segunda-feira, 5 de março de 2012

Sobre o caminho q trilhamos



          Resposta a um amigo:

          O amigo escreveu:
          “Não há como perder o caminho, pois todos estão no caminho certo e tudo está na mais perfeita ordem”.

          Cel: meu amigo, vc já olhou o mundo ao seu redor; os sanatórios, leprosários, os manicomios de gente esquecida pela sociedade e pelos proprios pais e filhos, por todos? Os hospitais com seus doentes cheios de dores atrozes, os cancerosos? Os que vivem sob aquela ponte, ou dos lixões das cidades? Os viciados de todos os tipos, destruindo o próprio cérebro, a própria vida e família e a dos outros? As penitenciarias, os miseráveis q não conseguem um pedaço de pão? As crianças abandonadas nas ruas, presas fáceis de  criminosos, traficantes, da ‘vida fácil’, dos mais variados crimes? Já soube q violentaram e assassinaram aquela menininha indefeza, alegria do lar, na frente dos pais? Já ouviu falar dos crimes hediondos que os homens, criaturas de Deus, da fonte de toda Luz, praticam por duas moedas? Das mutilações, amputações de pés de crianças, a machadadas para q, qdo adultos, não sejam adversários perigosos?

          Olhe ao seu redor, meu amigo, conheça a história do homem desde o mais remoto passado, as guerras destruidoras de homens e de tudo que homem construiu! As epidemias; os desastres naturais, que tudo arrazam, e são causa de sofrimentos inenarráveis! As próprias religiões levando a humanidade a toda espécie de ilusões!    

          Amigo, saia do domínio das ilusões e olhe o mundo! O caminho para Deus não é o auto-hipnotismo! Nem o elogio fácil, nem o fazer saber o que vai ocorrer hoje, amanhã ou em alguns meses ou anos. O caminho para a fonte de toda Luz, não é pregar o amor ao próximo, o perdão, o realizar serviços e sacrifícios em prol dos semelhantes. O caminho está, sim, em se encher de amor, mas ainda esse não é o objetivo final; este é o “conhecer a verdade q liberta”, como disse Jesus. Qdo chegarmos ao “conhecer a verdade”, nasce, em nosso íntimo, espontaneamente, o verdadeiro amor; um amor que não exige condições para se manifestar, isso sim. Esta é verdadeira “regra para a salvação”; as demais regras constantes dos mandamentos e éticas religiosas são, apenas, “regras de bem-conviver e de bem-sobreviver”.

          Então, meu amigo, tudo está, mesmo, como vc afirma, na mais perfeita ordem?! Todos estão verdadeiramente no caminho certo?            

          Se alguém não teve ainda dores, por certo,  mais dia menos dia, as terá, pois o sofrimento, de uma ou outra espécie, alcança a todos, sem exceção.
          Assim, ninguém dirá que está tudo na mais perfeita ordem.

          O amigo escreveu:
          “De qualquer forma, é o caminho deles e não cabe a mim, a você ou a qualquer um julgar. Meu foco é em minha caminhada e só quando percebo uma oportunidade de expressar algo que ajude os outros a remover uma trava conceitual ou quando uma mensagem me toca é que me manifesto”.

          Cel: amigo, e este “espaço”, e a vida toda,  não são oportunidades de ajudar os semelhantes? O que vc e eu estamos fazendo aqui? Apenas observando? Perceba quantos, aqui mesmo, estão necessitando de ajuda!

          Amigo, vc se lembra de Jesus? Conhece mestres e sábios que se iluminaram? Nenhum deles permaneceu calado, com os olhos só voltados aos próprios interesses, ao seu próprio caminho, ou esperando oportunidades de ajudar; eles foram em busca dos necessitados, principalmente de ajuda mental/psicológica, para lhes indicar o caminho do conhecimento da verdade,  num tentativa de levá-los a se dessedentarem com a indicação de como entrar no caminho da Luz. A todos aqueles que alcançam a verdade, a Luz verdadeira, desperta-lhes um amor “quase insuportável” pelos semelhantes e não mais se calam na tentativa de lhes mostrar o caminho. Só cessam de falar quando a morte lhes fecha a boca. Quem tem a luz, se dedica firmemente a leva-la aos que dela nacessitam. Não a coloca “sob o alqueire”, esperando oportunidades, mas “sobre o velador para que ilumine a todos”; e não espera que o outro venha se colocar debaixo da luz; leva-a consigo, para onde for e a esparge sobre todos.

          Amigo escreveu:
          “Enquanto estivermos lendo tudo com os olhos da limitada mente humana e não aprendermos a sentir se a vibração do texto carrega uma informação útil para nossa caminhada pessoal,  continuaremos presos a análises e julgumentos do externo, ou seja, presos no jogo do Ego (mesmo achando que somos os seres mais conscientes do mundo). A verdade é indizível e cada um deve experienciá-la internamente, dentro de suas vivências pessoais”.

          Cel: meu amigo, suas colocações estarão perfeitamente corretas se feitas do ponto de vista do iluminado; mas os demais não as compreendem ainda. Por isso o iluminado desceu ao nível do homem comum e a estes, nesse nível, se expressou. Se o amigo já se iluminou, embora não tenha descido ao nível do homem comum, eu lhe pediria, como pediu Confúcio a um homem que chegou “lá”: “Espero que me permitas seguir teus passos”.

          O amigo escreveu:
          “Grato pelo q vc escreveu antes desta mensagem, pois me deu a oportunidade de expressar meu sentir”.

          Cel: o amigo não concorda comigo que nunca devemos esperar a oportunidade de expressar nosso sentir? Devemos, sim, procurar ensinar o que cada um deve fazer, não para sentir amor, mas para “ser” amor; mas não somente ensinar cada um deve fazer; é muito mais do q isso; é ensinar o fazer, q ninguém e nem qualquer religião ensinam e não ensinam porq não sabem, porq só têm a atenção voltada para suas crenças, esquecendo-se q existem tantas outras. Contudo, simplesmente as descartam, ou por preconceito ou pela confiança demasiada q depositam em suas crenças. E assim podem estra deixando de conhecer coisas de extrema importância para a emancipação espiritual.
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