domingo, 20 de junho de 2010

TEXTOS DE LEITURA RÁPIDA (20)

‘Sinto e sei que a morte não é o fim de nada, como pensávamos, mas, na verdade, é o autêntico princípio e que, com ela, nada se perdeu, nem pode perder-se ou morrer... O comando interior (o percebimento), potente, sentido, mais forte do que as palavras... tenho certeza de que ele, realmente, se origina de Ti...’; ‘Tu, ó Deus, iluminaste minha vida com raios de luz serenos, inefáveis, concedidos por Ti, luz rara, indizível, iluminando a luz verdadeira (iluminando a outra luz, a do sol), além de todos os sinais, descrições e línguas (além de toda compreensão)... Que clarão e infinito que tudo arrastam! Comparado com isso, que mísero frangalho parece tudo o mais.’ (Whitman) (àquele que chegou, ‘como parecem prosaicas todas as coisas!’, como diz o poema Zen).


‘... para os que não viveram os mesmos pensamentos (os que não passaram pela experiência), as palavras dos que falam sobre essa vida (iluminada) devem soar falsas... Ela alcança os simples e os humildes, os que se desfizeram do orgulho e da presunção (o que se consegue pela meditação); chega como uma súbita percepção (num relâmpago), com serenidade e grandeza. ’ (Ralph Waldo Emerson, ‘Consc. Cósmica’).

‘... só então saberá como todas as coisas da nova aliança (a iluminação) são percebidas espiritualmente, pois só então conhecerá a única divindade verdadeira e seu Cristo. Assim, a razão saberá, com absoluta certeza, por sua própria experiência, que tudo aquilo que o primogênito (Jesus), Paulo e outros sabiam sobre a verdade, e eles a conheciam plenamente, chegou até eles por meio de revelação interna, e não por sinais ou milagres externos... ’ (C.P.) (a percepção vem do interior, pelo caminho que leva ao eu; interioridade e não exterioridade).

‘Enquanto as rajadas do desejo perturbarem a expansão celestial do coração (forem obstáculo ao percebimento), haverá pouca possibilidade de vermos o Deus resplandecente.’ (Ramacrishna) (são obstáculos à meditação; perturbam a expansão da consciência).

‘... e eu o ressuscitarei no último dia. ’ (Jo 6:40) (o percebimento é como a ressurreição para uma vida nova, um novo nascimento, o nascer da consciência cristica em nosso interior; um novo homem entra em cena).

‘... ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer.’ (Jo 6:44) (a escolha não é nossa; ‘É o Senhor que opera em nós o pensar, o querer e o fazer’; é o Pai q nos ‘empurra’ à iluminação...).

‘... aquele que crê em mim tem a vida eterna.’ (Jo 6:47) (o percebimento revela que não existe morte).

‘... o espírito é que vivifica, a carne para nada aproveita.’ (Jo 6:63) (durante a fase biológica do viver, a carne tem sua serventia; mas, para a iluminação, a propiciadora é a consciência livre do ego).

‘... as palavras que vos digo são espírito e vida. ’ (Jo 5:63) (pois se praticarmos o que ele nos ensinou chegaremos ao espírito, a Deus, à vida real).

‘... se alguém tem sede (de luz), venha a mim (vá ao eu, pois o caminho é para o interior) e beba (isto é, receba a luz, perceba a luz que já está em nós). ’ (Jo 7:37).

‘...Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem, mais se lhe dará, mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado... porque eles vendo não vêem e, ouvindo, não ouvem nem compreendem... bem-aventurados sois vós porque vedes e ouvis...’ (Mat. 13:11 ss) (vós = os que chegaram à iluminação; vêem, ouvem e compreendem, por isso são bem-aventurados; àquele que têm o percebimento, mais se dará de glória, felicidade, sabedoria e amor; ao que não o tem, até o que possui de felicidade lhe será tirado, pois sem o percebimento, ‘muitos pesares por certo ainda terá’).

‘...Todas as coisas foram feitas por ele (o Verbo) e, sem ele, nada do que foi feito se fez... (Jo 1:3) (o verbo, a palavra, o pensamento, o fator do primeiro dualismo que produziu a divisão ‘eu e não-eu’, ‘eu e o mundo’; não houvesse o pensamento, ação do ego, nada existiria, nada seria feito, pois haveria apenas o Um, a unidade absoluta, nenhuma divisão, nem tempo, nem espaço, nem objetos, nem seres; por isso todas as coisas do espaço-tempo foram feitas pelo verbo e, sem ele, nada se fez).

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EXTRATOS do “Curso Avançado de Filosofia Yogui”:

Considere cada ato, pensamento, gesto, movimento, insinuação, sorriso, olhar, palavra, passo, exemplo, idéia, serviços divinos (pois Deus é que está operando em nós o pensar, o querer e o fazer; somos apenas máscaras de Deus, estamos envolvidos no grande drama da criação, cujo ator é apenas um em todos os personagens: Deus).

Veja Deus em tudo, em todo ato, circunstância e evento, em todas as pessoas, seres e coisas. Todo lugar, toda coisa e todo ser é Templo de Deus, é Deus mesmo (‘vós sois o templo do Altíssimo’). Estamos, em todo lugar e tempo, sempre em sua presença, perante Sua vista e Seu saber (sufismo) (Da Bíblia Cristã: ‘nele vivemos, nele respiramos; Deus está acima e abaixo, à direita e à esquerda, atrás e a frente, dentro e fora de nós’).

O amor de Deus se estende, incondicionalmente, a todos os seres, não importando se estes o amem ou não, creiam ou não, ou o neguem. Deus não exige serviço, nem adoração, nem oração, nem reverência. Deus está além de tudo isso. Há, sim, benefícios àqueles que se abrem ao amor divino, mas este amor se dirige, incondicionalmente, a todos. O sábio reconhece que a oração mais sentida ou comovente não traz o favor de Deus; que Ele não se deleita pelas orações dos homens, por suas súplicas ou louvores. Contudo, a oração é um benefício para o homem pois, por meio dela, o homem se abre e se entrega a Deus e pode entrar em harmonia com o infinito, e, então, terá esse amor, poder e sabedoria.

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Novos textos curtos referentes ao "Como entender o chamado":


CITAÇÕES de Teresa de Ávila e outros:

‘Deus está em toda parte. Onde está Deus, está o paraíso. Compreender esta verdade é ver que, para falar com o Pai, não se tem necessidade de ir ao céu, nem de clamar em altas vozes. Ele está tão perto que sempre nos ouvirá. Basta pôr-se em solidão (oração de quietude, meditação) e olhá-lo dentro de si mesma.’ (Teresa).

‘Depois de muito procurá-lo fora de mim, fui encontrá-lo dentro de mim mesmo. ’ (S. Agostinho).

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