sexta-feira, 6 de maio de 2011

OLHEMOS OS DOIS LADOS DA VERDADE!

Amigos


Porque será que os homens só se interessam em conhecer o lado bom das coisas? Isso é causa de muitas ilusões, pois deixamos de conhecer a verdade de como o mundo realmente é. Só fazemos referências às belezas da vida, dos sentimentos elevados, da natureza, e a feiúra é colocada de lado como se fosse inexistente! Porque não queremos saber a verdade? Porque fugimos da verdade, daquilo que a vida e o mundo são realmente?

Dizem:

“Amemos e respeitemos a nossa querida Mãe Natureza!!!”

Sem qualquer dúvida, os exemplos e a beleza que a natureza nos oferece são grandiosos. Assim, de pleno acordo com a recomendação de amá-la e respeita-la, pois a natureza é nossa casa e nós mesmos somos a natureza. E devemos, sim, fazer todos os esforços para respeitá-la, pois se a ofendemos com nossos desacertos, praticados, sobretudo, por ignorância ou ambição, ela se vinga sem dó nem piedade e sem olhar a quem. Observem o mundo e percebam como isso frequentemente acontece.

Dizem:

“Quando nossos olhos contemplam o espetáculo do nascer e do pôr-do-sol, não podemos deixar de reconhecer a grandiosidade do Criador”.

Novamente, quando nos referimos à natureza, essa obra-prima do Criador, só nos lembramos de coisas belas, paisagens lindas, coisas que agradam, beneficiam, e nos favorecem. Esquecemos o céu negro-chumbo das tempestades e tornados, os céus encobertos pelas erupções vulcânicas, esquecemos os tsunamis, terremotos, cataclismos que destroem vidas e coisas necessárias à vida. Lembramos as cores dos pássaros e o perfume das flores e nos esquecemos das cores dos répteis e animais peçonhentos, plantas venenosas, e do odor fétido da decomposição de seres, inclusive de nós mesmos e de nossos queridos; esquecemos de tantos conhecidos nossos, como ratos, aranhas, baratas e escorpiões, das bactérias, vírus, fungos que trazem epidemias arrasadoras. Nos maravilhamos com o admirável firmamento repleto de estrelas, e louvamos o Criador, nos esquecendo dos cataclismos naturais, colisões de galáxias que destroem talvez milhões de mundos, provavelmente habitados.

Dizem:

“Observem a grandeza e a inteligência que a biologia nos mostra, descobrindo a perfeição da maquinaria humana, seu intrincado de artérias, veias, vasos, neurônios...”.

Isso é uma enorme verdade: o corpo humano, como o de outros animais, muitos destes com recursos ou “detalhes” mais apurados e perfeitos que os dos homens, é obra admirável e, ainda, incompreensível pela ciência, em muitos de seus aspectos. No entanto, nos esquecemos que essa coisa admirável é, na verdade, de extrema fragilidade, em certos “detalhes”, pois microscópicos seres, como bactérias, vírus e fungos, também criaturas da mesma obra divina, a derrubam, fazem sofrer e a destroem, por vezes, em poucas horas...

Ficamos emocionados e satisfeitos com certas poesias e prosas a respeito do Pai e sua obra, e esquecemos que, também sua obra, traz eventos que fazem derramar lágrimas e desesperam...

Dizem:

“Deus não se repete, não se cansa de criar, e a cada momento que o homem aprofunda suas lentes para o interior da terra, ou o seio dos mares, vai se dando conta de que o pai desceu a detalhes muito pequenos para que nós, seus filhos, nos sentíssemos felizes neste planeta.”

Amigos, atentem para essas palavras: como elas quase nos fazem esquecer de que a criação incessante e incansável de Deus sempre nos apresenta novos problemas, novas situações para as quais a inteligência do homem não encontra soluções rápidas, o que gera, outra vez, dores e lágrimas. Com as palavras acima, quase nos esquecemos que, por outro lado, há também detalhes da obra divina que nos fazem profundamente infelizes, com as tragédias e desgraças que trazem; é só observar o mundo, para vê-los por todos os lados e continentes, em nosso dia-a-dia...

Dizem:

“Mas como todo pai, Ele também providenciou para que aprendêssemos uns com os outros, a fim de crescer com maior rapidez.”

Contudo, aqui também se esquecem que esse aprendizado de “uns com os outros” não se faz senão à força de sofrimentos, muitas vezes terríveis, obrigatórios para todos, como todos sabem perfeitamente.

Dizem:

“E a natureza é uma mestra exemplar. Sua lição de serviço desinteressado, paciência, perseverança, se faz presente todos os dias... Aprende com a natureza.”

Vejam, aqui: aconselham: “Aprende com a natureza”; este é um sábio conselho pois, com ela aprendemos coisas belas e benéficas; contudo, também aprendemos coisas feias, e podemos até ficar sabendo (fato que pode ser benéfico, para nós) que o mundo não oferece soluções para a eliminação do sofrimento, muitos deles causados pela própria natureza, tão louvada. Por isso, a luta de cientistas no esforço de descobrir “antídotos” para seus “venenos”, luta aparentemente desesperada pois, assim que se descobre a solução para um problema, a natureza nos apresenta outros, muitas vezes mais difíceis que os anteriores.

Amigos, olhemos sempre os dois lados da verdade! Porque enfiar a cabeça na areia e só retirá-la para ver as coisas boas e belas? O mundo é só de beleza e de coisas gratificantes?! A criação só nos apresenta coisas edificantes? Ou as coisas feias e não gratificantes procedem de uma outra criação?

Fiquem em Deus.

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