daquilo que buscamos, o encontro com a Verdade, com o Sagrado, com o que “é”...
... com Deus.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
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