SE – (“If...”, de Rudyard Kipling)
Se conservas a calma quando em volta de ti
Estão todos a perdê-la e, por isso, a te culparem;
Se crês em ti mesmo quando de ti todos duvidam,
Mas lhes és tolerante por duvidarem assim;
Se esperas e não ficas cansado de esperar,
Ou, sendo caluniado, calúnias não dizem teus lábios,
Ou, sendo odiado, não cedes à senda dessas feras,
Sem pareceres o bom, nem falares como o sábio;
Se sonhas – e não fazes dos sonhos o teu mestre;
Se pensas – e não fazes dos pensamentos tua mira;
Se quando te encontras com o triunfo e o desastre,
Esses dois impostores tratas de igual maneira;
Se suportas ouvir a verdade que dissestes
Pervertida por patifes que armam ardis aos idiotas,
Ou observar desfeita as coisas pelas quais a vida destes,
E abaixas e as reconstróis com ferramentas gastas;
Se fazes uma pilha de todos os teus sucessos
E os arriscas num lance de cara ou coroa,
E perdes e partes outra vez do começo,
E nunca murmuras nada sobre o que te se esboroa;
Se forças teus tendões e coração e nervos
A servirem ao teu lance quando exaustos estão,
E então persistes quando em ti nada há de enlevo
Exceto a Vontade de dizer-lhes: “Persistam”;
Se conversas com corjas e conservas tua virtude,
Ou caminhas com reis – mantendo o senso comum;
Se nem amado amigo, nem inimigo te ofende;
Se todos contam contigo, mas em excesso nenhum;
Se preenches o minuto para o qual não há perdão
Com os sessenta segundos do plano que traçastes,
Tua é a terra e todas as coisas que nela estão,
E – ainda mais – és um Homem; meu filho!
quinta-feira, 23 de junho de 2011
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