(10) COMO ENTENDER O CHAMADO (Jan 2008)
(Nota: desulpem se repito de algum texto)
Uma tentativa de compreender as palavras de Jesus, como estão nos evangelhos, e de outros sábios, de conformidade com o entendimento dos místicos e da filosofia da ciência moderna. Não esquecer que Jesus falou do ponto de vista de um iluminado; por isso, muitas coisas parecem, àqueles que, como nós, ainda estão na escuridão da ignorância, exageros ou absurdos.
Obs: Embora longo este texto pode ser lido aos poucos sem perder a seqüência.
Primeiramente peço aos amigos q reflitam sobre essas três frases de Paulo, q estão abaixo, e tirem suas conclusões:
“É o sr q opera em nós o pensar, o querer e o fazer”,
“... como se tivésseis algum pensamento como de vós mesmos, pois todos eles vêm de Deus”;
“Não sois salvos por vossas obras mas pela graça de Deus”.
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‘Aquele que olhar para trás não pode seguir-me... ’ (desprender-se do passado, que é o próprio ‘eu’, dos planos e desejos que deixou para o futuro (e, portanto, estão na memória, no ego), e partir para o novo trabalho, o trabalho para a busca do reino (‘Buscai, em primeiro lugar o reino de Deus...) sem ter saudades, sem ficar preso às coisas antigas; deixar as lembranças e viver com atenção no presente, no Agora; só assim se segue Jesus. O passado é memória, e esta é que forma o ego, com todos os seus conflitos, medos, dúvidas, ilusões, crenças, suposições; temos, pois, de fazer cessar o passado, a memória, o ego. São finitos, e o finito nunca poderá perceber o infinito).
‘Aquele que não abandonar pai e mãe para seguir-me, não é digno de mim... ’ (a busca é tão enfatizada por Jesus que ele diz que pai e mãe não são tão importantes quanto ela; ‘seguir-me’ não é imitá-lo ou acompanhá-lo, mas seguir seus ensinamentos sendo o mais importante o ‘buscai em primeiro lugar... ’; ‘não é digno de mim’ significa não poder chegar à consciência crística, se não segui-lo).
‘Ou Deus ou Mamon. ’ (idem; felicidade ou sofrimento? Escuridão ou luz? Seguir os ensinamentos de Jesus ou continuar com os condicionamentos que nos dão interpretação enganosa, ilusória, das coisas do mundo e o conseqüente sofrimento?).
‘O caminho estreito e pedregoso... ’ (abandonar o velho caminho que já estamos acostumados a percorrer pelo condicionamento em que o ego está mergulhado; nós o supomos mais seguro e suave e de porta mais larga e nele depositamos toda nossa confiança, por ser nosso velho conhecido; e partir para o desconhecido, que nos traz insegurança e medo, mas aí é onde está o novo, a novidade. Tudo aquilo que é conhecido (e o ‘eu’ é tão somente produto do conhecimento) tem de cessar para que encontremos o novo, o desconhecido, o sagrado).
‘Renúncia...’ (ao pensar, ao modo de conhecer dualista, ao passado e ao futuro, que não passam de lembranças e expectativas, imaginações e crendices, ilusões e opiniões, dissipadoras de nossas energias, que devem ser acumuladas para o despontar do ‘satori’, a percepção do sagrado).
‘O Reino de Deus deve ser tomado pela espada’ (quem não se violentar e destruir o hábito e o condicionamento de pensar, interpretar, conceituar, julgar tudo o que os sentidos apreendem ou que a memória e as associações trazem, não poderá ‘entrar’ no reino; essa entrada exige reserva de energia psíquica que é constantemente dissipada pelas operações mentais: pensamento, imaginação, lembrança, preocupação, expectativas, emoções, raciocínio etc., coisas que não permitem que o cérebro fique em silêncio, coisas que constituem o ego e, como essas coisas devem cessar, temos de fazer cessar o ego, fato que a meditação pode proporcionar).
‘Orai e vigiai... ’ (oração ou meditação, e atenção; esteja sempre atento a tudo que faz, não para não errar, mas apenas para estar atento; quando há atenção completa não nascem pensamentos, fato que faz o ego se afastar, não interferindo com suas associações, interpretações, emoções, expectativas e memórias; e quando o ego se afasta, não há identificação com o conteúdo mental, pois este também se afasta. O conteúdo mental é o próprio ego. Não havendo a identificação com o conteúdo mental, cessam os sofrimentos e conflitos. E, quando o ‘eu não é, Deus é’, reza o Velho Testamento; e, ainda, como disse o profeta: ‘Aquieta-te e sabe: Eu sou Deus!).
‘É mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha, do que um rico entrar no reino dos céus...’ (não por ser rico, mas pelo inevitável apego aos bens, o que constitui medo, preocupação, distração, desatenção, obstáculos à meditação. Esta pode nos mostrar aquilo que realmente somos).
‘Bem-aventurados os humildes de espírito, os que choram, os mansos, os que têm sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores, os que são perseguidos por causa da justiça, os que são caluniados e perseguidos por causa do meu nome. Alegrai-vos e exultai porque é grande vossa recompensa nos céus... ’ (esses são os que chegaram ou estão chegando ‘lá’; são considerados pelos demais como tolos, ultrapassados, ridículos, fracos, loucos; mas, na realidade, são bem-aventurados; sua recompensa é grande: descobriram a jóia oculta e estão cheios de felicidade; nada lhes abala o ânimo...; eles são a luz do mundo e o sal da terra) (Mt 5). (Os humildes de espírito, pobres de espíritos: aqueles que aniquilaram o ego, o eu, alma, mente localizada, espírito...)...
‘Vós sois o sal da terra, a luz do mundo...’ (Vós, isto é, os que chegaram lá, pois dão sentido às coisas. Os sábios afirmam: a vida só tem significado quando se chega lá, isto é, quando se tem a percepção daquilo que realmente somos. Enquanto não se chega lá, enquanto não se tem o percebimento do que realmente somos, somos apenas subumanos e a vida não tem sentido; é fútil e cheia de sofrimentos).
‘Brilhe vossa luz diante dos homens...’ (ao que teve que seja apenas um vislumbre da ‘coisa’ não lhe é possível calar-se; vejam os exemplos de Jesus, Meister Echkart, Giordano Bruno e outros, que enfrentaram a morte, mas não deixaram de fazer sua luz brilhar, cheios de compaixão pelos que não conheciam, ainda, a verdade; para eles, o sofrimento e a ignorância cessaram; para estes, continuam. E Jesus aconselhou a não se colocar a luz sob o alqueire, mas sobre o velador para que ilumine a todos...) (Mt 5:15).
‘Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue de modo algum andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.’ (o caminho, para se seguir Jesus, é para dentro de nós, em direção ao ‘eu’; como disseram Jesus, Paulo e outros sábios, ‘o reino de Deus está dentro de nós’; para aquele que chegou onde está Deus não haverá mais trevas; somente luz e bem-aventurança; pela iluminação o mundo não mudará, mas nossa visão do mundo será totalmente mudada para melhor, para a realidade, e teremos, não mais a escuridão da ignorância, mas a ‘luz da vida’).
‘Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja..., mas aquele que os guardar e ensinar...’ (este é feliz, pois, se souber ensinar, é porque já chegou ‘lá’, como Jesus, Buda e outros; aquele que violar os mandamentos sofrerá, não pela violação, mas porque ainda não chegou lá (sofrimento natural para todos que não chegaram, pois a compreensão, fruto do percebimento do sagrado, ainda não lhes despontou).
‘Todo aquele que se irar contra seu irmão...’ (ainda não compreendeu; ira-se contra si mesmo, pois, conforme as tradições místicas e, hoje, a própria ciência mais avançada, ‘todos somos a mesma consciência’; por isso Jesus afirmou: ‘o que fizerdes a um destes pequeninos, a mim mesmo o fizestes’).
‘Reconcilia-te, primeiro, com teu irmão;... só então vem diante do altar fazer tua oferta... ’ (nada de ressentimentos; a escolha não é nossa, como ensinam os místicos e as escrituras e, hoje, a física quântica: ‘é o senhor que opera em nós o pensar e o fazer’; em conseqüência, nem o acerto, nem o erro são nossos; logo, nem o irmão, nem nós somos culpados; e, se há ressentimentos, não há clima para a meditação).
‘Não jureis de modo algum... Dizei somente ‘Sim’, se é sim; ‘Não’, se é não. Tudo o que vai além disso vem do maligno...’ (sê sempre sincero, leal, franco, amigo, honesto de modo que todos creiam em ti, sem necessidade de juramentos; agindo assim, as condições mentais (tranqüilidade) para a meditação melhoram. Se não agimos assim é porque estamos ainda mergulhados na ignorância; na escuridão que representa o maligno...).
‘Não resistas ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe, também, a esquerda. Se alguém te tirar a túnica, dá-lhe, também, a capa. Se alguém obrigar-te a andar uma milha com ele... ’ (sê pacífico, sereno, paciente, mesmo que te julguem tolo, fraco, covarde...; lembra-te que ‘a sabedoria de Deus é loucura para os homens’, como disse ; e a serenidade é um dos requisitos para a preparação da mente que tenta a meditação; e, ainda, segundo as escrituras e, hoje, também a física quântica, nós não escolhemos, não decidimos nada, pois ‘é o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer’).
‘Dai a quem vos pede e não fujais daquele que vos quer pedir emprestado...’ (quando auxilias alguém, estás auxiliando a todos em geral, e, logo, a ti mesmo; não esquecer que todos nós somos apenas um).
‘Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e maltratam...’ (esse é o ponto de vista do iluminado; ele compreendeu que a harmonia entre todos é importante para a qualidade de vida e, logo, para a tentativa de meditação; e mais: a escolha, a decisão para fazer alguma coisa não é nossa, pois ‘é o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer’).
‘Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?’ (que fazeis de mais? E, por cima, estais ainda na ignorância, errando, pois todos somos um e ninguém escolheu ter esse ou aquele comportamento. Ainda mais, o amor verdadeiro só se adquire quando se tem o percebimento de que ‘eu e o Pai somos um’, que a perseverança na meditação pode trazer).
‘Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito... ’ (busque a Deus, a verdade, cujo encontro traz tudo aquilo que denominamos perfeição; isso se pode conseguir pela meditação; e Jesus disse: ‘buscai, em primeiro lugar, o reino de Deus, que tudo o mais virá por acréscimo’, isto é, com o auto-conhecimento, que é o percebimento daquilo que realmente somos, não teremos necessidade de mais nada; estaremos plenificados e livres: ‘conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’).
‘Que tua mão esquerda não saiba o que faz a direita... ’ (dá teu auxílio, amor, vibração, atenção, em segredo; ninguém precisa saber; se permites que outros saibam, é provável que te enchas de orgulho e vaidade, coisas que constituem distrações e perturbam a meditação. Conforme o cristianismo primitivo, o cristianismo ensinado por Jesus, a distração ou desatenção era o mais grave pecado (o mais sério obstáculo à meditação), e a maior virtude era a atenção).
‘Não jureis de modo algum... Dizei somente ‘Sim’, se é sim; ‘Não’, se é não. Tudo o que vai além disso vem do maligno...’ (sê sempre sincero, leal, franco, amigo, honesto de modo que todos creiam em ti, sem necessidade de juramentos; agindo assim, as condições mentais (tranqüilidade) para a meditação melhoram. Se não agimos assim é porque estamos ainda mergulhados na ignorância; na escuridão que representa o maligno...).
‘Não resistas ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe, também, a esquerda. Se alguém te tirar a túnica, dá-lhe, também, a capa. Se alguém obrigar-te a andar uma milha com ele... ’ (sê pacífico, sereno, paciente, mesmo que te julguem tolo, fraco, covarde...; lembra-te que ‘a sabedoria de Deus é loucura para os homens’, como disse Paulo; e a serenidade é um dos requisitos para a preparação da mente que tenta a meditação; e, ainda, segundo as escrituras e, hoje, também a física quântica, nós não escolhemos, não decidimos nada, pois ‘é o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer’).
‘Dai a quem vos pede e não fujais daquele que vos quer pedir emprestado...’ (quando auxilias alguém, estás auxiliando a todos em geral, e, logo, a ti mesmo; não esquecer que todos nós somos apenas um).
‘Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e maltratam...’ (esse é o ponto de vista do iluminado; ele compreendeu que a harmonia entre todos é importante para a qualidade de vida e, logo, para a tentativa de meditação; e mais: a escolha, a decisão para fazer alguma coisa não é nossa, pois ‘é o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer’).
‘Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?’ (que fazeis de mais? E, por cima, estais ainda na ignorância, errando, pois todos somos um e ninguém escolheu ter esse ou aquele comportamento. Ainda mais, o amor verdadeiro só se adquire quando se tem o percebimento de que ‘eu e o Pai somos um’, que a perseverança na meditação pode trazer).
‘Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito... ’ (busque a Deus, a verdade, cujo encontro traz tudo aquilo que denominamos perfeição; isso se pode conseguir pela meditação; e Jesus disse: ‘buscai, em primeiro lugar, o reino de Deus, que tudo o mais virá por acréscimo’, isto é, com o autoconhecimento, que é o percebimento daquilo que realmente somos, não teremos necessidade de mais nada; estaremos plenificados e livres: ‘conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’).
‘Que tua mão esquerda não saiba o que faz a direita... ’ (dá teu auxílio, amor, vibração, atenção, em segredo; ninguém precisa saber; se permites que outros saibam, é provável que te enchas de orgulho e vaidade, coisas que constituem distrações e perturbam a meditação. Conforme o cristianismo primitivo, o cristianismo ensinado por Jesus, a distração ou desatenção era o mais grave pecado (o mais sério obstáculo à meditação), e a maior virtude era a atenção).
‘Quando orardes, entrai no vosso quarto... (dentro de vós mesmos) e, fechada a porta (cessada a ação dos sentidos e da mente) orai a vosso Pai que vos ouve em oculto (no mais íntimo de vosso ser; orai em silêncio, a ‘oração de recolhimento’, ensinada por Teresa de Ávila e pelos místicos, oração sem palavras ou pensamentos, oração em que todos os sentidos, memória e esperanças são ‘recolhidos’; sem qualquer movimento ou operação da mente; essa oração, se bem feita, pode resultar na ‘oração de quietude’, na qual há completo silêncio mental, o ego cessa (‘ou eu, ou Deus’) e, com ele cessam todos os condicionamentos e ilusões, e a ‘coisa’ pode acontecer... (MT 6:5).
A oração ‘o Pai Nosso’, contida nos Evangelhos, é bem possível que fosse assim, pois Jesus já conhecia a verdade de que era ‘um com o Pai’, sabia que todos somos um só; que a vontade de Deus sempre prevaleceria:
‘O Pai nosso está no céu e em todo o universo; seja o seu nome, Eu Sou, que é o mesmo ‘eu sou’ de todos nós, considerado sagrado por todos (considerado de suma importância pois representa a própria divindade, a Consciência Universal). Venha a nós a percepção de que somos de seu reino, de sua mesma natureza. Que saibamos que a vontade de Deus é feita, inapelavelmente, tanto em nós (pois a escolha, as decisões não são nossas), na terra, como nos céus, e em todo o universo (portanto temos de aceitá-la, pois não há o que fazer contra ela). E que tenhamos, cada dia, a energia para o impulso necessário para nos levar a essa percepção. Que perdoemos sempre os nossos devedores (pois as ações que fazemos, como as que eles fazem, não são nossas; nada escolhemos, pois “É o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer”). Que não caiamos na tentação de praticar atos errados, dos quais mais tarde nos arrependamos (e, por isso, soframos remorsos); e saibamos, pois, livrar-nos da prática do mal e, por experiência própria, que o reino divino de poder e glória já é nosso desde todo o sempre. Assim seja’
A oração não conteria pedidos a Deus, mas exortações, lições aos homens. Afirmam os sábios e, hoje, a filosofia da física quântica, que nada fazemos por nós mesmos, não escolhemos, nada decidimos; logo, não há o que perdoar ou pedir para nós ou para outrem; já estamos ‘lá’, só nos falta a percepção desse fato, percepção que é a coisa mais importante a ser tentada pelo homem, como asseguram os iluminados e os grandes psicólogos da moderna psicologia transpessoal e outros, como o renomado psicoterapeuta Carl G. Jung.
‘Se não perdoardes aos homens suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará... ’ (quando tiveres amor e compreensão suficientes para perdoar as ofensas dos outros, talvez seja sinal de que estás próximo da percepção do Pai; aí, verás que nada há a ser perdoado a ninguém; não escolhemos os erros nem os acertos; toda escolha vem de Deus; talvez, ignorantes por não termos chegado ainda lá, julguemos que não somos perdoados, pelo Pai, pelos erros que praticamos e que, por isso, ainda somos castigados, pois, para nós, ainda haverá sofrimento, sinal de que estamos distantes daquela percepção, distantes da compreensão).
‘Não ajunteis para vós tesouros na terra...’ (trarão mais apego e tornarão mais difícil a busca, pois isso traz preocupação, desatenção, medo que são obstáculos à meditação). ‘Ajuntai tesouros nos céus... ’ (isto é, buscai a Deus cuja percepção é o maior tesouro que se pode encontrar, inimaginável e incomparável, tanto que quem o deseja até ‘abandona pai e mãe’, ou ‘vende tudo o que tem para comprar aquele campo’).
‘O olho é a luz do corpo; se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado; se teu olho estiver em mau estado, todo teu corpo estará em trevas; se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser tuas trevas...’ (o olho, o canal mais importante e perfeito de comunicação com o exterior, que nos proporciona a percepção do mundo e sua interpretação pela mente; se esse canal é são, isto é, se já proporciona a interpretação correta, será porque tivemos a percepção do divino; então conhecerás que tu mesmo és muito mais do que aparentas ser porque já superastes os condicionamentos; para isso, autoconhecimento, que só pode vir com a meditação...; se teu olho é são, isto é, se já vês sem obstáculos (se já interpretas corretamente) é que tens aquela percepção, estás iluminado; se teu olho está em mau estado, isto é, se ainda interpretas erradamente, é sinal de que estás ainda condicionado pelas crenças, religiões, cultura, ilusões, suposições, isto é, estás ainda distante da percepção de Deus e, para ti, ainda haverá trevas, sofrimentos e conflitos).
‘Ninguém pode servir a dois senhores... Não podeis servir a Deus e às riquezas... ’ (dinheiro, poder, glória, fama, tudo que o dinheiro, o poder ou outra qualquer coisa pode comprar, o que faz aumentar o orgulho ou a vaidade de ter mais, que, como vimos, são obstáculos à meditação).
‘Não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, como vos vestireis...’ (nada escolhemos e o Pai é o supridor, o suprimento e o suprido; a preocupação não nos deixa viver no presente eterno; faz-nos viver com as lembranças das coisas que não fizemos ou que fizemos no passado e, com a imaginação naquilo que temos a fazer no futuro, no vir a ser; assim, sempre lembrando ou esperando, nunca estamos no Agora (que é o único tempo que existe), fato que mostra que não estamos atentos ao presente; a atenção impede a dissipação de energia necessária para o despertar, energia que se perde com as operações mentais).
‘Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e tudo o mais vos virá por acréscimo... ’ (este é o mais importante trabalho que o ser humano tem de fazer, senão porque deveria, esse estado de bemaventurança, o reino, ser buscado em ‘primeiro lugar’, ser a primeira coisa a ser procurada? Com o percebimento do divino, estaremos completos; à luz dessa percepção cessam todos os conflitos, ignorância, dores e necessidades; e, conforme Jesus, é o que deve ser feito em primeiro lugar, antes de qualquer outra coisa, pois essa condição, o reino, é maior que qualquer outra posse ou bem. Encontrado o reino compreenderemos a afirmação de Jesus quando disse: ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’, porque isso é a nossa libertação de toda a ignorância e de todo o sofrimento).
‘Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã... a cada dia basta seu cuidado; o amanhã cuidará de si mesmo... ’ (as experiências do dia-a-dia trazem amadurecimento; por isso, sempre atenção ao presente, particularmente às nossas reações internas, psicológicas, decorrentes da percepção dos eventos externos, do mundo. Não nos preocupemos com os dias futuros, nem com os dias passados, pois isso nos afasta da única coisa real, o Agora... Atenção, apenas, ao presente sem fim, que é a própria eternidade; e, além disso, não nos esqueçamos de que não escolhemos, não decidimos nada em nossa vida, embora nos pareça que escolhemos e que decidimos. E de nada adianta a preocupação porq a vida flui independente de nossa preocupação).
‘Não julgueis..., não olheis o argueiro no olho de vosso irmão...’ (nem sabemos o tamanho da trave que está em nossos olhos; nada escolhemos; o argueiro no olho do irmão (o erro, o defeito, o vicio) não foi culpa dele, portanto; quando não nos preocupamos com julgamentos etc, não estamos dissipando energia que é necessária para o ‘satori’...).
‘Não lanceis aos cães as coisas santas...’ (para muitos, o momento de se interessar pela auto-realização ainda não chegou; como no budismo Zen: ‘se você tem alimentos (conhecimentos) sobrando, deixe a porta aberta e os alimentos à vista; aquele que desejar, entre e se sirva’; não force ninguém. No entanto, Jesus ensinou que se deve colocar a luz, não sob o alqueire, mas sobre o velador, para que ilumine a todos. Mas, disse também: ‘Não atireis perolas aos porcos que eles as destruirão com as patadas’, isto é, nunca tente impor sua verdade).
‘Pedi, buscai, batei...’ (isto é, seja perseverante na tentativa de ir além; tente e tente a meditação).
‘Quem dentre vós dará uma pedra ou uma serpente se vosso filho vos pedir pão ou peixe? Se vós, que sois maus (que ainda não percebestes), sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem...’ (novamente, pedi, buscai, batei, isto é, perseverai... pois as coisas que o Pai tem para nos dar são inimagináveis; como Paulo falou: ‘vi e ouvi coisas inefáveis’).
‘Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a Lei e os Profetas... ’ (isto é, isto resume os ensinamentos do velho testamento para uma vida melhor no espaço-tempo; agora, Jesus trouxe novas lições, não só para uma vida melhor, mas para a calma da mente e a preparação para a percepção da verdade; remorsos ou culpas são obstáculos à meditação, pois perturbam a atenção...).
‘Entrai pela porta estreita, pelo caminho apertado... ’ (a porta larga e fácil é a já conhecida, a vida comum; a estreita é a da busca, a desconhecida, incompreendida por muitos, e pode levar a Deus; é estreita só na aparência... e, aparências não são a verdade. Segundo os sábios, ‘o mundo aceita e segue o caminho tradicional’, a porta larga e fácil, imitando e repetindo os mesmos erros, sempre e sempre e, por isso, sofre... )
‘Pelos frutos os conhecereis...; uma árvore boa não pode dar maus frutos... ’ (pelos frutos conhecereis os que estão próximos ou que já chegaram ‘lá’; a estes, o estarem ‘lá’ lhes despertou discernimento e compaixão; só agirão corretamente, só darão bons frutos, pois tiveram o percebimento).
‘Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo... ’ (‘não dão bons frutos’ porque ainda errarão, pois não conheceram a verdade; os que ainda não chegaram ‘muitos pesares ainda terão’, como diz o poema Zen; mas não como castigo, e sim porque permanecem na escuridão, sem compreender e, assim, continuarão no ‘fogo’ do sofrimento).
‘Nem todo aquele que diz: ‘Senhor! Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai...’ (essa vontade é a vontade daquele que ensinou: ‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus... ’ Este versículo é importantíssimo, pois mostra claramente o que deve ser procurado em primeiro lugar na vida de qualquer um; não as riquezas, o amor, o poder, a paz, ou a felicidade, mas o reino dos céus que, quando encontrado, supre todas as necessidades; nada mais precisa ser buscado; ‘... tudo o mais virá como acréscimo’. Analise e perceba!).
‘Aquele que ouve minhas palavras e não as cumpre é semelhante a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, e ela caiu, e grande foi sua ruína.’ (se não chegaram lá, ‘muitos pesares ainda terão’. As palavras mais importantes de Jesus devem ter sido estas: ‘Buscai em primeiro lugar o reino... ’, coisa que os insensatos, isto é, os ignorantes das coisas de Deus, não fazem; por isso, é como se houvessem construído sua casa sobre a areia; por mais que queiram e alcancem aquilo que, no espaço-tempo, ambicionam, nunca estarão completamente felizes porque logo estarão desejando novas coisas que os satisfaçam, novas satisfações).
‘A tua fé te curou...’ (não a fé na palavra do pastor, do sacerdote, mas a fé-convencimento vinda de um ‘insight’ que, instantâneo, pode acontecer não ser percebido pela nossa mente (inconsciente, portanto), ou vinda da percepção de Deus; para aquele que ‘percebeu’ não há obstáculos; ‘tudo o mais virá por acréscimo...’, como ensinou Jesus).
‘Que te importa a ti? Segue-me tu.’ (não se importe com o que o mundo faz, diz, ou pensa; ‘não ponha outra cabeça acima da sua’, como ensinam os sábios; seja você mesmo, independente e sem apegos; procure sua própria experiência, sem deixar que a opinião dos outros o perturbe e o faça afastar-se do caminho).
‘Porque receais, gente de pouca fé?’ (se não cremos, estaremos cheios de medos; tentemos, ao menos, experimentar. Alguém só pode afirmar que algo é falso, ou absurdo, depois de experimentá-lo ele mesmo).
‘São os doentes que precisam de médico...’ (os sãos, os que chegaram ‘lá’, não mais precisam, nem de religiões, escrituras ou crenças, nem de mais nada, pois ‘o demais lhes virá por acréscimo’).
‘Não vim chamar os justos, mas os pecadores.’ (idem).
‘... ide, antes, às ovelhas perdidas’ (os que chegaram ensinem aos que ainda não chegaram e, por isso, estão perdidos, pois não conhecem a verdade)...
‘Por onde andardes anunciai o reino de Deus’ (ensinai como chegar lá, coisa que as religiões não fazem e não fazem porq não conhecem),
‘Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios... ’ (aquele que chegou ‘lá’ está convencido, pois conheceu a verdade e tudo, então, lhe é possível fazer; o ‘campo das infinitas possibilidades’, citado por Maharish Maharesh Yogi).
‘Recebestes de graça, de graça dai.’ (‘não é por vossas obras, mas pela graça de Deus que sois salvos’; assim, aquele que conheceu a verdade ensine como se chegar a ela, como Jesus e outros sempre ensinaram; infelizmente, as religiões organizadas não deram ênfase a esses ensinamentos, que são os mais importantes, dos quais, assim, muitos foram esquecidos).
‘O operário seja digno do seu salário... ’ (‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’; se você busca com perseverança, seriamente e sem preconceitos, será digno do percebimento que terá).
‘Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos; sede, pois, prudentes como as serpentes’ (usai vosso raciocínio e inteligência), ‘mas simples como as pombas... ’ (isto é, nada receeis; sede humildes e confiantes; afinal, toda escolha vem de Deus; embora não compreendamos, tudo é obra de Deus, pois ‘é o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer’).
‘Sereis, por minha causa, levados aos tribunais e diante de reis e governadores. Dai testemunho a eles. Não vos preocupeis com o que haveis de falar: ser-vos-á inspirado... ’ (‘o Senhor opera em nós o pensar, o querer e o fazer’; não temos a paternidade nem de nossos pensamentos; então, por que nos preocuparmos? Não adianta ‘espernear’; a escolha não é nossa, conforme as palavras de Jesus e a filosofia da física quântica).
‘Sereis odiados’ (hostilizados, incompreendidos, considerados loucos, tolos) ‘por causa de meu nome..., mas aquele que perseverar até o fim será salvo... ’ (‘batei, pedi, buscai... ’, isto é, teime, persevere, mesmo que os demais não o compreendam. Como disse o sábio: ‘Não seremos compreendidos nem pelos que mais nos amam, porque eles, abençoados sejam, estão dormindo e julgam que quem está despertando está ficando louco’; e Paulo: ‘a sabedoria de Deus é loucura para os homens’; e, ainda, Jesus: ‘Que te importa a ti! Segue-me tu’).
‘Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma..., temei, antes, aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena... ’ (de novo, como não escolhemos, tudo pode nos suceder. Tudo é incerto e, portanto, imprevisível. Talvez, por isso, Krishnamurti tenha recomendado indiferença e uma boa dose de humor, frente aos eventos da vida. Temamos, sim, a ignorância, isto é, o não-percebimento, que pode nos ‘precipitar’ na ‘escuridão de um estábulo’, no dizer de Boheme, na geena (sofrimento), pois ainda estaremos sem compreensão das coisas do mundo. Mantenhamos a mente aberta, sem preconceitos e sem receios tolos. Busquemos o auto-conhecimento, que a meditação pode nos dar. Não esqueçamos as palavras de Paulo: ‘estudai de tudo e guardai o que for bom... ’. Nota "geena" nada tem a ver com "inferno"; era o fogo onde se queimava o lixo das cidades).
‘Nada sucede sem a vontade do Pai... ’ (a escolha não é nossa, logo nem a decisão, nem as obras).
‘(a Pilatos:) Nenhum poder teríeis se do alto não vos fosse dado’ (idem).
‘Quem der testemunho de mim diante dos homens, também dele eu darei testemunho diante do Pai... Aquele, porém, que me negar diante dos homens, eu o negarei diante do Pai.’ (dar testemunho, isto é, divulgar e seguir o que ele ensinou; aquele que não fizer isso será, com certeza, porque não teve o percebimento, não compreendeu, e a ‘negação frente ao Pai’ são os muitos pesares que, inevitavelmente, ainda o acometerão, porque ainda não compreendeu).
‘Quem não toma sua cruz e me segue, não é digno de mim... ’ (quem não compreende que não há escolha, e que, por isso, tudo é imprevisível, não se livrará dos pesares, dos medos e conflitos. Somente quem busca (isto é, quem toma sua cruz, o trabalho de buscar) é digno da libertação que a busca pode trazer; ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’).
‘Aquele que tentar salvar sua vida, perdê-la-á... ’ (vida, isto é, prestígio, riquezas, poder, tudo aquilo pelo que os homens, em geral, pensam que vale a pena viver; tudo isso são distrações, perturbando a meditação e o conseqüente percebimento, sobretudo se houver apego; tudo isso nos faz perder o percebimento, que constitui a verdadeira vida).
‘O reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam... ’ (aqueles que destroem o estabelecido, o convencionalismo e o condicionamento; os que não se amarram nem ao passado, nem ao futuro, isto é, não se prendem às lembranças nem às expectativas; isso não deixa de ser violência contra a cultura e os costumes, mas é atenção ao presente, ao aqui-agora).
‘Vinde a mim todos vós que estais aflitos e eu vos aliviarei. ’(os que chegam lá são aliviados. Jesus deve ter dito: ‘ide ao Eu’, isto é, penetrai no mais profundo de vós mesmos e encontrareis alívio, pois é ali onde está Deus e ali, no dizer de Buda, está ‘a cessação de todo o sofrimento’. Teresa de Ávila, às noviças: ‘não entrareis no reino dos céus se não entrardes primeiramente em vós mesmas, pois é dentro de cada uma de nós que Deus está’).
‘Em minha doutrina e procedendo como eu procedo, eu que sou manso e humilde de coração, achareis repouso para vossas almas... ’ (seguir seus preceitos, exemplificados por sua conduta (prática), torna possível a percepção da divindade em nós, fato que elimina todo o sofrimento, trazendo repouso para nossas almas).
‘A boca fala do que lhe transborda o coração...’ (sem dúvida, se estamos convencidos de que a felicidade está ‘ali’, em nosso íntimo, não nos calaremos, como Jesus, João Batista, Buda, Krishnamurti, Giordano Bruno e outros, que enfrentaram a morte por não se calarem, na tentativa de abrir os olhos dos demais para essas verdades).
‘A terra semeada, que produz cem por um, é aquele que ouve minha palavra e a cumpre...’ (aquele que chegou ‘lá’ de nada mais necessita e sua ação é sempre produtiva).
‘O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem semeia em seu campo...’ (uma minúscula semente; o trabalho, aparentemente, inglório, tolo, sem gozos, se comparado às atrações do mundo, à porta larga), ‘mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças...’ (o reino quando alcançado é cheio de bem-aventurança, e não se compara aos atrativos do mundo, que se apresentam, à visão humana, como coisas mais vantajosas).
‘Vai, vende tudo o que tens e terás um tesouro no céu. Depois segue-me...’ (isto é, desfaze-te de todas as coisas que te distraem, que te prendem, das quais necessitas e, por isso, dependes delas; depois, com atenção, aprofunda-te no ‘eu’; estarás livre para a meditação e poderás encontrar aquilo que Jesus e os místicos encontraram: o tesouro da verdade que liberta).
‘As raposas têm suas tocas, e as aves têm os seus ninhos, mas (quem me segue) não tem onde repousar a cabeça... ’ (pelo desapego de todas as coisas, pela incompreensão dos demais, que ainda estão adormecidos e julgam que quem está despertando é tolo, insano e, por isso, o hostilizam, na tentativa de levá-lo de volta à vida comum; portanto, teime, bata, peça...; ‘que te importa a ti, segue-me tu’).
‘Segue-me e deixe que os mortos enterrem seus mortos... ’ (dedica-te ao mais importante, isto é, à busca da verdade, do auto-conhecimento; já estás despertando, abrindo os olhos, começando a viver; por isso deixa que os que ainda dormem, que estão mortos para a verdade, continuem seu sono e não sejam obstáculo em teu caminho nessa busca).
‘Se alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras, também eu me envergonharei dele...’ (não faltará quem te critique nessa busca; não deixes que, com isso, te embaracem. Continua teu trabalho. Quem critica o que fazes na busca da verdade ainda está longe do percebimento e, por isso, sofrerá).
‘Renuncia a ti mesmo, toma tua cruz e segue-me...’ (renuncia ao ‘ego’, que não passa de fantasia; vai em frente, mesmo que os mais queridos não te compreendam; a ‘tua cruz’ é a vida daquele que ainda não chegou ‘lá’; quando o ‘eu não é, Deus é’...).
‘Que servirá ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?...’ (mesmo com toda riqueza e poder, a vida não terá significado enquanto nossa ‘alma’ estiver perdida, sem achar o caminho para chegar ‘lá’).
‘Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha...’ (o conhecimento da verdade nos fará saber o que realmente somos e, então, nossa fé, transformada em convencimento, permitirá atos criativos inimagináveis).
‘Se não vos transformardes e vos tornardes como crianças não entrareis no reino... ’ (a transformação, nascida da compreensão da verdade, dá ao homem uma mente sem máculas, inocente e pura como a de uma criança; então, podereis entrar no reino).
‘Se alguém fizer cair em pecado um destes pequeninos (os humildes, mais fracos, inocentes, menos espertos ou menos instruídos), melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem ao mar... ’ (pois ainda não chegou ‘lá’ e, por isso, ‘muitos pesares ainda terá’. Diz Krishnamurti que a vida só tem significado quando chegamos ‘lá’, e Maharresh Yogi, que ainda somos sub-humanos enquanto não temos o percebimento; a vida será com erros, conflitos e dores por não termos, ainda, chegado lá; não terá sentido).
‘Os escândalos são inevitáveis, mas, ai daqueles que os causam’ (estes ainda estão longe da percepção da verdade (Deus); agem ‘erradamente’, por que interpretam incorretamente e sofrem por isso, não como castigo, mas apenas porque não tiveram a percepção; os que chegaram lá não mais erram, pois compreenderam, não sofrem mais).
‘Para reconciliar-te com quem pecou contra ti, faz e tenta de tudo; só depois, se nada der certo, deixa nas mãos de Deus... ’ (não esquecer que todos somos um; primeiro façamos aquilo que Deus escolhe que façamos; depois, não nos preocupemos, pois o Pai escolhe segundo sua vontade, e sua vontade, por mais que não a compreendamos, sempre é feita, nos felicitando ou nos frustrando).
‘... perdoar setenta vezes sete vezes... ’ (se não temos o poder de escolher, por que ressentimentos? Perdoe sempre, pois, na verdade, nada há a perdoar, pois a escolha dos nossos atos não é nossa, mas do Senhor).
‘... e há eunucos (castrados) que se fizeram eunucos por amor ao reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda... ’ (eliminaram o instinto sexual, uma das maiores paixões, um dos maiores fatores da distração ou desatenção para a meditação).
‘...aos homens a salvação é impossível; mas, a Deus, tudo é possível... ’ (nada escolhemos; toda escolha vem de Deus, logo...).
‘Os últimos serão os primeiros... ’ (porque estes já estão compreendendo a verdade; assim, tornam-se mais humildes e se colocam no último lugar; no entanto, estão mais próximos da percepção do sagrado...).
‘... aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo... ’ (idem).
‘Minha casa é casa de oração; não façais dela um covil de ladrões... ’ (a mente, onde encontramos Deus, deve estar limpa e não cheia de escórias e lixo, isto é, pensamentos, lembranças, expectativas, ilusões, opiniões emoções, imaginações, condicionamentos, crenças, coisas que roubam a atenção e são obstáculos à meditação; quando livre de ruídos, de estática, podemos ter a percepção daquilo que é sagrado. Krishnamurti ensinou: ‘mantenha o seu quarto (a mente) limpo, arrumado (sem preconceitos), e as janelas (mente) abertas; assim, a coisa poderá entrar, a qualquer momento... ’).
‘Ninguém será recebido nas bodas (iluminação) sem vestes nupciais... ’ (as vestes são a necessária preparação para a meditação; se alguém não está preparado, será difícil que a coisa lhe aconteça).
‘... filtrais um mosquito e engolis um camelo... ’ (as coisas do mundo são interpretadas equivocadamente por aquele que ainda não esteve ‘lá’; isso lhe acarreta conflitos e sofrimentos).
‘Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e intemperança... ’ (idem).
‘Sepulcros caiados, formosos por fora, mas cheios de podridão por dentro... ’ (os que não chegaram ainda; como disse Boheme, místico cristão, ‘enquanto o Cristo não nascer em você, você viverá na escuridão de um estábulo, entre fezes e urina’; de nada adianta o que você tenha por fora, isto é, poder, belezas, riquezas, etc.).
‘... aquele que perseverar até o fim será salvo...’ (persevere na prática, sem desistir, batendo, buscando; pode suceder que, de repente, sem que você saiba a hora, nem o lugar, como na parábola, aconteça...).
‘Vigiai, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor; estai, pois, sempre preparados porque Ele virá numa hora que menos pensardes; não sabeis nem o dia, nem a hora...’ (idem; ‘vigiai’, isto é, esteja atento; veja, também as parábolas das virgens insensatas, do servo fiel, do ladrão).
‘Em verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes irmãos foi a mim mesmo que o fizestes...’ (Jesus não teria dito ‘foi ao Eu mesmo que o fizestes’? pois o que fazemos a outrem, fazemos a nós mesmos; todos somos um).
‘O espírito é pronto, mas a carne é fraca...’ (enquanto não chegamos lá, isto é, enquanto não tivermos o percebimento caímos em muitos erros e, assim, sofremos pois nossos sentidos nos farão interpretar erradamente).
‘Ensinai-as (às nações) a observar tudo o que eu vos prescrevi...’ (a luz não deve ser colocada sob o alqueire, mas sobre o velador para que ilumine a todos).
‘Aquele que faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe... ’ (aquele que segue os ensinamentos percebe ser da família dele, isto é, da sua mesma natureza).
‘Não julgueis, pois, com a mesma medida que medirdes, vos medirão a vós também, e com maior rigor ainda... ’ (quando julgamos alguém, agimos erradamente; nada há a ser julgado, pois a escolha não é nossa; se estamos, porém, ainda no nível de julgar, também estamos no nível de supor que nos estão julgando e de que, por isso, sofremos).
‘Não é o que entra, mas o que sai do homem que o pode manchar... ’ (enquanto não chegou lá; não que seja ‘pecado’ que exija corretivo; apenas mostra que esse ainda não esteve lá e, por isso, sofre).
‘Quão difícil é entrarem no reino dos céus os que põem sua confiança nas riquezas... ’ (pela distração, preocupação, desatenção e medo, daí resultantes; afastam-se das coisas elevadas e, assim, dificilmente, buscam o reino...).
‘Todo aquele que disser a este monte:... e não duvidar em seu coração, que acontecerá o que disse, obterá esse milagre... ’ (só não duvida aquele que teve o convencimento advindo da experiência de Deus e, assim, sua criatividade será inimaginável; as superposições coerentes, da física quântica).
‘Por isso vos digo: tudo que pedirdes na oração, crede (convencei-vos) que o tendes recebido, e ser-vos-á dado...’ (o ‘convencimento’ de que algo acontecerá, faz com que esse algo se manifeste no espaço-tempo. Jesus não disse ‘que o receberás’, que é tempo futuro, que não existe, mas que já estás recebendo. Esse conselho, não esqueçamos, vem da boca de um iluminado que percebeu que é assim).
‘Se não perdoardes, também vosso Pai não perdoará vossos pecados... ’ (se não temos ainda condição de perdoar é porque ainda não chegamos lá; então sofremos, pois não percebemos que não há pecado, e acreditamos que estamos sendo punidos pelos ‘pecados’ que cometemos).
‘Abençoai os que vos maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam... ’ (dentro da visão de que todos somos um só, o mal que fazemos a alguém, fazemos ao todo, a nós mesmos; por isso, nunca fazer o mal).
‘Ao que tomar o que é teu, não lho reclames...’ (idem).
‘Fazei o bem sem daí esperar recompensa...’ (idem).
‘Não te preocupes com muitas coisas...’ (não adianta preocupar-se, pois a escolha não é nossa; como a física moderna comprova, tudo é incerto e impermanente. E não adianta se preocupar, pois escolha não sendo nossa, o que acontece é o que tem de acontecer. Essa incerteza e a impermanência de todas as coisas são a base da filosofia do Buda).
Faça como aquele, da parábola, que, altas horas, recebendo hóspedes inesperados, bateu à porta do vizinho para pedir-lhe três pães; de tanto que bateu e teimou, importunando-o, o amigo o atendeu e deu-lhe até mais do que três pães...; bata, procure, teime, isto é, persevere na meditação; você pode ser abençoado com coisas que você nem espera, com muito mais do que pediu, que nunca imaginou. Como Paulo disse: ‘vi e ouvi coisas inefáveis’.
‘Bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a cumprem.’ (esses, provavelmente, chegarão).
‘Guardai-vos, escrupulosamente, de toda avareza (apego) porque a vida de um homem (a sobrevivência, o nível, a felicidade), ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas posses, riquezas... ’ (tudo depende da escolha, que não é nossa, mas de Deus; e a vida só tem significado, sentido, quando temos o percebimento do sagrado).
‘Insensato, nesta noite ainda exigirei tua alma. E tudo que ajuntaste, de quem será? Assim acontece com aquele que entesoura para si mesmo e não para Deus... ’ (aqueles que não seguem os ensinos dos mestres, por viverem egoisticamente, dificilmente chegarão, não por castigo, mas porque não acordaram ainda).
‘...onde estiver teu tesouro, aí estará teu coração...’ (tua atenção, teu nível de vida; o tesouro, positivo ou negativo, é obstáculo à meditação).
‘Não te sentes no primeiro lugar... aquele que se exalta será humilhado.’ (orgulho, arrogância, presunção, são sinais daquele que ainda não chegou lá; a humildade verdadeira vem da percepção do divino).
‘Deus conhece vossos corações...’ (ele aí habita).
‘... depois de terdes feito tudo que vos foi ordenado, dizei: somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer;...’ (quem está despertando para a luz, está fazendo exatamente o que deve fazer aquele que procura a verdade que liberta).
‘Bendito o que vem em nome do Senhor...’ (aquele que age como foi prescrito pode chegar lá onde será abençoado com a iluminação).
‘Eu ficarei convosco para todo o sempre... ’ (não o homem Jesus. É o Cristo, o percebimento, a iluminação; permanece, conscientemente, e para sempre, naquele que chegou).
‘A minha paz vos dou... ’ (quem chega lá, tem a paz do Cristo, a serenidade do iluminado).
‘Não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou... ’ (sempre é feita somente a vontade de Deus, embora suponhamos, muitas vezes, que a nossa vontade esteja sendo feita e ficamos felizes, ou ficamos frustrados quando isso não acontece).
‘Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim nunca terá fome e jamais terá sede... ’ (aquele que chegou lá está saciado, pleno; de nada mais necessita; ‘o demais virá por acréscimo’).
‘Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra... ’ (todos ‘erramos’, mas não é por nossas obras que somos salvos, e sim pela graça de Deus, como a própria escritura afirma. Jesus nos adverte de que somos todos iguais, pois todos estamos sempre errando enquanto não chegarmos lá).
‘Vai e não peques mais... ’ (aquele que foi e chegou lá, não mais erra, porque sua ação será sempre correta).
‘Aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida... ’ (aquele que segue seus ensinamentos chegará lá, à luz da vida, à iluminação).
‘Enquanto for dia, cumpre-me terminar as obras daquele que me enviou; virá a noite na qual ninguém pode trabalhar... ’ (não desperdice seu tempo; quando vier a noite (os problemas) será difícil praticar o que foi ensinado; só com essa prática a vida terá significado).
‘Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância’. (é o que sucede a quem segue os ensinamentos e, por isso, chega lá).
‘Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido.’ (onde está o Cristo, a divindade absoluta, não há morte; só há vida).
‘Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim... ’ (o correto não terá sido ‘o Eu é o caminho, a verdade, a vida’? e ‘ninguém vai ao Pai senão pelo Eu’? pois o caminho é para dentro, para o interior, pelo ‘eu’, por onde se vai ao percebimento do Pai, como ensinaram a doutora teologal dos católicos, Teresa de Ávila, João da Cruz, S. Agostinho e muitos outros místicos orientais e ocidentais).(Recentemente foi publicado artigo no qual, rabinos ilustres, doutores da lei e da língua judaica, esclareceram que a tradução correta é essa mesmo: “o Eu é o caminho...”, “... senão pelo Eu”).
‘Aquele que crê em mim fará as obras que eu faço e outras maiores ainda... ’ (àquele que chegou ao percebimento, ao convencimento, suas soluções serão criativas e não mais condicionadas; penetra o campo das infinitas possibilidades, como afirma Maharish, e tudo lhe é possível).
‘Aquele que guardar meus mandamentos... será amado por meu Pai... e eu manifestar-me-ei a ele e nele faremos, eu e meu Pai, nossa morada... ’ (a manifestação da Consciência Cristica, que permanecerá em quem percebeu que ‘eu e o meu Pai somos um’, possível àquele que guarda (segue) os ensinamentos...).
‘Permanecei em mim que eu permanecerei em vós...; o ramo não poderá dar frutos de si mesmo se não permanecer na videira; eu sou a videira, vós os ramos... O Pai podará todo ramo que der frutos, para que dê mais frutos ainda... ‘ (por nós mesmos, seres do espaço-tempo, nada fazemos; já àquele que chegou ao percebimento, sua conduta é sempre correta, seus frutos, idem, pois sua consciência, agora, é crística e, consequentemente, dará mais frutos ainda).
‘Sois meus amigos se fazeis as coisas que vos mando.’ (somos todos iguais, o que se tornará evidente se fizermos o que ele ensinou).
‘Ora, a vida eterna consiste em que Te conheçam a Ti, um só verdadeiro Deus, e a mim, o Cristo, a quem enviaste... ’ (não apenas crer, mas conhecer, melhor ainda, ‘ser’ (esse o objetivo da meditação); aí está o segredo da vida eterna e abundante).
‘Pai, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci.’ (o percebimento, com que a maioria nem sequer sonha e, por isso, não o busca) (Pascal).
‘Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem’. (na verdade, numa análise profunda, veremos que nada sabemos; por isso, não há culpas). ‘É o senhor que opera em nós o pensar e o fazer’ (Paulo).
Na parábola das dez virgens, Jesus ensinou o valor da atenção simbolizada pelas cinco virgens que, cuidadosas, atentas, se precaveram colocando azeite em suas lâmpadas, à espera do noivo (a iluminação que pode chegar a qualquer momento, em qualquer lugar e aparentemente sem razão), ao contrário das outras cinco que, desatentas, imaturas, não se muniram de azeite e, com isso, não tinham luz suficiente (percepção, consciência suficiente) e, assim, não perceberam a chegada do noivo (a iluminação). O mesmo significado tem a parábola do servo fiel, que permaneceu vigilante (atento) à espera do patrão, que chegaria a qualquer momento.
Existe um tipo de espera que requer atenção total. A ‘coisa’ pode acontecer a qualquer momento e se não estivermos completamente acordados (atentos, ‘vestidos com vestes nupciais’) e calmos, vamos perdê-la. Nesse estado de total atenção (meditação) não há lugar para pensamentos, lembranças, emoções, isto é, interferência do ego, mas apenas uma presença alerta. Seja como o servo da parábola esperando a volta do senhor. Ele desconhece a hora em que o patrão vai chegar; então fica acordado, vigilante, aprumado, atento e sereno, para não perder a chegada do patrão (a iluminação).
‘...esta é a justiça de Deus... não há distinção;... todos são ‘pecadores’ (cometem aquilo que denominamos pecado) e todos estão privados da glória de Deus, mas são justificados gratuitamente por sua graça: tal é a obra de redenção realizada em Cristo’ (isto é, no percebimento de Cristo, na iluminação; vamos então perceber que não pecamos, pois nem os pensamentos que temos são nossos e que todos somos iguais (não há distinção); todos já estamos, e gratuitamente, salvos) (Ro 3: 21).
‘...para que, como Jesus ressurgiu dos mortos’ (o nascer de novo, a ressurreição, o nascimento do novo homem) ‘pela glória do Pai’ (pela percepção de que ‘eu e o Pai somos um’), ‘assim também nós vivamos uma vida nova’ (a vida do novo homem; a vida só tem significado quando chegamos ao percebimento). ‘Se somos o mesmo ser com ele’ (iguais a ele) ‘por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição... portanto, vós também considerai-vos mortos para o pecado, porém vivos para Deus, em Cristo Jesus’ (Ro 6: 5, 11) (se chegastes lá, isto é, ao percebimento, ao Cristo, não ‘pecarás’ (não errarás) mais; serás um novo ser, um ser igual a Jesus; nasceste de novo).
‘... Os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura, que nos deve ser manifestada’ (com o percebimento). ‘Por isso, a criação aguarda ansiosamente’ (mesmo inconsciente; por isso o sofrimento do homem que, não sabendo o que procura, cai em tantos erros por se apegar, iludido, a satisfações substitutas) ‘a manifestação do filho de Deus’ (a manifestação do Cristo em nós; a percepção de que somos um com o Pai apaga todos os sofrimentos) (Ro 8: 18, 19).
‘... não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação de vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito’ (Ro 12: 2) (a transformação é fruto do percebimento, que produz total renovação do ser, o homem novo; aí, pode-se discernir a vontade de Deus, que, então, será a mesma vontade daquele que ‘chegou’, porque ‘eu e o Pai somos um’).
‘Sede perseverantes na oração.’ (Ro 12: 12) (Pedi, buscai, batei... ; a perseverança, na meditação, torna possível a ocorrência de hiatos cada vez mais longos entre os pensamentos, o que pode resultar na percepção do que está além do ego, além do espaço-tempo).
‘Abençoai, não os praguejeis, aqueles que vos perseguem...’ (Ro 12:14) (somos um só e, depois, Deus é que opera em nós o pensar, o fazer e o querer).
‘... Acaso não declarou Deus ser loucura a sabedoria deste mundo...?’ (I Cor 1:20) (grandes psicólogos e sábios afirmam: nossa sociedade é totalmente insana. A sanidade está apenas na percepção do sagrado).
‘Coisas que os ouvidos não ouviram, nem os olhos viram, nem o coração humano imaginou’ (‘coisas inefáveis’, como disse Paulo), ‘tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam’. (I Cor 2:9) (para aqueles que o seguem, que o buscam).
‘...que cada um viva na condição na qual o Senhor o chamou... não te preocupes disto. Pois o escravo, que foi chamado pelo Senhor, conquistou a liberdade no Senhor’ (I Cor 7:22) (cada um é o que é, não há como modificar isso; mas, qualquer que seja sua condição, aquele que teve o percebimento está absolutamente livre de toda autoridade, medo, ilusões, condicionamento, crenças, superstições e sofrimentos).
‘Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A um é dada a sabedoria para proveito comum; a outro, a ciência; a outro, a fé; a outro, a graça de curar doenças... Mas o mesmo Espírito distribui esses dons a cada um conforme lhe (a Deus) apraz’(I Cor 12:4) (mais uma vez, a escolha não é nossa; tudo que fazemos ou somos na vida é o ‘senhor’, aquilo que está além do espaço-tempo, que decide, que faz).XX
‘... embora muitos membros formem um só corpo, assim também em Cristo’ (na consciência crística todos formamos um só corpo, somos um só)...; ‘os membros do corpo que parecem os mais fracos, são os mais necessários’ (todos somos necessários)... ‘Ora, vós sois o corpo de Cristo, cada um é um membro’. (I Cor 12:12 a 27) (na visão da atual teoria científica dos sistemas, não há nenhuma coisa que seja mais importante do que qualquer outra; tudo que existe, existe por que tem, necessariamente de existir; assim eu, assim você; assim o mal, assim o bem; o agradável e o desagradável).
"Quando eu era menino, falava como menino, julgava como menino. Mas depois que cheguei a ser homem feito, dei de mão das coisas que eram de menino. Nós agora vemos Deus como por um espelho em enigmas, mas então veremos face a face. Agora conheço-o em parte, mas então hei de conhecê-lo, como eu mesmo dele sou conhecido.”
‘Aspirai aos bens superiores. ... se eu não tiver caridade (amor) nada sou... Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá... Hoje vemos como por um espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face’ (perfeitamente, sem erro; quando chegar o que é perfeito, isto é a luz, compreenderemos que nada é imperfeito); ‘hoje, conheço em parte’ (por isso, interpretamos imperfeitamente), ‘mas, então conhecerei totalmente’ (I Cor 13:1 a 12) (‘Conhecereis a Verdade e a verdade vos libertará... ’; a iluminação traz-nos a verdade, é o conhecimento da verdade; a interpretação será, então, perfeita e veremos que aquilo que nos parece imperfeito é também perfeito; se não tenho amor é porque não cheguei ainda lá; de um cântico do bramanismo: ‘do perfeito tirando o perfeito o que resta é perfeito’).
‘Pois, se os mortos não ressuscitam, nem o Cristo ressuscitou’ (I Cor 15:16) (deduz-se, daqui, que Paulo diz que somos iguais a Jesus).
‘Semeado na corrupção, o corpo ressuscita incorruptível; semeado na fraqueza, ressuscita vigoroso; semeado corpo animal, ressuscita corpo espiritual’ (I Cor 15:35ss) (com o percebimento nasce o homem novo, ressuscitado, totalmente livre de erro).
‘Eis que vos revelo um mistério’ (para ele não é mais mistério): ‘nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados’ (num repente, acontece a iluminação e seremos todos transformados). ‘É necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade e que este corpo mortal se revista da imortalidade’ (pelo percebimento) (I Cor 15:51ss).
‘A morte foi tragada pela vitória’ (I Cor 15:55) (aquele que chegou lá venceu a morte; vê que ela não passa de ilusão).
‘... nós somos a vossa glória, exatamente como vós sereis a nossa, no dia do Senhor Jesus’ (II Cor 1: 14) (a gloria que tereis, no dia do percebimento, será igual à minha, à que já tenho: nesse dia tereis o extraordinário percebimento de que ‘eu e o Pai somos um’).
‘...tal a convicção que temos em Deus, por Cristo’ (por termos tido a percepção). ‘Não que sejamos capazes de ter algum pensamento, como de nós mesmos. Nossa capacidade vem de Deus.’ (II Cor 3:4,5) (Deus é que opera em nós...; não temos a paternidade nem dos nossos pensamentos; portanto, a responsabilidade por nossos erros ou acertos não é nossa).
‘Já estais separados de Cristo, vós que procurais a justificação pela Lei; decaístes da graça... Estar circuncidado ou incircuncidado, de nada vale em Cristo Jesus, mas sim a fé que opera milagres’ (Gal 5:4,6). (a fé-convencimento; esta, como Jesus a teve, opera milagres; a justificação deve vir pela graça (de Deus), pela iluminação, não pela obediência a mandamentos, regras e leis, que não passam de exterioridades, coisas que as religiões convencionaram).
‘O mistério da salvação dos gentios: eles são co-herdeiros conosco, que somos judeus; são membros do mesmo corpo e participantes da promessa de Jesus Cristo.’ (Efe 3:1,6) (todos já estamos salvos; não há um povo eleito ou pessoas privilegiadas para esse fim; perante Deus, todos somos iguais).
‘Deus não faz acepção de pessoas; faz chover tanto sobre o justo quanto sobre o injusto...’’ (Paulo) (idem).
‘... que o Pai conceda o crescimento de vosso homem interior... para que possais conhecer a caridade de Cristo’ (o percebimento), ‘que desafia todo o conhecimento’ (a sabedoria que o acompanha é inimaginável), ‘e sejais cheios de toda a plenitude de Deus’ (Efé 3: 16ss) (o percebimento nos plenifica; de nada mais necessitamos: ‘... o demais vos virá como acréscimo’).
‘Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido... Renovai sem cessar o entendimento de vossa alma (auto-conhecimento, advindo da perseverança na meditação e que explode na percepção do absoluto), e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus’ (pois perceberemos que o somos), em verdadeira justiça e santidade.’ (Efé 4: 17ss).
‘...Por que é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o fazer... Na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo; tudo desprezei e tenho em conta de esterco, a fim de ganhar Cristo.’ (Fel 3:7ss) (tudo é nada, comparado à iluminação, e Deus é que nos leva a essa experiência, pois ele é que realiza em nós o pensar e o fazer; Maharish: ‘enquanto não chegamos ‘lá’, somos apenas subumanos’; Krishnamurti: ‘a vida só tem significado quando chegamos lá; veremos, então, que tudo é fútil e inútil’; Teresa de Ávila: ‘tudo o mais é lixo’; do Zen: ‘tudo o mais é coisa prosaica’).
‘Ninguém vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou luas novas, ou sábados (exterioridades). Tudo isso não é mais do que sombra do que há de vir. A realidade é Cristo... não passam de normas e doutrinas humanas, mas não têm qualquer valor real, e só servem para satisfazer a carne (o mundo, as aparências). ’ (Col 2:16ss) (só tem valor o conhecimento do Cristo, a iluminação, trazida pela meditação; o tesouro, a jóia encontrada pelo homem que se desfez de tudo para adquiri-la; rituais, cultos, cânticos, promessas, sermões ou pensamentos que emocionam, ladaínhas, rezas, incenso, velas acesas, sinais, gestos, objetos do culto tidos como sagrados, vestimentas, músicas, orações a sós ou em conjunto, nada disso tem qualquer valor; são apenas exterioridades. A verdade está em nossa interioridade).
‘... pois vós sabeis muito bem que o dia do Senhor (a iluminação) virá como um ladrão de noite (de surpresa)... então, repentinamente, vos sobrevirá a destruição (das ilusões, do velho homem), como as dores à mulher grávida (repentinamente, o nascimento do homem novo);... mas, vós, irmãos (que seguis o que ensinamos) não estais em trevas para que o Dia vos surpreenda como a um ladrão. Não durmamos, pois, como os demais (que não despertaram ainda para a busca); vigiemos... ’ (I Tes 5:1 a 6) (estejamos atentos, para perceber a chegada do ‘noivo’, e para não alimentar, com distrações e desatenção, o ego; só assim é possível a meditação que pode resultar no percebimento, que vem, como um ladrão, sem que tenhamos idéia de quando).
‘...o ímpio se manifestará, mas o senhor (a iluminação) o destruirá com o esplendor de sua vinda’. (II Tes 2:8) (o percebimento destrói a escuridão de tudo que é ímpio, isto é, nossa escuridão; quando chegamos ao percebimento do Cristo, à iluminação, só restará luz, esplendor).
‘... (em suas funções eclesiásticas) o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, regrado... ’ (I Tim 3:2) (porquê, então, o celibato, dos padres, que é contra a natureza?).
‘... na expectativa da nossa esperança, a aparição gloriosa de nosso grande Deus, Cristo...’ (Tit 2:13) (a esperança da chegada da iluminação, que nos mostra a glória daquilo que nós já somos mas que, ainda, não percebemos).
‘Mas, um dia apareceu o amor de Deus para com os homens; não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente por sua graça. Ele nos salvou pelo batismo da regeneração e renovação (iluminação), pelo Espírito Santo que nos foi concedido em profusão, por meio do Cristo. Certa é esta doutrina... (mas) quanto às questões tolas, contendas e disputas relativas à Lei, foge delas, pois são inúteis e vãs. ’ (Tit 3:8) (O verdadeiro batismo, isto é, a iluminação, nos regenera e renova fazendo surgir o novo homem; tudo o mais é ‘questão tola’).
‘Alegria e singeleza de coração ’ (Atos 2:46), (Krishnamurti: uma boa dose de indiferença e de bom humor, em todas as situações porque tudo é incerto e impermanente; tudo, de bom ou de mal, pode nos acontecer; e nada escolhemos; a física moderna também nos afirma isso).
‘Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó. Alegria, alegria, alegria, lágrimas de alegria’ (a felicidade de Pascal, ao chegar lá).
‘... seja feita a vossa vontade e não a minha...’ (a escolha não é nossa; não há como não aceitar o que acontece).
‘Eu quero; sê limpo...’ (isso pode dizer aquele que chegou lá).
‘Eu irei e lhe darei saúde...’ (idem).
‘...considerai-vos mortos para os pecados, mas vivos para Deus...’ (Rom 6:11) (quem teve o percebimento não mais erra; vive apenas para as coisas de Deus, não por ser esse seu desejo e se esforçar para isso, mas por ser da natureza daquele que chegou porque, então, ressuscitou; é um novo homem).
‘...porque a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do espírito é vida e paz...’ (Rom 8:6). ‘... mas vós não estais na carne, mas no espírito, se é (que percebestes) que o Espírito de Deus habita em vós... (isto é, se já chegastes lá).
‘...e se o espírito daquele (de Deus) que ressuscitou Jesus habita em vós...’ (idem).
‘... (aguardamos) a glória que em nós será revelada...’ (ao chegarmos lá).
‘Em Cristo digo a verdade, não minto.’ (quando Cristo, a verdade, é encontrado, é impossível o engano, a mentira, a ilusão; tudo é o que é...).
‘...porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.’ (este o nome do senhor: Eu Sou, o mesmo ‘eu sou’ de todos nós; aquele que busca, pode encontrá-lo; ‘Conhecereis a verdade e a verdade... ’).
‘...não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação de vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus...’ (não transformar o mundo, mas transformar-nos a nós mesmos, pelo percebimento; só então a vida terá significado; nosso entendimento será renovado (sabedoria que vem com a iluminação) e experimentamos a perfeita vontade de Deus que, então, será a mesma vontade nossa... (‘eu e o Pai somos um’).
‘...não vos vingueis... está escrito: Minha é a vingança, diz o Senhor; se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber...’ (nada fazemos por nós mesmos; não escolhemos; logo a ‘vingança’ não é nossa; e mais: nossos ‘inimigos’ e nós somos um só; isto é, não há inimigos).
‘Vence o mal com o bem.’ (Ro 12:19) (idem).
‘...não há potestades que não venham de Deus...’ (a escolha é de Deus; nada é vontade ou decisão nossa).
‘... pois o cumprimento da lei é o amor.’ (àquele que chegou, pois cumpriu o ensinado, teve despertados amor incondicional e compaixão por aqueles que estão sofrendo na escuridão, porque não chegaram, porque não perceberam ainda).
‘...revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne...’ (aquele que despertou iguala-se ao Cristo e não mais teme o erro; sua vontade é a mesma de Deus; seu livre-arbítrio é, então, total, mas ele não precisa mais disso, pois sua vontade e escolha são a vontade e escolha de Deus; o agir correto é, agora, sua natureza).
‘...(o autoconhecimento dos sábios gregos; a atenção, de Krishnamurti; a observação de si mesmo pois) se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.’ (Col 11:13) (se estamos sempre nos julgando, nos observando – o autoconhecimento, dos antigos mo, de Gurdjef - podemos chegar lá e, então, para nós, não há mais ‘julgamento’, pois todo nosso agir será correto).
‘...não sou eu que faço as obras, mas o Cristo que habita em mim...’ (‘o Senhor é que opera em nós o pensar, o querer e o fazer’; logo, não há pecados nem remorsos; tudo está certo, nós é que não percebemos isso ainda).
‘Não sabeis que vós sois o templo do Altíssimo e que o Espírito de Deus habita em vós?’ (I Col 3:16) (se Deus está em nós, como procurá-lo fora? Zen: ‘procurar Buda é como cavalgar o boi para procurar o boi’).
‘...ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos.’ (I Col 6:19) (nem somos de nós mesmos; logo, os pensamentos, as escolhas não são nossos; então, nada de remorsos ou de culpas).
‘E há diversidade de dons, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.’ (I Col 12:6) (idem).
‘...e vivo, não mais eu, mas o Cristo vive em mim.’ (Gal 2:20) (idem; Paulo teve percepção da verdade).
‘...meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores do parto, até que o Cristo seja formado em vós.’ (Gal 4:19) (até que tenhamos percebimento de que o Cristo ‘nasceu’, ou melhor, que já está formado em nós).
‘...porque Deus é que opera em vós tanto o querer como o fazer, segundo sua vontade...’ (Fil 2:13) (nada fazemos por nós mesmos; nem a decisão, nem a escolha, nem os erros são nossos, portanto; isto está de conformidade com a filosofia da física quântica: não escolhemos e, ‘aquele que pensa que escolhe é imaturo’ (Krishnamurti).
‘Porque, assim como todos morrem em Adão (como corpo biológico que somos), assim também todos serão ressuscitados em Cristo’ (como Deus que somos (I Cor 22) (mais uma vez Paulo diz que somos iguais a Jesus e, mais ainda, todos morremos porque somos feitos do mesmo ‘barro’ que Adão, o corpo biológico, material; e todos ressuscitaremos, novamente, porque somos iguais a Jesus; mas Paulo não se refere a uma ressurreição do corpo, mas ao nascer de novo, o novo homem que agora percebeu).
‘...que é Cristo em vós, esperança de glória...’ (Col 1:27) (esperança da glória que teremos conscientemente, com o percebimento; já o somos, inconscientemente).
‘...quando Cristo, que é nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele, em glória...’ (Col 13:4) (idem).
‘...agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Mas sabemos que, quando isso se manifestar, seremos semelhantes a Ele.’ (mesmo que não tenhamos o percebimento, já somos filhos de Deus, iguais a Jesus; apenas não percebemos isso ainda; mas, com o percebimento, conheceremos essa verdade: que somos iguais ao Cristo, que todos somos um).
‘O Senhor é espírito e onde está o espírito do Senhor, há liberdade. ’ (II Cor 3:17) (quando conhecermos a verdade de que o espírito de Deus está em nós, estaremos livres; isso ‘é o fim de todo o sofrimento’, como afirmou o Buda; e ‘a verdade vos libertará’, como disse Jesus).
‘Aquele que nos formou para este destino é Deus mesmo, que nos deu por penhor o Seu espírito.’ (IICor 5:5) (penhor=garantia: em todos nós já está o Seu espírito, isto é, o próprio Deus; e se ‘ele nos formou para este destino’, analise e conclua).
‘Não toqueis no que é impuro e vos receberei, diz o Senhor...’ (estando a mente pura, isto é, livre de impurezas, que são as emoções, os pensamentos, imaginações, condicionamentos, coisas que podem cessar com a meditação, teremos a percepção do Absoluto; seremos recebidos por ele).
‘Acaso não ‘reconheceis’ que o Cristo está em vós?’ (II Cor 13:5) (já está em nós, mesmo que não o percebamos; só nos falta percebê-lo).
‘Asseguro-vos, irmãos, que o evangelho pregado por mim não tem nada de humano. Não o recebi de homem algum, mas por revelação de Jesus Cristo.’ (Gal 1:11) (ele chegou lá, iluminou-se; por isso sua revelação veio da percepção de Deus, ou do Cristo, a Consciência Crística, que está em nosso mais profundo íntimo; ‘nada de humano’, pois que está além do ego, além do que é humano).
‘...mas quando aprouve àquele que me chamou pela sua graça para revelar seu filho em mim...’(Gal 1:15) (a escolha não é por nossos méritos, mas pela graça de Deus; é atemporal; a revelação, também; Paulo teve nele próprio a revelação do Cristo e percebeu que somos um).
‘...a liberdade de que gozávamos em Cristo Jesus.’ (Gal 2:4) (a liberdade total dada pelo percebimento, isto é, quando estamos realmente conscientes do Cristo em nós não haverá mais dependência alguma; ‘... e a verdade vos libertará’).
‘...apenas isto quero saber: recebestes o Espírito (tivestes consciência do Cristo em vós) pela prática da lei ou pela aceitação da fé? (Gal 3:2) (a lei é exterior, a fé, interior; seria pela aceitação que a fé traz, se não fosse pela graça de Deus, pois nada escolhemos).
‘...pois todos sois um em Cristo.’ (Gal 3:28) (somos um sempre; mas no espaço-tempo não temos percepção disso; no atemporal, sim).
‘...a prova de que sois filhos de Deus é que Deus enviou aos vossos corações o espírito de seu filho. Portanto... és filho, então, também herdeiro de Deus’ (Gal 4:6ss) (o Cristo está em nosso íntimo; somos, portanto, todos iguais a Jesus e um só; por isso ‘co-herdeiros’).
‘...e quanto a vós até os cabelos todos da cabeça estão contados.’ (Mat 10:30) (tudo está nas mãos de Deus, que opera em nós o pensar, o querer e o fazer).
‘...não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós.’(Mat 10:20) (idem).
‘Vinde a mim (ao Eu Sou, à iluminação) os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.’ (Mat 12:28) (ir ao eu, ao Eu Sou, esse é o caminho; para dentro de nós mesmos, para a cessação de todo sofrimento).
Pedro, tendo medo, submergia e Jesus disse: ‘Homem de pouca fé, por que duvidaste?’ (Mat 15:31) (se não há mais dúvidas, isto é, havendo fé-convencimento, o que acontece quando cessa o condicionamento e a mente está pura, estamos aptos a criar, a realizar coisas inimagináveis, a andar sobre as águas).
‘Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível.’ (Mt 17:20) (idem). (é a fé-convencimento, não a fé-crença, vinda do percebimento de que ‘eu e o Pai somos um’; aí, talvez, esteja a explicação dos ‘milagres’ que Jesus produziu).
‘Nem todos são aptos para receber (compreender) este conceito, mas apenas aquele a quem é dado (sê-lo)’. (Mt 20:11) (a escolha do que nos ocorre é de Deus; o senhor é que opera em nós o pensar, o querer e o fazer; esta passagem é semelhante àquela em que Jesus diz aos discípulos que muitas coisas ele tinha a lhes dizer, mas que eles não as suportariam ainda).
‘E aquele que tiver deixado tudo por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna. ’ (Mt 20:29) (comparado ao reino, tudo o mais é lixo, como diz Teresa; sabe-se, então, que não há morte e que, com o percebimento, receberemos coisas inimagináveis; a parábola sobre o fato de que, mesmo nós sendo maus, damos aos nossos filhos coisas boas; então, Deus, que é bom, com o percebimento, nos dará coisas ainda melhores).
Na parábola dos semeadores (Mt 20), o dono da vinha pagou, aos que trabalharam oito horas, o que lhes havia prometido, e deu o mesmo aos que trabalharam apenas uma hora; aqueles se revoltaram, mas o dono disse: ‘Não vos fiz injustiça; cumpri o prometido... mas quero dar aos outros tanto quanto dei a vós’ (a luz é dada a todos, seja ao primeiro, seja ao último; ao piedoso e ao ímpio; todos chegarão ao novo modo de existir; todos receberão o mesmo salário, não importa o que tenham feito porque é o Senhor que opera em nós até o pensar...).
Na parábola dos lavradores maus (Mt 22:33), que não pagavam o que deviam ao dono das terras, este lhes enviou cobradores, que eles espancaram e até mataram; o dono lhes mandou, então, o próprio filho, que também foi morto; parece que Jesus quis dizer que, antes dele, já houve outros mestres ou profetas, os quais não foram ouvidos. Portanto, Jesus, além de fazer ver que os homens não o compreenderam, faz ver também que ele não foi o único a tentar despertar os demais.
‘Porque, assim como o relâmpago vai do oriente ao ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem’ (Mat 24:27) (o percebimento, o ‘insight’, a chegada da consciência cósmica, da iluminação, é instantânea, súbita; é o salto quântico da nova física).
‘... a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, senão o Pai. Portanto, vigiai, ficai atentos, por que, à hora que não cuidais, virá o Senhor.’ (Mat 24:36, 42, 44) (estejamos preparados e atentos para o percebimento, como nas parábolas do servo fiel e das virgens que aguardavam a chegada do noivo).
‘...os apetites da carne e os do espírito são contrários... as obras da carne são: fornicação, impureza, discórdia, superstição, inimizade, ódio, ambição, inveja e coisas semelhantes;... vos previno: os que as praticam não entrarão no reino.’ (Gl 5:16) (são distração, desatenção, obstáculos à meditação; dificultam a meditação e o percebimento; assim, também os ‘pecados ditos capitais’ das religiões cristãs: preguiça, gula, ira, luxuria etc.).
‘O que o homem semeia, isso mesmo colherá.’ (Gl 6:2ss) (parece que, mesmo a escolha não sendo nossa, temos uma certa autonomia de vontade que, embora pequena, nos faz responsáveis moralmente; ou, então, Paulo está afirmando que aquele que ainda não chegou ‘lá’ não compreendeu ainda e, portanto, não está livre do sofrimento).
‘...porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém de vossas obras, para que ninguém se glorie. ’ (Ef 2:8) (não é pelos nossos méritos, pelas nossas boas obras, que somos salvos; é pela graça, pelo dom de Deus que já estamos salvos; pois ‘é o senhor que opera em nós o pensar e o fazer’).
‘... que a tribulação produz perseverança; a perseverança, experiência (mística); a experiência, esperança na glória...(Ro 5:3,4) (‘aquele que perseverar até o fim será salvo’; aquele que perseverar na meditação, na compreensão da totalidade da vida, pode chegar à experiência que lhe trará a gloria da iluminação).
‘...pelo Espírito Santo que nos foi outorgado...’ (Ro 5:5) (já nos foi dado desde sempre: já temos em nós o divino; já o somos; não há de que se salvar. Apenas nos falta chegar ao percebimento dessa verdade).
‘... os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.’ (Ro 5:17) (abundância da graça e dom da justiça é o que recebe quem chega lá: isso ocorre em vida mesmo, e não após a morte; e percebe-se que o Cristo, Deus, a iluminação, está em todos, e que todos somos um só com ele).
‘Não viveis, segundo a carne, mas segundo o espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós.’ (Ro 8:9) (se consegues perceber que o Espírito és tu mesmo é que já chegaste lá; vida segundo o Espírito, isto é, vida perfeita e em bem-aventurança; é o novo modo de existir, de Krishnamurti).
‘Se alguém não possui o espírito de Cristo, este não é dele.’ (Ro 8:9) (esse ainda não chegou à iluminação, não percebeu o Cristo; ainda está na escuridão).
‘O espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus.’ (Ro 8:ss) (o percebimento mostra que somos filhos de Deus, isto é, de sua natureza, feitos verdadeiramente à sua ‘semelhança’).
‘...enquanto aguardais a manifestação de Jesus Cristo, não vos falta dom algum.’ (I Col 1:7) (nada nos falta para que o Cristo nasça em nós, nem perdão, nada; apenas temos que ter a percepção disso; é o que os iluminados afirmam e é o que pode nos dar a meditação).
‘... até que tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura do Cristo’ (Ef 4:13) (que se pode atingir pela meditação; então, se percebe a unidade da fé (fé-convencimento), isto é, que a verdade é uma só: ‘eu e o Pai somos um’).
‘Renovai sem cessar o entendimento de vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem e semelhança de Deus...’ ((Ef 4:23, 24) (tentar sem cessar até que venha o percebimento que nos transforma no homem novo e mostra que somos semelhantes a Deus; mais que isso: que somos a própria divindade).
‘...o Cristo será glorificado no meu corpo’ (pelo percebimento).
‘...por isso Deus glorificou soberanamente a Jesus’ (Fel 2:9) (pelo percebimento; do mesmo modo, por sermos iguais e todos um, seremos glorificados quando tivermos o percebimento).
‘Na verdade julgo como perda todas as coisas em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo’ (a iluminação). (Fel 3:8) (Teresa, João da Cruz, Krishnamurti e outros afirmam o mesmo: que tudo o mais é lixo, fútil, inútil; apenas ilusão).
‘Além disto, irmãos, tudo que é puro, verdadeiro, nobre, justo, amável, virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos’ (Fel 4:8) (quando temos o percebimento, quando chegamos lá, todas nossas ações serão corretas, sem esforço ou imitação; nossa natureza será essa).
‘...auxiliado por sua força (do Cristo) que atua poderosamente em nós.’ (Col 1:29) (busquemos ou não, a escolha, a vontade e a força são do Pai e não nossas, mas atuam em nós; sabemos que a decisão não é nossa).
‘Quando Cristo, vossa vida, aparecer...’ (Col 3:4) (pelo percebimento).
‘...mas somente Cristo, que será tudo em todos...(Col 3:5ss) (com o percebimento veremos que sempre foi assim).
‘No princípio era o verbo... e o verbo era Deus... e o verbo se fez carne e habitou entre nós (é nós mesmos); aos que crêem no seu nome deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus (Jô 1:1 e seguintes) (o nome do verbo: Eu Sou; eu, nós; crer nesse nome é ir pelo caminho do eu, para dentro de nós, pela meditação).
No principio era o Verbo e o verbo estava em Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no principio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam
‘... em verdade te digo: aquele que não nascer de novo não poderá ver o reino de Deus.’ (Jô 3:3) (o novo nascimento, o homem novo; o ‘satori’ traz a nova visão; a iluminação nos dará interpretação correta; cessam todas as ilusões; vamos conhecer a verdade, veremos o ‘reino’).
‘Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer.’ (Jo 6:44) (novamente, nem a escolha, nem o agir, são nossos; e mais: não seria ‘vir ao Eu, aprofundar-se no Eu’, que Jesus falou, e não ‘vir a mim’? Ou seria vir ao Cristo, à iluminação).
‘...a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho tenha vida eterna.’ (Jo 6:40) (isto é, aquele que tem o percebimento do Cristo, a iluminação, vê que não existe morte, que a vida é eterna, que já estamos na eternidade).
‘... e todo aquele que ouvir o Pai e for por ele instruído vem a mim.’ (Jô 6:45) (aquele que segue os ensinamentos vai ao Eu, chega ao percebimento, pela meditação; e é o Pai, que opera tudo, que o faz ir).
‘...o pecado que consiste em não crer em mim.’ (Jô 16:9) (se não praticamos aquilo que Jesus ensinou, é que não cremos nele; assim, não veremos o reino, não por não crermos, mas por não o buscarmos ainda).
‘O que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vo-lo dará.’ (Jô 16:23) (o que ‘quisermos’; ao chegarmos à estatura do Cristo, maravilhosa criatividade despertará, e não haverá mais obstáculos).
‘Tudo que é meu é Teu e tudo que é Teu é meu.’ (Jô 17:10) (pois somos um só).
‘Para que todos sejam um, como tu, Pai, és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós.’ (Jô 17:21) (idem).
‘Eu neles e Tu em mim.’ (Jô 17:23) (idem).
‘...quero que, onde eu estiver, eles estejam comigo (na percepção do divino), para que vejam a glória (a iluminação, a bem-aventurança) que tu, Pai, me deste...’ (pois Jesus chegou lá) (Jo 17:24).
‘Eu estarei convosco até o fim dos tempos...’ (idem; não o homem Jesus, mas o Cristo; a luz está conosco sempre, agora e no novo modo de existir).
‘Pedi e recebereis.’ (Jô 16:24) (pela prática da oração de recolhimento e quietude, sem palavras, isto é, pela meditação, estamos ‘pedindo’, nos abrindo àquilo que nos será dado um dia: o percebimento, isto é, a verdade que de tudo liberta).
‘A fé é o fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que não se vêem.’ (He 11:1) (esperamos o reino, e não o vemos, mesmo ele estando em nós; mas, se o buscamos, é pela fé em sua existência, pois que tantos iluminados falaram dele; mas não podemos ficar apenas na fé sobre ‘as coisas que não vemos’, ou nas coisas ‘que esperamos’. Temos de passar da fé à convicção e esta só vem com a meditação).
‘As coisas visíveis não são feitas das coisas aparentes. ’ (são produzidas pelo colapso das nuvens quânticas, que não são aparentes, pela observação de seres sencientes, segundo a física moderna; tudo, seres, coisas, eventos, fenômenos, vem do atemporal, do qual as coisas saltam inesperadamente, como da água de um lago tranqüilo salta, inesperadamente, um peixe; tudo vem do ‘campo das infinitas possibilidades’).
‘Tudo é possível ao que crê. ’ (He 11:6) (ao que chegou; ao que já percebeu; sua crença já não é simples crença, é convencimento e tudo lhe é possível).
‘Tudo quanto pedirdes, orando, crede que já o tendes recebido e tê-lo-eis.’ (Mc 11:24) (tudo é possível, não àquele que apenas crê, mas àquele que teve a experiência e, por isso, está convencido).
‘Deleita-te no Senhor, e ele te concederá o que deseja teu coração.’ (Sl 36:4) (na percepção do Senhor reina total bem-aventurança e nada mais é desejado; tudo que o coração desejava, o homem, agora, tem; não deseja mais nada; ‘o demais virá por acréscimo’).
‘O que fizerdes, por palavras ou atos, fazei-o em nome do senhor Jesus Cristo...’ (aqueles que têm o percebimento agem como o próprio Cristo; a vontade, o discernimento, são os mesmos).
(Muitas vezes Jesus falou: ‘fazei penitência, pois o reino dos céus está próximo’. A verdade é que o reino está bem mais perto do que pensamos, dentro de nós mesmos, conforme Jesus, Paulo, Tereza e outros afirmaram em várias passagens; ‘penitência’ é o ‘trabalho’ necessário para abandonarmos o caminho largo e já conhecido, e para entrarmos no novo).
‘... Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem para encontrá-lo como que às apalpadelas, pois, na verdade, ele não está longe de cada um de nós. Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns de vossos poetas disseram: nós somos também de sua raça’ (At 17:27, 28) (ele está dentro de nós mesmos, mas o procuramos fora de nós, às apalpadelas, pois não o percebemos, como disse S. Agostinho: ‘procurei-Te tanto fora de mim, mas fui achar-Te dentro de mim mesmo’).
‘... (orando pelos discípulos): Pai, santifica-os pela verdade.’ (Jo 17:17) (‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’; isto é, nos tornará sãos, santificados).
‘...se me conhecêsseis, também, certamente, conheceríeis ao Pai.’ (Jo 14:10)... como, pois, dizeis: mostra-nos o Pai? Não credes que eu estou no Pai e o Pai em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim as diz..’. (Jo 14:20) (outra prova de que Jesus ensinou que Deus está em nós e que nada escolhemos; como afirmam os místicos, somos a própria divindade; se conhecêssemos o Cristo, a iluminação, saberíamos disso e que todos somos um).
‘...‘...se me conhecêsseis, também, certamente, conheceríeis ao Pai.’ (Jô 14:20) (idem; saberemos, então, que todos somos um).
‘Conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, como meu Pai a mim conhece e eu conheço o Pai (pelo percebimento)... Tenho, ainda, outras ovelhas que não são deste aprisco (que não perceberam ainda). Preciso conduzi-las também (ao percebimento), e ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.’ (Jô 10:14ss) (ouvir a voz do Cristo é ter o percebimento; o que nos conduz a Deus é o próprio Deus, mas há aqueles que não chegaram ainda; porém todos somos iguais; então, pelo percebimento, haverá um só rebanho).
‘Queremos apedrejar-te por que, sendo homem, te fazes Deus. Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa Lei: "Vós sois deuses"? (Sl 81:6)...e a escritura não pode ser desprezada.’ (Jô 10:33ss) (nós o somos).
‘Interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem se dirá: Ei-lo aqui, ou Ei-lo acolá; pois o reino de Deus já está dentro de vós.’ (Lc 17:20) (sem comentário).
‘Não recolho meu conhecimento de cartas ou livros; eu os possuo dentro de mim mesmo; porque o céu e a terra, com todos os seus habitantes, e o próprio Deus, estão dentro do homem. ’ (J. Boheme) (este percebeu).
‘...enquanto os irmãos não se comprometerem com negócios...; não se habituarem a conversas fúteis; não sentirem preguiça; não freqüentarem grupos ou com eles forem tolerantes; não sentirem a influência de desejos pecaminosos; não se desviarem do caminho por coisas de menor importância, devemos esperar que os irmãos prosperem e não caiam...’ (Buda) (pois estão se aproximando do percebimento).
‘... a preocupação de acumular dinheiro, a ele escravizando os dias e as noites, eis a maior das fraudes da civilização moderna. ’ (Whitman) (isso é distração, obstáculo à meditação, à percepção daquilo que já somos).
‘... sem (auto) conhecimento não há meditação; sem meditação não há (auto) conhecimento’. (Buda) (são simultâneos: é o conhecimento daquilo que somos na realidade, mas ainda não percebemos).
‘Buscai primeiramente o reino de Deus e sua justiça, e tudo o mais virá por acréscimo.’ (Mt 6:33) (com o percebimento, vemos que de nada mais necessitamos; nada mais é necessário; é por esse motivo que se deve buscar, em primeiro lugar, o reino).
‘O reino de Deus é semelhante a um tesouro oculto no campo, que, certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.’ (Mt 13:44) (como todos afirmaram, tudo o mais é nada em comparação com o percebimento; desfez-se de tudo, porque tudo o mais não é tão importante: está transbordante de alegria porque, agora, é bem aventurado).
‘...um homem que procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que tem e a compra.’ (Mt 13:45) (idem).
‘Eis que vos digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao soar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e seremos transformados..’ (I Cor 15:51) (o percebimento é instantâneo; transforma a todos, e os que estão mortos para a verdade, isto é, que ainda não despertaram, ao perceberem a verdade despertarão, agora incorruptíveis).
‘Purifique sua alma de todo medo e esperança tola sobre as coisas da terra; mortifique o seu corpo, domine o amor-próprio e os apetites, e o olho do mais íntimo (Deus) começará a exercitar a sua visão clara e solene. Tudo aquilo que contribui para purificar a mente ajudá-lo-á a atingi-la (a visão, a consciência cósmica) e facilitará a aproximação e repetição desses felizes intervalos (Plotinus) (como todos os iluminados aconselham que façamos algo, isso talvez seja sinal de que devemos ter certa autonomia de vontade; usemo-la para nos aproximarmos do feliz momento; como afirmam eles, toda esperança sobre as coisas da terra é tola, pois tudo é incerto e não há segurança em nenhum lugar ou situação; estaremos plenos de felicidade quando o ‘olho do mais íntimo’ (onde o ego cessa) exercitar sua visão; a purificação da mente pode ser obtida pela meditação, que afasta o ‘eu’ e, com este, todo o lixo mental, todo o condicionamento).
‘Na verdade não convém que me glorie! Passarei, entretanto, às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo (isto é, que chegou lá), que, há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu... e lá ouviu palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir (indizíveis, não há como comunicar a grandeza do que viu). Demais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne... para me livrar do perigo da vaidade.’ (II Cor 12:1ss). (sem comentário).
‘O infinito (Deus) só pode ser apreendido por uma faculdade superior à razão (isto é, além do ego), que nos faz entrar num estado no qual você já não é mais o seu eu finito.’ (Plotinus) (você é, portanto, seu ‘Eu’ infinito, isto é, Deus; só quando somos Deus é que o apreendemos (como diz Eckhart). Lembrar-se de Paulo: Já não sou eu que vivo, mas o Cristo é que vive em mim).
‘...em primeiro lugar a alma deve retornar a si mesma (como se estivesse perdida e tivesse que encontrar seu caminho, o caminho de casa); isso se alcança pela prática das virtudes, cujo objetivo é despoluir (limpar) a mente (para que se torne semelhante) à semelhança com Deus e que conduz ao próprio Deus, pelas quais a alma se liberta da sensualidade (da ação dos sentidos, fato que elimina o ego)... Por meio de práticas ascéticas (meditação) o homem uma vez mais se converte num ser espiritual, livre de todos os pecados. Entretanto, ainda há um escalão mais alto: não basta ser sem pecado (isso apenas nos limpa a mente); é preciso converter-se em Deus (Eckart: ‘nos confundirmos com Deus’). Isto se alcança pela contemplação (meditação) do Ser Único ou, em outras palavras, por uma aproximação extasiada (em êxtase) desse Único. O pensamento (a imaginação, o intelecto, o ego) não pode chegar a isso... pois é apenas um estágio preliminar dessa aproximação (portanto, pensamento, intelecto, ego devem ser eliminados). E é apenas em estado de perfeita passividade e repouso (sem operações do ego; meditação) que a alma pode reconhecer e tocar (sentir) o Ser Divino. Para atingir esse fim mais alto, a alma necessita passar por um currículo espiritual. Iniciando na contemplação das coisas corpóreas, em sua multiplicidade e harmonia (isto é, conhecendo a vida, o mundo em sua diversidade; ‘compreendendo a totalidade da vida’, como diz Krishnamurti), retira-se para dentro de si mesma, nas profundezas de seu próprio ser (para dentro do eu)... Mas, o mais alto não está ainda aí... O último estágio é alcançado quando, na mais alta tensão e concentração, no silêncio e esquecimento de todas as coisas (sejam boas ou más: meditação), a alma acha-se apta a perder-se em si mesma (o eu não mais opera). Então, ela pode ver Deus, a fonte da vida, do ser, a origem de todo o bem, a raiz (origem) da alma. Nesse momento, a alma desfruta da bênção mais indescritível; é como se fosse banhada pela divindade (Plotinus). (‘virtudes que levam à semelhança de Deus’, isto é, que tornam a consciência pura, livre dos condicionamentos. ‘Não basta ser sem pecado’: isto, no dizer dos sábios, não retira o homem da multidão; só tranqüiliza a mente preparando-a para a meditação. ‘O pensamento, a imaginação, a razão, o intelecto, não podem chegar a isso’; são finitos e só uma faculdade infinita, isto é, algo além do ego, pode apreender o infinito. ‘Em perfeita passividade e repouso’: relaxamento externo e interno, isto é, na meditação; dentro de si mesmo, ‘no silêncio e esquecimento de todas as coisas’ (meditação); ‘na mais alta tensão e concentração’ - dizem os sábios que, somente quando a paixão é tão grande que o homem derrama lágrimas, é que a luz chega – ou, como afirma o bramanismo, ‘para se subir à presença do mestre, os pés devem ser lavados no sangue do (próprio) coração’. ‘Perder-se’: perder o ego, o ego cessa. ‘Poderá ver Deus’: ter o percebimento, a iluminação, ver que tudo, que cada ser é Deus).
‘...pois, quanto maior a importância que a alma atribuir ao que sente, compreende e imagina (às coisas do mundo, ao conhecido), e quanto maior o apego que a isso tiver, seja coisa espiritual ou não (coisas agradáveis ou desagradáveis, profanas ou sagradas, boas ou más) mais se afasta do bem supremo, mais demora em alcançá-lo.’ (João da Cruz).
‘...quanto mais a alma se preocupa em ligar-se às coisas criadas, nelas depositando sua força e confiança, por hábito ou inclinação (apenas sentimos confiança e segurança naquilo que já conhecemos, pelo nosso condicionamento cultural; mas segurança, seja física ou psicológica, não existe em nenhum lugar ou tempo), menos se dispõe a essa união, à união com o divino.’ (João da Cruz).
‘Não sou eu, o eu que sou, quem sabe estas coisas; mas Deus sabe das coisas em mim.’ (Jacob Boehme) (pois ‘eu e o Pai somos um’).
‘...pois Cristo, o filho de Deus, tem que se fazer homem (fazer-se você) e nascer dentro de você (pelo percebimento); de outro modo você estará num estábulo escuro (entre fezes e urina; na escuridão da ignorância) e aí continuará, procurando sempre por Jesus Cristo. Você olha para as estrelas, procurando Deus distante, nos céus’. (Boheme) (procura vã, pois ele está dentro de você (S. Agostinho) e, se você não percebê-lo aí, estará realmente na escuridão, ou ‘morrerá como um cão danado’, como assegurou Gurdjeff. ‘A vida só tem significado quando temos o percebimento’, como afirmou Krishnamurti).
‘Discípulo: Isso está ao nosso alcance, ou muito longe?
Mestre: Está em você (dentro de você mesmo e você o perceberá) se, por um instante, puder deixar de pensar e de desejar (meditação); então, ouvirá de Deus palavras indizíveis.
Discípulo: Como posso ouvir se não deixo de pensar e desejar?
M: Quando você afastar pensamentos e vontades de seu eu (pela meditação), surgirá o eterno no ouvido, na fala, na visão. E Deus ouvirá, falará e verá através de você (nossos olhos e ouvidos são os olhos e ouvidos de Deus). Você esquecerá sua própria audição, visão e fala, para só ver e ouvir a Deus.
D: Como, se ele está acima da natureza e das criaturas?
M: Quando você estiver no silêncio e na paz (meditação), você conseguirá.
D: O que me entrava que não consigo chegar a isso?
M: A sua vontade, a sua visão, audição, desejo e pensamento (que pela meditação podem cessar) sobre as coisas terrenas, trazem sua visão, audição etc. ao nível terreno de tal forma que você não consegue atingir... Há que caminhar pelo caminho mais difícil (a porta estreita e o caminho pedregoso), tomar o que o mundo rejeita, e não fazer o que o mundo faz... então, terá encontrado o caminho mais próximo para isso... pois (como disse Paulo) o caminho para o amor de Deus parece tolo para este mundo, mas é sabedoria para os filhos de Deus.’ (a sabedoria dada pelo percebimento).
‘... Docemente cresceu e se espalhou em torno de mim a paz e o conhecimento além de todo o argumento da terra (sabedoria além de todo conhecimento terreno), e eu sei que a mão de Deus é a promessa da minha (é o que a minha será pelo percebimento), e sei que o espírito de Deus é irmão do meu e que todos os homens já nascidos são meus irmãos (todos somos um)... e que a criação sobrevive graças ao amor... De repente, me senti cheio de paz, alegria e conhecimento, transcendendo (indo além de) toda a arte e sabedoria da terra.’ (Whitman) (somos todos da mesma natureza de Deus).
‘Na verdade eu digo que apenas na perfeita incontaminação e solidão da individualidade (a mente não contaminada, só, livre dos sentidos, dos desejos, lembranças e pensamentos), pode surgir, positivamente, a espiritualidade da religião (que, antes, era mais por costume ou desejo de respostas). Somente aqui, e nessas condições, a meditação, o êxtase devoto, o vôo elevado (consciência una). Somente aqui,a comunicação com os mistérios (encontro de todas as respostas), os problemas eternos: de onde? para onde? Sozinho, o pensamento silencioso (apagado, cessado) e a aspiração (o desejo de chegar) e, então, a consciência interior (o Eu Sou), com sua inscrição prévia invisível (o Cristo, que desde sempre está ali, mas não percebido, ‘invisível’ para nós), em tinta mágica (não o víamos e agora passamos a ver), irradia suas linhas maravilhosas para os sentidos (mostra-se e o percebemos)... e todas as afirmações, igrejas e sermões, desaparecem como vapores (tudo que antes conhecíamos não tem mais valor ante a grandeza do percebimento). As bíblias podem afirmá-lo e os clérigos expô-lo, mas é exclusivamente mediante o trabalho do eu isolado (ninguém chega à verdade pelos trabalhos da religião, através de suas práticas, mas pelo exercício da meditação, sozinho) que se entra no puro éter da veneração, que se alcança os níveis divinos, que se comunga com o supremo (a percepção da verdade do que somos)... Tu, Tu, enfim, conheço!’ (Whitman).
‘... visto (à luz do Cristo interior, isto é, sob o ponto de vista de um iluminado), tudo é perfeito, inclusive aquilo que visto fora dessa luz parece imperfeito...’ (Dante) (‘... do perfeito tirando o perfeito, o que resta é perfeito... ’, de um cântico do bramanismo; isto é, tudo é perfeito, embora não o compreendamos; só os iluminados compreendem).
‘Quando os seus pensamentos se tornarem fixos (cessarem de fluir) você perceberá, dentro de si mesmo, a consciência absoluta (consciência total, a divindade, a iluminação, Deus). Existe, realmente, um fato concreto e reconhecível, ou seja, um estado de consciência que já foi experimentado inúmeras vezes e que, para os que por ele passaram, ainda que em leve grau, pareceu superior a toda uma vida de devoção... Nesse instante, tornei-me consciente do surgimento, dentro de mim, de uma região que, em certo aspecto, transcendia os limites comuns da personalidade (além do ego), e à luz da qual minhas próprias idiossincrasias de caráter, defeitos, qualidades, limitações, já não tinham importância (tudo é sem importância, comparado a isso): uma absoluta liberdade em relação à mortalidade (não há morte), seguida de indescritível sentimento de felicidade e calma (bemaventurança). Imediatamente vi, ou senti, que essa região do eu, existente dentro de mim, existe igualmente em todos os demais (somos iguais; temos as mesmas possibilidades). Diante dela, as simples diferenças de comportamento, que geralmente diferenciam e dividem os homens (ocasionando toda espécie de conflitos, até as guerras), tornaram-se indiferentes (sem importância) e abriu-se um campo no qual todos podiam encontrar-se, no qual todos eram verdadeiramente iguais... Se eu pudesse transmitir (aos demais) a metade do esplendor que o havia inspirado (ao livro que publicou a seguir), seria bom e não teria de lutar para escrever nada mais (pois ele conteria tudo o que se precisa saber para se chegar ‘lá’)... ’ (Edward Carpenter) (a consciência da presença de Deus em nós traz bem-aventurança e livra-nos do medo da morte, pois ficamos cientes de que ela não existe; todos somos iguais, o Cristo é um em todos e todos somos um só, e em todos está a mesma possibilidade de chegar à iluminação).
‘...acabadas todas as penas, abrindo-se dentro de mim um profundo oceano de felicidade... todas as coisas são transfiguradas, cantando felicidade sem fim (pelo percebimento). Naquele dia, no dia da tua libertação (‘conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’), ela (a verdade, a libertação, o Cristo) virá a ti em lugar que desconheces, sem que saibas em que tempo (Jesus disse: ‘estai preparados, pois não sabeis nem a hora, nem o lugar’)... tu estarás livre para sempre... deixa que a felicidade te invada... a morte já não te separará daqueles a quem amas (perceberás que todos somos um; não há separação)... o mundo da igualdade... da felicidade total... ’ (Carpenter). (o percebimento da verdade nos liberta de todas as dores; como afirmou Buda, ‘a iluminação é o fim de todo o sofrimento’, e Jesus, ‘conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’; o ‘mundo da igualdade’, pois então perceberemos que todos somos iguais; mais ainda: um só).
‘O Amuleto místico de Pascal: Ano da graça de 1654, segunda-feira, 23 de novembro, dia de São Clemente, Papa e mártir... desde cerca das dez horas e meia da noite até cerca de meia-noite e meia... FOGO... FOGO (transfiguração, iluminação, como Jesus, Moisés, Buda, Francisco de Assis). Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacob, não dos filósofos e sábios. Certeza, alegria, certeza, sentimento... alegria, paz (sentimentos indizíveis porque não existe meio de comunicá-lo a ninguém; a verdade é incomunicável, é aquilo que realmente somos, mas que temos de perceber por nós mesmos). Deus de Jesus Cristo, meu Deus e teu Deus... Esquecido do mundo e de tudo (para a meditação tem-se que esquecer de tudo, o que se obtém fazendo cessar o pensamento, fato que afasta o eu pensante) exceto de Deus. Ele só é encontrado nos caminhos dos Evangelhos. GRANDEZA DA ALMA HUMANA (por reconhecê-la o próprio Deus). Pai justo, o mundo não te conhece, mas eu te conheci (tive o percebimento). Alegria, alegria, alegria, lágrimas de alegria. Eu não me separarei jamais de Ti... Meu Deus, não me abandones, não me deixes separado de ti eternamente. Esta é a vida eterna que se ganha depois de te conhecer, o único Deus verdadeiro e aquele que tu enviaste – Jesus, o Cristo (o percebimento traz uma vida repleta de felicidade e alegria; e cessa qualquer receio da morte, pois fica-se sabendo que a vida é eterna; e conhecendo-se Deus, conhecemos que nós o somos). Eu me havia separado dele; eu o havia abandonado, crucificado (não tinha o percebimento); que eu não seja jamais separado (sem o percebimento, estamos separados; com ele, tudo é um); ninguém se salva a não ser pelo caminho dos evangelhos... RENUNCIAÇÃO TOTAL E DOCE... (renuncia-se àquilo que chamamos vida pois o que se tem, agora, é muitíssimo mais belo e mais prazeroso). Submissão total a Jesus Cristo e a meu Diretor (agora a ação é totalmente correta; não há o que escolher; temos plena percepção de que a consciência una, Deus, é que opera em nós; por isso, submissão total). Eternamente em alegria por um dia de exercício sobre a terra (esse instante jamais é esquecido, pois nos transforma radicalmente; é a ressurreição, o nascer de novo)... jamais esquecerei o que me ensinaste (como todos afirmam, o que se aprende naquele instante é mais do que se aprenderia em muitos anos com os melhores mestres). Amém. ’ (Pascal) (a percepção, por mais rápida que seja, traz alegria para sempre; cessam todos os problemas).
Pascal, após certa noite, esquivou-se do mundo; passou a viver recluso. Quando morreu, um criado encontrou, costurado com cuidado dentro da bainha de seu gibão, um pergaminho com os dizeres acima; esse pergaminho recebeu o nome de ‘amuleto místico de Pascal’ e está, hoje, na Biblioteca Nacional, em Paris. A reclusão entende-se quando nos lembramos de outros místicos, como Jesus, que se retirou para o deserto, Paulo, que foi viver entre tecelões, e outros mais que buscaram um tempo, a solidão, para assimilar a ‘luz’ que lhes viera.
Charles G. Finney: Que nenhum homem pense que aqueles sermões, considerados tão poderosos, foram produzidos por minha cabeça... Eles não são meus, mas do Espírito Santo que habita em mim.’ (sem comentário).
‘Aquele que, pensando em nada, fazendo a mente parar de trabalhar (cessando pensamentos, lembranças, expectativas), aderindo à meditação ininterrupta, repetindo apenas a silaba OM (o ‘nome’ de Deus), atinge a meta suprema.’ (do ‘Bagavad Gita’, a Sublime Canção da Imortalidade, do bramanismo).
‘A vida real não é acreditar que existe uma divindade...; é conhecer essa divindade. Não se conhecem os nomes da verdadeira divindade e de seu Cordeiro até que sejam revelados, individualmente a cada um (cada um deve chegar lá por si mesmo)... Portanto, o filho do Espírito Santo só se revela (age) naquele em que é gerado (que teve o percebimento; como disse Paulo, em palavras semelhantes, ‘aguardo as dores do parto do Cristo que nascerá em vós’)... pois, a não ser que o homem nasça de novo, não poderá vê-lo... (o novo nascimento, resultado da experiência mística). Nesse dia sabereis que ‘eu estou no Pai, vós em mim e eu em vós.’ (que todos somos um) (Richard M. Bucke, ‘Consciência Cósmica’).
‘Deus é o pai de cada um de nós; mas ninguém, sem a iluminação (sem a percepção da verdade), pode compreender o profundo significado destas palavras.’ (Bucke).
‘... uma espécie de certeza imortal de que o Cristo havia nascido em mim e, em mim, permaneceria eternamente.’ (a vida não tem fim) (Bucke).
‘A partir daquela experiência, minha confiança tornou-se ilimitada... Aquilo que procuramos, com paixão, aqui e ali, dentro e fora, encontramos, enfim, dentro de nós mesmos. O reino interior! Deus! Essas são palavras cujo significado não devemos fantasiar (C.M.C., ‘Consciência. Cósmica’) (também S. Agostinho conta que, depois de procurar Deus, por muito tempo, fora dele, encontrou-o dentro dele mesmo, no mais íntimo de sua alma. Jesus disse: ‘... o reino de Deus está dentro de vós’, e Paulo: ‘vós sois o templo do Altíssimo’, ‘o Altíssimo habita em vós’).
‘Deixar (o ego) ir e deixar Deus vir... A cessação (das operações do ego) dos pensamentos, objetivos e projetos são as coisas mais importantes que devemos fazer, insistem os hindus e iogues, para se atingir essa meta tão elevada...; não devemos permitir-nos preocupação por dinheiro, comida, roupas, abrigo e outras necessidades (são distração, desatenção, que perturbam a meditação)... ’ (CMC, ‘Consc. Cósmica’) (‘quando o eu não é, Deus é’, isto é, quando o eu cessa, Deus está presente; Jesus: ‘não vos preocupeis com o dia de amanhã; a cada dia basta o seu cuidado’).
‘Quando estás a sós em tua cela, fecha a tua porta e senta-te a um canto; afasta tua mente de todas as coisas vãs e transitórias (das coisas do espaço-tempo, que são coisas finitas e o que é finito não pode perceber o infinito); volta teus olhos e pensamentos (para dentro de ti) e busca o lugar do coração, da tua alma (de onde nascem os pensamentos; isso é meditação). No princípio, tudo estará escuro e sem conforto, mas se perseverares dia e noite, sentirás uma alegria inefável e, tão logo a alma descubra o lugar do coração (onde Deus habita), te sentirás envolvido por uma luz mística e etérea.’ (Abade Mestre, séc.11, monastério do Monte Athos) (Jesus: ‘Aquele que perseverar até o fim será salvo’ e ‘O reino de Deus já está dentro de vós’; Paulo: ‘Vós sois o templo do Altíssimo’).
‘O fenômeno místico, a experiência direta de Deus,... deve ser, necessariamente, considerado o vértice das aspirações da inteligência e do coração... é uma vertigem de luz.’ (Pietro Ubaldi).
‘...o fator moral ocupa o primeiro plano e constitui, não só condição predominante, mas absoluta e irrevogável, tanto que ela representa o vértice da perfeição moral e religiosa...’ (Pietro Ubaldi) (para aquele que chegou).
‘... nada de miraculoso, excepcional, de gratuita e arbitrariamente concedido pelo céu (Pietro Ubaldi) (comparar com Carpenter e Teresa).
‘... assim, às diferentes fases da evolução moral correspondem diversos graus de conhecimento e diferentes aproximações da revelação da verdade. Quanto mais se aperfeiçoa o indivíduo, tanto mais sensível e potente se torna o instrumento consciência...’ (PU) (a iluminação é a expansão máxima da consciência).
‘... é necessário subir... por humildade de coração, pureza de intenção, sublimação de paixão...’ (PU).
‘...cada ser se torna escravo daquilo que ama... a comunhão de vibrações nos torna semelhantes àquilo que amamos... (seja relativo ao bem ou ao mal)... O evangelho é o método de harmonização universal... (pois ensina como chegar à percepção)... Deus não se demonstra; sente-se... A evolução espiritual (indicativa do caminho) é o aprofundamento de nossa consciência em nosso próprio interior... porque Deus está no fundo do coração do homem... A Ascensão, pois, é para dentro de nós mesmos... A intuição, que está na profundeza, é um contato mais próximo da verdade, do que a razão, que está na superfície... A consciência se estende em profundidade, nas zonas interiores, avança para Deus e tende à unificação com o Todo, a que se chega, pois, por introspecção (pela penetração no âmago do ser, pela meditação)... (PU).
‘O eu é uma estrada que se prolonga ao infinito... na direção de Deus... Aquele que se lança por esses caminhos, deve perder o apoio da compreensão humana (os demais dificilmente o compreenderão, quando não o hostilizam ou menosprezam...) O universo é harmonia que guia ao supremo amor, que é Deus; eu, simplesmente, me harmonizo (meditação). A sensação do sublime, o percebimento do sagrado, ‘paga’, largamente, cada esforço e, aos práticos se poderia dizer: o ‘negócio’ convém (práticos, os que acham que o buscador é apenas um sonhador, fora da realidade, quando é o mais prático dos práticos pois investe para a felicidade total)... O grau de ascensão do ser nos níveis espirituais (de consciência) mais elevados mede-se pelo grau de harmonização que sua consciência consegue atingir. E o índice exterior dessa harmonização é o amor’ (PU).
‘Humilho-me! Anulo-me!’ (PU) (humilhe-se! anule-se! entregue-se, na meditação; o ego deve cessar suas operações).
‘Nada receies, Eu Sou!...’ (não há o que recear; buscamos Deus, isto é, a nós mesmos; quando perguntaram a um mestre Zen o que é buscar Deus, ele respondeu: ‘é cavalgar o boi para procurar o boi’, isto é, nós já o somos; o que nos falta é perceber isso, o que se pode conseguir pela meditação).
‘A oração é apenas a harmonização inicial. Harmoniza-te em toda parte, na majestade do canto gregoriano, no simbolismo litúrgico, nas correntes que emanam das catedrais; ainda mais diante do espetáculo divino do criado... dum ato de bondade e de amor fraternal... este é o caminho que conduz a Deus... A chegada (a percepção) de Cristo se dá em nosso interior... (PU).
‘Aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o reino de Deus.’ (Lc 9:62) (aquele que, decisivamente, inicia a busca, não deve ter saudades dos projetos e desejos que ficaram para trás, nos planos para o futuro; planos que, agora, devem ser abandonados; só assim poderá, eventualmente, chegar lá).
‘...Minha mente, profundamente influenciada pelas idéias, imagens e sentimentos despertados pela leitura e conversas da noite, achava-se num estado de tranqüilidade e paz; desfrutava de um estado de quietude (mente tranqüila, silenciosa)... Súbito, sem qualquer aviso, vi-me envolvido por uma nuvem avermelhada. No primeiro momento, pensei em um incêndio subitamente deflagrado na grande cidade. Em seguida, porém, percebi que a luz estava dentro de mim mesmo. Imediatamente se apoderou de mim um sentimento de exaltação, de imensa alegria, logo seguido por uma iluminação intelectual (sabedoria) impossível de ser descrita. Em meu cérebro explodiu uma fagulha do esplendor divino... Em meu coração... um sabor de paraíso (bem-aventurança). Entre outras coisas, nas quais eu não acreditava, vi e soube que o cosmo não é matéria morta, mas uma presença viva; que o ser humano é imortal; que o universo é tão bem construído e ordenado que, sem nenhuma casualidade, todas as coisas funcionam juntas para o bem de cada uma delas e do todo (Krishnamurti: ‘todos chegarão lá’); que o fundamento do mundo é o que chamamos amor e que a felicidade de cada um é, a longo prazo, absolutamente certa. E, inegavelmente, afirmo que aprendi mais durante os poucos minutos dessa experiência do que nos muitos anos de estudo anteriores, e mais do que poderia ter aprendido com qualquer mestre ou escola... Soube que o cosmo é totalmente imaterial (pura consciência, conforme, hoje, a física quântica também afirma), espiritual e vivo; que a morte é um absurdo; que todos têm uma vida eterna, que o universo é Deus e que Deus é o universo, e que o mal não pode aí penetrar... No mesmo instante, senti-me invadido por uma emoção de alegria, segurança, triunfo, salvação. Esta última palavra não deve ser tomada no sentido comum; é uma salvação não necessária, pois o esquema da construção do próprio universo basta para isso (como asseguram sábios e escrituras, já estamos salvos)... Acompanhando instantânea ou simultaneamente as sensações referidas, e as experiências emocionais, surgiu em mim uma iluminação intelectual (sabedoria) impossível de ser descrita. Com um clarão, apresentou-se à minha mente uma clara e nítida compreensão do sentido do universo, e uma consciência de imortalidade... (Richard M. Bucke, ‘Consciência Cósmica’).
‘Um estado mental tão feliz, tão glorioso, que tudo o mais na vida é nada se comparado com ele...’ (Budismo) (o nirvana, o satori, a iluminação, céu, samadi; comparar com o que disseram Jesus, Paulo, Teresa, João da Cruz, Krishnamurti e outros).
‘Com Cristo (com a percepção) tem início a verdadeira vida (Krishnamurti: o novo modo de existir; a iluminação), que se difundirá até se tornar universal. Aí será o fim da velha ordem. Depois disso, desaparecerão as ‘regras’, ‘autoridade’, ‘poder’; todos serão livres e iguais.’ (budismo) (sem o percebimento, a vida não tem sentido; com ele, o homem não mais precisará de regras e autoridades; todas suas ações, então, serão corretas).
‘Mas, aquele que alcançou a regeneração (o novo nascimento), vê sua vida terrestre (anterior) como a pior das prisões (se comparada com ele). Nesse reconhecimento ele compartilha a cruz de Cristo...’; ‘O homem..., escondido na figura humana externa, está tanto no paraíso quanto Deus, e Deus está nele e ele está em Deus...’ (Boheme) (o homem é um com Deus; ‘eu e o Pai somos um’).
‘...essa sabedoria soberana (obtida pela iluminação) é de tão grande excelência que nenhuma faculdade ou ciência humana pode comparar-se a ela.’ (João da Cruz).
‘Ó, como a alma se sente feliz quando consegue escapar da casa de sua sensualidade! (no despertar, ao deixar de lado os sentidos, memórias, pensamentos, emoções). Ninguém consegue compreender isso, penso eu, a não ser aquele que já tenha passado por tal experiência... Tal é a doçura e prazer profundo que esses toques de Deus provocam, que apenas um deles é recompensa mais que suficiente para todos os sofrimentos da vida, por maiores que tenham sido.’ (João da Cruz).
‘...e, num quarto de hora, vi e aprendi mais do que veria e aprenderia em muitos anos de universidade. Por essa razão estou muito admirado e dirijo a Deus minha oração, agradecendo-lhe, porque vi e compreendi o ser de todos os seres, o abismo dos abismos e a geração eterna da santíssima trindade, o descendente e a origem do mundo e de todas as criaturas (o próprio Deus)...; (antes) havia iniciado árdua batalha contra minha natureza corrompida (concepção inculcada no homem pelas religiões populares)..., e, ajudado por Deus, uma luz maravilhosa surgiu dentro de minha alma... e nela reconheci a verdadeira natureza de Deus e do homem, e a relação existente entre eles (o auto-conhecimento que nos faz perceber que todos somos um só)... que entra na alma como um clarão súbito... (‘como o relâmpago que corre do leste para o oeste’)... de repente o meu espírito rompeu as barreiras (do ego, foi além do ego, do ‘eu’)..., mas a grandeza do triunfo que surgiu no espírito não posso exprimir por palavras escritas ou faladas (indizível, como diz Paulo). Tampouco posso compará-la com qualquer outra coisa... a não ser com a ressurreição da morte (o nascer de novo)..., pois o Cristo, o filho de Deus, tem que nascer em você (você tem de se iluminar), se você deseja conhecer a Deus. ’ (Boheme).
‘... E aquele pobre rapaz pensa que é um anjo exilado do céu. Quem, dentre nós, tem o direito de desapontá-lo (negá-lo)? Serei eu, eu, que tantas vezes me vejo suspenso deste mundo por um poder mágico? Eu, que pertenço a Deus? Eu, que constituo um mistério para mim mesmo? Terá ele escalado um degrau mais arrojado na fé? Ele crê; sua crença, sem dúvida, o levará a um caminho luminoso, semelhante àquele pelo qual eu caminho..., o caminho que conduz ao infinito (Deus)’ (Balzac).
‘Sinto e sei que a morte não é o fim de nada, como pensávamos, mas, na verdade, é o autêntico princípio e que, com ela, nada se perdeu, nem pode perder-se ou morrer... O comando interior (o percebimento), potente, sentido, mais forte do que as palavras... tenho certeza de que ele, realmente, se origina de Ti...’; ‘Tu, ó Deus, iluminaste minha vida com raios de luz serenos, inefáveis, concedidos por Ti, luz rara, indizível, iluminando a luz verdadeira (iluminando a outra luz, a do sol), além de todos os sinais, descrições e línguas (além de toda compreensão)... Que clarão e infinito que tudo arrastam! Comparado com isso, que mísero frangalho parece tudo o mais.’ (Whitman) (àquele que chegou, ‘como parecem prosaicas todas as coisas!’, como diz o poema Zen).
‘... para os que não viveram os mesmos pensamentos (os que não passaram pela experiência), as palavras dos que falam sobre essa vida (iluminada) devem soar falsas... Ela alcança os simples e os humildes, os que se desfizeram do orgulho e da presunção (o que se consegue pela meditação); chega como uma súbita percepção (num relâmpago), com serenidade e grandeza. ’ (Ralph Waldo Emerson, ‘Consc. Cósmica’).
‘... só então saberá como todas as coisas da nova aliança (a iluminação) são percebidas espiritualmente, pois só então conhecerá a única divindade verdadeira e seu Cristo. Assim, a razão saberá, com absoluta certeza, por sua própria experiência, que tudo aquilo que o primogênito (Jesus), Paulo e outros sabiam sobre a verdade, e eles a conheciam plenamente, chegou até eles por meio de revelação interna, e não por sinais ou milagres externos... ’ (C.P.) (a percepção vem do interior, pelo caminho que leva ao eu; interioridade e não exterioridade).
‘Enquanto as rajadas do desejo perturbarem a expansão celestial do coração (forem obstáculo ao percebimento), haverá pouca possibilidade de vermos o Deus resplandecente.’ (Ramacrishna) (são obstáculos à meditação; perturbam a expansão da consciência).
‘... e eu o ressuscitarei no último dia. ’ (Jo 6:40) (o percebimento é como a ressurreição para uma vida nova, um novo nascimento, o nascer da consciência cristica em nosso interior; um novo homem entra em cena).
Nesse dia sabereis que ‘eu estou no Pai, vós em mim e eu em vós.’ (que todos somos um) (Richard M. Bucke, ‘Consciência Cósmica’).
‘... aquele que crê em mim tem a vida eterna.’ (Jo 6:47) (o percebimento revela que não existe morte).
‘... o espírito é que vivifica, a carne para nada aproveita.’ (Jo 6:63) (durante a fase biológica do viver, a carne tem sua serventia; mas, para a iluminação, a propiciadora é a consciência livre do ego).
‘... as palavras que vos digo são espírito e vida. ’ (Jo 5:63) (pois se praticarmos o que ele nos ensinou chegaremos ao espírito, a Deus, à vida real).
‘... se alguém tem sede (de luz), venha a mim (vá ao eu, pois o caminho é para o interior) e beba (isto é, receba a luz, perceba a luz que já está em nós). ’ (Jo 7:37).
‘...Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem, mais se lhe dará, mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado... porque eles vendo não vêem e, ouvindo, não ouvem nem compreendem... bem-aventurados sois vós porque vedes e ouvis...’ (Mat. 13:11 ss) (vós = os que chegaram à iluminação; vêem, ouvem e compreendem, por isso são bem-aventurados; àquele que têm o percebimento, mais se dará de glória, felicidade, sabedoria e amor; ao que não o tem, até o que possui de felicidade lhe será tirado, pois sem o percebimento, ‘muitos pesares por certo ainda terá’).
‘...Todas as coisas foram feitas por ele (o Verbo) e, sem ele, nada do que foi feito se fez... (Jo 1:3) (o verbo, a palavra, o pensamento, o fator do primeiro dualismo que produziu a divisão ‘eu e não-eu’, ‘eu e o mundo’; não houvesse o pensamento, ação do ego, nada existiria, nada seria feito, pois haveria apenas o Um, a unidade absoluta, nenhuma divisão, nem tempo, nem espaço, nem objetos, nem seres; por isso todas as coisas do espaço-tempo foram feitas pelo verbo e, sem ele, nada
se fez).
“ninguém vem a mim se o Pai q me enviou não o mandar a mim,,,
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EXTRATOS do “Curso Avançado de Filosofia Yogui”:
Considere cada ato, pensamento, gesto, movimento, insinuação, sorriso, olhar, palavra, passo, exemplo, idéia, serviços divinos (pois Deus é que está operando em nós o pensar, o querer e o fazer; somos apenas máscaras de Deus, estamos envolvidos no grande drama da criação, cujo ator é apenas um em todos os personagens: Deus).
Veja Deus em tudo, em todo ato, circunstância e evento, em todas as pessoas, seres e coisas. Todo lugar, toda coisa e todo ser é Templo de Deus, é Deus mesmo (‘vós sois o templo do Altíssimo’). Estamos, em todo lugar e tempo, sempre em sua presença, perante Sua vista e Seu saber (sufismo) (Da Bíblia Cristã: ‘nele vivemos, nele respiramos; Deus está acima e abaixo, à direita e à esquerda, atrás e a frente, dentro e fora de nós’).
O amor de Deus se estende, incondicionalmente, a todos os seres, não importando se estes o amem ou não, creiam ou não, ou o neguem. Deus não exige serviço, nem adoração, nem oração, nem reverência. Deus está além de tudo isso. Há, sim, benefícios àqueles que se abrem ao amor divino, mas este amor se dirige, incondicionalmente, a todos. O sábio reconhece que a oração mais sentida ou comovente não traz o favor de Deus; que Ele não se deleita pelas orações dos homens, por suas súplicas ou louvores. Contudo, a oração é um benefício para o homem pois, por meio dela, o homem se abre e se entrega a Deus e pode entrar em harmonia com o infinito, e, então, terá esse amor, poder e sabedoria.
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CITAÇÕES de Teresa de Ávila e outros:
‘Deus está em toda parte. Onde está Deus, está o paraíso. Compreender esta verdade é ver que, para falar com o Pai, não se tem necessidade de ir ao céu, nem de clamar em altas vozes. Ele está tão perto que sempre nos ouvirá. Basta pôr-se em solidão (oração de quietude, meditação) e olhá-lo dentro de si mesma.’ (Teresa).
‘Depois de muito procurá-lo fora de mim, fui encontrá-lo dentro de mim mesmo. ’ (S. Agostinho).
‘... chama-se oração de recolhimento, porque nela tudo se recolhe, a alma, todas as faculdades, vontades, desejos, memórias, emoções, expectativas, (tudo deve ser recolhido, escondido, esquecido) e entra dentro de si mesma com Deus (onde já está Deus). Aí, o divino mestre vem ensiná-la, dando-lhe oração de quietude.’ (Teresa) (oração de recolhimento: recolhem-se os sentidos, a memória, o pensamento, o ego; com o recolhimento, vem o silêncio mental, a oração de quietude (‘aquieta-te e sabe: Eu sou Deus’, do Velho Testamento), a meditação, que pode proporcionar a percepção daquilo que buscamos).
‘...acostume-se a não olhar coisa alguma que a distraia... Não permaneça em lugar onde possam se distrair os sentidos exteriores...(pois a distração exterior causa distração interior); assim chegará a beber água na própria fonte. Caminha muito em pouco tempo. É viajar pelo meio mais rápido... chega-se mais depressa. ’ (Teresa) (às noviças: atenção, atenção, atenção!).
‘... durante a oração... recolhendo os sentidos para dentro de si mesmas. Quando o recolhimento é verdadeiro, sincero... produz tal efeito (a oração de quietude) que não sei como descrever. Entende a alma que tudo que há no mundo não é mais que um jogo, um divertimento (‘tudo é fútil e infantil’). Eleva-se, ergue-se, de repente...’ (Teresa).
‘...é deixar de lado todas as coisas exteriores, delas retirando os sentidos...(para isso só a cessação do eu, que a meditação torna possível); cerram-se os olhos para não mais as ver, e para mais se aguçar a vista da alma. Nelas (nas que fazem essa oração) se acende mais prontamente a labareda do amor divino. Estando mais perto do fogo, com alguns sopros do intelecto, ao saltar uma fagulhinha, logo é total o incêndio... pois não há embaraços no exterior, e estão a sós com Deus (no interior).’ (Teresa) (a sós com Deus, porque o ego cessou de operar; ‘ou eu, ou Deus’; ‘Aquieta-te e sabe:Eu sou Deus).
‘...o palácio de Deus é nossa alma...’ (Teresa) (‘vós sois o templo do Altíssimo’, Paulo).
‘Há, dentro de nós, um mundo mais precioso que de modo nenhum se compara com esse mundo exterior que conhecemos...’ (Teresa).
‘...se sempre vivêssemos com cuidado, lembrando-nos freqüentemente de que temos em nós tal hóspede (Deus)... veríamos que as coisas do mundo são mesquinhas comparadas às que temos dentro de nós.’ (Teresa).
‘...Não imitemos os animais (nas coisas do mundo) que, ao verem isca ou presa fácil, logo se precipitam para saciar a fome... Durante muito tempo não o compreendi tão claramente. Bem entendia que tinha alma, mas quanto ela merecia e quem estava dentro dela, eis o que me escapava... As vaidades da vida nos tapam os olhos, e não enxergamos o que devíamos... ’, ‘...mas o Senhor não se dá de todo enquanto não nos damos de todo a ele. Isto que vos digo é coisa certa e de tal importância que o repito tantas vezes.’ (Teresa) (dar-se a Deus é a entrega de si mesmo, proporcionada pela meditação, pois afasta nosso próprio ego pensante, dando lugar a Deus. ‘Quando o eu não é, Deus é’).
‘...olhai para a intimidade de vossas almas; aí, achareis nosso Mestre, que jamais nos faltará...’, ‘...todos os favores humanos são mentira se desviam a alma da oração de recolhimento...’ (Teresa).
‘...isso, o encontro (com Deus), sucede quando a alma quer, entendei bem; não se trata de coisa sobrenatural...’ (Teresa) (quando a alma quer e, por isso, busca).
‘...cumpre-nos desapegar-nos de tudo para nos aproximarmos de Deus interiormente... Desejemos, sempre, retirar-nos ao mais íntimo de nós mesmas, ainda no meio das ocupações do dia-a-dia (é o que ensina o Zen). Embora dure um só instante, é de grande proveito a recordação do Senhor que nos faz companhia dentro de nós mesmas...’ (Teresa).
‘...a alma sente-se penetrada de tal reverência... Interiormente e exteriormente as faculdades ficam numa espécie de desfalecimento (o eu cessa)... o corpo experimenta suavíssimo deleite e a alma grande satisfação (alegria, felicidade). Tão contente está de se ver junto à fonte que se sente farta antes mesmo de beber... nada a penaliza, nada a aflige (não há mais sofrimentos, medos, culpas, remorsos)... enquanto dura esse estado de satisfação e deleite, fica de tal modo inebriada e absorta que nem pensa em desejar outra coisa...’ (Teresa) (‘... tudo o mais virá por acréscimo’).
‘Jesus disse: ‘Eu estou em vocês’. Valha-me Deus! Como essas palavras são verdadeiras! Como as compreende bem a alma que, estando nessa oração, sente-as (percebe-as) realizadas em si mesma.’ (Teresa).
‘... nossa alma é um castelo onde habita o Senhor; vejamos o que se há de fazer para penetrar no seu interior (para percebê-lo)...’ (Teresa).
‘Esta é a grande descoberta que Teresa divulga com seus escritos: Deus habita no íntimo da alma... (o mesmo afirmaram Jesus e Paulo) Contra ela, por isso, se colocaram vários de seus padres confessores, os quais admitiam a presença divina apenas através da graça, nunca em essência. Teresa, porém, é clara: Deus se encontra na alma, como se encontra no céu. Por isso mesmo, a própria alma é o céu, um castelo no qual se pode entrar... O corpo é a muralha do castelo, cuja entrada é a oração (meditação). ...uma alma é tão repleta quanto um mundo vivo e cheio de gente e de grandes segredos. A gente são as faculdades que, às vezes ajudam, às vezes atrapalham. Costumam se desorientar sobretudo quando o Hóspede se faz notar, quando sai de seu aposento para se comunicar com o espírito.’ (Prof. Jacyntho J.L. Brandão, UFMG).
‘...bem maior, que a dos animais irracionais, é nossa insensatez, pois desconhecemos o seu valor (da alma, que é criada à semelhança e imagem de Deus) e concentramos toda nossa atenção no corpo...; as riquezas que há na alma, quem nela habita, eis o que, raras vezes, consideramos. Todos os cuidados e atenção se consomem no grosseiro engaste, nas muralhas do castelo, que são nosso corpo, em vez de se consumirem naquele que ali habita.’ (Teresa).
‘... assim também não nos prejudica sabermos que é possível, ainda neste desterro (ainda em vida; a mansão da morte, de Krishnamurti), tão grande Deus comunicar-se a vermezinhos asquerosos como nós... Pode-se objetar que isso é impossível... mas é menor mal não o crerem alguns, do que tirar do proveito espiritual os demais... Quem se recusa a crer dificilmente terá a experiência da presença divina em si.’ (Teresa) (ela afirma que, mesmo nesta vida, podemos perceber a divindade; mostra, também, a concepção que a igreja tem do homem – ‘verme asqueroso’; como ensinam os sábios, isso se destina a manter o homem preso à igreja, pois lhe incute a idéia de que, sozinho, não pode salvar-se, de que necessita de intermediários, sacerdotes e ministros, templos, penitências e orações, confissão e comunhão, do perdão de Deus).
‘...pelo que eu entendo, a porta de entrada desse castelo é a oração, (a oração de recolhimento e de quietude, isto é, a meditação.) (Teresa).
‘...torno a afirmar: é sumamente importante entrar primeiro no aposento do conhecimento próprio (auto-conhecimento, para sabermos quem realmente somos). Aprofundar o conhecimento sobre nós mesmas, é este o caminho... todos os danos (sofrimentos e conflitos) vêm de não nos conhecermos devidamente.’ (de não sabermos quem somos) (Teresa) (quando chegamos ao autoconhecimento, percebemos que somos a própria divindade).
‘...nossos defeitos (ignorância, distrações, suposições, crenças, ilusões) são como ciscos nos olhos que não nos deixam ver o Senhor, que está ali, bem à nossa frente...; embora a alma não esteja em mau estado e deseje sinceramente apreciar sua própria formosura (que é o próprio Deus), é quase impossível desvencilhar-se de tantos impedimentos (distrações).’ (Teresa) (só pela meditação se pode fazê-lo).
‘... mesmo mergulhados em nossos pensamentos, negócios, prazeres e seduções do mundo, ora caindo em pecado, ora levantando-nos, apesar de tudo o Senhor não deixa de chamar-nos para que nos aproximemos dele...’ (Teresa) (Krishnamurti: ‘não ouvimos essa imensidade chamando’, e lamentava-se Jesus: ‘Os homens não me compreenderam... ’).
‘... Não vos desanimeis, portanto. Quando vos acontecer cair em pecado, não deixeis de querer ir adiante (na oração, na meditação)... peço aos que ainda não começaram, a recolher-se em si mesmos (a praticá-la). Aos que já começaram, que enfrentem todas as dificuldades para não voltar atrás... aí ela, a alma, as subjugará todas (às distrações, desatenções) e zombará de seus assaltos. Aí experimentará, mesmo nesta vida, tal abundância de bens, como jamais poderia supor (indizíveis)... ’ (Teresa) (Jesus: ‘Buscai primeiramente o reino de Deus, e tudo o mais vos virá por acréscimo’).
‘... quando não achamos quem nos ensine, o Senhor fará tudo redundar em nosso proveito, contanto que não deixemos a oração (meditação)’ (Teresa).
‘... é insensatez pensar que poderemos entrar nos céus sem primeiro entrarmos em nós mesmas...’ (Teresa) (o caminho é para o nosso interior, na direção do ‘eu’).
‘O Senhor disse: ‘ninguém irá ao Pai senão por mim’ e ‘quem vê a mim, vê o meu Pai’... Ora, se nunca pusermos os olhos nele que está dentro de nós (se não entrarmos na alma), não sei como o poderemos ver. (Teresa). (não teria Jesus dito: ‘ninguém irá ao Pai senão pelo eu’ e ‘quem vê o eu, vê o Pai’? pois o caminho é para ‘dentro, na direção onde pensamos que está nosso eu’).
‘... a alma se sente segura se não recua no caminho começado... ’ (Teresa).
‘... Entrai, entrai em vós mesmas, filhas minhas!...’ (são palavras sempre dirigidas às noviças, por Teresa; o caminho é para dentro).
‘... mas, sempre e sempre, humildade; considere-se sempre servo inútil.’ (da parábola de Lu 17:10; não se impaciente, nem perca o ânimo; com humildade, persevere nas tentativas de meditação) (Teresa).
‘...para que de tudo (de sucessos ou insucessos) tireis humildade, e não inquietação (impaciência, descrença etc)... pois somos mais amigos de prazeres que de cruzes... ’ (Teresa) (não deixe que os obstáculos o desanimem. Como falou Jesus: ‘Que te importa a ti; segue-me tu’).
‘...não nos perturbem o pensamento e a imaginação, nem façamos caso deles (quando, na tentativa de meditação, não cessam de fluir...). O remédio é ter paciência (perseverar)... humildade e desapego de verdade... ’ (Teresa) (é o que ensinam os místicos).
‘... é certo que melhor encontramos Deus buscando-o no íntimo da alma, a exemplo de S. Agostinho...’ (Teresa).
‘... Excelente é este modo de pensar (imaginando Deus em nosso interior), por que se baseia numa grande verdade: Deus está dentro de nós mesmas. Cada um o pode provar’ (pela meditação). (T).
‘...prepare-se, também, a alma para saber escutar a Deus... não discorrer, tanto quanto possível, com o intelecto (cessar com as orações discursivas), mas conservar-se atenta à divina ação... Por mim, nossa atitude deve ser... pedir, usando a imaginação e o intelecto, e esperar, não mais usando nada (silêncio mental), procurando não exercitar o intelecto tanto quanto possível (afastar o ego; oração sem palavras, meditação)... Deixar-se (entegar-se), então, nas mãos de Deus. Ele faça como quiser e fique a alma num total descuido (esquecer tudo) de si própria, tanto quanto puder...’ (T) (do Zen: ‘Esvazia-te!’, e nada de expectativas sobre o que poderá vir).
‘...a simples preocupação de não pensar em nada, será motivo de pensar muito...; como poderá estar despreocupado de si quem fica tão preocupado em não pensar, em não se distrair, que nem ousa mexer-se? ... Deixemo-las (as faculdades, imaginação, memória, intelecto, etc.) fazer seu ofício (isto é, não as forcemos; deixe que os pensamentos continuem vindo mas não nos agarremos a nenhum deles), até que o Senhor as promova a outro ofício maior... ’ (nada o preocupe; se acontecer, tudo bem; se não acontecer, tudo bem, também, como ensina o Zen). ‘... sem força e sem ruído, procure atalhar o intelecto com seus discursos, sem suspendê-lo, nem à imaginação...’ (T) (Krishnamurti: sem esforço, porque isso reforça o ego em vez de afastá-lo).
‘...na perseverança está encerrado todo o nosso bem...’ (T) (Jesus: ‘aquele perseverar até o fim será salvo’).
‘...fomos chamados à oração (de recolhimento) e à contemplação (meditação, oração de quietude)... Descendemos dos santos padres do Monte Carmelo que... buscavam esse tesouro, essa pérola preciosa (da parábola)...’ (T) (igual ao primitivo cristianismo).
‘...já que podemos gozar do céu estando ainda na terra... pedi ao senhor que nos dê seu favor, a fim de não o desmerecermos por culpa nossa; que nos mostre o caminho e nos conceda forças para cavarmos até encontrar esse tesouro escondido, na verdade, dentro de nós mesmas. É o que gostaria de fazer-vos entender’ (T) (Krishnamurti: ‘a mansão da morte; Jesus: ‘a pérola’).
‘...eis, irmãs, o que faz aqui nosso Deus, para que a alma se reconheça como sua: dá-lhe o que tem de mais precioso, isto é, as condições que comunicou a seu filho neste mundo...’ (T) (o mesmo que deu a Jesus, isto é, igualdade com o Pai: ‘eu e o Pai somos um’; nós somos um com ele).
‘...ninguém poderá alcançar a verdade sem ter chegado à submissão à vontade de Deus...; quanto mais adiantadas estiverdes no amor ao próximo, tanto mais adiantadas estareis no amor de Deus... esse é o sinal...’ (T).
‘... e Deus concede-lhe um encontro... dura brevíssimo tempo... Com os sentidos e faculdades (intelecto, raciocínio, memória, imaginação) não poderia a alma, absolutamente, entender, em mil anos, o que aqui entende num relance... ’ (T) (temos que ir além do ego, deixar as faculdades para trás).
‘...Descuidando-se, porém, e pondo a afeição em algum objeto, perderá tudo... Entendo que não há segurança neste mundo. Onde me parece haver mais segurança é em andar com particular atenção e cuidado (observação de si mesma; orai e vigiai). A alma que aspira tão alto, não pode deitar-se a dormir (conforme o cristianismo primitivo, o maior pecado é a desatenção; a maior virtude, a atenção; e não existe segurança física ou psicológica em nenhum tempo ou lugar) (T).
‘...A alma já ferida (que teve vislumbres) pelo amor de Deus, procura mais ocasiões de estar só. Conforme lhe permite seu estado, aparta-se o mais possível de tudo que lhe estorva a solidão (de tudo que a faz desatenta)...’ (T).
‘... se ainda nesta vida esperamos exultar neste bem, que devemos fazer nós? Que empecilho é tão grande que nos faça deixar de buscar, por um instante que seja, o Senhor?... Ninharia é tudo o que existe no mundo se não nos conduz e ajuda nesta empresa, ainda que durassem para sempre os deleites, riquezas e alegrias deste mundo, por maiores que se possam imaginar. Tudo é lixo e esterco em comparação a esse tesouro... Ó cegueira humana! Até quando permaneceremos com os olhos cheios de terra (sem perceber a verdade)?’ (T).
‘... o que é a honra? Eu prezava a honra; em quantas pequeninas coisas sentia-me ofendida! Agora disso me envergonho... E não olhava nem fazia caso da verdadeira honra que é zelar pelos interesses da própria alma. Esta é a única honra proveitosa. Como estamos sem direção! E temos a ousadia de pensar que fazemos muito, quando perdoamos um nadinha qualquer...’ (T).
‘Tudo que aprendi reduz-se a mostrar ao homem como despertar, em si mesmo, o divino mundo da luz. Esse mundo está aqui e agora, e meu maior desejo é abrir os olhos dos homens para esta verdade: somos aquilo que formos capazes de fazer de nós mesmos’. (pela meditação; os que chegaram lá não conseguem se calar; desperta-se neles a compaixão pelo sofrimento dos que ainda não chegaram) (Boheme).
‘Admira-me muito que Deus tenha-se revelado assim, plenamente, a mim, um homem tão simples, sem cultura, tão pequeno neste mundo...’ ‘Quando o mal foi vencido, a porta celestial se abriu para o meu espírito que, então, contemplou o divino e celestial Ser, não fora de meu corpo, mas exatamente na fonte do coração (dentro), onde surgiu um resplendor de luz... ’(B). (Deus habita em nós).
‘...reúna todas suas forças, seu coração, sua afeição, pensamentos e vontade, para, ininterruptamente, pressionar a misericórdia e o amor de Deus (pedi, batei, buscai...) Ainda que passemos por loucos, aos olhos do mundo, não devemos nos perturbar... ’ (teime na meditação; ‘a sabedoria de Deus é loucura para os homens’ e ‘que te importa a ti? Segue-me tu’) (B).
‘O verdadeiro céu está exatamente onde você está... Quando o seu espírito alcança a mais profunda e interior criação de Deus (o Cristo em seu interior), e nela penetra (tem percebimento), então seu espírito está no céu (atinge o reino)... ’. ‘Se queremos saber o que é o novo nascimento, devemos conhecer o que é o homem, como ele é a imagem de Deus, como Deus mora nele... ’ (Boheme) (o que se consegue pelo autoconhecimento, meditação; o homem é o próprio Deus).
‘Deus está a um só tempo fora e dentro de cada coisa... Assim, nada existe separado de Deus... ’(somos um). ‘O espírito santo fica em seu céu... Se perguntas onde está esse céu, eu responderei que está em teu coração... A luz que brilha em tua alma é o céu, o próprio filho de Deus. ’ (Boheme).
‘... olhem para dentro de si mesmos;... e quando vocês dizem que não há senão um único ser em Deus, que Deus não tem um filho, observem em seu interior e verão claramente... que em seu coração, veias e cérebro, reside Seu espírito. ’ ‘...este espírito santo, que provém de Deus, reina também em você; Deus reina no interior do homem. ’(Boheme) (‘vós sois o templo do Altíssimo’).
‘... não podemos mencionar coisa alguma da natureza que não seja divina, pois Deus é a única causa e Deus é o único efeito...’. ‘...é preciso que o homem se examine bem para não agir cegamente, e não procure sua pátria eterna (Deus) longe de si; ela está nele... O homem exterior, visível, não é a verdadeira imagem de Deus; é uma imagem do separador (isto é, o corpo é que limita, separa uns dos outros e de todos os objetos), um envoltório do homem espiritual; este sim é a verdadeira imagem de Deus,... é preciso que o espírito se entregue a Deus (que o ego cesse), a fim de que o interno (Cristo, Deus) se manifeste...’. ‘Se a minha vontade é um nada, isto é, se não mais ajo conforme minha vontade, mas conforme a vontade de Deus, Ele está em mim... então, não mais me conheço, mas a Ele...’ (Boheme) (como Paulo: ‘já não sou eu que vivo, mas o Cristo é que vive em mim’).
‘Jesus disse: ‘Busca e encontrarás’. A jóia valiosa, o reino, deve ser buscada, mas o indolente não a encontrará. Embora o homem leve consigo essa jóia, não o sabe. Porém, aquele a quem ela se revela, enche-se de felicidade, porque sua virtude é inesgotável...’ (B).
‘Ó homem, busca-te a ti mesmo e te encontrarás, pois tua alma é o próprio Cristo a quem buscas. Abre os olhos de teu interior (meditação), e aprende a ver corretamente (pois aquele que só vê o exterior, vê apenas aparências e ilusões; a verdade está dentro de nós)’. (B).
‘... quando a encontra (a jóia, a pérola, o tesouro, a iluminação)... nenhuma pena (escrito, palavras) pode expressar... (B) (Paulo: ‘vi coisas inefáveis’).
‘O critério humano considera-a insignificante (em geral, os homens, por não crerem, não dão atenção à busca dessa jóia que é o próprio Deus)... Ninguém repara nela... e, no entanto, não há ninguém neste mundo que não a deseje... essa pérola deve ser procurada, pois é muito mais preciosa do que tudo neste mundo... (comparado com o reino, tudo o mais é lixo e esterco, conforme Paulo, Teresa, João da Cruz)... quando a encontrares terás encontrado o paraíso, o reino dos céus... ’ (B) (Buda: ‘é o fim de todo sofrimento’; é a bem-aventurança; Jesus: ‘é a libertação’).
‘... para chegares a isso terás que submeter tua vontade à vontade de Deus, devendo mergulhar até o fundo em sua misericórdia (meditação); deverás renunciar a tua própria vontade (entrega total) e abster-se de fazer aquilo a que ela te conduz; deverás colocar tua alma sob a cruz com o fim de resistir às tentações da natureza humana. Se fores capaz de fazer isso, ouvirás o que o Senhor fala em ti...’ (‘fala’, está sempre falando, pois o Senhor está sempre presente, mas não temos, ainda, condições para percebê-lo). ‘Perceberás, então, que toda sabedoria humana é um despropósito...’ (B) (Paulo: ‘a sabedoria dos homens é estultícia perante Deus’, e ‘a sabedoria de Deus é loucura para os homens).
‘... silencia (limpe-a de tudo, seja bom ou mau), portanto, tua mente, e ela, através da prece (meditação), se dispõe a encontrar essa jóia que, para o mundo parece coisa insignificante, mas que é tudo para os filhos da sabedoria (para os que sabem, porque já chegaram, como também disse Jung)... O caminho para o amor de Deus (para a iluminação) é uma loucura para o mundo, porém é sabedoria para os filhos de Deus;... mais brilhante que o sol, mais doce do que a coisa mais doce, mais forte do que toda a força... mais embriagador e agradável do que tudo que possamos imaginar de delicioso neste mundo...’ (é essa jóia, a verdade que liberta e traz bem-aventurança...) (B).
‘Deus prefere, de ti, o menor grau de pureza de consciência (mente não poluída por pensamentos, associações, emoções, imaginações, que são obstáculos ao percebimento), do que quantas boas obras fizeres (‘não é pelas obras que sereis salvos’)... Deus quer, de ti, o menor grau de obediência e sujeição (aos ensinamentos), do que todos esses serviços que ‘pensas’ prestar-lhe.’ (João da Cruz) (analise com cuidado!).
‘Ó, amor de Deus, tão pouco conhecido! Quem te encontrou a fonte, repousou. ’ (J. Cruz) (de nada mais tem necessidade; ‘... tudo o mais virá por acréscimo’).
‘...na solidão de todas as coisas (meditação), (a alma) comunica-se interiormente com Deus, num sossego saboroso, pois o seu conhecimento (de Deus) é em silêncio divino...’ (conhece-se a verdade, as coisas de Deus, através do silêncio do cérebro, da mente, isto é, na meditação) (J. Cruz).
‘Eu não te conhecia, Senhor meu, porque ainda queria saber das coisas (do mundo; como S. Agostinho) e saboreá-las...’. ‘Meu Deus, não és um estranho para quem não for esquivo contigo; como dizem, então, que te ausentas? ...’ (isto é, Deus está sempre presente e, de modo consciente para quem encontrou a verdade; não se pode dizer que Deus não existe ou que está distante, alheio a nós; só não lhe sentimos a presença porque não chegamos lá). (J. Cruz).
‘... para encontrares a verdade... só muita humildade, negação das coisas do mundo, purificação da alma de estranhos desejos, posses e apetites... pondo de lado teu gosto e inclinação...’ (J. da Cruz) (isso se consegue pela meditação; ver Pesquisas Científicas sobre a Meditação Transcendental; ver, também, a ‘Doutrina Suprema’ de Benoit. Se você usa a humildade antes de ter chegado lá, essa virtude ou é forçada, ou falsa ou incompleta).
‘...aplica-te à solidão acompanhada de oração e santa e divina leitura, e aí persevera, esquecendo-te de todas as coisas.’ (oração de recolhimento e de quietude, meditação; persevera, ‘pedi, buscai, batei’). ‘...quem deseja a luz, entre dentro de si mesmo e trabalhe na presença daquele que sempre está ali presente...’(J. Cruz) (idem, Teresa de Ávila).
‘...traga interior desapego de todas as coisas e não ponha o gosto (afeto, confiança, desejo) em qualquer temporalidade (coisa do mundo); assim, sua alma colherá bens que não conhece (indizíveis). (J.Cruz).
‘...no silêncio (da mente), a voz de Deus é ouvida pela alma.’ (a iluminação). ‘...o costume de falar muito, um pequeno apego a qualquer pessoa ou coisa, roupa, livro, cela, comida, conversas,... gostinhos em saborear, em saber, em ouvir coisas... não somente impedem a união, como impedem que se chegue à perfeição.’ (a distração, como ensinam o Zen e o cristianismo primitivo, impede a meditação) (J. Cruz).
‘Detive-me e esqueci-me... ’ (a meditação faz deter tudo, esquecer tudo, a ação dos sentidos, pensamento, memória, emoção, imaginação, quem é, onde está, o que faz etc.) (J. Cruz) (Para a mente silenciar: atenção total ao próximo pensamento que vai surgir em seu cérebro. Experimente!).
‘O templo mais decente e propício para orar é o interior de nós mesmos,... Deus é o tesouro escondido aí, no campo da alma... O centro da alma é Deus... Em realidade, verifica-se na alma o que diz Paulo: ‘vivo, já não eu, mas Cristo é quem vive em mim...’ (J. Cruz).
‘...a alma é o lugar onde, certamente, encontra-se Deus, é onde Deus se esconde... o que primeiro a alma tem que fazer para conhecer Deus é o exercício do próprio conhecimento (auto-conhecimento). (Veja-se Teresa, e outros, que dizem a mesma coisa)... Se Deus está em ti, porque não o percebes? Porque ele está escondido e tu não te escondes, não penetras (pela meditação) no esconderijo dele (que é teu interior)...’ (J. Cruz).
‘Buscai Deus lendo e o encontrareis meditando (leituras que inspiram induzem à meditação, o caminho para se encontrar Deus)... O melhor é aprender a conservar em silêncio as potências (faculdades da mente, imaginação, raciocínio, pensamento, remorsos, emoção, sentidos, memória), fazendo-as se calarem para que se possa ouvir a voz de Deus...’ (J. Cruz).
‘...o filho de Deus, o Pai e o espírito santo, estão escondidos no interior da alma... O que mais desejas, ó alma, se tu mesma és o local onde ele habita? Toda felicidade e alegria se acham tão perto de ti, a ponto de estarem dentro de ti... Que mais queres? Porque o buscas fora de ti, nos templos, nas igrejas, nas montanhas, campos, na imensidão dos céus, se aquele que buscas está bem aí, dentro de ti?’ (J.Cruz) (Paulo: ‘vós sois o templo do Altíssimo’; Jesus: ‘o reino dos céus está dentro de vós’; idem, S.Agostinho).
‘...Assim, se o homem quer despertar, se quer compreender a si mesmo (auto-conhecimento), deve enfrentar o fato de que o verdadeiro caminho para Deus é para dentro; deve dirigir-se diretamente para seu interior; não há outro caminho...’ (Paul Brunton, Ph.D., yoga).
‘Aqueles que se esforçam, providos de yoga (meditação), percebem Deus morando no ‘eu’. ’ (hinduísmo).
‘A viagem redentora é na direção para dentro de nós. Ali se encontra o Senhor, Brahman, o Ser Absoluto.’... ‘Vamos praticar e praticar até que possamos dizer: Eu e meu Pai somos um.’ (Hermógenes) (‘pedi, buscai, batei’).
‘...não obstante nossa aparente miséria, nossas aparentes imperfeições e fraquezas, nossa aparente pequenez, reduzida visão e compreensão,... aqui, dentro de nós, se encontra o Senhor.’ (Hermógenes).
‘... quando mais aprendo é quando, sentado, sentidos desligados (inoperantes, cérebro em silêncio), corpo relaxado, mente silente (meditação), mergulho dentro do eterno aprendiz que sou, tento compreender-me (auto-conhecimento), buscando entender a linguagem silenciosa, mas infinitamente expressiva, do universo interno e profundo que eu sou (Deus).’ (Hermógenes) (veja C.G. Jung, nas diversas obras publicadas; do Zen: ‘o mais importante é sentar-se’).
‘As potencialidades infinitas do Ser Supremo, que nós somos, não chegam a se manifestar, pois nos encontramos condicionados por vícios, hábitos, posses, afazeres, doutrinas, ideologias, partidos, preconceitos, culturas, crenças, dogmas, ilusões e estúpidas vaidades que, embora nos empobreçam, limitem (a vida, a mente, a liberdade) e façam sofrer, são por nós defendidos como fatores de nossa total segurança, nos quais depositamos ilimitada confiança (em face de nosso condicionamento).’ (Hermógenes) (ver Krishnamurti e outros, para saber que não existe segurança, nem física, nem psicológica, em nenhum lugar, tempo ou condição e que temos medo de abandonar o conhecido para buscar o desconhecido).
‘No dia que eu conseguir deixar de ser Antonio, Pedro,... e passar a ser a realidade que todos somos (ver H. Benoit, Doutrina Suprema), a Alma Universal, que cada um é e eu também sou, só então terei chegado (à verdade) e nada mais me perturbará. ’ (não haverá mais problemas, conflitos, nem sofrimento, nem ignorância) (Hermógenes) (Buda: ‘é o fim de todo sofrimento’).
‘Senta-te, emudece o cérebro, aquieta-te, e em solidão medita... Junta-te a ti mesmo. Une-te àquele que és Tu mesmo (‘eu e o Pai somos um’)... Persiste, continua batendo; bate sempre; a todo instante; persiste batendo mesmo que duvides que exista uma porta.’ (Hermógenes) (Jesus: ‘pedi, batei, buscai’...; do Velho Testamento: ‘Aquieta-te e sabe: Eu sou Deus’).
‘O Ser espiritual que habita em ti é Bagavan, Deus, e isso (a percepção disso) tu tens que realizar. ’ (ninguém e nenhuma religião realizarão isso por ti). (Hermógenes).
‘Devemos experimentar, tentar experimentar, a realização (o encontro de Cristo em nós) aqui e agora.’ (por que deixar para depois, se depois os argumentos serão os mesmos? e, com a realização, a vida será totalmente plena, só então a vida terá sentido) (Mouni Sadhu).
‘...Se você quiser experimentar esse novo nascimento deve afastar-se de todos os agrupamentos e voltar ao ponto de partida, ao centro de sua alma (ao interior). Os agrupamentos são a memória, as associações, a vontade, as crenças, as ilusões, as emoções em todas suas diversificações e movimentos (o ego). Deve deixar tudo isso: a percepção dos sentidos, a imaginação, e tudo que descobrir em si e tudo que você é... ’ (Eckhart) (afastar o ego, para que sejas um novo homem).
‘... pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus determinou antes de existir o tempo, para nossa glória (isto é, para que alcancemos a percepção de que somos a própria divindade), sabedoria que nenhuma autoridade deste mundo conheceu. É como está escrito: ‘Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64:4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam.’ (que seguem os ensinamentos) (I Cor 2:7ss).
‘Eu gostaria de deixar bem claro que, com o termo ‘religião’, não me refiro a uma dada profissão de fé religiosa. A verdade, porém, é que toda confissão religiosa, por um lado se funda originalmente na experiência do numinoso (sobrenatural, transcendental) que, na experiência religiosa pode ser o influxo de uma presença invisível que produz transformação especial na consciência; tal, pelo menos, é a regra universal; e, por outro lado, na fé e na confiança relativa a uma experiência de caráter numinoso e na mudança de consciência (o nascer de novo) que daí resulta. Um dos exemplos mais frisantes, nesse sentido, é a conversão de Paulo. Poderíamos, portanto, afirmar que o termo ‘religião’ designa a atitude particular da consciência transformada (expandida) pela experiência do numinoso... ’ (Carl Gustav Jung).
‘Os sonhos que escolhi para ilustrar aquilo que chamo de ‘experiência imediata’ certamente pouco significarão para um olhar inexperiente... Mas, apesar disso, a experiência individual... é sangue quente e rubro, que pulsa nas veias do homem (que a teve). Para quem busca a verdade, ela é mais persuasiva do que a melhor das religiões, do que a melhor das tradições... Se quisermos saber algo a respeito do significado da experiência religiosa para aqueles que a tiveram, esse algo é: ‘tudo’...’ (C.G.Jung).
‘... Por último, chega-se ao conhecimento de seu caráter divino, principalmente por uma iluminação e uma comoção interior mediante a qual Deus aclara a mente do homem (dá-lhe sabedoria) e toca sua vontade de tal modo, que o convence da veracidade e autenticidade de seu próprio sonho; reconhece Deus como seu autor, com uma certeza e evidência tão grandes, que é obrigado a acreditar, sem a mínima sombra de dúvida... ’
(Benedictus Pererius, S.J., 1598).
‘Essa experiência é exatamente como se o espírito e a carne, eternos inimigos na visão do cristianismo, tivessem feito as pazes... o espiritual e o mundano se acham conjugados numa inesperada situação de paz. A austera seriedade do espírito parece tocada por uma alegria semelhante àquela que a antiguidade pagã conhecia, perfumada de vinho e rosas. Seja como for, faz com que se esqueçam todas as dores e penas da alma’. (C.G.Jung) (Pascal: ‘alegria, alegria, lágrimas de alegria’; Buda: ‘é o fim de todo sofrimento’; Jesus: ‘é a libertação’).
‘...Naturalmente é difícil compreender como essa figura abstrata (a experiência de Deus, que nada é mais que uma experiência subjetiva, pois na psique do homem) desperta o sentimento da ‘mais sublime harmonia’... Mas esse tipo de experiência não é, para mim, nem obscuro, nem longínquo. Muito ao contrário: trata-se de um fato que observo quase todos os dias em minha vida profissional (de psicoterapeuta)... Conheço um número consideravelmente grande de pessoas que, se quiserem viver, terão de levar a sério sua experiência íntima...’ (a vida, daqueles que tiveram a experiência de Deus, será transformada obrigatoriamente por força do novo conhecimento, a iluminação que lhes veio dela) (C.G.Jung).
‘Toda alma é, potencialmente, divina. O objetivo é manifestar essa divindade, ‘controlando-se’ a natureza interna e externa. Façamo-lo pelo trabalho, pelo psíquico... por um só ou por todos os meios, e nos tornemos livres. Eis toda a religião. As doutrinas, dogmas, orações, rituais, templos e as formas, são detalhes secundários. ’ (Vivekananda) (como Withman).
‘Esse estado, produzido na meditação, é o mais alto estado da existência humana... Somente para a alma que atingiu esse estado o mundo se torna realmente belo e vale a pena viver.’ (Vivekananda). (Krishnamurti e outros: a vida só adquire significado quando se chega ‘lá’; a interpretação do mundo será correta e, a vida, bem-aventurada).
‘...a aspiração do místico é conseguir a união consciente da alma pessoal com sua fonte, Deus. O místico entende que não basta pertencer a Deus (ou perceber, sentir); que é necessário penetrar na pletora (esfera) da divindade (confundir-se com ela), numa plena consciência de sua união com a fonte da alma... Consegue-se isso pela meditação, que traz mudança e ampliação da consciência de modo a podermos buscar a essência divina existente no ‘eu’ (no íntimo de nós mesmos). O místico, para vivenciar o êxtase da união, não depende de nenhum intermediário (padre, pastor, santo, guru, templo). Deve inverter, de certo modo, sua consciência.’ (para dentro, e não para fora como sempre a temos) (Ralph M Lewis, Imperator da Ordem RC).
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Chuva nevoenta sobre o Monte Lu
E ondas encapeladas no Rio Che.
Se você ainda não esteve lá,
Muitos pesares por certo terá.
Mas, uma vez lá, e no caminho de casa,
Quão prosaicas parecem todas as coisas.
Chuva nevoenta sobre o Monte Lu
E ondas encapeladas no Rio Che. (do Zen).
Se você não esteve ainda lá, isto é, se não teve o percebimento, muitos pesares ainda terá, isto é, viverá ainda em conflitos e conseqüentes sofrimentos. Mas, se esteve, não por efeito de drogas ou traumatismos, mas no caminho de casa, isto é, no caminho para a vida real e plena, na busca de Deus, como todas as coisas no espaço-tempo lhe parecerão sem importância (infantis e fúteis, segundo Krishnamurti; lixo, no dizer de Teresa de Ávila). A transformação é interior e não exterior, tanto que, antes dela e após ela, o mundo (ondas, chuva etc.) continua o mesmo; a transformação iluminadora e libertadora, acontece em nosso íntimo e não fora de nós. ...................................................................
terça-feira, 22 de novembro de 2011
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