sábado, 16 de julho de 2011

O ESFORÇO DA SEMENTE

Amigos,




Há uma bela e sugestiva alegoria, sobre o desenvolvimento do espírito encarnado/homem, suas vicissitudes, e a alegria e felicidade ao “romper a casca e a terra e ver a luz do sol”, em um de seus fragmentos de vida. Nessa alegoria, “O Esforço da Semente”, o espírito é comparado com uma sementinha, que aos poucos e por seu esforço se desenvolve até se tornar árvore adulta.


Podemos ver, nessa alegoria, como podemos ver ao observar a vida, uma grande verdade que muitos, inclusive doutrinas e religiões, não vêem: o esforço da semente, de modo algum, é apenas dela isoladamente, como o “esforço” do homem, para se desenvolver e “crescer”, de modo algum, é apenas do homem isoladamente... O “esforço” é da da natureza, ou do universo como um todo orgânico, ou de Deus. Até mesmo para desprender-se da árvore e cair ao solo não foi por seu esforço, mas do conjunto da natureza, do movimento eterno do universo, onde se incluem o vento, a força da gravidade, o preenchimento das condições para soltar-se da arvore, isto é, o tempo de cair... (a sabedoria do Eclesiastes).




Cito o texto:


“E a (semente, agora árvore) acolhia a todos, satisfeita por poder ser útil. Sentia-se agora feliz e realizada; reconhecia o quanto devia à terra que a agasalhara em seu seio por tanto tempo, à água que mantivera sua vida latente, e ao calor do sol que lhe dera condições de crescer e se desenvolver”.




Foi muito feliz a autora do texto, pois mostra exatamente que nada é fruto de um esforço individual e sim de um conjunto ou totalidade, isto é, do “esforço” ou movimento do conjunto do universo, natureza, vento, chuva, terra, sol, fatores que lhe deram condições para nascer no fruto, viver na terra, perdurar mesmo frente a condições adversas; fatores que fizeram com se desenvolvesse convenientemente e, numa explicação usando uma palavra “perfeita”, que se desenvolvesse !


E, depois, todo o conjunto que a levou a existir, a natureza, se beneficia e se vale dela: pássaros, animais, vermes, homens e, mais à frente, novas sementes e novas árvores... Essa é a tarefa a que lhe é destinada pela própria natureza, pelo todo do universo, por Deus...


As “dificuldades” para romper a casca, a terra e ver a luz do sol, nada mais são que o movimento do universo, do todo absoluto, de Deus, estações, frio e calor... O processo pelo qual passa a semente está inserido num processo maior, o processo único da vida, processo globalizante que envolve, afeta e beneficia o Todo Universal, do qual fazemos parte a sementinha e nós.


Isolando-o, figurativamente, do processo global, o processo da semente é: semente, broto, árvore, fruto, semente, broto, árvore, fruto... sem fim.


Esse mesmo processo ou movimento universal envolve/engloba o homem que, como a semente, a cada instante é o que é porque as forças do universo, ou de Deus, como se queira, o fazem ser o que é...


Texto:


“Sentia-se importante a árvore de dar seus frutos e sombras aos homens e animais...”


Outra comparação feliz: é o que ocorre com os homens por desconhecerem esse processo universal que abrange o TODO; por desconhecerem essa verdade, as pessoas se julgam as fazedoras do próprio destino, pensam que são elas que estão agindo, se esforçando para ser o que são e, se o sucesso lhes chega, se enchem de orgulho por se julgarem mais capazes, mais vivas, inteligentes, “importantes”, capacitadas que as demais; daí também vem o egoísmo, vinculado ao ego, defesa contra aqueles que, imagina o homem, podem lhe usurpar o trono de “melhor que os demais”.


O texto, do início ao fim, mostra-nos exatamente que, nem a semente, nem nós somos os “fazedores” ou responsáveis por nossos destinos, ou dignos de méritos ou de deméritos, pelo que somos a cada instante; somos aquilo que a vida, a natureza, o movimento eterno, imprevisível e incerto do universo faz que sejamos a cada instante: saudáveis, fortes, inteligentes, bons, ricos, belos, alegres, solidários, humildes, felizes ou, por outro lado, doentios, fracos, néscios, perversos, miseráveis, feios, egoístas, orgulhosos, infelizes. Por tudo isso, porque não somos nós que nos fazemos, ao contrário, por sermos o que o universo faz que sejamos, é necessário que, percebamos que é culpado ou responsável por seus erros, como também, ninguém é merecedor de recompensas por seus acertos. Não há culpas, porque não há “pecados” (afirmações não admitidas pelas doutrinas e religiões). Assim, como bem observou alguém, “é tão absurdo punir um malfeitor, quanto premiar um benfeitor”.


Se amigos que lerem e analisarem esta mensagem encontrarem alguma incoerência, absurdo, ou erro, por favor, os aponte para que possamos conversar a respeito. Digo isto porque para muitas, talvez, todas as religiões e crenças, o homem é que faz seu destino e é ele o responsável por seus sofrimentos e pelos sofrimentos dos semelhantes.


Abraços.

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