domingo, 20 de março de 2011

NÃO SOMOS DONOS DE NOSSA VONTADE

AQUELE QUE PENSA QUE ESCOLHE É IMATURO




Muitos crêem e afirmam que temos livre arbítrio e que, por nossa vontade, podemos usá-lo para o bem ou para o mal, neste caso nos distanciando do bom caminho.

Muita coisa há para se falar sobre esse assunto! Perdoem se repito o que já expus.

Sabemos que nem todos analisam os ensinamentos que lhes chegam às mãos, aquilo que lhes asseguram que é a verdade, para tentar compreender melhor; muitos, simplesmente, aceitam por confiarem nas fontes de onde vieram. Dentro desse propósito, lhe pergunto: Você já fez uma análise séria e profunda do que é o livre-arbítrio? Existe mesmo uma escolha ? Ou todas as nossas escolhas estão completamente ao que já conhecemos pelas experiências/lições que a escola, do bem e do mal, que é a vida, já nos proporcionou? Se bem observarmos, sem dúvida vamos verificar que todas as nossas escolhas correspondem ao nível de aprendizado (compreensão) que já temos. Livre-arbítrio é apenas um artifício usado pelas religiões na tentativa de explicarem o, para elas inexplicável, sofrimento do mundo. Pois veja: o que o livre-arbítrio proporciona senão a escolha “apoiada” naquilo que a escola que é a vida já ensinou? Veja só um exemplo simples de como nossas ações não dependem de uma escolha livre: você caminha por uma estrada que, de repente, se bifurca; por qual das duas vai continuar? Você não vai escolher no cara-ou-coroa; sempre vai analisar, por mais simples que seja essa análise, qual a estrada a seguir; a mais vantajosa, a mais sombreada, a de menos obstáculos, a que leva ao destino desejado. E essa análise é tão necessária que muitas vezes você a faz inconscientemente. O fato é que, pelas experiências anteriores de sua vida, já aprendeu que deve continuar por aquela que leva aonde você que ir, cuja ponte está intacta, cujo pavimento é melhor etc. Só não agem assim o dementado, desesperado, descontrolado, o ignorante e, por isso, podem até continuar pela estrada pior, ou cometer absurdos, como vemos no mundo. Mas esses não têm controle, não raciocinam, ou são ignorantes e, portanto, nem podem ser responsabilizados ou considerados culpados pelos seus erros.

Até para escolher entre guloseimas, você analisa: se o apetite é grande, a maior; se não, a que lhe parece mais saborosa etc.

; todas estão , e irremediavelmente presas às experiências da vida, às experiências do passado. A vida é que nos leva, a você e a todos, a escolher isto e não aquilo. Portanto, o chamado “livre-arbítrio”, é utopia, nunca é livre: está sempre preso ao conhecimento, à compreensão anterior, que já temos das coisas e do mundo. E se não é livre, não é livre-arbítrio, não existe livre escolha. Todas as escolhas que fazemos e todas as decisões que tomamos estão totalmente presas ao passado, ao conhecimento que já nos foi ministrado pela escola da vida e, assim, portanto, não agimos livres.

Do mesmo modo acontece em todos os aspectos da vida individual ou coletiva. Sempre, qualquer decisão ou escolha, da mais simples e inocente, como a escolha de um lápis, à mais complexa e imponderável, como matar um desafeto, ou fazer uma declaração de guerra, depende totalmente da experiência anteriormente adquirida. Não escolhemos livremente. Talvez, seja por coisas assim que o apóstolo Paulo tenha afirmado: “É o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer”; e, ainda, como se tivesse a intenção de melhor se explicar, por dizer, por essas palavras, que nossos pensamentos, nossos desejos e nossas obras não são nossos, disse: “Não é por vossas obras que sereis salvos, mas pela graça de Deus”.

E mais uma coisa a analisar: se tivéssemos liberdade de escolha, porque escolhemos erradamente? Se podemos escolher entre fazer o bem e, em conseqüência, ser mais felizes, ou fazer o mal e, em conseqüência, ser mais infelizes, porque alguém, escolheria ser mais infeliz?!! É evidente que somente o ignorante, o descontrolado faz a escolha sem se valer do conhecimento que a vida já lhe deu.

Afinal, se bem observarmos, veremos que a é vida que “escolhe” por nós; que é a vida que nos faz agir e ser o que somos a cada instante e que, assim, é pelas suas lições que fazemos nossas escolhas, e nunca escolhemos por nossa vontade livre. A vida, com todas mais variadas influencias vindas das mais variadas experiências que nos oferece, é que nos molda, a cada instante, o caráter, a inteligência, o raciocínio, enfim, a vida é que nos faz o que somos: bom ou perverso, humilde ou orgulhoso, solidário ou egoísta, honesto ou desonesto, moral ou imoral; nenhum mérito tem aquele que acerta, como nenhum demérito, nenhuma culpa tem aquele que erra. Por isso os sábios afirmam: “É tão absurdo recriminar um malfeitor, quanto levantar uma estátua em homenagem ao benfeitor”.

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