domingo, 20 de junho de 2010

TEXTOS PARA LEITURA RÁPIDA (19)

Novos textos para leitura rápida de "Como entender o chamado":

‘Humilho-me! Anulo-me!’ (PU) (humilhe-se! anule-se! entregue-se, na meditação; o ego deve cessar suas operações).


‘Nada receies, Eu Sou!...’ (não há o que recear; buscamos Deus, isto é, a nós mesmos; quando perguntaram a um mestre Zen o que é buscar Deus, ele respondeu: ‘é cavalgar o boi para procurar o boi’, isto é, nós já o somos; o que nos falta é perceber isso, o que se pode conseguir pela meditação).

‘A oração é apenas a harmonização inicial. Harmoniza-te em toda parte, na majestade do canto gregoriano, no simbolismo litúrgico, nas correntes que emanam das catedrais; ainda mais diante do espetáculo divino do criado... dum ato de bondade e de amor fraternal... este é o caminho que conduz a Deus... A chegada (a percepção) de Cristo se dá em nosso interior... (PU).

‘Aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o reino de Deus.’ (Lc 9:62) (aquele que, decisivamente, inicia a busca, não deve ter saudades dos projetos e desejos que ficaram para trás, nos planos para o futuro; planos que, agora, devem ser abandonados; só assim poderá, eventualmente, chegar lá).

‘...Minha mente, profundamente influenciada pelas idéias, imagens e sentimentos despertados pela leitura e conversas da noite, achava-se num estado de tranqüilidade e paz; desfrutava de um estado de quietude (mente tranqüila, silenciosa)... Súbito, sem qualquer aviso, vi-me envolvido por uma nuvem avermelhada. No primeiro momento, pensei em um incêndio subitamente deflagrado na grande cidade. Em seguida, porém, percebi que a luz estava dentro de mim mesmo. Imediatamente se apoderou de mim um sentimento de exaltação, de imensa alegria, logo seguido por uma iluminação intelectual (sabedoria) impossível de ser descrita. Em meu cérebro explodiu uma fagulha do esplendor divino... Em meu coração... um sabor de paraíso (bem-aventurança). Entre outras coisas, nas quais eu não acreditava, vi e soube que o cosmo não é matéria morta, mas uma presença viva; que o ser humano é imortal; que o universo é tão bem construído e ordenado que, sem nenhuma casualidade, todas as coisas funcionam juntas para o bem de cada uma delas e do todo (Krishnamurti: ‘todos chegarão lá’); que o fundamento do mundo é o que chamamos amor e que a felicidade de cada um é, a longo prazo, absolutamente certa. E, inegavelmente, afirmo que aprendi mais durante os poucos minutos dessa experiência do que nos muitos anos de estudo anteriores, e mais do que poderia ter aprendido com qualquer mestre ou escola... Soube que o cosmo é totalmente imaterial (pura consciência, conforme, hoje, a física quântica também afirma), espiritual e vivo; que a morte é um absurdo; que todos têm uma vida eterna, que o universo é Deus e que Deus é o universo, e que o mal não pode aí penetrar... No mesmo instante, senti-me invadido por uma emoção de alegria, segurança, triunfo, salvação. Esta última palavra não deve ser tomada no sentido comum; é uma salvação não necessária, pois o esquema da construção do próprio universo basta para isso (como asseguram sábios e escrituras, já estamos salvos)... Acompanhando instantânea ou simultaneamente as sensações referidas, e as experiências emocionais, surgiu em mim uma iluminação intelectual (sabedoria) impossível de ser descrita. Com um clarão, apresentou-se à minha mente uma clara e nítida compreensão do sentido do universo, e uma consciência de imortalidade... (Richard M. Bucke, ‘Consciência Cósmica’).

‘Um estado mental tão feliz, tão glorioso, que tudo o mais na vida é nada se comparado com ele...’ (Budismo) (o nirvana, o satori, a iluminação, céu, samadi; comparar com o que disseram Jesus, Paulo, Teresa, João da Cruz, Krishnamurti e outros).

‘Com Cristo (com a percepção) tem início a verdadeira vida (Krishnamurti: o novo modo de existir; a iluminação), que se difundirá até se tornar universal. Aí será o fim da velha ordem. Depois disso, desaparecerão as ‘regras’, ‘autoridade’, ‘poder’; todos serão livres e iguais.’ (budismo) (sem o percebimento, a vida não tem sentido; com ele, o homem não mais precisará de regras e autoridades; todas suas ações, então, serão corretas).

‘Mas, aquele que alcançou a regeneração (o novo nascimento), vê sua vida terrestre como a pior das prisões (se comparada com ele). Nesse reconhecimento ele compartilha a cruz de Cristo...’; ‘O homem..., escondido na figura humana externa, está tanto no paraíso quanto Deus, e Deus está nele e ele está em Deus...’ (Boheme) (o homem é um com Deus; ‘eu e o Pai somos um’).

‘...essa sabedoria soberana (obtida pela iluminação) é de tão grande excelência que nenhuma faculdade ou ciência humana pode comparar-se a ela.’ (João da Cruz).

‘Ó, como a alma se sente feliz quando consegue escapar da casa de sua sensualidade! (no despertar, ao deixar de lado os sentidos, memórias, pensamentos, emoções). Ninguém consegue compreender isso, penso eu, a não ser aquele que já tenha passado por tal experiência... Tal é a doçura e prazer profundo que esses toques de Deus provocam, que apenas um deles é recompensa mais que suficiente para todos os sofrimentos da vida, por maiores que tenham sido.’ (João da Cruz).

‘...e, num quarto de hora, vi e aprendi mais do que veria e aprenderia em muitos anos de universidade. Por essa razão estou muito admirado e dirijo a Deus minha oração, agradecendo-lhe, porque vi e compreendi o ser de todos os seres, o abismo dos abismos e a geração eterna da santíssima trindade, o descendente e a origem do mundo e de todas as criaturas (o próprio Deus)...; (antes) havia iniciado árdua batalha contra minha natureza corrompida (concepção inculcada no homem pelas religiões populares)..., e, ajudado por Deus, uma luz maravilhosa surgiu dentro de minha alma... e nela reconheci a verdadeira natureza de Deus e do homem, e a relação existente entre eles (o auto-conhecimento que nos faz perceber que todos somos um só)... que entra na alma como um clarão súbito... (‘como o relâmpago que corre do leste para o oeste’)... de repente o meu espírito rompeu as barreiras (do ego, foi além do ego, do ‘eu’)..., mas a grandeza do triunfo que surgiu no espírito não posso exprimir por palavras escritas ou faladas (indizível, como diz Paulo). Tampouco posso compará-la com qualquer outra coisa... a não ser com a ressurreição da morte (o nascer de novo)..., pois o Cristo, o filho de Deus, tem que nascer em você (você tem de se iluminar), se você deseja conhecer a Deus. ’ (Boheme).

‘... E aquele pobre rapaz pensa que é um anjo exilado do céu. Quem, dentre nós, tem o direito de desapontá-lo (negá-lo)? Serei eu, eu, que tantas vezes me vejo suspenso deste mundo por um poder mágico? Eu, que pertenço a Deus? Eu, que constituo um mistério para mim mesmo? Terá ele escalado um degrau mais arrojado na fé? Ele crê; sua crença, sem dúvida, o levará a um caminho luminoso, semelhante àquele pelo qual eu caminho..., o caminho que conduz ao infinito (Deus)’ (Balzac).

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