Muitos crêem e afirmam que temos livre arbítrio e que, por nossa vontade, podemos usá-lo para o bem ou para o mal, neste caso nos distanciando do bom caminho.
Muita coisa há para se falar sobre esse assunto! Perdoem se repito o que já expus.
Sabemos que nem todos analisam os ensinamentos que lhes chegam às mãos, aquilo que lhes asseguram que é a verdade, para tentar compreender melhor; muitos, simplesmente, aceitam por confiarem nas fontes de onde vieram. Dentro desse propósito, lhe pergunto: Você já fez uma análise séria e profunda do que é o livre-arbítrio? Existe mesmo uma escolha
Até para escolher entre guloseimas, você analisa: se o apetite é grande, a maior; se não, a que lhe parece mais saborosa etc.
Do mesmo modo acontece em todos os aspectos da vida individual ou coletiva. Sempre, qualquer decisão ou escolha, da mais simples e inocente, como a escolha de um lápis, à mais complexa e imponderável, como matar um desafeto, ou fazer uma declaração de guerra, depende totalmente da experiência anteriormente adquirida. Não escolhemos livremente. Talvez, seja por coisas assim que o apóstolo Paulo tenha afirmado: “É o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer”; e, ainda, como se tivesse a intenção de melhor se explicar, por dizer, por essas palavras, que nossos pensamentos, nossos desejos e nossas obras não são nossos, disse: “Não é por vossas obras que sereis salvos, mas pela graça de Deus”.
E mais uma coisa a analisar: se tivéssemos liberdade de escolha, porque escolhemos erradamente? Se podemos escolher entre fazer o bem e, em conseqüência, ser mais felizes, ou fazer o mal e, em conseqüência, ser mais infelizes, porque alguém, escolheria ser mais infeliz?!! É evidente que somente o ignorante, o descontrolado faz a escolha sem se valer do conhecimento que a vida já lhe deu.
Afinal, se bem observarmos, veremos que a é vida que “escolhe” por nós; que é a vida que nos faz agir e ser o que somos a cada instante e que, assim, é pelas suas lições que fazemos nossas escolhas, e nunca escolhemos por nossa vontade livre. A vida, com todas mais variadas influencias vindas das mais variadas experiências que nos oferece, é que nos molda, a cada instante, o caráter, a inteligência, o raciocínio, enfim, a vida é que nos faz o que somos: bom ou perverso, humilde ou orgulhoso, solidário ou egoísta, honesto ou desonesto, moral ou imoral; nenhum mérito tem aquele que acerta, como nenhum demérito, nenhuma culpa tem aquele que erra. Por isso os sábios afirmam: “É tão absurdo recriminar um malfeitor, quanto levantar uma estátua em homenagem ao benfeitor”.
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