DA FÍSICA QUÂNTICA À ESPIRITUALIDADE
“O imponderável, antes repelido e negado, voltará ao mundo, atendendo ao apelo do homem”.
(Pietro Ubaldi, em “A Nova Civilização do Terceiro Milênio”).
A física quântica entreabre uma nova janela de observação para o homem, através da qual ele começa a divisar o domínio espiritual (e não mais o material) que sustenta a realidade do mundo. Entenda o porquê, sem precisar recorrer à complexa linguagem matemática e científica dessa nova ciência. Este texto é um dos capítulos do livro Saúde e Espiritualidade, escrito por Gilson Freire, médico e espírita.
.................................................
Questões propostas:
Como as revelaçãoes trazidas pela física quântica afeta a nossa compreensão?
Essa nova visão é importante para entender a vida, seus objetivos, o sofrimento e males do mundo?
Ela altera o nosso entendimento do universo?
Existe relação entre os fenômenos quânticos e o espiritualismo?
Será a nova física a ponte entre a ciência e a espiritualidade?
......................................
A mecânica quântica trouxe uma nova e extraordinária visão, antes desconhecida, da realidade dos fenômenos do microcosmo, onde ela encontrou aquilo que, na verdade, permeia toda a realidade do universo: o imponderável. E mostra uma diferente visão do cosmos. Os alicerces da física anterior (clássica) e os fundamentos da dimensão macrocósmica em que vivemos foram profundamente abalados. O profissional da área de saúde, porém, muitas vezes alheio a essas estonteantes revelações, de modo geral ainda não absorveu o profundo impacto dessa nova visão de mundo. E suas importantes conclusões até então não se estenderam ao campo biológico, onde possivelmente resultarão em significativas mudanças, com conseqüências até mesmo na prática médica vigente.
“O imponderável, antes repelido e negado, voltará ao mundo, atendendo ao apelo do homem”.
(Pietro Ubaldi, em “A Nova Civilização do Terceiro Milênio”).
A física quântica entreabre uma nova janela de observação para o homem, através da qual ele começa a divisar o domínio espiritual (e não mais o material) que sustenta a realidade do mundo. Entenda o porquê, sem precisar recorrer à complexa linguagem matemática e científica dessa nova ciência. Este texto é um dos capítulos do livro Saúde e Espiritualidade, escrito por Gilson Freire, médico e espírita.
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Questões propostas:
Como as revelaçãoes trazidas pela física quântica afeta a nossa compreensão?
Essa nova visão é importante para entender a vida, seus objetivos, o sofrimento e males do mundo?
Ela altera o nosso entendimento do universo?
Existe relação entre os fenômenos quânticos e o espiritualismo?
Será a nova física a ponte entre a ciência e a espiritualidade?
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A mecânica quântica trouxe uma nova e extraordinária visão, antes desconhecida, da realidade dos fenômenos do microcosmo, onde ela encontrou aquilo que, na verdade, permeia toda a realidade do universo: o imponderável. E mostra uma diferente visão do cosmos. Os alicerces da física anterior (clássica) e os fundamentos da dimensão macrocósmica em que vivemos foram profundamente abalados. O profissional da área de saúde, porém, muitas vezes alheio a essas estonteantes revelações, de modo geral ainda não absorveu o profundo impacto dessa nova visão de mundo. E suas importantes conclusões até então não se estenderam ao campo biológico, onde possivelmente resultarão em significativas mudanças, com conseqüências até mesmo na prática médica vigente.
Para analisar as questões acima faz-se necessário lucubrar em campo ainda incipiente para a mente humana. Para muitos, elas extrapolam a imparcial pesquisa científica, adentrando especulações puramente prospectivas e filosóficas. Os físicos modernos que, na atualidade, se insurgem em tais conjecturas têm sido considerados místicos e não verdadeiros cientistas. Entretanto, para avançar é preciso aventurar-se nessas ignotas regiões do conhecimento, ainda que com o risco de errar ou resvalar-se em improfícuas fantasias. Essa é, seguramente, a única forma de explorar o desconhecido e alcançar verdades ainda mais abrangentes que venham auxiliar o homem na compreensão de si mesmo e da fantástica realidade que o alberga.
Embasado, sobretudo, pelos autores tidos como místicos da
física quântica, dentre os quais citamos Fritjoff Capra, Amit Goswami e Deepak
Chopra, este trabalho consiste em um simples resumo das disquisições por eles
suscitadas em torno das revelações dessa ciência. Disquisições aqui regadas
pelas conjecturas filosóficas de Pietro Ubaldi e Ervin Lazlo, pelas brilhantes
dissertações científicas de Brian Greene sobre a mecânica quântica e de Timothy
Ferris e Marcelo Gleiser nos pontos em que esta toca a cosmologia. Temperadas,
naturalmente pelo crivo pessoal do autor, consideremo-las, portanto, silogismos
dialéticos que aguardam a evolução dos tempos para serem devidamente validadas.
A Morte da Matéria e do Materialismo
O primeiro grande feito da física quântica, com
importante respaldo na moderna visão de mundo, foi a destituição da matéria
como substrato último da complexidade universal. As conclusões, evidenciadas
nas fórmulas de Erwin Schrödinger, demonstraram que a matéria não pode ser
decomposta em partículas fixas e fundamentais. Sua base final é um processo
dinâmico, destituído de forma ou qualquer vestidura material.
Sua segunda proeza foi concluir que partícula e onda são
fenômenos de mesma natureza, distinguindo-se não pela essência, mas por
momentânea forma de se manifestarem. Um substrato incompreensível e
imponderável revela-se capaz de se apresentar como massa ou energia, em
obediência às exigências do meio em que se mostram, ou mesmo, à simples
resposta aos nossos instrumentos de aferição.
Como conseqüência dessas primeiras evidências, a
realidade concreta desvaneceu-se aos olhos da magia quântica. O universo físico
não pôde mais ser explicado pela matéria e suas propriedades, pois esta não tem
existência real e independente. Tudo que existe tornou-se expressão de eventos
imateriais, destituídos de qualquer concretude.
A matéria, agora feita de ilusões, desaparece como o
último estofo do universo físico. E com a morte desta, sucumbe também o
materialismo que conduziu o pensamento humano nos três últimos séculos. Um intrigante
campo de eventos, que entretece tanto a energia quanto a matéria, é agora o
último sustentáculo da realidade.
Um Reino Além da Matéria
Além de desfazer-se da matéria como último alicerce da
realidade, a ciência quântica deparou-se, nos entremeios do infinitamente
pequeno, com uma diferenciada região de eventos, na qual não se delineiam o
tempo e o espaço. Chamado de não-localidade, demonstrava-se à inteligência
humana a existência de um domínio por onde trafegam informações que não
consomem tempo para caminhar e que não percorrem distância alguma entre seus
intervalos. São verdadeiros saltos, chamados quânticos, por sobre o espaço e à
revelia do tempo.
Estava aberto para a inteligência humana o reino do
absurdo: processos que ludibriam os parâmetros euclidianos, brincando com as
imposições das dimensões macroscópicas. Nesse estranho domínio, realizam-se
proezas inimagináveis, como trocas de informações instantâneas, interligações
que ignoram as distâncias, partículas que ocupam dois lugares ao mesmo tempo e
que podem surgir momentaneamente desse “não-lugar” para nele tornarem a
desaparecer misteriosamente. Ou seja, a não-localidade, embora feita do mais
absoluto vazio físico, está plena de potencialidades que não se sabe de onde
procedem. Exatamente por isso, Niels Bohr, um dos fundadores dessa estranha
ciência, afirmou que se ela parecer lógica para alguém, este não a compreendeu
de fato.
A mesma ciência que tão veementemente negara a existência de qualquer imaterialidade subjacente à realidade visível, agora se via obrigada, através da magia quântica, a readmiti-la como verdade científica. Entreabriam-se para o atônito homem moderno as portas do imponderável.
A mesma ciência que tão veementemente negara a existência de qualquer imaterialidade subjacente à realidade visível, agora se via obrigada, através da magia quântica, a readmiti-la como verdade científica. Entreabriam-se para o atônito homem moderno as portas do imponderável.
Novos Parâmetros da Realidade
Ademais da descoberta da não-localidade, onde se esconde um
universo inexprimível e idealista, a ciência quântica estabelecia ainda outros
intrigantes fundamentos que contribuíram decisivamente para derruir a forma
clássica de se ver e analisar a complexidade fenomênica que nos envolve. Os
principais deles são descritos sucintamente a seguir.
O princípio de incerteza, fundamentado por Heisenberg,
demonstrou que todas as medidas realizadas no mundo objetivo são ilusões dos
sentidos humanos e não podem ser aferidas com absoluta precisão no universo do
infinitamente pequeno. Nos campos quânticos, impera o indeterminismo e a
imprecisão domina todos os seus movimentos. Da objetividade, própria da ciência
clássica, passou-se ao subjetivismo como sustento científico da nova visão da
realidade.
A ciência humana, como pretendeu no passado, enterrava
definitivamente o sonho de medir com precisão absoluta os fenômenos ao seu
derredor e dominá-los ao seu bel prazer. E da aparente estabilidade e quietude
do funcionamento universal, estabeleceu-se a instabilidade como fundamento de
equilíbrio na intimidade da fenomenologia física.
A interatividade descoberta nas instâncias do microcosmo
fundiu os elementos aparentemente apartados do universo material em um todo
integrado. No reino do microcosmo, os objetos físicos estão intimamente
interligados e, segundo a nova física, a separação denotada na realidade
macroscópica tornou-se mera ilusão dos sentidos humanos. A realidade fez-se um
amálgama fenomênico de expressões cósmicas, onde tudo está em íntimo contato
com tudo.
E assim, da fragmentação conceitual veiculada pela antiga
visão de mundo, evoluímos para a moderna interconexão do universo.
A linearidade causal apregoada pela física clássica perdera, ante as peripécias quânticas, a sua expressividade norteadora da fenomenologia universal. A não-linearidade, veiculada pela realidade não-local, ludibriando o tempo e o espaço, agora é passível de manifestar-se como exótica expressão do mundo quântico. Causa e efeito já não se encadeiam na irreversibilidade do ritmo cronológico, mas coexistem fora da linha do tempo, em um presente constante.
A linearidade causal apregoada pela física clássica perdera, ante as peripécias quânticas, a sua expressividade norteadora da fenomenologia universal. A não-linearidade, veiculada pela realidade não-local, ludibriando o tempo e o espaço, agora é passível de manifestar-se como exótica expressão do mundo quântico. Causa e efeito já não se encadeiam na irreversibilidade do ritmo cronológico, mas coexistem fora da linha do tempo, em um presente constante.
A ontologia fenomênica igualmente se desfez ante a
inquestionável realidade do holismo quântico. A unicidade mostrou-se a única
expressão da complexidade universal. A existência isolada e independente de
qualquer fenômeno tornou-se um devaneio das nossas sensações, denominada por
muitos de fantasia da separatividade. O todo agora abraça a si mesmo, em
expressões inimagináveis. O uno está inexoravelmente urdido no diverso, desde
os confins do infinito à intimidade do átomo.
O vácuo absoluto, como concebido pela ciência clássica,
morria para se compreender que o vazio puro está plenificado de prodigiosas
potências criativas.
A concretude do mundo tornou-se aparente e ilusória ante
a inefável manifestação dos processos quânticos que o sustentam nos redutos
infinitesimais. Os objetos físicos transformaram-se em processos energéticos a
se desdobrarem no tempo e no espaço, feitos de ondas de probabilidades,
indeterminísticas, completamente abstratas e interligadas. E desse modo o
cosmo, modulado por princípios que a física clássica já não podia mais
explicar, fez-se um todo dinâmico, substancialmente interligado por uma imensa
teia de eventos.
Além disso, nas fronteiras do incomensurável, a cosmologia
se unia à física quântica para anunciar que o universo eterno e estático das
antigas concepções mecanicistas sucumbira ante evidências que agora apontavam
para um cosmo dinâmico, que nascera de um vazio pleno e se encontra em
vertiginosa expansão no tempo e no espaço. Das cinzas do materialismo
científico, ressurgia o criacionismo quântico.
Com a física relativista de Einstein, o espaço e o tempo
absolutos da mecânica newtoniana davam lugar ao continuum espaço-tempo. O
espaço, antes planificado, dobrou-se sobre si mesmo em um enrodilhado
relativista, encerrado em seus próprios limites. E a eternidade, antes fluindo
sem fim, morre, ante a descoberta de que existiu um dia em que o tempo nasceu,
no momento em que a semente cósmica do Big Bang explodia para tudo criar. Eram
novos conceitos que se somavam ao neocriacionismo quântico para redesenhar a
imagem do cosmo em moldes até então inalcançados pela ciência clássica.
Recuperando antigos preceitos criacionistas, a razão
humana, estonteada, questiona agora de onde vieram as portentosas forças que se
condensaram no ponto de singularidade, para então explodir no incontido ímpeto
criacionista. E a cosmologia convocou a ciência quântica para lhe explicar as
intrigantes “questões do começo”, ao admitir que essas fenomenais potências
irromperam-se de um quiescente oceano quântico, pleno de vagas criativas, a se
precipitarem na realidade.
Nessa nova tessitura conceitual, o cosmo, agora fecundado
pela criatividade do vazio quântico, deixou de ser um imenso maquinário para se
tornar um ilimitado campo de processos essencialmente dinâmicos e abstratos –
“um grande pensamento”, no dizer do físico Fritjof Capra. A mente humana
certamente agora questiona a origem e a finalidade desse “grande pensamento”,
sem encontrar respostas convincentes no terreno científico. Sua vida certamente
não será mais a mesma quando ela se convencer de que existe uma “Consciência de
proporções cósmicas” a comandar esse imenso cortejo de ordenações fenomênicas,
cujos atributos somente uma avançada teologia poderá designar.
Eram conceitos muito novos e revolucionários para o homem
ainda materialista da era moderna, extrapolando todos os sentidos de sua
lógica, construída em séculos de racionalismo. Um novo panorama ideológico se
lhe entreabria, pleno de revolucionárias possibilidades, derruindo os
fundamentos do velho materialismo.
Muitos, cerrando os olhos ante essa estonteante
realidade, ainda preferem ignorá-la, eximindo-se de alcançar suas ricas
paisagens conceituais. Enquanto outros cuidam simplesmente de negá-la,
imputando-a ao absurdo, ante a patente insuficiência em compreendê-la.
Nasce a Ciência Idealista
Com o fim do materialismo e a insurgência das pertinentes
e curiosas observações da mecânica quântica, compreendeu-se que a dimensão
macrocósmica corresponde a um campo fechado de manifestações fenomênicas, a
localidade, onde somente é possível analisar e conhecer o que os irrisórios
sentidos humanos são capazes de perceber e os instrumentos científicos podem
aferir. Contudo, essa instância corresponde somente a uma pequena parcela da
realidade global do universo, pois além dela se escondem outros campos
subjacentes, não-físicos.
Nessa limitada bolha de espaço-tempo em que o homem vive,
a localidade, a ciência clássica delineia e individualiza os fatos fenomênicos
com critérios de observações que se passou a denominar objetividade forte, pois
lhes são dados contornos e existências independentes como se fossem objetos
reais e concretos. E aí se estabelecem os limites do realismo fenomênico.
Objetividade forte e realismo fenomênico construíram a ciência clássica e sua
estreita visão materialista da realidade, embasada na ilusão dos sentidos e no
separatismo. O homem teve, em uma época, a fátua pretensão de poder englobar
nas restritas fronteiras da objetividade forte toda a complexidade universal,
chegando ao cúmulo de considerar inexistente tudo aquilo que a extrapolava e se
colocava fora de sua estreita análise reducionista.
Com a descoberta da não-localidade, o homem, até então
cerceado pelas barreiras da objetividade, começou a divisar para além da bolha
espaço-tempo onde se restringe sua razão. E deu-se início, através da física
quântica, à construção do idealismo, uma nova ciência de observação do
imponderável e da compreensão do universo.
Heisenberg, inaugurando esse idealismo científico, usou o
termo potentia para designar essa outra realidade fenomenológica – palavra
utilizada por Aristóteles para definir o espaço que permeava o empíreo, o reino
dos deuses, e fonte da matéria primordial. Dizia Heisenberg que se deve pensar
em fatos físicos não como objetos concretos, mas como eventos em potentia,
ocupando um domínio não-local da realidade, transcendendo o espaço-tempo
situacional em que vivemos. A dimensão objetiva torna-se uma ínfima e ilusória
parte de uma estonteante realidade que transcende os limites do perceptível
pela consciência humana. Em potentia, os objetos não estão subordinados à
velocidade da luz e ao ritmo cronológico, podendo trocar informações
instantâneas e existir como possibilidades de manifestações.
Esse aparentemente novo idealismo nos faz recordar
exatamente as inferências de Platão no seu ilustrativo mito da caverna. Segundo
esse grande pensador, vivemos como prisioneiros em uma escura cova, onde percebemos
uma ilusória realidade, parcamente iluminada pelos albores que nos chegam de
uma realidade maior, que brilha além da sua abertura. A luz desse outro e
fundamental domínio projeta-se sobre os contornos dos objetos físicos, imersos
na penumbra, emprestando-lhes aparente realismo, pois todos existem em
plenitude somente fora dos estreitos e escuros limites dessa caverna. Eis,
assim, delineada uma visão atual do nosso universo físico, um condensado
espaço-tempo preso nas fronteiras da não-localidade – esta sim, a verdadeira
fonte da realidade que a tudo ilumina.
David Bohm, outro físico da era quântica, registrando
essa mesma verdade, formulou igualmente a hipótese da existência de duas ordens
no universo: a implícita e a explícita. Segundo esse pensador moderno, o Todo
está edificado segundo essas duas ordenações, sendo a primeira, existente fora
da esfera espaço-tempo, a verdadeira e a qual se pode conhecer somente pelas
vias das abstrações intelectuais. Esta é que dá origem e orienta a ordem explícita,
aquela que se revela no mundo manifesto observável, nada mais que quimérica
construção dos nossos sentidos. A ordem implícita, pertinente ao universo
ideal, far-se-ia então a única realidade e o objeto último de conhecimento da
ciência.
Prevê-se que, em breve tempo, esse nascente idealismo
científico será acatado como verdade, desde a física à biologia, das artes às
filosofias, da medicina às religiões, dominando por completo todas as
expressões do pensamento humano.
Salto para a Unidade
Ante essa nova visão, o dualismo que nascera com
Descartes e fora fortemente alimentado pela ciência em seus quase três séculos
de objetividade forte, perdeu o seu significado como retrato da realidade. A
unidade partícula-onda tornou-se prenunciadora de uma unicidade fenomênica
universal, a fundir no Todo suas aparentes diversidades.
E assim, o resultado último do estupendo movimento
lançado pelo paradigma quântico foi o desabrochar de uma nova visão de mundo
que se caracteriza pela unificação de todos os eventos físicos, dotando o
universo de um extraordinário sentido de unidade.
Ao conceituar que a matéria nada mais é que uma onda colapsada, a visão quântica superou definitivamente a dicotomia energia-matéria que vigorara na ciência, como herança do dualismo cartesiano. Em última análise, todo evento a se precipitar na realidade objetiva é um objeto quântico que se comporta de modo semelhante, segue as mesmas leis fenomênicas e possui idêntica natureza íntima. Estabelecia-se assim o fundamento unitário do universo físico e dinâmico. Matéria e energia não podem mais se distinguir como substâncias de propriedades independentes. Estava feita a união, já prevista pelo pensamento de Einstein e enunciada pelas doutrinas espiritualistas. A realidade perdera a sua concretude e compreendeu-se que tudo se sustenta em um substrato comum cujo maior atributo é a imaterialidade.
Ao conceituar que a matéria nada mais é que uma onda colapsada, a visão quântica superou definitivamente a dicotomia energia-matéria que vigorara na ciência, como herança do dualismo cartesiano. Em última análise, todo evento a se precipitar na realidade objetiva é um objeto quântico que se comporta de modo semelhante, segue as mesmas leis fenomênicas e possui idêntica natureza íntima. Estabelecia-se assim o fundamento unitário do universo físico e dinâmico. Matéria e energia não podem mais se distinguir como substâncias de propriedades independentes. Estava feita a união, já prevista pelo pensamento de Einstein e enunciada pelas doutrinas espiritualistas. A realidade perdera a sua concretude e compreendeu-se que tudo se sustenta em um substrato comum cujo maior atributo é a imaterialidade.
Em busca desse elemento único, a mecânica quântica
compreendeu que toda manifestação física, seja energia ou massa, é uma íntima
vibração de uma mesma potência, cuja natureza não pode ser conhecida, mas que é
sempre idêntica a si própria, em todas suas múltiplas expressões possíveis na
realidade concreta.
O monismo, definido como a doutrina da unidade e
apregoado por grandes filósofos do passado, como Plotino, Giordano Bruno,
Baruch Spinoza, e mais recentemente Pietro Ubaldi, encontrava, enfim, a sua
viabilidade no palco das especulações humanas.
Quadro sinóptico da velha visão clássica versus a nova
visão quantica do mundo:
....Visão Clássica.........................Visão Quântica
Dualidade partícula e onda.........Unidade partícula-onda
Base material.........................Evento quântico imaterial
Vazio puro.............................Vazio pleno
Determinismo.........................Indeterminismo
Objetividade...........................Subjetividade
Separatividade........................Interconexão
Localidade..............................Não-localidade
Estabilidade............................Instabilidade
Ponderabilidade.......................Imponderabilidade
Linearidade.............................Não-linearidade
Partes isoladas.......................Teia de eventos
Precisão................................Imprecisão
Realismo................................Idealismo
Ontologia...............................Holismo
Materialismo...........................Imaterialismo
Causalidade ascendente............Causalidade descendente
Dualismo................................Monismo
Universo: uma grande máquina...Um grandiloqüente pensamento
Consciência Quântica
....Visão Clássica.........................Visão Quântica
Dualidade partícula e onda.........Unidade partícula-onda
Base material.........................Evento quântico imaterial
Vazio puro.............................Vazio pleno
Determinismo.........................Indeterminismo
Objetividade...........................Subjetividade
Separatividade........................Interconexão
Localidade..............................Não-localidade
Estabilidade............................Instabilidade
Ponderabilidade.......................Imponderabilidade
Linearidade.............................Não-linearidade
Partes isoladas.......................Teia de eventos
Precisão................................Imprecisão
Realismo................................Idealismo
Ontologia...............................Holismo
Materialismo...........................Imaterialismo
Causalidade ascendente............Causalidade descendente
Dualismo................................Monismo
Universo: uma grande máquina...Um grandiloqüente pensamento
Consciência Quântica
A despeito de todas essas novas e espetaculares
considerações, o aspecto mais importante suscitado pela nova física foi
demonstrar que os objetos quânticos são hábeis em interagir com o observador,
alterando a forma como se apresentam de acordo com a intenção de quem os
analisa. Por exemplo, se o experimentador usa um aparelho de medição de
radiações, o objeto quântico se mostra como onda; mas se este utiliza um
aferidor de massa, ele se revela como partícula. Essa interatividade entre o
observador e o fenômeno observado motivou, no âmbito da própria ciência, a
noção de que um campo consciencial não somente pode interferir na expressão do
objeto quântico, mas que ambos são objetos de mesma natureza.
E logo surgiu a idéia de que a consciência seria o elemento,
pertinente ao universo virtual, capaz de provocar o colapso da onda quântica,
permitindo-lhe manifestar-se em suas variadas formas na dimensão real e
concreta em que vivemos. Portanto, passou-se a admitir a existência desse novo
domínio quântico – a consciência – aparentemente independente da dimensão
exterior e ao mesmo tempo nela fundido, que não era matéria ou energia,
possuindo, contudo, a mesma natureza de ambas as manifestações, uma vez que com
estas é capaz de interagir.
O mais surpreendente, contudo, foi a inferência de que,
como um evento igualmente quântico, a consciência revelava-se hábil não só em
interagir ativamente com a dimensão exterior, mas igualmente em produzi-la. Assim
compreendida, a consciência se mostrava agora ser o “único objeto” realmente
existente no universo.
A consciência deixava de ser uma instância pertinente às sensações do eu e, extrapolando o âmbito da psicologia, tornava-se agora um potencial determinístico de ordem física. Em breve, um mais amplo sentido de unidade será conferido à constituição do universo, pois esse novo e abstrato elemento, a consciência, mostra-se ser, cada vez mais, o constructo capaz de unificar todos os fenômenos quânticos e de sustentar a realidade, segundo seu inerente padrão de observância. Assim compreendido, o primado da consciência será aceito como o princípio organizador fundamental não só da dimensão física, mas, sobretudo, e com muita mais propriedade, de todo e qualquer ser vivo.
A consciência deixava de ser uma instância pertinente às sensações do eu e, extrapolando o âmbito da psicologia, tornava-se agora um potencial determinístico de ordem física. Em breve, um mais amplo sentido de unidade será conferido à constituição do universo, pois esse novo e abstrato elemento, a consciência, mostra-se ser, cada vez mais, o constructo capaz de unificar todos os fenômenos quânticos e de sustentar a realidade, segundo seu inerente padrão de observância. Assim compreendido, o primado da consciência será aceito como o princípio organizador fundamental não só da dimensão física, mas, sobretudo, e com muita mais propriedade, de todo e qualquer ser vivo.
De todos os novos conceitos semeados pela física quântica,
esse tem sido, seguramente, o mais polêmico e de mais difícil aceitação pela
comunidade científica tradicional. Contudo, facilmente se conclui que a cada
dia esses pressupostos tornar-se-ão mais evidentes e crescerão no entendimento
do homem, pois este tem pressa em convencer-se de que é um domínio abstrato
muito além da matéria.
Espiritualismo Científico
Inegavelmente, as proezas quânticas evidenciavam aos
novos tempos um admirável mundo, desenhado com os traços imprecisos dos eventos
e as cores inefáveis da imponderabilidade, pinceladas pela consciência. A
cética análise científica, afeita à imagem newtoniana do universo e cativa do
dualismo cartesiano, permanece atribuindo às façanhas quânticas nada mais que
uma exótica realidade física subjacente ao cosmo infinitesimal. Ainda distante
do espetacular salto rumo à unidade, não lhe interessou interpretá-las à luz do
idealismo, e segue acreditando que física e consciência, assim como ciência e
religião, delineiam parâmetros que não se misturam.
Entrementes, os físicos intérpretes de uma ordem mística
na consideração desses conceitos acorreram a associar esse novo campo
fenomênico ao espírito. A identidade entre os atributos quânticos e as
propriedades da alma já anunciadas pelas escolas espiritualistas de todos os
tempos e culturas é evidente o bastante para que a razão humana a legitime.
Estavam abertas as janelas visionárias que farão evoluir os postulados da
mecânica quântica ao puro espiritualismo, em um novo e moderno renascimento
cultural.
Se a magia quântica realizara o extraordinário feito de
urdir perfeitamente a matéria à energia na equação diferencial de Schrödinger,
resta-lhe agora muito pouco para unificar, através de uma matemática elevada,
toda a complexidade universal em torno de seu único e último substrato: a
consciência. E então nada faltará para que o pensamento científico aceite que
essa consciência é o mesmo espírito, desvestindo-se do velho preconceito que o
impede de pronunciar tão antiga palavra, pejada de religiosidade, e rica de
elevados conceitos. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
A existência desse campo consciencial criativo e
imaterial a extrapolar a dimensão física, deixando o estreito âmbito religioso
onde sempre existiu, torna-se a cada dia uma hipótese viável não só entre os
eruditos quânticos, mas igualmente a partir de outros modernos filósofos da
ciência. Encontramo-la, por exemplo, no pertinente princípio antrópico,
enunciado por esses pensadores hodiernos. Segundo esse interessante fundamento,
as leis físicas nasceram e sempre atuaram segundo o apriorístico propósito de
produzir um universo compatível com a futura manifestação da consciência em seu
bojo. Assim, de acordo com esse princípio, as forças básicas da natureza
atuaram, em toda a história do cosmo, como se conhecessem o futuro, adotando
exatos valores de modo a viabilizar a estabilização do átomo como entidade
fundamental e própria para a expressão da vida. Por exemplo, se a carga
elétrica do próton, a despeito de sua massa ser mil vezes maior, não fosse exatamente
a mesma do elétron, se as forças básicas – fraca, forte, eletromagnética e
gravitacional – diferenciassem frações mínimas de suas medidas originais, a
unidade atômica não seria viável e a consciência, em forma de vida, não teria
se manifestado no âmbito físico.
Com essas novas postulações, emergentes entre os místicos
da nova física, a linha de causalidade fenomênica inverteu o seu sentido. Se
antes a consciência nascia como um epifenômeno da matéria (causalidade
ascendente), esta agora é filha da consciência fenomênica, primeira e última
expressão real da existência (causalidade descendente). O domínio físico
torna-se manifestação última e concreta da consciência. A matéria
transforma-se, nessa nova dialética monista, em mero hálito do espírito. Assim,
imensos paradoxos da atual ciência dualista, finalmente, encontrarão soluções
plausíveis nesse monismo conceitual. (Para maiores detalhes da causalidade
quântica, veja o trabalho “Uma Nova Visão da Medicina”, neste site.)
A seguir esse caminho de deduções, prevê-se que, mais
cedo do que se pensa, a física quântica efetivamente anunciará ao mundo que o
espírito, fonte da consciência, é não só um fato científico como também a única
realidade concreta da existência. Alicerçado em equações infinitesimais, ele
será compreendido como o agente unificador dos eventos quânticos, conferindo à
criação o seu mais estupendo sentido de unidade e imponderabilidade.
A alma ganhará substância e manifestar-se-á com
irrefutável evidência ao concebível humano. E, uma vez admitida a sua completa
imaterialidade, a imortalidade será facilmente reconhecida, como quesito
fundamental, para grande alívio de todos aqueles que acreditam sermos herdeiros
da eternidade.
Uma nova Medicina para Um Novo Homem
Com a junção da física quântica ao espiritualismo, o
homem será entendido não mais como um casual amontoado de órgãos, porém um
domínio unitário de campos quânticos sutis produzidos e organizados pela
consciência, estabelecendo-se a perfeita fusão de sua trindade consubstancial –
matéria, energia e espírito. Assim, ele deixará de ser produto de suas
moléculas, o pensamento não mais será uma mera secreção cerebral e o genoma, o
determinante da construção orgânica. O homem, para grande proveito de si mesmo,
far-se-á, em última análise, uma edificação da própria consciência. Novos
modelos de saúde serão então suscitados para compreendê-lo e tratá-lo nessa
inovadora perspectiva.
A nova física, seguramente, será convocada para a
edificação dessa revolucionária medicina. E certamente ela validará muitos
tratamentos até o momento inaceitáveis pela ciência médica contemporânea, como
a homeopatia, a acupuntura e as curas espirituais. No campo da não-localidade,
essas consentâneas, porém menosprezadas práticas terapêuticas. encontrarão os subsídios
científicos que lhes faltavam para validá-las como genuínos recursos de saúde
para o homem enfermo.
Igualmente novos recursos terapêuticos serão desenvolvidos, utilizando-se os mais avançados estudos e pesquisas no campo da ciência quântica. Recursos que se sustentarão sobretudo na orientação da consciência como a mais genuína ação curativa possível à unidade orgânica. E assim a medicina abandonará o exclusivo de drogas químicas como solução última para os males humanos.
Igualmente novos recursos terapêuticos serão desenvolvidos, utilizando-se os mais avançados estudos e pesquisas no campo da ciência quântica. Recursos que se sustentarão sobretudo na orientação da consciência como a mais genuína ação curativa possível à unidade orgânica. E assim a medicina abandonará o exclusivo de drogas químicas como solução última para os males humanos.
Em apoio à medicina, ciência e religião voltarão a se
unir, proporcionando ao homem o almejado bem-estar e o equilíbrio que ele
sempre aspirou. (Leia mais sobre essa nova visão médica no artigo “Uma Nova
Visão da Medicina”, neste site.)
Biologia Sagrada
Se no campo médico o paradigma quântico muito poderá
auxiliar na visão unitária do ser humano, as ciências biológicas igualmente
auferirão importantes benefícios com a nova compreensão da realidade. Uma vez
comprovado que todo objeto físico é uma emanação de forças sutis, com muito
mais propriedade assim também serão compreendidos os seres vivos. E do mesmo
modo que o homem, estes deixarão de ser quiméricos amontoados de órgãos para se
transformarem em processos vitais, dotados de uma consciência igualmente
imortal. Isso modificará substancialmente a biologia, orientando as suas
pesquisas na procura desse psiquismo ativo, pleno de intencionalidades, em ação
na unidade animal.
Desse modo, facilmente se conceberá ser o espírito o campo abstrato que interage e carreia as formas biológicas, efetuando preconcebidos e criativos saltos evolutivos, segundo movimentos exatos, capazes de superar com eficiência todas as dificuldades do meio ambiente em que se expressa a vida. E assim, o reino do espírito implantar-se-á na biologia, sustentado pela imponderabilidade quântica, joeirando definitivamente a aridez com que o materialismo científico lhe conspurcou.
Desse modo, facilmente se conceberá ser o espírito o campo abstrato que interage e carreia as formas biológicas, efetuando preconcebidos e criativos saltos evolutivos, segundo movimentos exatos, capazes de superar com eficiência todas as dificuldades do meio ambiente em que se expressa a vida. E assim, o reino do espírito implantar-se-á na biologia, sustentado pela imponderabilidade quântica, joeirando definitivamente a aridez com que o materialismo científico lhe conspurcou.
A vida, em qualquer de suas expressões, será entendida
como um processo sublime, muito além da matéria. O homem, como nos tempos da
fé, curvar-se-á diante de suas maravilhosas expressões, admirando as formas
vivas como genuínas criações do espírito. E a biologia deixará de ser mero
estudo de corpos para se fazer a ciência sagrada da vida.
Da Ciência à Teologia
Como terminante conseqüência desse neo-espiritualismo
quântico, um Criador e Seu reino estão a um passo de serem redescobertos pela
razão humana e demonstrados como fatos científicos.
Pelas janelas da mecânica quântica, os físicos místicos já prenunciam que a não-localidade é não só o império da consciência fenomênica, mas igualmente a dimensão onde se expressaria uma Consciência máxima, fonte de todas as outras, cuja identidade coincide com a de um suposto Criador, segundo os mesmos atributos determinados pelas antigas teologias. Por isso, Deepak Chopra, famoso médico e escritor da atualidade, afirma: “Para além do espaço e do tempo, encontra-se a fonte das possibilidades infinitas, um florescimento de vida, verdade, inteligência e realidade que não poderá jamais ser reduzido. É a promessa dos antigos visionários, e ela se confirma hoje”.
Pelas janelas da mecânica quântica, os físicos místicos já prenunciam que a não-localidade é não só o império da consciência fenomênica, mas igualmente a dimensão onde se expressaria uma Consciência máxima, fonte de todas as outras, cuja identidade coincide com a de um suposto Criador, segundo os mesmos atributos determinados pelas antigas teologias. Por isso, Deepak Chopra, famoso médico e escritor da atualidade, afirma: “Para além do espaço e do tempo, encontra-se a fonte das possibilidades infinitas, um florescimento de vida, verdade, inteligência e realidade que não poderá jamais ser reduzido. É a promessa dos antigos visionários, e ela se confirma hoje”.
E, de fato, torna-se lícito admitir que, se consciência
humana existe, interfere e produz a realidade física, ela necessariamente
advirá de alguma fonte abstrata comum e superior. Fonte facilmente identificada
como potentia, a realidade supradimensional concebida por Heisenberg, onde
impera, absoluta, a ordem implícita, preconizada por David Bohm. Seguramente,
esse é o caminho dedutivo que muitos físicos quânticos estão percorrendo para
se compreender as mais profundas razões filosóficas da vida e aceitar,
inclusive, a existência de Deus e a imortalidade da consciência.
As grandes doutrinas religiosas da Terra sedimentaram
conhecimentos que aguardam da ciência explicações convincentes. Julgados inúteis
devaneios do fideísmo humano e abandonados como traste do pensamento pelo
materialismo científico, começam agora a ser admitidos como retratos genuínos
de uma realidade que transcende a matéria. O imponderável, constatado como
objeto real das modernas pesquisas no infinitamente pequeno, mostra-se a cada
dia mais próximo da dimensão abstrata do espírito, corroborando os enunciados
teológicos de todos os tempos.
Acredita-se, desse modo, que não tardará o dia em que a
mecânica quântica irá acolher em suas avançadas teorias os corolários
religiosos, compreendendo-os como parte da mesma realidade subjacente que
sustenta o domínio físico.
Desse modo, o idealismo científico far-se-á o perfeito elo entre o racionalismo e a fé. E terminará por comprovar que potentia, o império superior da ordem implícita, a não-localidade, fora do tempo e do espaço e o vazio quântico, além do cone de relativismo que nos prende, são expressões que encontram perfeita correspondência com o nirvana dos budistas, o mundo das idéias de Platão e o céu com que sonharam os primitivos cristãos.
Desse modo, o idealismo científico far-se-á o perfeito elo entre o racionalismo e a fé. E terminará por comprovar que potentia, o império superior da ordem implícita, a não-localidade, fora do tempo e do espaço e o vazio quântico, além do cone de relativismo que nos prende, são expressões que encontram perfeita correspondência com o nirvana dos budistas, o mundo das idéias de Platão e o céu com que sonharam os primitivos cristãos.
Facilmente se elucidará que tudo que existe advém desse
reino fundamental, cuja origem e organização somente poderão ser imputadas a um
ingênito Criador. A dimensão em que respiramos será admitida como uma pálida e
ilusória cópia dessa realidade maior, habilmente construída pela consciência, a
fim de manifestar-se na realidade objetiva.
E assim religião e ciência, urdindo seus preceitos
fundamentais, encontrar-se-ão no palco da imponderabilidade quântica, dando-se
as mãos, em perfeita concórdia, na condução do homem às fronteiras do Infinito.
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