sexta-feira, 9 de março de 2012

O EGO CESSA COM A MORTE

         O EGO CESSA COM A MORTE

         Conversando com uma amiga:

         Cel: O Espírito reencarna o tempo todo, mas o “eu” não reencarna; não tem continuidade, não sobrevive à morte do corpo; morto o corpo, o eu morre; o Espírito continua; é infinito e eterno, mas esse Espírito não é um “espírito” individual (q isso não existe) q existia antes da morte do corpo; o Espírito que reencarna é a essência, o Espírito único e imortal, que está em tudo e q é tudo.  Como disse Paulo “Ele está à frente e atrás, à esquerda e a direita, acima e abaixo, dentro e fora...”, “Nele existimos, nele respiramos...”, “Ele opera em nós o pensar, o desejar, o fazer...”.        

         Amiga: Então você admite a reencarnação”.

         Cel: é evidente que existe reencarnação e milhões, bilhões, sei lá que quantidade de vezes todos os dias; há desencarnações e reencarnações, particularmente na hipótese de outros “n” mundos habitados, nessas “n” galáxias q nos rodeiam. Mas não de um “eu” separado, um “eu” q veio de uma encarnação anterior e q deixou o corpo físico; “eu”, espírito “individual” não existe; quem reencarna e desencarna, o tempo todo, é a Consciência que tudo permeia e que é tudo. Os cérebros e as experiências da vida, esta escola do bem e do mal, é que são diferentes, o q explica todas as desigualdades entre os homens.

         Amiga: “Acredita que o Espírito reencarna zerado? e que o EGO só é adquirido numa única vida sem nada na bagagem? Não é bem assim... a DE fala de espíritos...”

          Cel: bem, amiga, isso vem de depoimentos, testemunhos e revelações trazidas pelos mestres, de desde milênios antes de Cristo até nossos dias e, hoje, da ciência mais avançada do mundo.

          Amiga: “... só com o EGO totalmente desfeito é que o Espírito alcança essa paz. Raramente acontece, conta-se nos dedos os iluminados, temos milênios de História constatando isso.”

          Cel: contamos nos dedos aqueles de quem nos falam a história, os livros, as pessoas que souberam deles... essa é a verdade. Para muitos, só sabem de Jesus, q só com ele aconteceu isso, ou nem aconteceu porq ele já “veio” assim... Para outros, Jesus é apenas mais um homem ou nem existiu... para outros, só Moisés ou Maomé é conhecido... No entanto, essa afirmação é desmentida pelas tradições orientais e ocidentais, em extensa literatura. Sabemos, também, da dificuldade de nos libertarmos do ego, e sabemos que há quem o tenha feito; as dificuldades estão no ego e em sua eliminação, pois é ele mesmo q tem de chegar a perceber a necessidade de se tornar inoperante.

          Cel: há quem diga q muitos já vieram à vida, como missionários, p. ex Jesus, com esse sentimento de Paz absoluta dentro de si. Contudo, não é assim. Todos sofreram e pela observação do sofrimento sem fim em si mesmos e nos semelhantes, sofrimento aos quais nem as ciências, filosofias, psicologias, religiões, em fim, o mundo oferece solução, compreenderam que deveriam investigar o que causa os sofrimentos e qual o remédio a ser usado contra eles; assim, se determinaram a buscar um caminho que os libertasse e, eventualmente, o encontraram. Daí, sim, lhes veio a paz que revelaram dentro de si. Isso é o “conhecer a verdade q liberta”, é encontrar o Reino q “tudo o mais traz por acréscimo”.

          Amiga: “... tem que ter um motivo para as diferenças entre os níveis de consciência. Está certo que voltaremos para fonte, mas se todos cessassem o EGO com a morte do corpo físico, nem reencarnar novamente precisariam”.

          Cel: amiga, quais são os motivos que as religiões apresentam para as desigualdades de consciência? Lembra-se de quanto já falamos sobre as desigualdades, diferenças entre níveis de consciência? Nenhuma doutrina religiosa consegue explica-las satisfatoriamente, como tb não consegue explicar a razão do sofrimento; veja a DE: seres criados perfeitamente iguais se tornam gigantescamente desiguais; vc se aventura a sugerir uma razão para essa desigualdade? E lembre-se que essa doutrina afirma que de seres criados iguais, sob todos os aspectos, “desde o princípio” uns se dirigem para o caminho do bem absoluto, enquanto, outros, também “desde o princípio”, se dirigem para o caminho do mal absoluto!!! E diz, ainda mais, que tudo que procede de Deus, que é pura Perfeição, tem de ser perfeito!!! Analise e vc vai perceber que, nem as razões das desigualdades, nem as razões dos sofrimentos, as religiões do mundo conseguem explicar; apenas tentam. Colocam a causa, de todos os males e sofrimentos do mundo, na culpa dos erros dos homens; como diz a doutrina espírita, no uso errado q os homens fazem de seu livre-arbítrio. No entanto, o livre-arbítrio é, nada mais, q um artifício, talvez criado pelo estudo dos eventos do mundo, e com certeza com nobres intenções, numa tentativa de explicar o, para elas inexplicável sofrimento do mundo. Para as religiões, a explicação da existência do mal é porq ele é necessário, senão porq Deus o criaria, ou permitiria? E, se é necessário, sua necessidade é explicada q teve de ser criado para corrigir erros e desacertos dos homens porq quem agiu erradamente tem de aprender a não mais errar; o sofrimento é necessário, portanto, para o aperfeiçoamento do espírito q, segundo as religiões não foi criado imperfeito porq do Criador perfeito nada procede q seja imperfeito (aqui, obrigatoriamente, vem uma pergunta: onde, qdo, porq espíritos, q não eram imperfeitos, se tornaram possuidores das mais monstruosas imperfeições?).

      Para muitos, em particular os ocidentais, sempre tem de haver uma razão para tudo q acontece; nada existe q não seja necessário; dentro dessa idéia tem de haver uma razão para q exista o sofrimento, e a razão apontada, é q, corrigindo os homens, os levam rumo ao aperfeiçoamento, pelo caminho da evolução moral..

         Nós estamos acostumados, condicionados a crer q há uma razão para tudo; contudo, para as tradições místicas, isso é apenas ignorância. Para ilustrar este assunto, de uma tradição oriental, a historieta de três homens que viram um outro no alto da colina. Cada um aventou uma explicação: deve estar procurando seu cavalo; deve estar esperando um amigo; deve estar tomando a brisa da manhã; e foram até lá e o inquiriram: afinal, o q o amigo faz aqui? Ele respondeu: não, não procuro meu cavalo, nem espero o amigo, nem estou para apreciar a brisa da manhã; apenas estou aqui. 

      Esse simples “apenas estou aqui” é um absurdo para o ocidental; para este tudo tem ter uma explicação conveniente. Desse modo, dizem sábios, “para que as águas das ondas se esparramam sobre a praia? Para q nasce aquela flor na montanha inacessível?”, 

      Até mais.

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