domingo, 12 de junho de 2011

TODOS NÓS SOMOS 'UM SÓ'

Amigos, muitos reagem à afirmação dos místicos de que ‘todos somos um’. Jesus mesmo disse ‘Eu e o Pai somos um’. Para leitura e reflexão de todos, coloco abaixo algumas palavras sobre o assunto e relacionados.


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CORPUS HERMETICUM.

A obra ‘Corpus Hermeticum’, um dos exemplos mais impressionantes de apelo à não-localização (ao transcendental, ao que está além do ‘eu’), que data de pelo menos dois mil anos, diz: “A não ser que te faças igual a Deus, não poderás entendê-lo, pois o semelhante não é inteligível senão pelo semelhante. Cresce até atingires grandeza além da medida; de um salto (a instantaneidade produzida pela meditação; a criatividade do salto quântico?) liberta-te do corpo (dos condicionamentos; do ego); ergue-te acima do tempo (penetra no atemporal, na não-localização), torna-te a Eternidade; então perceberás e entenderás Deus. Acredita que nada é impossível (as infinitas possibilidades de Maharish) para ti; pensa-te imortal e capaz de tudo compreender, imaginando estares em toda parte, na terra, no céu, na água, no não nascido, adolescente, velho, morto, além da morte. Se abraçares de uma só vez, em teu pensamento, tudo isso, isto é, tempos, lugares, coisas, substâncias, qualidades, quantidades, poderás entender e “ser” Deus”.

O autor dessas palavras nos leva para além de eventos singulares, para todos os eventos; além do aqui, para toda parte; além do agora, para todo tempo, à eternidade; além do ego, para a unidade com Deus. E afirma que devemos destruir nossa concepção de uma realidade localizada (o ego) se queremos conhecer Deus. Isso não significa usurpar o poder divino, como alguns pensam e, assim, julgam blasfemas tais palavras. Para o autor de ‘Hermeticum’, tornar-se igual a Deus é impossível, porque é impossível vir a ser o que já se é. Além disso, quando se percebe que o “eu” individual não existe, que é ilusão (uma falácia, como dizem Wilber, os místicos e a ciência quântica), percebe-se, também, que não há quem esteja fazendo a usurpação.



EINSTEIN E O EU

Einstein afirmava, com ênfase, a importância de acabar com a servidão ao eu pessoal, a importância de acabar com o sentimento de um eu localizado (no cérebro), numa filosofia decididamente oriental: “O verdadeiro valor de um ser humano é determinado basicamente pela proporção e pelo sentido em que ele se libertou do eu/ego”.



ENTRE EM VOCÊ MESMO

Teresa de Ávila, santa e doutora teologal da Igreja Católica, às noviças:

“... É insensatez querermos entrar no reino de Deus sem primeiro entrarmos em nós mesmas, porque é dentro de nós que Deus está e só ali é que vamos encontrá-lo e compreendê-lo. Entrai, entrai em vós mesmas, filhas minhas!”

Por dizer coisas como esta, por pouco não foi condenada, pela Igreja, à morte pelo fogo.



TEILHARD DE CHARDIN, cientista, filósofo, teólogo e sacerdote da Igreja Católica Romana afirma enfaticamente em várias de suas obras o que vai abaixo. Esta citação é de seu livro ‘O Fenômeno Humano’:

“Todos nós, todos os seres humanos e todos os animais, compartilhamos a mesma consciência”.

Por afirmações como essa foi proibido, pelo Vaticano, de expor qualquer pensamento seu até o dia de sua morte.

(Todo o misticismo e, atualmente, a ciência mais avançada do mundo asseguram a mesma coisa).



SCHRÖDINGER e BOHM, dois dos mais notáveis cientistas da física quântica:

É notável a semelhança de concepções entre Bohm e Schröndiger, pois este afirma, em perfeito acordo com aquele, que, “todos os dias, ela, a mãe terra, nos engole milhares e milhares de vezes, assim como nos faz nascer, não uma vez, mas milhares e milhares de vezes. Pois, eternamente e sempre, há apenas o agora, aquele mesmo agora; o presente é a única coisa que não tem fim”. As teorias destes físicos sobre a “unicidade da consciência” fazem parte de uma tradição dentro da física moderna que inclui, como vimos, alguns dos mais aclamados cientistas de nosso tempo. Suas teorias dão apoio à idéia de uma mente não-localizada (a mente que está em todo lugar, universal, portanto), não “confinada em cérebros e corpos”, infinita e imortal, aquilo a que as religiões dão o nome de Deus.



A MENTE É DEUS

CARL G. JUNG:

“O atentar para a Mente intemporal é tarefa redentora para todas as pessoas. Em nosso tempo, essa tarefa é particularmente difícil porque colocamos, no dia-a-dia, nossa ênfase no aqui-agora, no fazer, no consumir, nos aspectos práticos, no progresso material. Como valorizamos o aspecto material, estamos separados dela. O resultado é patológico: tornamo-nos vítimas de nossos próprios impulsos inconscientes e o mundo ‘demonizou-se’. Nossa verdadeira tarefa de vida é exatamente o contrário: tornarmo-nos conscientes dos conteúdos que emergem do inconsciente, criar cada vez mais consciência; esse o objetivo único da existência humana:... acender uma luz na escuridão do ser”.

“Seguramente, a alma não é algo insignificante (como as religiões ocidentais a consideram); ela é a própria Divindade radiante”.



A NOVA VISÃO DA CIÊNCIA

UM CIENTISTA QUÂNTICO:

“Se concordarmos com as implicações da moderna visão do universo dada pela mais bem arquitetada ciência de nosso mundo, a física quântica, talvez possamos confirmar as percepções dos visionários e místicos, a visão de que todos nós somos eternos, infinitos e Um”.



NADA É SEPARADO OU INDEPENDENTE

NM, um buscador da verdade:

“Desejo e medo vêm da visão do mundo como separado de mim mesmo. Assim como você pensa ser, do mesmo modo você pensa que o mundo é. Se você se imagina separado do mundo, o mundo aparecerá como separado de você, cheio de atrativos e de ameaças, e você experimentará desejo e medo. Eu não vejo o mundo como separado de mim e assim não há nada para eu desejar ou para temer. Eu e o mundo somos um”.



NOSSA GRANDE ILUSÃO

PYR VILAYAT, antropólogo:

“Nossa grande limitação é supor que somos indivíduos, que somos seres e mentes separadas; isso não é verdade: somos um só.



O INCONSCIENTE COLETIVO E A MENTE

CARL G. JUNG:

“O inconsciente coletivo apresenta as características da mente não-localizada (mente fora o espaço-tempo, no atemporal, isto é, a mente una, cósmica, universal, Deus); não pode ser fixado no espaço e no tempo, e transcende o ego individual, envolvendo “todas” as mentes”.

“O inconsciente tem o seu próprio tempo à medida que passado, presente e futuro, juntos, combinam-se nele”.

“Uma vez que todas as distinções, diferenças, desaparecem na condição inconsciente, é lógico que a “distinção entre mentes separadas deve desaparecer” também”.



OS OLHOS E OS OUVIDOS DE DEUS

FEEMAN DYSON, físico:

“Não há uma distinção clara entre mente (nossa mente humana) e Deus (mente universal). Deus é o que a mente se torna quando ultrapassa a escala da compreensão (quando vai além do ego, além de seus condicionamentos). Somos as principais vias da manifestação de Deus”.

(Somos os olhos e ouvidos de Deus; Deus percebe o universo por nossos olhos e ouvidos, por todos nossos sentidos objetivos).



PERCEBA-O E ESTARÁ SALVO

NM, um sábio buscador da verdade:

"Este que vê o tudo e também vê o nada, é o mestre interior (aquilo a que damos o nome de Eu, Eu superior, Deus). Só ele é; todo o restante “parece ser”. Ele é seu próprio ser, sua esperança e segurança de liberdade: encontre-o e una-se a ele (isto é, perceba-o) e você estará a salvo e seguro”.



SOMOS IMORTAIS

SCHRÖDINGER, um dos formuladores da física quântica:

“... Olhando e pensando dessa maneira, talvez você possa ver, num lampejo, a impossibilidade de que essa unidade de conhecimento, sentimento e vontade que você chama de “eu”, tenha nascido num dado momento há não muito tempo atrás; ao contrário, esse conhecimento, sentimento e vontade são eternos e imutáveis em essência, sendo um, em termos numéricos, em todos os homens ou, ainda mais, em todos os seres dotados de sentidos. Mas, isso tudo, não no sentido de que você seja uma parte, uma peça de um ser infinito e eterno, ou um aspecto (ou fagulha, ou prolongamento) ou modificação dele. Não! Conquanto pareça inconcebível à razão comum, você, e todos os outros seres conscientes, são tudo em tudo. Portanto, sua vida não é apenas uma peça da existência total, mas, em certo sentido,é a existência total, é o todo; só que esse todo não é constituído de forma que possa ser examinado num único relance... Assim, você pode atirar-se ao chão, estender-se sobre a Mãe Terra, com a convicção de ser um com ela e ela com você. Você está tão solidamente estabelecido, e tão invulnerável quanto ela - na verdade, mil vezes mais. Tão certo quanto ela irá engolfá-lo amanhã, ela fará com que nasça de novo para lutar e sofrer. E não só “algum dia”: agora, hoje, todos os dias ela o faz nascer, não uma só vez, mas milhares de vezes, assim como todos os dias o engolfa milhares de vezes. Pois, eternamente e sempre, há apenas o agora, aquele mesmo eterno agora, (pois) o presente é a única coisa que não tem fim”.



A ALMA E DEUS: Somos Um só.

MEISTER ECKHART, místico cristão, condenado pela Igreja à morte pelo fogo por afirmar que nós somos o próprio Deus, a própria divindade:

“A essência de Deus e a essência da alma são uma só e a mesma coisa. O conhecedor e o conhecido são um só. Os ingênuos imaginam poder ver Deus como se Ele estivesse ‘lá’ e nós ‘aqui’. Não é assim. Deus e nós somos um”.

(Como Jesus afirmou: ‘Eu e o Pai somos um’, e Krishnamurti: ‘O observador é a coisa observada’; todo o misticismo tem essa mesma concepção: ‘nós somos o todo’; hoje, até mesmo a física quântica tem essa mesma visão: ‘há uma só mente e nós somos essa mente’).



SOMOS UMA SÓ CONSCIÊNCIA

TEILHARD DE CHARDIN, cientista, filósofo, teólogo e sacerdote da Igreja Católica Romana afirma enfaticamente em várias de suas obras o que vai abaixo. Esta citação é de seu livro ‘O Fenômeno Humano’:

“Todos nós, todos os seres humanos e todos os animais, compartilhamos a mesma consciência”.

Por afirmações como essa foi proibido, pelo Vaticano, de publicar qualquer pensamento ou concepção sua até o dia de sua morte.



UMA ILUSÃO COLETIVA

SCHRÖDINGER, sem qualquer dúvida, um dos mais notáveis arquitetos da física moderna. Foi ele que, com suas famosas equações de onda, formou a base da mecânica quântica:

“A consciência da raça humana forma uma unidade e é imortal no tempo e infinita no espaço. O mundo, particularmente o ocidental, sofre de uma grande ilusão coletiva: a suposição de que a mente e a consciência são pessoais e individuais. ‘Nós nos acostumamos a pensar na personalidade de um ser humano como estando localizada no interior de seu corpo. Descobrir que ela realmente não pode ser encontrada ali é tão surpreendente que tal idéia esbarra na dúvida e na hesitação, e muito relutamos em admiti-la. Estamos acostumados a localizar a personalidade consciente de uma pessoa, eu diria, três a cinco centímetros atrás do ponto médio entre os olhos. É muito difícil para nós compreendermos o fato de que a localização da personalidade, da mente consciente, dentro do corpo, é apenas simbólica, e só um apoio para uso prático”.



NADA É SEPARADO OU INDEPENDENTE

NM, um buscador da verdade:

“Desejo e medo vêm da visão do mundo como separado de mim mesmo. Assim como você pensa ser, do mesmo modo você pensa que o mundo é. Se você se imagina separado do mundo, o mundo aparecerá como separado de você, cheio de atrativos e de ameaças, e você experimentará desejo e medo. Eu não vejo o mundo como separado de mim e assim não há nada para eu desejar ou para temer, pois eu e o mundo somos um”.



SOMOS TODOS UM

TEILHARD DE CHARDIN, místico, cientista e padre católico, condenado, pelo Vaticano, para sempre ao silêncio por dizer coisas como estas:

“Para que os homens de toda a Terra aprendam a se amar uns aos outros, não basta que saibam que pertencem a uma mesma coisa; devem adquirir a consciência, não de que pertencem, mas de que todos somos tão somente uma e a mesma coisa um só ser. Assim, devemos abrir os olhos para a natureza imortal e onipresente e para a Mente Una que somos, para a realidade de que tudo e todos somos apenas Um”.



PLOTINO, místico;

“Cada ser contém em si mesmo todo o universo. Portanto, Tudo está em toda parte. Cada um é Tudo e Tudo é cada um”.

“A libertação só pode ser alcançada pela percepção da “identidade do espírito individual”, eu, com o Espírito Universal (‘Eu e o Pai somos um’). Por mais nada. Nem pela pratica de cerimônias religiosas, nem por associar-se a qualquer religião (Krishnamurti: ‘Os cerimoniais e as religiões impedem o acesso à Verdade’).

Não se cura a doença pela repetição do nome do medicamento, mas tomando o medicamento. Assim, não se atinge a libertação repetindo a palavra Brahaman, mas vivenciando Brahaman diretamente”.



“Não tem nome nem forma, transcende mérito e demérito, bem e mal, saúde e doença; está alem do tempo, do espaço e dos objetos de nossa experiência. Supremo e indizível ainda assim Brahman pode ser apreendido pelo olho que ‘vê’. Assim é Brahman e ‘tu és Isto’. Medita nessa verdade dentro de tua consciência’.



KABIR:

“Contempla só Um em todas as coisas; a segunda é que te extravia”.



TANTA CATARINA DE GÊNOVA

“O meu eu é Deus e não reconheço outro Eu senão meu Deus”.



SÃO BERNARDO

“Se a alma difere de Deus, a alma difere de si mesma”.



ECKHART

“Para compreender a alma temos que compreendê-la como Deus, pois o fundamento (a essência) de Deus e o fundamento (a essência) da alma são uma só coisa”.

“O conhecedor, o conhecido e o conhecimento são uma coisa só. As pessoas simples imaginam que Deus está lá e elas aqui. Não é assim. Deus e eu somos um só no conhecimento”.



PAULO

“Eu vivo, mas não sou eu quem vive; é o Cristo que vive em mim”.



MEHER BABA

“Quem sou eu?” é a eterna pergunta do homem. Essa busca de auto-compreensão, do significado último da personalidade, vem sendo respondida ao longo da história de várias maneiras, todas apontando para uma experiência na qual o buscador e o objeto de sua busca se fundem na percepção: “Eu sou Deus; não existe outro”.

“Existe uma só pergunta: “Quem sou eu?” e, para essa pergunta só existe uma resposta: “Eu sou Deus!” E quando você conhecer a resposta a essa pergunta, não há mais nada a perguntar (‘...a verdade vos libertará’). O problema é que as pessoas não sabem quem realmente são: “Você é o infinito, você está de fato em toda parte; mas você acha que é o corpo, os sentidos, a memória e, por isso, se acha limitado. Se você olhar para dentro de seu íntimo e vivenciar sua própria alma em sua verdadeira natureza, você perceberá que é infinito e eterno e que está além de toda criação”.



“Tu és Ele”, eis a verdade eterna. ‘Tu és Isto’, ‘Eu sou Aquilo’, ‘Eu sou Ele’, ‘Não conheço nenhum Deus senão meu próprio Eu’, ‘Conhece-te a ti mesmo e serás Deus’, eis as verdades que todos os antigos mistérios ensinavam e que, as religiões q vieram depois, se esqueceram de ensinar. Assim, também, ‘Eu e o Pai somos Um’.



SCHROENDIGER

“Por mais inconcebível que pareça à razão comum, ao nosso modo de conhecer ordinário, dualístico, isto é, nós ‘aqui’, e o que conhecemos, ‘lá’, separado de nós, nós e todos os seres conscientes somos tudo em tudo. Daí que a vida que estamos vivendo, não seja apenas um fragmento da existência inteira, mas, em certo sentido, é o Todo (a vida total)... Assim, podemos atirar-nos ao chão, estender-nos sobre a Mãe Terra, com a convicção absoluta de estarmos em comunhão com ela e ela conosco. Estamos firmemente estabelecidos e somos tão invulneráveis como ela; na verdade, mil vezes mais firmes e mais invulneráveis. Tão certo quanto ela nos engolirá amanhã, trar-nos-á outras vezes novas lutas e novos sofrimentos. E não somente ‘algum dia’. Agora, hoje, todos os dias, ela nos traz à vida, não uma só vez, mas milhares e milhares de vezes, exatamente como nos engole, todos os dias, milhares e milhares de vezes”.



FÍSICOS QUANTICOS

O dualismo (isto é, divisão) primário (a percepção de eu e não-eu, eu e mundo, sujeito e objeto), mostrou-se insustentável pela opinião da própria autoridade da física. Bronowski: ‘A relatividade deriva da análise filosófica que insiste em que não há um fato e um observador, mas uma junção dos dois numa observação; que o evento e o observador são inseparáveis’. E Schroedinger, pai da mecânica quântica: ‘O sujeito e o objeto são apenas um. Não se pode dizer que a barreira entre eles caiu como resultado das recentes descobertas da ciência; essa barreira nunca existiu’.

Pelas descobertas da moderna física quântica, os novos físicos tiveram de abandonar o dualismo ilusório de sujeito e objeto, onda e partícula, mente e corpo, espírito e matéria e, com ajuda de Einstein, o de espaço e tempo, energia e matéria, espaço e objetos. A nova física provou que tudo isso é ilusão. Como as costas e a frente são apenas modos diferentes de ver um mesmo homem, nenhum modo sendo mais real do que o outro, assim sujeito e objeto, psique e corpo físico, energia e matéria, são apenas modos diferentes de ver a mesma realidade (a mesma manifestação de energia, ou de Deus).



RAMANA

“A suposição de que o Vedor é diferente do Visto está na mente. Para os sábios, o Vedor é o Visto”. O que é visto é aquele mesmo que está vendo (é aquilo a que as religiões dão o nome de Deus; Deus é tudo).

“Somos, apenas, máscaras de Deus; estamos todos num mega-drama cujo único ator é Deus. Nós somos, todos nós, os sentidos, as mãos, os pés, olhos e ouvidos da Divindade... “



KEN WILBER

“Deste modo, aquilo em nós que, neste momento, vê esta página e o ambiente em torno dela, é a Divindade, a Mente, Brahman, Deus e, por isso, não pode ser visto nem conhecido como objeto, nem encontrado quando o procuramos. O que quer que eu veja, pense, perceba, sinta ou saiba acerca de meu ‘eu’, é um emaranhado de objetos percebidos, o ego. O visto é o ego; o que está realizando o ato de ver é o Eu, a Mente, Deus. Nós nos identificamos, erradamente, com o que pode ser visto ou percebido, o ego, e, portanto, já não nos identificamos com toda a manifestação fenomênica, pois estamos ilusoriamente separados de tudo o que parece ser o ‘não-eu’. Separados, assim, do meio-ambiente, este passa a ser uma ameaça”.



HUANG PO, o mestre de Rinzai

“Não existe nada a ser atingido. Sempre te identificaste com o Buddha (ou Cristo, ou Deus); portanto, nunca poderás atingir essa identificação por meio de quaisquer práticas. Se, neste momento, pudesses convencer-te disso, estarias iluminado. É difícil compreender esta afirmação? É para te ensinar a não buscares o estado de Buddha, pois toda busca se destina ao fracasso”. (já que o somos, a tentativa de buscá-lo é absurda. Temos apenas de buscar a percepção da verdade, dessa verdade. Disse Jesus: ‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus...’, e ‘Conhecereis a verdade e verdade vos libertará).



RAMANA

“Não há alcançar o Eu. Se o Eu devesse ser alcançado, significaria que o Eu não está aqui agora. Por isso digo que não se alcança o Eu. Você é o Eu; você já é Aquilo”.

“A suposição de que o Vedor é diferente do Visto está na mente. Para os sábios, o Vedor é o Visto. O que é visto é aquele mesmo que está vendo”.



KEN WILBER

“Aquilo que você procura e não pode encontrar é VOCÊ mesmo. O motivo porque a Mente não pode ser encontrada é porque é Ela que está realizando o ato de procurar. Quando isso é profundamente compreendido, atinge-se o fim da busca, e nada mais há a ser buscado (‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, que o demais vos virá por acréscimo’). Quando isso acontece, nossa identidade se une com tudo o que é experimentado. Não há mais um experimentador separado de objetos experimentados separados; há somente experimentação não-dual. Então, quando olhamos para dentro (de nós mesmos) à procura do eu-Percebedor encontramos o universo inteiro (como disse Jacob Boeme), que não é mais um objeto ameaçador lá fora, e percebemos que Ele é quem está procurando”.

“Somos apenas, máscaras de Deus; estamos todos num mega-drama cujo único ator é Deus. Nós somos, todos nós, os sentidos, as mãos, os pés, olhos e ouvidos da Divindade...”



ZEN

“A realidade final reside bem no centro da existência diária’. Ramana: ‘A idéia de que o observador é diferente do observado está na mente. Para aqueles que estão na Subjetividade Absoluta, o observador é o observado’. Em suma, a Subjetividade Absoluta se acha em comunhão (pois é o próprio) com seu universo de conhecimento, de modo que nós somos aquilo que observamos” (Krishnamurti: ‘observador é a coisa observada’).



KEN WILBER

“Aquilo em nós que vê, ouve, tem e exercita a vontade e o fazer e o querer, é Deus em nós. E a Bíblia afirma: ‘O Senhor é quem opera em nós o pensar, o querer e o fazer’, ou melhor, aquilo em nós que está realizando o ato de ler esta página é a própria Divindade; somos os olhos com que Deus vê o universo”.



RAMANA

”O Eu, a Mente, a pura Consciência, tem conhecimento de tudo, é o Vedor Final. Tudo o mais: ego, mente, corpo etc. são simplesmente seus objetos; cada um deles é um objeto exteriorizado e não pode ser o verdadeiro Vedor. O Eu não pode ser objetivado, nem ser conhecido por qualquer outra coisa, e já que o Eu é o Vedor que vê tudo o mais, a relação sujeito-objeto, a aparente subjetividade do eu, só existe no plano da relatividade, no espaço-tempo, e se desvanece no atemporal, no Absoluto. Não há outro senão o Eu” (nada mais além de Deus).



CATARINA, mística cristã, séc. XV: “Meu ser é Deus, não por uma simples participação (minha nele), mas por uma transformação autêntica de todo meu ser”.



HUI-NENG, séc. VI, fundador do Zen Budismo: “Nossa própria natureza do ser é Buda (desperto, iluminado, livre do sofrimento) e, fora dessa natureza, não há outro Buda”. (isto é, só há Um e somos esse Um).



IBN AL-ARABI, sufista, séc. XII: “Tu és Ele, sem qualquer limitação, se conheceres tua própria existência dessa maneira”. (Novamente, o ‘Conhece-te a ti mesmo’).



MOISÉS DE LEON, cabalista, séc. XIV: “Deus, em sua manifestação suprema, na plenitude de seu ser, é chamado “Eu”. (Bíblia: “Eu sou aquele que sou“).



PADMASMBHAVA, budista, séc. VII: “A única verdade está dentro de nós”.



MEISTER EKHART, místico cristão, monge, séc. XIII: “Percebo que Deus e eu somos um só”.



MONSOR AL-HALAJ, sufista, séc. X: “Eu sou a verdade”.



SHANKARA, hindu, séc. VIII: “Não participo da ilusão ‘eu’ e ‘tu’, ‘isto’ e ‘aquilo’. Sou a realidade sem começo e sem fim. Sou Brahman, o primeiro sem segundo, a bem-aventurança sem fim, a verdade eterna e imutável. Resido em todos os seres. Agora, eu sei que sou Tudo”.



E JESUS: “Eu e o meu Pai somos um”.

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Ciao.

Um comentário:

  1. escrevo para eu ler em seus olhos que são meus e meus dedos escrevem que são teus.Somos Um e o pior é que este Um é solitário,daí sai toda tragédia do universo de todos os tempos.A Solidão.

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