Olá, amiga, você escreveu: “... isso é uma interpretação pessoal do senhor, não reconhecimento oficial...”.
Cel: é, você deve ter razão: devo ter me precipitado; e, depois, essa questão de matéria e energia nada tem de importância em relação ao nosso estudo. É que muitas vezes me desvio do principal que é, para mim, a busca de Deus. A “partícula divina”, “se existe” (veja q, afinal nada disso deve existir, pois a única realidade é o que chamamos de Deus), pode não ser nem uma coisa nem outra. No entanto há tantas publicações a respeito da inverdade da dualidade matéria-energia; quem se interessar deve pesquisar que, certamente, encontrará muita coisa interessante...
Amiga: “Entre o que nós achamos pela nossa vivência, e por nossos estudos de leigos e aquilo que realmente é, há milhares de anos-luz... hoje temos vozes solitárias como Amit Goswani e outros que no transcurso do tempo farão a revolução”.
Cel: novamente, você está com a razão: há enorme abismo entre o que supomos seja verdade e o que é realmente verdade. Mas, o que é que a amiga denomina “vozes solitárias”, e o que para você não são “vozes solitárias?...
Amiga: “O senhor pode ter certeza o dia que uma Nature, uma Science publicar algum trabalho, ai sim nos teremos uma revolução no modo de vida dessa humanidade. Até lá a ciência oficialmente não reconhece o espírito, e o universo para ela é um compêndio de matéria e energia. Não distorcemos a realidade pelas nossas crenças”.
Cel: ah! essas são as vozes que não são solitárias, é isso? São publicações científicas? Bem, não as conheço. Só conheço, e muitas, publicações “de” cientistas, como você diz, solitários, como Scrhrodinger, Heinsenberg, Einstein, Goswami, Fritjof Capra, e muitos outros “solitários” mencionados nas bibliografias das obras dos citados acima, além de Jung, Wilber, que não são físicos, matemáticos, e outros pesquisadores... Essas muitas vozes solitárias se harmonizam, no aspecto que estamos tratando, com as vozes do misticismo de séculos ou milênios a.C, até nossos dias. Por essa razão, hoje em dia, e pela primeira vez na história do mundo, as tradicionais adversárias, ciência e religião, fizeram as pazes. Não me refiro às religiões populares, evidentemente
Amiga: “Matéria existe sim, só o que difere é o grau de movimento atômico. O movimento daquilo que aferimos como matéria é circulatório e fechado, já a energia é ondulatório e aberto. È isso que cientificamente difere matéria de energia”.
Cel: você que é estudiosa deve lembrar-se que, anteriormente, existindo o dualismo mente e matéria, se tentou descobrir de que substância básica se compunha o universo. Para uns, a mente não passava de ilusão, ou era redutível a partículas físicas, pois era um “sub-produto” da matéria cerebral, isto é, mente igual matéria . Para outros, como as sensações relativas à matéria não existem fora de nossa mente, isso mostrava que matéria nada mais é do que uma idéia, isto é, matéria igual mente. Mas, nenhum cientista tinha ainda conseguido provar a mente, argumentavam os que afirmavam que tudo é matéria. Os novos físicos quânticos não discutiam isso; é que eles, também, não podiam encontrar qualquer substância mental, mas, e aqui vai o importante, também, nem eles nem os “materialistas” conseguiam encontrar qualquer substância material. Ilustrando isso, um físico disse: “Nossa concepção de matéria só é clara enquanto não a analisamos. Quando a analisamos, começa a se desfazer. A substância sólida, ou líquida ou gasosa da matéria é total ilusão. Perseguimos a substância sólida do líquido ao átomo, do átomo ao elétron, e aí a perdemos; a partir daí matéria não mais existe”.
Como disse o filósofo e matemático Bertrand Russell, prêmio Nobel de (?): “O mundo pode ser chamado físico ou mental, material ou espiritual, ou ambos, ou nenhum, como quisermos; na verdade, as palavras não servem para propósito nenhum”. A mesma coisa já havia dito Krishnamurti: “A palavra não é a coisa; apenas o símbolo da coisa”. Enfim, os novos físicos destruíram o dualismo mente e matéria, destruição já iniciada por Einstein.
O dualismo sujeito e objeto se tornou insustentável pela opinião da própria autoridade da física. Bronowski: “A relatividade deriva da análise filosófica que insiste em que não há um fato e um observador, mas uma junção dos dois numa observação; que o evento e o observador são inseparáveis’. E Schroedinger, pai da mecânica quântica: “O sujeito e o objeto são apenas um. Não se pode dizer que a barreira entre eles caiu, como resultado das recentes descobertas da ciência; essa barreira nunca existiu”. Evidentemente, não existindo o dualismo sujeito-objeto, só existe algo, uma só realidade, quer a chamemos de matéria ou de energia, ou mente, ou espírito, ou Deus (“a palavra não é a coisa”).
Assim, os novos físicos tiveram de abandonar o dualismo de sujeito e objeto, onda e partícula, mente e corpo, espírito e matéria e, ainda, com ajuda de Einstein, o de espaço e tempo, energia e matéria, espaço e objetos. Os novos físicos provaram que tudo isso é ilusão. Como as costas e a frente são apenas modos diferentes de ver um mesmo homem, nenhum modo sendo mais real do que o outro, assim sujeito e objeto, psique e corpo físico, energia e matéria, são apenas modos diferentes de ver a mesma realidade.
Inté, amiga.
PS: sugiro que busque (o próprio fórum espírita já trouxe) o texto de Gilson Freire, médico e espírita, estudioso do assunto: “Da Física Quântica à Espiritualidade”. Ele explica bem o tema. Leia, se já não fez, “O Tao da Física”, de Capra; “O Espectro da Consciência” de Wilber. São vozes solitárias, mas um “montão” delas...
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