A Realidade é mais Extranha do que a Ficção
DANIEL Coleman, Ph.D., psicólogo clínico, professor de meditação na Universidade Harvard, autor e editor de revista científica sobre psicologia, pesquisador das técnicas de meditação do Ceilão e da Índia.
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Enquanto, no Ocidente, a psicologia nem mesmo havia iniciado a investigação do bem-estar extremo psicológico, ou dos estados superiores de consciência, no Oriente já eram encontradas concepções radicalmente diferentes relativas à natureza e ao potencial psicológico do ser humano. Reconhecidas nossas limitações culturais, abriu-se caminho para uma visão mais ampla da nossa psicologia, com a criação de novos modelos capazes de acomodar as concepções ocidentais e orientais.
Algumas das principais diferenças de concepção:
No Ocidente, a matéria é considerada o constituinte principal da realidade e é ela que cria a consciência ou mente (isto é, a mente não passa de um subproduto da matéria cerebral).
No Oriente, a consciência é o elemento principal e é ela que cria todo o universo material (ver Amit Goswami e outros cientistas, físicos quânticos).
Para o Ocidente, o universo é reducionista e atomístico, isto é, pode ser decomposto em suas partes componentes, ou entidades isoladas. Contudo, a física quântica redescobriu as antigas descrições místicas de um universo indivisível e interconectado. A realidade parece mais estranha que a ficção pois provas indicam que cada parte do universo está conectada com todas as outras partes, isto é, em todo o universo tudo está conectado com tudo; não há partes independentes; todas estão interconectadas e são interdependentes, inclusive o ser humano. Daí o retrato de Sidarta, assim que se iluminoum, com um colar de gemas preciosas, nas quais, cada uma, reflete o brilho e a cor de todas as outras.
A psicologia ocidental, para a qual "o comum é o melhor", considera o estado de consciência comum como sendo o estado ótimo, visão que rejeita a possibilidade dos estados superiores das concepções orientais.
Freud afirmou que o sofrimento é inevitável e que a alternativa é derrotá-lo, porém, a psicologia do místico oferece outra alternativa: alterar os processos da consciência ordinária e alcançar o "estado de Buda", unir-se à Consciência Universal, Deus, estado que acaba com todos os sofrimentos, sejam quais forem. Esse estado é atingido principalmente pela meditação e, uma vez alcançado, extingue os demais estados, como ansiedade, depressão, orgulho, egoísmo, ciúme, inveja, violência, medo, ignorância etc, que geram todos os sofrimentos.
O estado de Buda, ou Consciencia Búdica, Crística ou Cósmica, possui uma coerência de ordem mais elevada do que todas as integrações sugeridas por qualquer ramo da psicologia ocidental. A psicologia oriental ensina e, hoje, os ocidentais estão compreendendo (em face das implicações das descobertas da física quântica) que, pela meditação, esse estado pode ser atingido por todas as pessoas.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
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