sexta-feira, 6 de maio de 2011

PORQUE DEVEMOS CONHECER OS DOIS LADOS DA MOEDA.

Amigos,


Ao falar que devemos conhecer os dois “lados da moeda”, isto, o lado belo e bom da natureza, ou da criação, ou da vida, assim como o lado feio e ruim, o motivo não é apenas “mostrar que nem tudo é beleza, felicidade, paz, e que existem muitos momentos tristes... etc”.

Nosso objetivo de sempre é mostrar outra coisa, muito mais séria e importante para nossa compreensão da vida e do mundo, para a realização espiritual. O fato é que nos enganamos a nós mesmos o tempo todo ao ficarmos emocionados com as coisas boas e belas e tudo o mais que de elevado e inspirador existe, e ficarmos receosos ou penalizados, como dizem as doutrinas cristãs e muitas outras, frente aos males e sofrimentos do mundo, por considera-los que são da responsabilidade das criaturas divinas por, pela própria vontade, procederem erradamente. É; por isso, que desejamos mostrar que as “coisas” quase nunca são o que imaginamos ou o que desejamos que seja e que estamos totalmente iludidos, vivendo como num sonho do qual desejamos despertar.

Queremos mostrar que a natureza/as características da “criação” (que nos “afetam”de desde o princípio de nossa vida), o homem e tudo o mais nela incluído, nos iludem frequentemente. O homem se torna esperançoso de que um dia, amanhã, mês que vem, no próximo ano, as coisas melhorarão; contudo esperança não passa de imaginação, de desejo, de idealização, ilusão. Como a vida, o mundo, a natureza é “neutra” e o fluir dos acontecimentos é sempre incerto; e como tudo aquilo a que nos apegamos e em que depositamos confiança para nos proporcionar felicidade, é impermanete, podendo cessar de um momento para outro, quando menos esperamos, realmente tudo pode mudar, nos trazendo mais felicidade ou nos trazendo mais infelicidade. Como toda luta do homem, sem exceção de nenhum, é no sentido de conquistar condições para agora, amanhã ou no futuro, ser mais feliz, o que só pode ser alcançado com a eliminação do sofrimento, ele se torna cheio de esperanças pelo que as religiões e tradições ensinam: se agir com amor, humildade e solidariedade, será mais feliz. No entanto, nem a ciência, nem a filosofia, a psicologia, nem atos de amor e solidariedade, nem crenças e religiões oferecem solução definitiva para o sofrimento e para o crescimento moral dos homens. Trazem apenas efêmeros lenitivos; soluções passageiras, que agem como um refrigerante num momento de calor; o efeito refrescante passa logo e o calor volta. Nos enchemos de esperanças pelo que as doutrinas dizem: que o céu nos espera, que essa é a intenção do Criador, tanto que enviou Jesus, o Cristo, para nos salvar; que ele morreu pela humanidade, que redimiu os homens, que lavou a multidão de pecados, e outras coisas mais; mas tudo isso é mesmo verdade? Quem foi salvo, quem foi redimido? A humanidade de depois de Jesus comete os mesmos desacertos da de antes dele; talvez piores! O homem está orando, suplicando, pedindo perdão e auxilio, forçando sua própria natureza para agir caridosamente, se auto-flagelando, se reunindo em grupos para preces, para visualizar e mentalizar o amor e a paz, e o mundo continua como está, talvez se tornando mais doente em sua moral, como todos podemos ver: guerras, desentendimentos, crimes hediondos, tráfico de drogas, pedofilia, abuso do poder, desonestidade, corrupção, exploração dos semelhantes, enfim, uma lista longa e cansativa!

É isso que pretendemos mostrar e, por isso, sempre pedimos que se reflita: que devemos voltar a atenção para outras direções e não só para nossa crença particular, que se diz ou que acreditamos seja possuidora da solução; que abramos, sem preconceitos tolos, o leque de buscas, como sabiamente Paulo aconselhou e, também sabiamente, a codificação espírita recomendou. Então, talvez, percebamos que a solução, para o homem ser feliz, não está nas religiões, nem no exercício forçado de atos de amor ao próximo, nem no surgimento de “emoções” elevadas, como aquelas provocadas pelas belezas da natureza, a que muitos se referem tantas vezes. “Emoções” só contribuem para “retardar” o avanço do espírito; mesmo as emoções de amor nada produzem, senão bem-estar, felicidade momentânea, efêmera; O que efetiva e eficazmente produz o crescimento é o “sentimento” de amor. As emoções provocadas por atos de amor, nada mais são que sensações do ego, nascidas de coisas exteriores ao espírito; nos envolvem e agradam, e nelas ficamos enlevados como se trouxessem algo mais do que temporária satisfação. O amor, ao qual precisamos chegar, para conhecer a verdade que liberta, é “sentimento” “interior”, do espírito; nada tem a ver com a “emoção” provocada por atos de amor, que é apenas resultado de eventos exteriores. O “amor” está já em nós, como em nós “habita o Senhor”; o espírito é amor puro e incondicional. O que nos impede de o expressarmos livremente, são as interpretações equivocadas do mundo, trazidas pela ótica do “ego”, que nos sufoca a visão da realidade. A solução definitiva para todos os males, problemas e sofrimentos, isto é, para sermos felizes, é retirar a máscara do ego, pois este é o único obstáculo entre nós e a felicidade, a bem-aventurança que é Deus.

Até mais...

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