Olá, amigos.
O Maabárata é um dos dois maiores épicos clássicos da Índia. O texto é monumental, com mais de 74.000 versos em sânscrito, e mais de 1,8 milhões de palavras; se o Harivamsa, seu anexo, for incluído como sendo parte da obra, chega-se a um total de 90.000 versos, compondo o maior volume de texto numa única obra humana. É o texto sagrado de maior importância no hinduísmo, e considerado um verdadeiro manual de psicologia da evolução do ser humano.
A obra discute as três metas da vida humana: o desfrute dos prazeres dos sentidos, oferecidos pelos atrativos do mundo: a ânsia que leva à busca da riqueza e do poder econômico para o desfrute dos prazeres, e a religiosidade mundana, que se resume em códigos de conduta moral e rituais.
Além dessas metas mundanas, o Maabárata trata da liberação do ciclo das três metas, isto é, a libertação dos apegos, pela libertação do samsara, ou ciclo ilusório do nascimento e da morte. Em outras palavras, é uma obra que visa o conhecimento da natureza do "eu" e a sua relação eterna com toda a criação e aquilo que transcende a ela, Brama ou Deus.
Estabelece métodos de desenvolvimento espiritual conhecidos como Karma Yoga, Jnana Yoga e Bhakti Yoga.
Karma é a palavra para "ato" ou "ação" e, nesse sentido, usada para mostrar a obrigatoriedade moral de continuar a fazer aquilo que começamos e que, por isso, depende de nós; portanto, ensina a importância de desenvolver atitudes e intenções corretas. Considera-se que, por gerar carma, os seres encontram-se presos ao samsara, a “roda dos tolos e ignorantes”, o ciclo das ilusões, ciclo do nascer e morer e, portanto, o objetivo mais importante da prática “religiosa” é eliminar o carma.
Jñana, uma modalidade de ioga conhecida também pela busca e uso do conhecimento de uma verdade pré-existente e imutável (a Verdade), para atingir a sabedoria. A jnana-ioga não é de fácil prática, pois a pessoa necessita de uma determinação e penetração além da filosofia e das religiões
E Bhakti, um dos ramos da ioga que conduz à comunhão divina, à união com Deus, através da devoção, que significa entrega total em total confiança.
Do Maabarata, extraiu-se o Bagavad Gita, a Sublime Canção da Imortalidade, cujo texto representa a luta do bem contra o mal.
No texto simplificado, ilustrado por vários quadros, é necessário que, observando-o com atenção, se perceba um detalhe muito importante.
A seguir mensagem a uma amiga sobre essa particularidade.
Amiga, percebeu o detalhe?
Arjuna, o representante dos homens, totalmente perplexo, pelo terrível dilema que enfrenta: dois exércitos se defrontam na planície, um o do “bem”, outro o do “mal”; essa é a batalha do bem contra o mal que se trava em nossa mente. Arjuna, a quem compete dar o sinal para o combate, está num dilema por ver que os guerreiros que levará a se defrontarem são “todos” seus parentes e amigos; está completamente indeciso em como lançar o exército do bem contra aqueles que foram sempre seus aliados, pois que o auxiliaram, em todos os tempos da história do homem, na conquista do que ele mesmo é agora: aqueles que têm o nome de ciúme, inveja, ambição, cobiça, tenacidade perversa, exploração dos semelhantes, enfim tudo que está no caminho já trilhado pelo ser humano para chegar ao momento atual, coisas das quais Arjuna deseja se desvencilhar.
Nesse dilema, invoca Krishna, o representante de Deus, e se ajoelha à sua frente, pedindo que o ajude a se decidir.
E veja o quadro seguinte: Arjuna parte para a batalha, mas quem é que tem as rédeas nas mãos e comanda seu carro e todos os acontecimentos? É Krishna, o representante de Deus; é o próprio Deus, que tudo comanda, e sem cuja ordem nada se faz. Não somos nós que erramos, que acertamos, que escolhemos, que decidimos, que fazemos isto e aquilo: é Deus, essa poderosa força que vem atrás de nós e nos leva a sermos o que somos a cada momento, a cada instante.
Um abraço.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
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