quinta-feira, 15 de setembro de 2011

NÃO SOMOS OS CONSTRUTORES DE NOSSO DESTINO

NOVOS COMETÁRIOS


O amigo X, escreveu:

“Você sempre diz que os "bens" e "males" são gerados na "escola da vida", malgrado as escolhas que façamos...”

Cel: essas escolhas q fazemos tb são resultantes das experiencias da vida; logo, podemos dizer, são tb geradas pela vida. Afinal, nunca escolhemos, embora pareça q escolhemos; a vida “escolhe” por nós; assim, bens ou males nos vêm da vida e não de nossa vontade ou desejo. Se todas as nossas ações provêm do q a vida nos ensina, nenhuma responsabilidade nos cabe se são más, como nenhum mérito nos cabe se são boas.

X: E, embora você argumente que "não somos culpados pelo que nos acontece de bom ou de mau", sabemos, entretanto, que recai sobre nós mesmos os nossos atos e intenções...”

Cel: certo, mas só recaem sobre nós enquanto iludidos por Samsara, já q nossas interpretações da vida só neste mundo são equivocadas, pois só aqui existe o ego (só se desfaz de dois modos: ou pela iluminação ou pela morte cerebral, pois ego não passa de uma defeza psicológica, por nós inconscientemete criada frente ao mundo ameaçador de Samsara)... a iluminação desfaz as ilusões; com a morte cessa a necessidade de defesa.

X: ... ainda que eles sejam realizados de forma "não-intencional", uma vez que o ser humano, mergulhado em Maya age segundo aquilo que considera correto - fazer o bem, retribuir um mal para resguardar a sua dignidade, trabalhar para amealhar bens e enfim, buscar ser "feliz" a qualquer custo.

Cel: é isso; mais uma vez percebemos q não somos os contrutores de nós mesmos; aí está Maya agindo, nos fazendo crer q isto é correto e q aquilo, não é; nos levando a fazer aquilo q fazemos; e não somos os produtores de Maya, mas suas vítimas.

X: “Proponho partir para algo prático. "Não somos construtores do nosso destino". Sim, concordo. Todavia, resta uma maneira de exercer o livre-arbítrio:...”.

Cel: amigo, já vimos q o chamado livre-arbítrio está preso às experiencias adquiridas na vida; se o exercermos, apenas o estamos excercendo de conformidade com o q a vida faz q exerçamos; é como se a vida o exercesse por nós; estaremos apenas escolhendo o q a vida ensinou q escolhêssemos... e não pode ser de outro modo...

X: “... procurar se furtar a todas essas conjunturas que nos fazem "bem" ou "mal", ou como dizia Buda, parar de ir em busca do prazer e em demanda da realização dos desejos. Foi nesse sentido que eu argumentei que temos a escolha de permanecer na Roda do Samsara ou de sair dela.

Cel: vamos refletir; como iremos parar de ir em busca do prazer e de fugir dos sofrimentos? Simplesmente porq o Buda aconselhou a fazer isso? Veja q o Buda é, tb, integrante desse gigantesco movimento q é a vida; as palavras, os conselhos, os ensinamentos no sentido do bem ou do mal do Buda, do Cristo e de quem mais for, estão em e são esse movimento incessante q tudo faz e movimenta, nos levando (e a tudo o mais) para aquilo a q damos o nome de “bem”, ou para aquilo a q damos o nome de “mal”...

X: “A escola da vida é que nos molda as diversas situações que geram desdita e desventura, ou felicidade e ventura. Mas, uma vez tendo o conhecimento de que tudo é ilusão, já não há aí um ponto de partida para fazer cessar todas as ações humanas, e em conseqüência, todas as suas respectivas reações?

Cel: certamente; um ponto de partida; e de onde vem esse conhecimento q se resolve num ponto de partida, senão das experiencias da vida? Não vem de nossa livre vontade ou livre escolha, mas da percepção de q nos é conveniente nos libertarmos das ilusões. Assim, qdo iniciamos, vamos dizer, nossa caminhada verdadeira, em busca da luz, e mesmo qdo estamos já caminhando, tudo foi resultante do q o Buda, o Cristo, a vida nos ensinou; mesmo a nossa vontade vem daquilo q a vida nos ensinou, certo? Nossa vontade ou nossa escolha, são a vontade e a escolha que a vida suscita em nós....

X: No texto postado pelo Monstrinho, sobre o rei e o astrólogo, a "moral da estória" parece ser que podemos construir nosso destino a partir da negação do mundo e das suas verdades. Mas só há um destino que é o ligar-se a Deus.

Cel: nunca construímos nosso destino! E é verdade q a partir de qdo percebemos (pelas experiencias do passado) q temos de fazer algo para nos libertarmos de Samsara, começamos a negar o mundo (nos desencantamos com o mundo) e iniciamos a busca da verdade libertadora; mas, sempre, é a vida, esse inexorável e poderoso movimento, q nos abre os olhos e ensina o q devemos fazer...

X: “Por que então, o ser humano "escolhe" sintonizar-se e identificar-se com Maya? Ou ele não escolhe? É levado a escolher?”

Cel: ninguém escolhe; como disse Paulo: “É o Senhor q opera em nós...”. O Senhor, a vida, esse mecanismo poderoso e incessante q cria e move das subpartículas do átomo e esse conglomerado imenso de galáxias. A identificação com Maya nos é imposta pelas ilusões q o ego nos passa; é fruto da ignorancia, pois quem vê o mundo, não somos nós, espiritos, mas o ego egoísta, suspeito por ser extremamente parcial (sempre em nosso benefício).

Um abraço.

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