O Extraordinário Potencial para o Crescimento Psicológico do Ser Humano.
ROGER N. Walsh, M.D., PhD., catedrático de Psiquiatria na Universidade da Califórnia, autor de muitos livros de ciência da meditação e do cérebro, e Frances Vaughan, PhD., clínica e professora de psicologia do Instituto de Psicologia Transpessoal da Califórnia, autora de revistas científicas especializadas sobre o tema.
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Nos últimos anos comprovou-se que as suposições ocidentais, sobre quem e o que somos e do que podemos vir a ser, estavam erradas. Não conhecíamos o extraordinário potencial para o bem-estar e para o crescimento psicológico extremo que o ser humano possui.
Como grande parte desses novos dados não é aceita pela psicologia ocidental, surgiu a psicologia ‘transpessoal’ para pesquisar tais capacidades humanas, apoiando-se, particularmente, na física quântica e na sabedoria das tradições místicas orientais. Seus interesses incluem pesquisas sobre estados transpessoais de consciência, consciência cósmica, bem-aventurança, êxtase, experiência mística, caminhos espirituais, compaixão, percepção e práticas de meditação. É transpessoal porque leva a experiências que estão além da identidade e da personalidade do ego. Esse potencial pode ser alcançado pela meditação e, muitíssimo raramente, por maneira espontânea.
A psicoterapia e a psicologia do Ocidente só eram dirigidas à cura de doenças da psique; nunca à saúde ou ao crescimento do ser pela ampliação da consciência. Como, no Ocidente, não era aceita a existência de estados alterados de consciência, que muitas vezes trazem expansão da consciência para além das fronteiras do ego e do espaço e do tempo, esses estados, comuns na tradição oriental, eram diagnosticados (pelos cientistas ocidentais) como regressões patológicas e mesmo psicoses.
Com o uso de psicodélicos (drogas que, com o tempo, causam embrutecimento da mente), e de técnicas de meditação, muitas pessoas começaram a ter experiências extraordinariamente poderosas de estados de consciência, que iam além das experiências do dia-a-dia ou de qualquer conhecimento da psicologia ocidental. Isso incluía experiências que, pela história, só ocorreram, rara e espontaneamente, em indivíduos que haviam dedicado a vida a disciplinas meditativas ou religiosas (os místicos e os chamados ‘santos’). Aquilo que, durante séculos, os ocidentais julgaram ser superstições, mentiras ou patologias, tornou-se, sem sombra de dúvida, verdadeiro e, sempre, o acontecimento mais importante na vida de grande número de pessoas (Jung: ‘é a mais importante e sublime experiência do ser humano’).
Muitos compreenderam a importância de certas psicologias orientais; que elas oferecem técnicas que levam a estados superiores de consciência, e que a capacidade para se chegar a esses estados, e às profundas intuições acerca do ‘eu’ e seu relacionamento com o universo, é natural em todos nós.
Sendo esses estados a própria finalidade das disciplinas orientais de consciência, muitos dos que riam dessas idéias, ou as julgavam patologias, começaram a meditar e estudar textos antes considerados só para místicos, filósofos ou religiosos. Falar de estados superiores de consciência, unidade mística, expansão da identidade, era coisa absurda. No entanto, inúmeras pesquisas em psicologia, medicina e física quântica, comprovaram sua realidade. E, hoje, só nos EUA, o número de meditadores chega, talvez, a milhões.
A reação de muitos foi de espanto e crítica, o que mostra a dificuldade de descrever os estados alterados de consciência para quem ainda não os experimentou (Paulo: ‘vi e ouvi coisas inefáveis’). A comunicação entre estados diferentes de consciência é limitada por numerosos fatores.
O universo, visto pela ciência clássica, é atomístico, divisível, estático e não-interdependente, enquanto, pela nova física, é holístico (abrange tudo; é uma coisa só, um todo único), indivisível, interligado, interdependente, dinâmico e inseparável da consciência do observador, o que fez que os próprios físicos afirmassem que a sabedoria das antigas tradições místicas orientais estava sendo re-descoberta.
Oppenheimer, físico: ‘As noções trazidas pela nova física não são novas, nem desconhecidas. Até em nossa cultura elas têm uma história e, no budismo e hinduísmo, um lugar central. O que estamos assistindo é uma redescoberta e um aprimoramento da sabedoria dos místicos’.
Bohr, físico: ‘Para termos um paralelo da visão da física quântica basta nos lembrarmos das visões de Buda (500 a.C.) e Lao Tse’ (600 a.C.) (ambos do misticismo oriental).
Suzuki: ‘Olhando ao derredor, percebemos que todo objeto se acha relacionado espacial e temporalmente com todos os outros objetos. É fato da pura experiência que não há espaço sem tempo, nem tempo sem espaço; eles se interpenetram e se complementam’ (Talvez, por isso, o Buda é retratado, assim que atingiu a iluminação, ornado com um colar de gemas preciosas no qual as cores e os brilhos de todas estavam refletidos em cada uma).
Minkowisk, físico: ‘De agora em diante, espaço e tempo estão condenados a se tornarem meras sombras’ (em face da teoria da relatividade).
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