quinta-feira, 23 de junho de 2011

Se és assim... estão és um Homem.

SE – (“If...”, de Rudyard Kipling)



Se conservas a calma quando em volta de ti

Estão todos a perdê-la e, por isso, a te culparem;

Se crês em ti mesmo quando de ti todos duvidam,

Mas lhes és tolerante por duvidarem assim;

Se esperas e não ficas cansado de esperar,

Ou, sendo caluniado, calúnias não dizem teus lábios,

Ou, sendo odiado, não cedes à senda dessas feras,

Sem pareceres o bom, nem falares como o sábio;



Se sonhas – e não fazes dos sonhos o teu mestre;

Se pensas – e não fazes dos pensamentos tua mira;

Se quando te encontras com o triunfo e o desastre,

Esses dois impostores tratas de igual maneira;

Se suportas ouvir a verdade que dissestes

Pervertida por patifes que armam ardis aos idiotas,

Ou observar desfeita as coisas pelas quais a vida destes,

E abaixas e as reconstróis com ferramentas gastas;



Se fazes uma pilha de todos os teus sucessos

E os arriscas num lance de cara ou coroa,

E perdes e partes outra vez do começo,

E nunca murmuras nada sobre o que te se esboroa;

Se forças teus tendões e coração e nervos

A servirem ao teu lance quando exaustos estão,

E então persistes quando em ti nada há de enlevo

Exceto a Vontade de dizer-lhes: “Persistam”;



Se conversas com corjas e conservas tua virtude,

Ou caminhas com reis – mantendo o senso comum;

Se nem amado amigo, nem inimigo te ofende;

Se todos contam contigo, mas em excesso nenhum;

Se preenches o minuto para o qual não há perdão

Com os sessenta segundos do plano que traçastes,

Tua é a terra e todas as coisas que nela estão,

E – ainda mais – és um Homem; meu filho!

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