quarta-feira, 12 de maio de 2010

COMO ENTENDER O CHAMADO (15)

DAS TENTATIVAS DE ENTENDER AS PALAVRAS DE JESUS

‘‘O espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus.’ (Ro 8:ss) (o percebimento mostra que somos filhos de Deus, isto é, de sua natureza, feitos verdadeiramente à sua ‘semelhança’).


‘...enquanto aguardais a manifestação de Jesus Cristo, não vos falta dom algum.’ (I Col 1:7) (nada nos falta para que o Cristo nasça em nós, nem perdão, nada; apenas temos que ter a percepção disso; é o que os iluminados afirmam e é o que pode nos dar a meditação).

‘... até que tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura do Cristo’ (Ef 4:13) (que se pode atingir pela meditação; então, se percebe a unidade da fé (fé-convencimento), isto é, que a verdade é uma só: ‘eu e o Pai somos um’).

‘Renovai sem cessar o entendimento de vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem e semelhança de Deus...’ ((Ef 4:23, 24) (tentar sem cessar até que venha o percebimento que nos transforma no homem novo e mostra que somos semelhantes a Deus; mais que isso: que somos a própria divindade).

‘...o Cristo será glorificado no meu corpo’ (pelo percebimento).

‘...por isso Deus glorificou soberanamente a Jesus’ (Fel 2:9) (pelo percebimento; do mesmo modo, por sermos iguais e todos um, seremos glorificados quando tivermos o percebimento).

‘Na verdade julgo como perda todas as coisas em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo’ (a iluminação). (Fel 3:8) (Teresa, João da Cruz, Krishnamurti e outros afirmam o mesmo: que tudo o mais é lixo, fútil, inútil; apenas ilusão).

‘Além disto, irmãos, tudo que é puro, verdadeiro, nobre, justo, amável, virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos’ (Fel 4:8) (quando temos o percebimento, quando chegamos lá, todas nossas ações serão corretas, sem esforço ou imitação; nossa natureza será essa).

‘...auxiliado por sua força (do Cristo) que atua poderosamente em nós.’ (Col 1:29) (busquemos ou não, a escolha, a vontade e a força são do Pai e não nossas, mas atuam em nós; sabemos que a decisão não é nossa).

‘Quando Cristo, vossa vida, aparecer...’ (Col 3:4) (pelo percebimento).

‘...mas somente Cristo, que será tudo em todos...(Col 3:5ss) (com o percebimento veremos que sempre foi assim).

‘No princípio era o verbo... e o verbo era Deus... e o verbo se fez carne e habitou entre nós (é nós mesmos); aos que crêem no seu nome deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus (Jô 1:1 e seguintes) (o nome do verbo: Eu Sou; eu, nós; crer nesse nome é ir pelo caminho do eu, para dentro de nós, pela meditação).



No principio era o Verbo e o verbo estava em Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no principio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vid, e a vidaera a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam

‘... em verdade te digo: aquele que não nascer de novo não poderá ver o reino de Deus.’ (Jô 3:3) (o novo nascimento, o homem novo; o ‘satori’ traz a nova visão; a iluminação nos dará interpretação correta; cessam todas as ilusões; vamos conhecer a verdade, veremos o ‘reino’).

‘Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer.’ (Jo 6:44) (novamente, nem a escolha, nem o agir, são nossos; e mais: não seria ‘vir ao Eu, aprofundar-se no Eu’, que Jesus falou, e não ‘vir a mim’? Ou seria vir ao Cristo, à iluminação).

‘...a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho tenha vida eterna.’ (Jo 6:40) (isto é, aquele que tem o percebimento do Cristo, a iluminação, vê que não existe morte, que a vida é eterna, que já estamos na eternidade).

‘... e todo aquele que ouvir o Pai e for por ele instruído vem a mim.’ (Jô 6:45) (aquele que segue os ensinamentos vai ao Eu, chega ao percebimento, pela meditação; e é o Pai, que opera tudo, que o faz ir).

‘...o pecado que consiste em não crer em mim.’ (Jô 16:9) (se não praticamos aquilo que Jesus ensinou, é que não cremos nele; assim, não veremos o reino, não por não crermos, mas por não o buscarmos ainda).

‘O que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vo-lo dará.’ (Jô 16:23) (o que ‘quisermos’; ao chegarmos à estatura do Cristo, maravilhosa criatividade despertará, e não haverá mais obstáculos).

‘Tudo que é meu é Teu e tudo que é Teu é meu.’ (Jô 17:10) (pois somos um só).

‘Para que todos sejam um, como tu, Pai, és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós.’ (Jô 17:21) (idem).

‘Eu neles e Tu em mim.’ (Jô 17:23) (idem).

‘...quero que, onde eu estiver, eles estejam comigo (na percepção do divino), para que vejam a glória (a iluminação, a bem-aventurança) que tu, Pai, me deste...’ (pois Jesus chegou lá) (Jo 17:24).

‘Eu estarei convosco até o fim dos tempos...’ (idem; não o homem Jesus, mas o Cristo; a luz está conosco sempre, agora e no novo modo de existir).

‘Pedi e recebereis.’ (Jô 16:24) (pela prática da oração de recolhimento e quietude, sem palavras, isto é, pela meditação, estamos ‘pedindo’, nos abrindo àquilo que nos será dado um dia: o percebimento, isto é, a verdade que de tudo liberta).

‘A fé é o fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que não se vêem.’ (He 11:1) (esperamos o reino, e não o vemos, mesmo ele estando em nós; mas, se o buscamos, é pela fé em sua existência, pois que tantos iluminados falaram dele; mas não podemos ficar apenas na fé sobre ‘as coisas que não vemos’, ou nas coisas ‘que esperamos’. Temos de passar da fé à convicção e esta só vem com a meditação).

‘As coisas visíveis não são feitas das coisas aparentes. ’ (são produzidas pelo colapso das nuvens quânticas, que não são aparentes, pela observação de seres sencientes, segundo a física moderna; tudo, seres, coisas, eventos, fenômenos, vem do atemporal, do qual as coisas saltam inesperadamente, como da água de um lago tranqüilo salta, inesperadamente, um peixe; tudo vem do ‘campo das infinitas possibilidades’).

‘Tudo é possível ao que crê. ’ (He 11:6) (ao que chegou; ao que já percebeu; sua crença já não é simples crença, é convencimento e tudo lhe é possível).

‘Tudo quanto pedirdes, orando, crede que já o tendes recebido e tê-lo-eis.’ (Mc 11:24) (tudo é possível, não àquele que apenas crê, mas àquele que teve a experiência e, por isso, está convencido).

‘Deleita-te no Senhor, e ele te concederá o que deseja teu coração.’ (Sl 36:4) (na percepção do Senhor reina total bem-aventurança e nada mais é desejado; tudo que o coração desejava, o homem, agora, tem; não deseja mais nada; ‘o demais virá por acréscimo’).

‘O que fizerdes, por palavras ou atos, fazei-o em nome do senhor Jesus Cristo...’ (aqueles que têm o percebimento agem como o próprio Cristo; a vontade, o discernimento, são os mesmos).

(Muitas vezes Jesus falou: ‘fazei penitência, pois o reino dos céus está próximo’. A verdade é que o reino está bem mais perto do que pensamos, dentro de nós mesmos, conforme Jesus, Paulo, Tereza e outros afirmaram em várias passagens; ‘penitência’ é o ‘trabalho’ necessário para abandonarmos o caminho largo e já conhecido, e para entrarmos no novo).

‘... Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem para encontrá-lo como que às apalpadelas, pois, na verdade, ele não está longe de cada um de nós. Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns de vossos poetas disseram: nós somos também de sua raça’ (At 17:27, 28) (ele está dentro de nós mesmos, mas o procuramos fora de nós, às apalpadelas, pois não o percebemos, como disse S. Agostinho: ‘procurei-Te tanto fora de mim, mas fui achar-Te dentro de mim mesmo’).

‘... (orando pelos discípulos): Pai,... (continua).

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