domingo, 20 de junho de 2010

TEXTOS PARA LEITURA RÁPIDA (21)

Texto curtos de "Como entender o chamado":

‘... chama-se oração de recolhimento, porque nela tudo se recolhe, a alma, todas as faculdades, vontades, desejos, memórias, emoções, expectativas, (tudo deve ser recolhido, escondido, esquecido) e entra dentro de si mesma com Deus (onde já está Deus). Aí, o divino mestre vem ensiná-la, dando-lhe oração de quietude.’ (Teresa) (oração de recolhimento: recolhem-se os sentidos, a memória, o pensamento, o ego; com o recolhimento, vem o silêncio mental, a oração de quietude (‘aquieta-te e sabe: Eu sou Deus’, do Velho Testamento), a meditação, que pode proporcionar a percepção daquilo que buscamos).


‘...acostume-se a não olhar coisa alguma que a distraia... Não permaneça em lugar onde possam se distrair os sentidos exteriores...(pois a distração exterior causa distração interior); assim chegará a beber água na própria fonte. Caminha muito em pouco tempo. É viajar pelo meio mais rápido... chega-se mais depressa. ’ (Teresa) (às noviças: atenção, atenção, atenção!).

‘... durante a oração... recolhendo os sentidos para dentro de si mesmas. Quando o recolhimento é verdadeiro, sincero... produz tal efeito (a oração de quietude) que não sei como descrever. Entende a alma que tudo que há no mundo não é mais que um jogo, um divertimento (‘tudo é fútil e infantil’). Eleva-se, ergue-se, de repente...’ (Teresa).

‘...é deixar de lado todas as coisas exteriores, delas retirando os sentidos...(para isso só a cessação do eu, que a meditação torna possível); cerram-se os olhos para não mais as ver, e para mais se aguçar a vista da alma. Nelas (nas que fazem essa oração) se acende mais prontamente a labareda do amor divino. Estando mais perto do fogo, com alguns sopros do intelecto, ao saltar uma fagulhinha, logo é total o incêndio... pois não há embaraços no exterior, e estão a sós com Deus (no interior).’ (Teresa) (a sós com Deus, porque o ego cessou de operar; ‘ou eu, ou Deus’; ‘Aquieta-te e sabe:Eu sou Deus).

‘...o palácio de Deus é nossa alma...’ (Teresa) (‘vós sois o templo do Altíssimo’, Paulo).

‘Há, dentro de nós, um mundo mais precioso que de modo nenhum se compara com esse mundo exterior que conhecemos...’ (Teresa).

‘...se sempre vivêssemos com cuidado, lembrando-nos freqüentemente de que temos em nós tal hóspede (Deus)... veríamos que as coisas do mundo são mesquinhas comparadas às que temos dentro de nós.’ (Teresa).

‘...Não imitemos os animais (nas coisas do mundo) que, ao verem isca ou presa fácil, logo se precipitam para saciar a fome... Durante muito tempo não o compreendi tão claramente. Bem entendia que tinha alma, mas quanto ela merecia e quem estava dentro dela, eis o que me escapava... As vaidades da vida nos tapam os olhos, e não enxergamos o que devíamos... ’, ‘...mas o Senhor não se dá de todo enquanto não nos damos de todo a ele. Isto que vos digo é coisa certa e de tal importância que o repito tantas vezes.’ (Teresa) (dar-se a Deus é a entrega de si mesmo, proporcionada pela meditação, pois afasta nosso próprio ego pensante, dando lugar a Deus. ‘Quando o eu não é, Deus é’).

‘...olhai para a intimidade de vossas almas; aí, achareis nosso Mestre, que jamais nos faltará...’, ‘...todos os favores humanos são mentira se desviam a alma da oração de recolhimento...’ (Teresa).

‘...isso, o encontro (com Deus), sucede quando a alma quer, entendei bem; não se trata de coisa sobrenatural...’ (Teresa) (quando a alma quer e, por isso, busca).

‘...cumpre-nos desapegar-nos de tudo para nos aproximarmos de Deus interiormente... Desejemos, sempre, retirar-nos ao mais íntimo de nós mesmas, ainda no meio das ocupações do dia-a-dia (é o que ensina o Zen). Embora dure um só instante, é de grande proveito a recordação do Senhor que nos faz companhia dentro de nós mesmas...’ (Teresa).

‘...a alma sente-se penetrada de tal reverência... Interiormente e exteriormente as faculdades ficam numa espécie de desfalecimento (o eu cessa)... o corpo experimenta suavíssimo deleite e a alma grande satisfação (alegria, felicidade). Tão contente está de se ver junto à fonte que se sente farta antes mesmo de beber... nada a penaliza, nada a aflige (não há mais sofrimentos, medos, culpas, remorsos)... enquanto dura esse estado de satisfação e deleite, fica de tal modo inebriada e absorta que nem pensa em desejar outra coisa...’ (Teresa) (‘... tudo o mais virá por acréscimo’).

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