quarta-feira, 12 de maio de 2010

COMO ENTENDER O CHAMADO (10)

CONTINUAÇÃO DAS TENTATIVAS DE COMPREENDER AS PALAVRAS DE JESUS:

‘Para reconciliar-te com quem pecou contra ti, faz e tenta de tudo; só depois, se nada der certo, deixa nas mãos de Deus... ’ (não esquecer que todos somos um; primeiro façamos aquilo que Deus escolhe que façamos; depois, não nos preocupemos, pois o Pai escolhe segundo sua vontade, e sua vontade, por mais que não a compreendamos, sempre é feita, nos felicitando ou nos frustrando).

‘... perdoar setenta vezes sete vezes... ’ (se não temos o poder de escolher, por que ressentimentos? Perdoe sempre, pois, na verdade, nada há a perdoar, pois a escolha dos nossos atos não é nossa, mas do Senhor).

‘... e há eunucos (castrados) que se fizeram eunucos por amor ao reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda... ’ (eliminaram o instinto sexual, uma das maiores paixões, um dos maiores fatores da distração ou desatenção para a meditação).

‘...aos homens a salvação é impossível; mas, a Deus, tudo é possível... ’ (nada escolhemos; toda escolha vem de Deus, logo...).

‘Os últimos serão os primeiros... ’ (porque estes já estão compreendendo a verdade; assim, tornam-se mais humildes e se colocam no último lugar; no entanto, estão mais próximos da percepção do sagrado...).

‘... aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo... ’ (idem).

‘Minha casa é casa de oração; não façais dela um covil de ladrões... ’ (a mente, onde encontramos Deus, deve estar limpa e não cheia de escórias e lixo, isto é, pensamentos, lembranças, expectativas, ilusões, opiniões emoções, imaginações, condicionamentos, crenças, coisas que roubam a atenção e são obstáculos à meditação; quando livre de ruídos, de estática, podemos ter a percepção daquilo que é sagrado. Krishnamurti ensinou: ‘mantenha o seu quarto (a mente) limpo, arrumado (sem preconceitos), e as janelas (mente) abertas; assim, a coisa poderá entrar, a qualquer momento... ’).

‘Ninguém será recebido nas bodas (iluminação) sem vestes nupciais... ’ (as vestes são a necessária preparação para a meditação; se alguém não está preparado, será difícil que a coisa lhe aconteça).

‘... filtrais um mosquito e engolis um camelo... ’ (as coisas do mundo são interpretadas equivocadamente por aquele que ainda não esteve ‘lá’; isso lhe acarreta conflitos e sofrimentos).

‘Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e intemperança... ’ (idem).

‘Sepulcros caiados, formosos por fora, mas cheios de podridão por dentro... ’ (os que não chegaram ainda; como disse Boheme, místico cristão, ‘enquanto o Cristo não nascer em você, você viverá na escuridão de um estábulo, entre fezes e urina’; de nada adianta o que você tenha por fora, isto é, poder, belezas, riquezas, etc.).

‘... aquele que perseverar até o fim será salvo...’ (persevere na prática, sem desistir, batendo, buscando; pode suceder que, de repente, sem que você saiba a hora, nem o lugar, como na parábola, aconteça...).

‘Vigiai, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor; estai, pois, sempre preparados porque Ele virá numa hora que menos pensardes; não sabeis nem o dia, nem a hora...’ (idem; ‘vigiai’, isto é, esteja atento; veja, também as parábolas das virgens insensatas, do servo fiel, do ladrão).

‘Em verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes irmãos foi a mim mesmo que o fizestes...’ (Jesus não teria dito ‘foi ao Eu mesmo que o fizestes’? pois o que fazemos a outrem, fazemos a nós mesmos; todos somos um).

‘O espírito é pronto, mas a carne é fraca...’ (enquanto não chegamos lá, isto é, enquanto não tivermos o percebimento caímos em muitos erros e, assim, sofremos pois nossos sentidos nos farão interpretar erradamente).

‘Ensinai-as (às nações) a observar tudo o que eu vos prescrevi...’ (a luz não deve ser colocada sob o alqueire, mas sobre o velador para que ilumine a todos).

‘Aquele que faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe... ’ (aquele que segue os ensinamentos percebe ser da família dele, isto é, da sua mesma natureza).

‘Não julgueis, pois, com a mesma medida que medirdes, vos medirão a vós também, e com maior rigor ainda... ’ (quando julgamos alguém, agimos erradamente; nada há a ser julgado, pois a escolha não é nossa; se estamos, porém, ainda no nível de julgar, também estamos no nível de supor que nos estão julgando e de que, por isso, sofremos).

‘Não é o que entra, mas o que sai do homem que o pode manchar... ’ (enquanto não chegou lá; não que seja ‘pecado’ que exija corretivo; apenas mostra que esse ainda não esteve lá e, por isso, sofre).

‘Quão difícil é entrarem no reino dos céus os que põem sua confiança nas riquezas... ’ (pela distração, preocupação, desatenção e medo, daí resultantes; afastam-se das coisas elevadas e, assim, dificilmente, buscam o reino...).

‘Todo aquele que disser a este monte:... e não duvidar em seu coração, que acontecerá o que disse, obterá esse milagre... ’ (só não duvida aquele que teve o convencimento advindo da experiência de Deus e, assim, sua criatividade será inimaginável; as superposições coerentes, da física quântica).

‘Por isso vos digo: tudo que pedirdes na oração, crede (convencei-vos) que o tendes recebido, e ser-vos-á dado...’ (o ‘convencimento’ de que algo acontecerá, faz com que esse algo se manifeste no espaço-tempo. Jesus não disse ‘que o receberás’, que é tempo futuro, que não existe, mas que já estás recebendo. Esse conselho, não esqueçamos, vem da boca de um iluminado que percebeu que é assim).

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