Falávamos sobre a origem das desigualdades, tema de extrema importância para todos, sem exceção, porq elas são a causa de pensamentos, desejos, procedimentos, ações e obras desiguais e, consequentemente, destinos e sofrimentos desiguais; para uns, felicidade, para outros, as terríveis conseqüências advindas da, também terrível, lei divina de causa e efeito, a q muitos dão, erradamente, o nome de “karma” positivo ou negativo.
Amigo “X” colocou: “Pelas minhas reflexões, considerar o início da existência dos Espíritos ao patamar de "simples e ignorantes", realmente nos arremete ao questionamento das desigualdades. Talvez possamos lembrar a resposta do Livro dos Espíritos, questões 82 e , 115 q dizem: “Criou-os simples e ignorantes, isto é, sem saber, mas, a cada um deu determinada missão", isto é, missões q não foram iguais para todos. Creio que aí se encontra a origem das desigualdades”.
Cel: o amigo tem razão, pois a DE (doutrina espírita) afirma q as missões foram desiguais, tanto q espíritos iguais não reagiriam desigualmente à imposição de missões iguais, concorda? Contudo, se dessa desigualdade de missões (q, conforme a doutrina, uns a elas prontamente se submetem, enqto outros “reclamam”, ou são recalcitrantes a respeito), se daí é que nasceram as desigualdades, levando a procedimentos desiguais, uns acertando, outros errando e, em conseqüência, sendo submetidos a conseqüências desiguais (felicidades ou infelicidades desiguais, responsabilidades e dores desiguais), com relação à lei de causa e efeito, como afirmar-se q a responsabilidade de ações desiguais cabe ao espírito? Eram todos iguais, e se tornam desiguais por efeito de missões desiguais que lhes são atribuídas, e não por vontade própria; assim, a responsabilidade por procedimentos desiguais, obras desiguais, sofrimentos desiguais, não cabe às criaturas.
Não está na responsabilidade dos espíritos, mas na desigualdade das missões, pois, se as missões fossem iguais para todos, já q são, segundo a DE, no ato da criação, idênticos sob todos os aspectos, todos eles reagiriam, qto a elas, de modo igual.
Este tema das desigualdades é importantíssimo para todos, (embora, pereça q muitos ainda não se deram, conta disso), pois daí vêm as desigualdades entre as criaturas divinas, desigualdades em tudo q pensam, q escolhem, decidem, desejam, imaginam etc.; dessa desigualdade vêm as tremendas diferenças q fazem q uns se tornem “santos” e outros se transformem em monstros de perversidade e de perversão. Pois, de onde mais viriam tais diferenças? A felicidade ou infelicidade, das menores às mais intensas, dependem dos procedimentos desiguais q, por sua vez, dependem das desigualdades provocadas, inicialmente, por missões desiguais.
E observe q a luta de todos os homens, do mais virtuoso ao mais defeituoso moralmente, seja uma luta no sentido do bem ou no sentido do mal, tem por objetivo conquistar a felicidade, seja aqui, agora, seja num futuro incerto. Essa é a maior aspiração dos homens, sem exceção de nenhum.
X: Erroneamente completamos a afirmação de "simples e ignorantes" com: "Deus criou todos os espíritos iguais, simples e ignorantes!", o que não consta da resposta dada na questão.
Cel: sim, meu amigo, não consta dessa resposta mas, deduz-se perfeita e facilmente de outras respostas e, sem dúvida, da concepção da existência, conforme as religiões, de uma Justiça perfeita, conseqüência de sabedoria perfeita e de um amor perfeito. Pois, se não fossem todos perfeitamente iguais no ato da criação, teria havido privilégios para uns, e não para outros, fato q destrói a concepção de justiça divina, e do qual, então se originariam as desigualdades.
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