domingo, 20 de junho de 2010

TEXTOS PARA LEITURA RÁPIDA (28)

Textos curtos de "Como entender o chamado". FINAL dos textos:

‘Essa experiência é exatamente como se o espírito e a carne, eternos inimigos na visão do cristianismo, tivessem feito as pazes... o espiritual e o mundano se acham conjugados numa inesperada situação de paz. A austera seriedade do espírito parece tocada por uma alegria semelhante àquela que a antiguidade pagã conhecia, perfumada de vinho e rosas. Seja como for, faz com que se esqueçam todas as dores e penas da alma’. (C.G.Jung) (Pascal: ‘alegria, alegria, lágrimas de alegria’; Buda: ‘é o fim de todo sofrimento’; Jesus: ‘é a libertação’).


‘...Naturalmente é difícil compreender como essa figura abstrata (a experiência de Deus, que nada é mais que uma experiência subjetiva, pois na psique do homem) desperta o sentimento da ‘mais sublime harmonia’... Mas esse tipo de experiência não é, para mim, nem obscuro, nem longínquo. Muito ao contrário: trata-se de um fato que observo quase todos os dias em minha vida profissional (de psicoterapeuta)... Conheço um número consideravelmente grande de pessoas que, se quiserem viver, terão de levar a sério sua experiência íntima...’ (a vida, daqueles que tiveram a experiência de Deus, será transformada obrigatoriamente por força do novo conhecimento, a iluminação que lhes veio dela) (C.G.Jung).

‘Toda alma é, potencialmente, divina. O objetivo é manifestar essa divindade, ‘controlando-se’ a natureza interna e externa. Façamo-lo pelo trabalho, pelo psíquico... por um só ou por todos os meios, e nos tornemos livres. Eis toda a religião. As doutrinas, dogmas, orações, rituais, templos e as formas, são detalhes secundários. ’ (Vivekananda) (como Withman).

‘Esse estado, produzido na meditação, é o mais alto estado da existência humana... Somente para a alma que atingiu esse estado o mundo se torna realmente belo e vale a pena viver.’ (Vivekananda). (Krishnamurti e outros: a vida só adquire significado quando se chega ‘lá’; a interpretação do mundo será correta e, a vida, bem-aventurada).

‘...a aspiração do místico é conseguir a união consciente da alma pessoal com sua fonte, Deus. O místico entende que não basta pertencer a Deus (ou perceber, sentir); que é necessário penetrar na pletora (esfera) da divindade (confundir-se com ela), numa plena consciência de sua união com a fonte da alma... Consegue-se isso pela meditação, que traz mudança e ampliação da consciência de modo a podermos buscar a essência divina existente no ‘eu’ (no íntimo de nós mesmos). O místico, para vivenciar o êxtase da união, não depende de nenhum intermediário (padre, pastor, santo, guru, templo). Deve inverter, de certo modo, sua consciência.’ (para dentro, e não para fora como sempre a temos) (Ralph M Lewis, Imperator da Ordem RC).

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Chuva nevoenta sobre o Monte Lu

E ondas encapeladas no Rio Che.

Se você ainda não esteve lá,

Muitos pesares por certo terá.

Mas, uma vez lá, e no caminho de casa,

Quão prosaicas parecem todas as coisas.

Chuva nevoenta sobre o Monte Lu

E ondas encapeladas no Rio Che. (do Zen).

Se você não esteve ainda lá, isto é, se não teve o percebimento, muitos pesares ainda terá, isto é, viverá ainda em conflitos e conseqüentes sofrimentos. Mas, se esteve, não por efeito de drogas ou traumatismos, mas no caminho de casa, isto é, no caminho para a vida real e plena, na busca de Deus, como todas as coisas no espaço-tempo lhe parecerão sem importância (infantis e fúteis, segundo Krishnamurti; lixo, no dizer de Teresa de Ávila). A transformação é interior e não exterior, tanto que, antes dela e após ela, o mundo (ondas, chuva etc.) continua o mesmo; a transformação iluminadora e libertadora, acontece em nosso íntimo e não fora de nós. ...................................................................

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