De Osho: (Isto é meditação)
"No judaísmo há uma escola de mistério rebelde chamada hassidismo (a fase esotérica do judaísmo). Seu fundador, Baal Shem, foi um ser raro. No meio da noite ele estava voltando do rio – essa era sua rotina, porque no rio, à noite, tudo era absolutamente calmo e tranqüilo. E ele costumava simplesmente sentar-se lá, fazendo nada – apenas observando seu próprio eu, observando o observador. Nessa noite, quando estava voltando, ele passou pela casa de um homem rico e o vigia estava lá em pé perto da porta.
E o vigia estava intrigado, porque toda noite, exatamente àquela hora, esse homem estava voltando. Ele saiu e disse: “Desculpe-me interrompê-lo, mas não consigo mais conter minha curiosidade. Qual é a sua ocupação? Por que você vai ao rio? Muitas vezes eu o segui e não há nada – você simplesmente senta-se lá, por horas, e no meio da noite você volta.”
Baal Shem disse: “Eu sei que você me seguiu muitas vezes, porque a noite é tão silenciosa, que eu posso ouvir seus passos. E eu sei que todo dia você está escondido atrás do portão. Mas não é apenas você que está curioso a meu respeito; eu também estou curioso a respeito de você. Qual é sua ocupação?”
Ele disse: “Minha ocupação? Eu sou um simples vigia.”
Baal Shem disse: “Meu Deus, você me deu a palavra-chave. Esta é a minha ocupação também!”.
O vigia disse: “Mas eu não compreendo. Se você é um vigia, você deveria estar vigiando alguma casa, algum palácio. O que você está vigiando lá, sentado na areia?”.
Baal Shem disse: “Há uma pequena diferença – você está alerta em relação a alguém do lado de fora que poderia entrar no palácio; eu estou alerta a alguém do lado de dentro; eu simplesmente observo esse observador. Que é este observador? Este é o espaço de toda a minha vida; eu observo a mim mesmo.”.
O vigia disse: “Mas essa é uma ocupação estranha. Quem é que vai lhe pagar?”.
Ele disse: “É uma benção tão grande, uma tal alegria, uma bem-aventurança tão imensa, que isso se paga a si mesmo em profundidade. Apenas um único momento, e todos os tesouros não são nada em comparação a ele”.
O vigia disse: “Isso é estranho. Eu tenho estado observando durante toda a minha vida. Eu nunca me deparei com uma experiência tão bonita. Amanhã à noite eu irei com você. Você apenas me ensina. Porque eu sei como observar – parece que apenas é necessário uma direção diferente: eu observo para fora; você observa para dentro; está observando numa direção diferente.”
Há apenas um passo, e este passo é de direção, de dimensão. Ou podemos estar focados no exterior, ou podemos fechar os olhos para o exterior e deixar toda a nossa consciência ficar centrada para dentro – e você saberá, porque você é um conhecedor, você é consciência. Você nunca a perdeu. Você simplesmente deixou sua consciência se emaranhar em mil e uma coisas. Retire sua consciência de todos os lugares e apenas deixe-a descansar dentro de você, e você chegou em casa.
A gralha cantando... você está ouvindo. São dois elementos: objeto e sujeito. Mas você não pode ver uma testemunha que está vendo ambos? A gralha, o ouvinte e ainda há alguém observando ambos. É um fenômeno tão simples!
Você está vendo uma árvore: você está aí, a árvore está aí, mas será que você não pode encontrar alguma coisa mais? – que você está vendo a árvore e que há uma testemunha em você que está vendo você vendo a árvore.
A coisa mais importante é que você seja observador, que você não tenha se esquecido de observar que você está observando... observando... observando. E pouco a pouco, à medida que o observador se torna mais sólido, estável, seguro, uma transformação acontece. As coisas que você esteve observando desaparecem. Pela primeira vez o vigia se torna o vigiado, o próprio observador se torna o observado. Você chegou em casa.”
(Tags : astrocarmica OSHO).
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário