Meditação: o que é, e para quê serve...
Depois que a própria ciência mais avançada do mundo, a física quântica, concluiu que as meditações das tradições orientais podem levar a estados elevados de consciência (estados que, até há pouco tempo, nem eram considerados pela ciência ocidental), nos quais se pode entrar numa condição de felicidade indescritível, chamada de “bem-aventurança” pelos místicos e iluminados, muitos cientistas, psicólogos, religiosos e estudantes praticam técnicas de meditação. Mas, seu objetivo não é mais, como em geral se pensa no mundo ocidental, acabar com o estresse ou trazer saúde. É muito mais do que isso: é conhecer a verdade; quem realmente somos; o que é isso a que damos o nome de “eu”, isso a que damos o nome de Deus.
Em geral, as pessoas relegam os assuntos de “salvação” ou realização espiritual, a um segundo plano: a algum culto, a certas crises, a certas necessidades. No entanto, é importante que percebam como estão erradas. Este assunto é importantíssimo, muito mais do que se pode imaginar com o que as religiões ensinam. Estas sempre nos deixam com muitas dúvidas, bem como não enfatizam, como devem, as necessidades do homem em relação ao Sagrado.
A existência de duvidas origina descrenças e preconceitos, que não permitem que se chegue a lugar algum. Preconceito é achar que algo é bom ou mau, certo ou errado, mesmo sem conhecê-lo; é pensar que, aquilo que já sabemos, é tudo o que precisamos saber e, assim, satisfeitos, rejeitamos tudo o mais.
O que faz com que não acreditemos plenamente nas palavras dos pregadores ou escrituras, é que, em nós, sempre ficam muitas dúvidas. E isso se deve a que não tivemos, cada um pessoalmente, a experiência que os chamados iluminados tiveram. Essa experiência acaba com todas as dúvidas e vamos então - não pensar ou imaginar -mas saber, o que é fato e o que é ilusão, o que é verdadeiro e o que é falso, não mais por ler ou por ouvir dizer, mas por experiência própria.
Assim, se desejamos compreender esta tremenda e incompreensível confusão que é a vida, seu significado, seu sentido, o que é Deus e sentir o que os iluminados sentiram – bem-aventurança, serenidade e sabedoria -, não podemos ficar só nas orações, nos pedidos aos céus, nas leituras de textos sagrados, no comparecer aos cultos; nem no ler ou ouvir sermões, poesias, histórias suaves, que trazem emoções e alivio temporários, ou nas promessas, confissões e comunhões. Todas essas coisas não passam de exterioridades, artificialidades, criações dos homens, como também o são as cerimônias e festas religiosas; músicas e cânticos sacros; vestes, posturas e gestos ritualísticos, incenso e velas acesas.
Exterioridades a nada levam. Como ensinam os iluminados e as escrituras, Deus nunca é encontrado nas exterioridades, nas coisas superficiais. As respostas que procuramos e Deus só podem ser encontrados na interioridade mais profunda de nós mesmos.
Portanto, se desejamos, realmente, compreender o que é a vida, o que é o “eu”, e sentir Deus, isso requer que penetremos no sentido da vida total, que busquemos com perseverança, e que, em total silêncio, entremos em nosso próprio interior, porque “Deus está dentro de nós”, como afirmaram Jesus, Paulo e outros.
E como fazer isso? Inicialmente, observando a totalidade da vida, como é a vida com todos os seres, todos os problemas e males do mundo. Observar que nem tudo é alegria, beleza e felicidade, mas que o que mais existe é tristeza, feiúra e infelicidade. Tal observação pode nos abrir os olhos e, com isso, levar a busca de uma solução para os problemas nossos e dos semelhantes. E vamos perceber que o mundo não oferece essa solução; que temos ir além do mundo, o que significa ir além do ego, pois é o ego que nos leva a crer que o mundo não tem solução alguma para seus males.
E essa percepção é o começo da meditação
sábado, 20 de novembro de 2010
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