domingo, 24 de julho de 2011

MISTICISMO

Um amigo perguntou:

O amigo: “O que é ser místico, pois sei que místico é "Aquilo em que há mistério ou q é incompreensível”.

Cel: amigo, essa é uma idéia completamente errada do q sejam o “místico” e o “misticismo”. Veja o q é o místico, não para aqueles de onde vc tirou essa definição totalmente equivocada, talvez um significado popular da palavra, mas para os de Deus. Estas explicações vc pode encontrar até na Internet:

Mistico é o buscador da comunhão com a verdadeira identidade, com a consciência de uma derradeira realidade, divindade, verdade espiritual, ou Deus através da experiência .

 Jakob Böhme, místico cristão, em seu "O Príncipe dos Filósofos Divinos", define: o misticismo, em seu mais simples e essencial significado, é um de religião profunda que enfatiza a atenção imediata da , com a consciência da Divina Presença. É a religião em seu e estágio de vida. Àquele que alcançou o "mistério de Deus" da-se o nome de místico. Os antigos cristãos empregavam a palavra "contemplação" para designar a experiência mística. O místico é aquele que busca uma , que ele pode chamar de Absoluto, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo, etc.

A palavra "místico" é usada para os tipos de "conhecimento" esotérico e teosófico, não suscetiveis de verificação, por ninguém nem pela ciencia. A essência do misticismo é a experiência da . (Jesus: “Eu e o Pai somos um”).

A palavra mistico se refere àquele q busca alcançar comunhão ou identidade consigo mesmo, isto é, a comunhão do “eu” com o “Eu” e, em plena lucidez, perceber-se a si mesmo como sendo a consciência da realidade última, do divino, Verdade espiritual, ou Deus através da experiência , o que lhe traz entendimento, sabedoria e amor. As tradições afirmam conhecer a existência daquilo que está da percepção do homem, a crença de uma com o Ser Divino q está além do mundo e do raciocínio lógico ou da compreensão de nosso intelecto.

O termo "misticismo" é usado para se referir a crenças que são externas ou das religiões ou corrente principal, mas relacionado com a corrente principal. Por exemplo, Kabala é a fase (parte) mística do judaísmo, Sufismo é a fase mística do Islamismo.

Por definição natural, misticismo é a prática, de determinado trabalho que pode vir a unir o homem à Natureza e a Deus. Dessa forma, o misticismo é diferente de todas as Religiões por referir-se à experiência e com Deus, com o Sagrado q está além do ego, sem a necessidade de intermediários, dogmas ou de uma doutrina teológica.

Misticismo é o conjunto de práticas que levam à contemplação dos . Uma experiência mística significa experimentar a sensação de . É que o "eu" que conhecemos não é nosso verdadeiro “eu” e os místicos procuram conhecer um "eu" maior que pode possuir várias denominações: Deus, espírito cósmico, consciencia universal etc.

Encontram-se tendências místicas na maioria das religiões do mundo. Nelas, do Ocidente e do Oriente, o místico afirma que seu encontro com o divino é uma , o Espírito cósmico.

As correntes místicas afirmam a experiência do divino, comumente chamada de experiência mística, e muitas vezes descrita como . A experiência mística é um estado de consciência em que o místico tem a percepção daquilo que está deste plano físico, e muitas vezes é descrita como com o Todo. Isto só pode ser alcançado, segundo os místicos, por uma disciplina espiritual que visa a distanciar-se das coisas mundanas, dos atrativos do mundo.

Muitas vezes a experiência mística é descrita por aqueles que a sentem como uma "percepção direta de Deus". Essa experiência é o modo como o místico entra em contato com o Divino.


Cito o amigo: “Em parte gostei bastante desta mensagem, mesmo achando que alguém pode ter incluído algo fora do texto original, devido algumas contradições”.

Cel: não há nenhuma contradição; o q deve estar acontecendo é q vc encontrou contradição entre o q Krishnamurti afirma e o q as doutrinas afirmam. No texto dele vc não será capaz de apontar qualquer contradição.


Texto de Krishnamurti:
“Fechamo-nos (e fugimos) ao fato da morte porque não queremos olhá-lo de frente (o homem sempre teme o desconhecido, e a razão disso é porque teme o conhecido), e as crenças e teorias oferecem uma solução muito simplista, superficial, sem profundidade, sem conhecimento da questão. Portanto, se a mente quer descobrir o extraordinário significado da morte, terá de afastar, em primeiro lugar, mas sem esforço e sem resistência, a ânsia por uma esperança ou teoria confortante sobre a morte. Isso é evidente”.

“O desespero só existe quando não existe esperança? A esperança nada mais é do que ilusão. Porque pensar sempre em opostos? A esperança será o oposto do desespero? Se for, então a esperança contém a semente do desespero, a semente do medo. Se queremos ter compreensão, é necessário estarmos livres dos opostos (pois só trazem dúvidas, incertezas, conflitos, sofrimento). O estado da mente é de suma importância. As atividades da mente com relação ao desespero ou esperança impedem a compreensão da morte, pois que a mente estará em confusão, em atividade, em conflito, se esforçando para compreender”.


Cito o amigo: “Não é melhor viver confiando em nossas religiões de sempre do q irmos atrás de um misticismo q não conhecemos?”

Cel: amigo, viver “confiando” é apenas viver de ilusões. É certo q é melhor crer q haverá cobranças para quem errou, do q ficar praticando absurdos, mas não é isso q ele está dizendo. E muitos preferem viver “confiando” naquilo q acreditam ser mais verdadeiro, pois encontraram o caminho do misticismo.


Krishnamurti:
“Para que nos venha à compreensão, o movimento dos opostos (o movimento da mente) deve cessar (todos nossos pensamentos, raciocínios, linguagem, são baseados nos opostos, como também o é o desejo, medo, inveja, ambição, insatisfação, vontade, decisões). A mente tem de considerar o problema da morte com um percebimento totalmente novo (já que a morte é o novo, o desconhecido), livre do processo já nosso familiar – o processo do reconhecimento”.


O amigo: “Mas não é mais confiável a idéia de q o espírito vem à vida na matéria para resgatar suas maldades de milhares e milhares de anos, do passado?”.

Cel: e de onde veio a maldade de milhares de anos, se, pela DE, fomos criados iguais e uns são mais maldosos do q outros? Essa é exatamente a única pergunta q não tem resposta, nem pela DE, nem por qualquer outra doutrina, nem por vc. O maior ou menor tempo decorrido, as experiências vividas desde a criação, não são a resposta, a própria DE afirma q, , uns já vão pelo caminho do bem absoluto e outros pelo caminho do mal absoluto!


Krishnamurti:
“O reconhecimento é o ‘processo do conhecido’, produto do passado (só reconhecemos aquilo que já é nosso conhecido, o que já está na memória). A mente tem medo daquilo com que não está familiarizada. Se conhecêsseis a morte não lhe teríeis medo, não necessitaríeis de artificiosas explicações. Mas, não se pode reconhecer a morte, porque ela é uma coisa totalmente nova, nunca experimentada antes. O que se experimenta se torna ‘o conhecido’, o passado, e é desse passado, desse conhecido que provém o reconhecimento. Enquanto houver esse movimento, de reconhecimento, vindo do passado, não existirá ‘o novo’”.


O amigo: “A que ele se refere com: “processo do conhecido”, produto do passado?”

Cel: pois, tudo q é conhecido nós o conhecemos no passado; logo, o conhecido é produzido pelo passado, produto do passado, certo?


O amigo: “Mas qual seria este passado se, como vc diz, não há reencarnação?”.

Cel: ele não se referiu a uma outra vida. Veja q ontem, uma hora ou um segundo atrás, tudo isso tb é passado.


Krishnamurti:
“O que estamos explanando, juntos, não é uma coisa que é para ser meditada depois, amanhã, mas que deve ser experimentada diretamente, agora, à medida que vamos prosseguindo. Essa experiência não pode ser armazenada, porque, se armazenada, seja ela o que for, ela sofrerá a interferência do ‘eu’ (com seus raciocínios, associações, comparações, crenças, opiniões, suposições), ela se tornará memória, e a memória, o principio do reconhecimento, barra o acesso ao ‘novo’, ao ‘desconhecido’. A morte é o desconhecido. O problema não é saber o que acontece após a morte, vede bem, mas de purificar (limpar) a mente do passado, do conhecido. Poderá, então a mente ingressar, viva, na ‘mansão da morte’, conhecer a morte, o desconhecido”.


O amigo: “Mas o espírito não pode ter sua consciência limpa como se fosse um quadro escolar que se apaga facilmente; nada ficará sem uma solução; foi o que ensinou o Mestre Jesus: Lei da semeadura e da colheita”.

Cel: lei da semeadura e da colheita é apenas uma “regra de bem conviver”; nada tem a ver com o aperfeiçoamento do espírito e, sim, com a busca de um mais harmonioso relacionamento entre os homens.

Não há penas para depois da morte; essa é apenas concepção das doutrinas reencarnacionistas. Tentam justificar os sofrimentos como originário do mau uso do livre arbítrio (q Deus permitiu q fosse usado, ou para o bem, ou para o mal), e explicam a necessidade da reencarnação, como se o homem fosse culpado e devesse voltar para resgatar os erros e para se aperfeiçoar. Nenhuma religião consegue explicar a razão dos sofrimentos do mundo; apenas tentam e, para explicar, trazem a ilusão de um livre-arbítrio mau usado.


O amigo: “Mas se o homem não tem de pagar pelos seus erros, isso com certeza seria uma grande injustiça divina!”

Cel: maior e absurda injustiça seria o Criador criar seres inclinados tanto para o bem, qto para o mal e depois os punir porq escolheram o mal para o qual Deus lhe deu inclinação. Isso não é nem injustiça; é um gigantesco absurdo, é menosprezar os tão divulgados amor, justiça e onisciência do Criador.


Krishnamurti:
“Um acidente, uma doença, a velhice, produzem a morte. Mas, em tais circunstancias uma pessoa não está plenamente lúcida. Há dor, esperança ou desespero, medo do isolamento, medo do nada, medo de deixar para trás tanta coisa que acumulou na vida, e a mente, o ‘ego’, está, consciente ou inconscientemente, a batalhar contra a morte; isso é inevitável”.


O amigo: “Nesta parte ele não está dizendo que poderemos conhecer a morte ainda no corpo físico e, sim q, por ocasião da morte, podemos rever o q ocorreu conosco durante toda vida, desde o nascimento até morte, como ensinam as doutrinas reencarnacionistas”.

Cel: meu amigo, ele se refere à morte em relação ao passado: esquecer o passado e não pensar no futuro, ficar no aqui-agora; esta é a morte do ego, não do corpo físico.


Krishnamurti:
“Com medrosa resistência à morte vamo-nos desta vida”.


O amigo “Aquele que conhece esse acontecimento tão natural chamado “morte” não a teme, nem se defende dela e sabe como melhor proceder para q a morte não venha antes do tempo”.

Cel: se vc está pronto para enfrentar sua morte agora ou amanhã mesmo, dou-lhe parabéns; eu, pelo meu lado, não quero ainda deixar minha família q tanto depende de mim e outras coisas mais, inclusive pelo fato de não ter ainda me desfeito do ego.


Krishnamurti:
“O agente externo seria, ou a influência do ambiente, cultura, crenças (o condicionamento), ou algo existente além dos limites da mente. Se o agente externo for a influência do ambiente, acontece que é essa mesma influência que, com suas tradições, crenças e culturas, têm mantido a mente na escravidão em que se encontra que fez da mente o que ela é hoje. Se o agente externo é algo que existe além da esfera da mente, é bem evidente, então, que o pensamento, ou o raciocínio, ou a imaginação (que são operações e produtos da mente, do ego, do passado) não podem, de modo nenhum, alcançá-lo (pois esse algo estará além dos limites da mente)”.


Krishnamurti:
“Orações, promessas, emoções, imaginações, raciocínio, opiniões, tentativas de compreender, leituras e ensinamentos não levam à verdade; nem as expectativas, nem as lembranças. São apenas ‘dedos apontando para a lua’; o que leva à verdade é o esvaziamento da mente, do cérebro de qualquer vestígio do passado, de qualquer vestígio do ‘eu’. Só assim saberemos o que é a morte”.


O amigo: “Não estou de acordo com o q está acima: as orações, feitas por todos, como tb a prática de nosso dever q é perdoar e amar o próximo, são mandamentos do Mestre; sem essas práticas não existe aperfeiçoamento espiritual”.

Cel: Krishnamurti está dizendo q orações etc não levam ninguém a conhecer a q liberta (“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”), ao conhecimento de q “eu e o Pai somos um”. O q leva a esse conhecimento não são orações nem o serviço ao próximo, mas é a eliminação do ego. Leia novamente o q ele está dizendo: “Orações, promessas, emoções, imaginações, raciocínio, opiniões, tentativas de compreender, leituras e ensinamentos não levam à verdade; nem as expectativas, nem as lembranças. O que leva à é o esvaziamento da mente, do cérebro de qualquer vestígio do passado, de qualquer vestígio do “eu” (). Só assim saberemos o que é a morte”.

Krishnamurti está dizendo q só esquecendo o passado e o futuro, é que a morte, q é nossa “desconhecida” e temida por muitos, não a morte do corpo físico, mas do “homem velho” ou ego, se tornará “conhecida” para nós: uma morte q nada mais é do q sabedoria, bem-aventurança e amor.


Krisnamurti:
“Para que cesse qualquer vestígio do passado, do ‘eu’, faz-se necessária a meditação; só, então, podemos vir a perceber o ‘novo’, o desconhecido que é a morte porque, na meditação, o ‘eu’ cessa, deixa de existir; e, quando o ‘eu’ deixa de existir, significa que a morte chegou, não a morte fisiológica, mas a morte do ‘ego’, que é,apenas passado”.


O amigo: “Para mim, a tão falada “meditação” só tem a ver com a mudança de nosso processo moral, quando procura a sua razão de viver e a solução para suas dúvidas e dor. A meditação faz com que exista uma sintonia positiva entre o dever e a razão, as coisas q devemos mudar para nosso progresso espiritual”.

Cel: ele não está falando de “reflexão”, de avaliação ou julgamento do q se deve ou não fazer, do que fizemos de erros, no passado, para não comete-los novamente, para uma reforma moral. Ele está falando de “meditação”, q significa, não para os leigos, mas para os q buscam Deus, ficar no aqui-agora, esquecer as lembranças boas ou más do passado e deixar de lado as esperanças qto ao futuro.

Peço ao amigo q reflita sobre o q leu. Se vc não acredita em nada disso, não terá nada a perder; se pode vir a acreditar, terá muito a ganhar.

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