sexta-feira, 5 de novembro de 2010

TUDO PASSA...

(25) TUDO PASSA (Jan 2008)


(jcl-rp-2003)



O ontem já se foi; o hoje, logo mais cessará; o amanhã, também será esquecido. Contudo, o ‘eu’ está aqui, ali, no tempo e no espaço, e deixará de ser um dia, embora, na verdade, nunca houvesse sido.

O que existe ontem, hoje, amanhã, é o ser essencial, a consciência total. As consciências locais são fruto da ilusão em que o homem está mergulhado.

‘Ser’, esta é a única realidade, a coisa perfeita, ‘o que é’.

Abramos os olhos e ouvidos e percebamos aquilo que nos libertará da ilusão da separatividade. O observador e a coisa observada, o sujeito e o objeto são um só, ligados eternamente, desde sempre e para sempre. Não há seres que ostentem sua área psicológica particular como autônoma e possuidora de livre-arbítrio. Embora suposições existam de que somos livres e independentes, nada disso é realidade e todos somos um só.

No mais profundo do íntimo, os seres se confundem, suas partículas se interpenetram, e formam algo grandioso e indivisível.

A morte só alcança os corpos físicos, biológicos, pois a essência, a consciência, a mente, é eterna e infinita e, logo, uma só. Para ela, como para Deus, todo tempo é agora e todo lugar é aqui.

Há uma consciência total no universo e além. Embora a mente una seja quem escolhe, se a mente local não existir, o objeto ou a solução escolhida não terá manifestação e vida na relatividade.

Relativo e absoluto, também, são apenas um. O colapso da nuvem não-local, atemporal, produz os eventos, fenômenos e coisas, mas, antes dele, tudo se confunde. No entanto, mesmo após a manifestação do escolhido, no microcosmo há confusão. Os limites são falácias; as fronteiras, ilusões, pois o todo é sempre o todo, sempre um.

O oceano de energia que forma oceanos de água, ar, terra, pedras, vegetais e cerebrados, não possui divisões, não conhece estases, ilimitado, sem fim, onde os últimos vêem e percebem os demais, para que o universo se perceba a si mesmo.

A ilusão não nos deixa ver que todos somos apenas um, que o todo é algo indivisível e perfeito, eterno e infinito.

Embora pensemos que escolhemos, que decidimos e fazemos por nossa própria vontade e discernimento, nada disso é real, pois a divindade, dentro de nós e em tudo, é que opera todos os movimentos, o pensar, o querer e o fazer, pois somos apenas suas máscaras.

Atores, nesse megadrama do existir, continuadamente nos iludimos e, por isso, causamos conflitos e dor a nós mesmos e aos demais.

Mas é a divindade, o sujeito absoluto, que age; e nossa busca é sua busca, embora nos esforcemos para soluções que não são nossas e que, por isso, nos proporcionam freqüentes frustrações e desditas.

No entanto, terminada a ilusão, abertos os olhos, todos os fenômenos, eventos, desejos, pensamentos, ilusões, dores e conflitos, passarão, ficarão para trás, esquecidos, sem importância, coisas prosaicas que se revelarão ser.

Depois, apenas resta um novo e único modo de existir.

Pois, a realidade, a Verdade é que tudo é Mente, Deus, o Ser Absoluto; nada mais é.

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