sábado, 26 de fevereiro de 2011

NÃO JULGUEIS, DE MODO ALGUM...

Amigos,


Para reflexão, algumas palavras de Jesus e alguns comentários relativos ao fato de se julgar o próximo:

“Não julgueis, pois, com a mesma medida que medirdes, vos medirão a vós também, e com maior rigor ainda...”.

Comentário: quando julgamos alguém, agimos erradamente pois, por mais que pensemos o contrário, não temos competência para julgar e, por uma rápida análise, vamos perceber que nada há a ser julgado; primeiramente, porque desconhecemos os motivos mais profundos que levaram o agente ao ato, por mais simples e inocente que este seja, ou mais complexo e perverso; desconhecemos as atenuantes e agravantes que o envolvem, bem como todas as circunstancias relativas ao agente (psicológicas, emocionais etc); desconhecemos toda a gama de influências que as mais variadas experiências pelas quais passou na vida, lhe trouxeram, transformando-o no que é hoje; desconhecemos sua genética, seu cérebro, sua psique; enfim, nada sabemos das razões que o levaram ao ato, nem de seu equilíbrio emocional etc; nem o que já aprendeu na escola da vida, sua bagagem emocional, os problemas pelos quais está passando e muito mais. Como podemos depreender de tudo que foi exposto, vemos que o agente não é responsável ou culpado por seu ato também porque, a escolha, a decisão de agir de um modo ou de outro, certo ou errado, não é nossa. Talvez por isso, o sábio do Antigo Testamento, tenha nos alertado: “A vingança pertence ao Senhor”.

No entanto, se estamos, ainda no nível de entendimento ou compreensão em que acreditamos que podemos ou devemos julgar, também estamos no nível de supor que os demais, ou a vida, ou a justiça de Deus estão nos julgando e de que, por isso, estamos sofrendo ou, mais dia menos dia, vamos sofrer as conseqüências de nossos atos.


“Não julgueis..., não olheis o argueiro no olho de vosso irmão...”.

Comentário: “nem sabemos o tamanho da trave que está em nossos olhos”; nada escolhemos; o argueiro no olho do irmão - o erro, o defeito, o vicio, o crime - não é por culpa dele, portanto, mas da vida que o ensinou a ser o que é; e, também, quando nos preocupamos com julgamentos e procedimentos semelhantes, coisas que não nos competem fazer, estamos tragicamente sendo ignorantes, provavelmente injustos, e dissipando energias necessárias para o trabalho de se buscar o conhecimento da verdade, o reino de Deus.


Todo julgamento resulta em perda irracional de energia, luxo a que muitos se dedicam, em geral, em face do vazio que é sua vida. Assim, quando Jesus disse que “o Reino de Deus deve ser tomado pela espada” está ensinado que quem não se violentar e destruir o hábito e o condicionamento de pensar, interpretar, conceituar, tudo o que os sentidos apreendem ou que a memória e as associações trazem, não poderá ‘entrar’ no reino; essa entrada exige reserva de energia psíquica que é constantemente dissipada pelas operações mentais, como pensamento, imaginação, lembrança, preocupação, expectativas, emoções, raciocínio etc., coisas que não permitem que o cérebro fique em silêncio, coisas que constituem o ego, o único obstáculo entre nós e Deus.

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