COMO
SAIR DA RODA DO SAMSARA, QUE É INFELICIDADE
(Nirvana – estado ou condição do real, livre do corpo físico; felicidade,
serenidade, sabedoria, beatitude, bem-aventurança e amor; existência não
submetida às ilusões causadas pelas interpretações equivocadas do ego)
(Samsara – mundo ou estado ou condição de ilusões e, conseqüentemente, irreal, preso
ao corpo físico; estado q mergulha o ser na ignorância e nos sofrimentos;
existência submetida às ilusões causadas pelas interpretações equivocadas do
ego).
Obs: M = mestre, P = pergunta do
discípulo; os comentários estão entre parênteses, dentro dos textos.
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M: Embora
sendo Pura Sabedoria Imutável por natureza, o Supremo Ser, quando associado à
mente, (a um cérebro, ao ego; está em tudo; se manifesta de modos diferentes em
face de experiências diferentes pelas quais cada um passa) que muda conforme as
qualidades operantes no momento (eventos exteriores q causam reações
interiores, como pensamentos e suas associações, emoções...), identifica-se com
ela (o ser se identifica com o conteúdo da mente; no estado em q a mente
esteja, está o ser...).
P: Como
isso pode ocorrer?
M:
Veja q a água, em si, é fria e insípida. No entanto, por associação, pode ser
quente, doce, amarga, azeda, etc. Da mesma forma, o Eu Real, que por natureza é
Ser-Consciência-, Beatitude, aparece como ego quando associado ao modo-“eu” (o
modo ‘eu’ resulta de o Ser ocupar um cérebro localizado, fato q resulta na
maior ‘enganação’ de Maya, a ilusão de se estar separado do universo, do Ser
único e universal, e de ser independente de tudo o mais, pois percebe-se o
mundo, a vida, pelos canais de comunicação com o exterior, com o mundo,
dos quais os mais operantes, visão e audição, dão-nos a ilusão de q o
mundo está ao derredor de nós (está, sim, ao redor do corpo físico, mas não ao
redor do espírito, Ser infinito...).
Assim como a água fria associada ao calor fica quente, também o
Bem-aventurado Ser, unido ao modo-“eu”, torna-se o ego carregado de sofrimentos,
(devido ao fato de existir num mundo ilusório e irreal...). Assim como a água,
originalmente insípida, fica doce, amarga ou azeda conforme as suas
associações, também o Ser de Pura Sabedoria parece imparcial, pacífico e
bondoso, ou impetuoso, raivoso e ambicioso, ou ainda torpe e indolente, segundo
a qualidade do modo-“isto” do momento. (os muitos ‘eus’ da ‘Gnose’; o ‘eu’ do
momento, resultante das circunstâncias do momento).
O Supremo Ser, associado ao prana, (pensamento, palavra, verbo,
mente... Verbo: sem ele nada foi criado...) etc., aparece respectivamente como
prana, mente, intelecto, terra e outros elementos (como desejo, raiva, amor,
ódio, alegria,tristeza, felicidade e infelicidade, desencanto, desapaixonamento etc).
Conseqüentemente, associado à mente, o Ser parece ter-se
transformado na alma individual (para as crenças, essa alma individual é
verdadeira; mas não passa da ilusão de se sentir um ‘eu’ separado), afundado no
sofrimento do infindável Samsara, e sendo enganado por inúmeras ilusões, como
eu, tu, isto, meu, teu, etc (das quais vem felicidade e infelicidade, dor e
prazer, desejos, decisões, escolhas, sempre sob a influência dos atrativos do
mundo).
P:
Agora que o Samsara chegou ao Ser, como se pode afastá-lo?
M:
Com a total quietude mental, o Samsara desaparecerá; causa e efeito. Do
contrário, não haverá fim para o Samsara, mesmo em milhões de éons. (Do maior
(?) profeta do Ant Test: ‘Aquieta-te e sabe: eu sou Deus’; de Blavatysk,
fundadora da Teosofia – ‘Conhecimento Divino’: ‘a mente é a assassina de Deus;
mate (cale) a assassina’; de Taniguchi, fundador da Seicho-no-ie – ‘Casa do
progredir infinito’: ‘qdo o ego se afasta, Deus se manifesta’; de outros
sábios: ‘ou o eu, ou Deus’).
P:
Não será possível livrar-se do Samsara por algum outro meio além da aquietação
da mente?
M:
Absolutamente não; nem os Vedas, nem os ensinamentos, nem as práticas austeras
(como amor, caridade, humildade, sacrifício pelos demais, autoflagelação...),
nem o karma, nem votos (de caridade, renuncia a isto e àquilo...) nem dons, nem
o recitar escrituras, nem fórmulas místicas (mantras
etc), nem cultos, nem qualquer outra coisa
pode desfazer o Samsara. Somente a aquietação da mente pode atingir este fim;
nada mais.
(o ego tem de cessar para o Samsara cessar; o
ego não opera no momento presente; o ego está nos pensamentos, sempre operando
no passado – lembranças, remorsos, q evocam pensamentos e emoções as mais
diferentes, boas ou más; ou operando em relação ao futuro - expectativas ou
esperanças, imaginações, planejamentos...
Assim, como só opera em relação ao
passado e ao futuro, ele tende a cessar qdo se está absolutamente atento – pois
a atenção só acontece no presente; daí todas as práticas e métodos de meditação
q objetivam uma atenção absoluta).
P:
Mas as escrituras declaram que só a Sabedoria pode conseguir isso. Então, como
o senhor diz que a tranqüilidade mental põe fim ao Samsara?
M: O que é descrito nas escrituras de diversas formas
como Sabedoria, Libertação, etc., nada mais é do que o silenciar da mente (isto
é, resulta do silenciar a mente).
(assim, também, o buscar o reino; o “silenciar a mente” resulta
da sabedoria incipiente q percebe o q deve ser feito...; “libertação”, porq
isso é o q traz o “conhecer a verdade q liberta...”).
P:
Alguma outra pessoa já disse isto antes?
M: Sri Vasishta (muitas: Krishnamurti, Nisargadata,
Ramana, Ramacharaca, Osho..., o Zen, Sufismo, Taoismo)
M:
Sri Vasishta (muitas: Krishnamurti, Nisargadata, Ramana, Ramacharaca, Osho...,
o Zen, Sufismo, Taoismo) disse: Quando, pela prática, a mente fica imóvel,
todas as ilusões do Samsara desaparecem, causa e efeito. Assim como quando o
oceano de leite encrespado (cru) foi batido para obter o néctar (creme,
manteiga) e tornou-se calmo e límpido depois que o batedor foi retirado (o ego
foi afastado), também ocorre que, ao silenciar a mente, o Samsara cai em
descanso eterno. (o Samsara morre porq o ego morre, ou se afasta, se cala, se
aquieta).
P: Como levar a mente ao silêncio?
M: Pelo desapaixonamento (desencanto vindo da observação do mundo, q nos mostra q seus atrativos deixam de ser o q eram; mostram-se como sendo apenas ilusões, coisas passageiras às quais nos apegamos e q, como cessam qdo menos esperamos, fazem-nos sofrer; ver textos, na continuação, sobre o desencanto); pelo abandono (desapego conseqüente, pois os atrativos do mundo deixam de ser o q eram) de tudo que nos é caro, pode-se, por esforço próprio, realizar facilmente essa tarefa. Sem essa paz mental, a Libertação é impossível (essa paz vem qdo não mais praticarmos aquilo a q foi dado o nome de pecados capitais, veniais e outros, como denominados pela igreja, inclusive aquilo q, nos Dez Mandamentos, é proibido ao homem).
P: Como levar a mente ao silêncio?
M: Pelo desapaixonamento (desencanto vindo da observação do mundo, q nos mostra q seus atrativos deixam de ser o q eram; mostram-se como sendo apenas ilusões, coisas passageiras às quais nos apegamos e q, como cessam qdo menos esperamos, fazem-nos sofrer; ver textos, na continuação, sobre o desencanto); pelo abandono (desapego conseqüente, pois os atrativos do mundo deixam de ser o q eram) de tudo que nos é caro, pode-se, por esforço próprio, realizar facilmente essa tarefa. Sem essa paz mental, a Libertação é impossível (essa paz vem qdo não mais praticarmos aquilo a q foi dado o nome de pecados capitais, veniais e outros, como denominados pela igreja, inclusive aquilo q, nos Dez Mandamentos, é proibido ao homem).
Apenas quando
todo o mundo objetivo é extinto pela mente desiludida, em conseqüência do
conhecimento (pela observação da vida q, se feita com profundidade, nos mostra
q nada, nem ciências, medicinas, psicologias, filosofias, religiões, enfim, o
mundo não traz solução para os males e sofrimentos de todos, humanos e não
humanos) que discerne que tudo que não é Brahman é objetivo e irreal (e faz sofrer...),
é que resultará a Suprema Beatitude. Do contrário, se não há paz mental, por
mais que um homem ignorante se esforce e se arraste pelo abismo profundo dos
textos espirituais, não conseguirá obter a Libertação (sem paz mental, a
caminhada dificilmente será bem sucedida.)
Só pode ser considerada morta a mente que, pela prática do yoga (raja-yoga, o yoga real, o yoga da meditação), perdeu todas as suas tendências e tornou-se pura e imóvel como uma lâmpada bem protegida do vento por uma redoma. Essa morte da mente é a realização mais elevada (q o homem pode alcançar; é o ‘morrer antes de morrer’, morrer para o passado, num total esquecimento de todas as coisas, de todos os conhecimentos, para q a mente, se esvaziando, se calando o ego, abre espaço, condição, para q Deus, a sabedoria, a verdade, nela possa entrar; Krishnamurti: entrar, em vida, na ‘mansão da morte’).
A conclusão final de todos os Vedas é que a Libertação nada mais é do que a mente silenciada (q trará a percepção de q somos o q sempre fomos mas q o ego, com seu ruído, impedia de perceber... ).
Para a Libertação apenas uma mente silenciosa tem valor (não tornada silenciosa à força, mas pela atenção total; como ensinaram os mestres, Teresa de Ávila e outros: ‘Atenção! Atenção! Atenção! ’. Ver, na continuação os modos de tornar a mente silenciosa, ensinados por Teresa de Ávila e por São Simeão); riqueza, parentes, amigos, karma resultante de movimentos dos membros (escolhas), peregrinação a lugares santos, banhar-se em águas sagradas, vida em regiões celestiais, práticas austeras, por mais severas que sejam, ou qualquer outra coisa – nada disso serve.
(assim, Walt Witman afirmou que ninguém conhece a verdade pelo fato de freqüentar templos e cultos, ouvir sermões que emocionam, pedir aos céus, ou por orar; nem por promessas ou por praticar as virtudes pregadas pelas diferentes igrejas e crenças, ou por sacrifícios. Como os místicos e os iluminados, ele afirma que, somente na solidão, no silêncio do “eu”, na perseverança da busca, é que nós podemos encontrar aquilo que é sagrado. E, depois disso, vamos perceber que sermões, escrituras, sacrifícios, rituais, cultos, orações, promessas, isto é, exterioridades, não têm qualquer valor; desaparecem como fumaça.
E afirmou, também, que: “Enquanto estamos na escuridão, não compreendemos as escrituras; quando chegamos à luz, elas não são mais necessárias”).
Da mesma forma, muitos livros sagrados ensinam que a Libertação consiste em abandonar a mente. Em várias passagens do Yoga Vasishta a mesma idéia se repete, de que a Bem-aventurança da Libertação só pode ser alcançada pela extinção da mente, que é a causa principal do Samsara e, portanto, de todo sofrimento.
Assim, matar a mente pelo conhecimento dos ensinamentos sagrados (q ensinam “como” isso deve ser feito!), pelo raciocínio e pela experiência pessoal é desfazer o Samsara. De que outra maneira pode ser parada a miserável roda de nascimentos e mortes? E como pode a liberdade resultar disso? Nunca! A não ser que o sonhador desperte o sonho não termina, como não acaba o pavor de estar diante de um tigre, no sonho. Igualmente, se a mente não estiver desiludida, a agonia do Samsara não cessará. A única coisa é que a mente precisa ser silenciada. Esta é toda a realização da vida.
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Só pode ser considerada morta a mente que, pela prática do yoga (raja-yoga, o yoga real, o yoga da meditação), perdeu todas as suas tendências e tornou-se pura e imóvel como uma lâmpada bem protegida do vento por uma redoma. Essa morte da mente é a realização mais elevada (q o homem pode alcançar; é o ‘morrer antes de morrer’, morrer para o passado, num total esquecimento de todas as coisas, de todos os conhecimentos, para q a mente, se esvaziando, se calando o ego, abre espaço, condição, para q Deus, a sabedoria, a verdade, nela possa entrar; Krishnamurti: entrar, em vida, na ‘mansão da morte’).
A conclusão final de todos os Vedas é que a Libertação nada mais é do que a mente silenciada (q trará a percepção de q somos o q sempre fomos mas q o ego, com seu ruído, impedia de perceber... ).
Para a Libertação apenas uma mente silenciosa tem valor (não tornada silenciosa à força, mas pela atenção total; como ensinaram os mestres, Teresa de Ávila e outros: ‘Atenção! Atenção! Atenção! ’. Ver, na continuação os modos de tornar a mente silenciosa, ensinados por Teresa de Ávila e por São Simeão); riqueza, parentes, amigos, karma resultante de movimentos dos membros (escolhas), peregrinação a lugares santos, banhar-se em águas sagradas, vida em regiões celestiais, práticas austeras, por mais severas que sejam, ou qualquer outra coisa – nada disso serve.
(assim, Walt Witman afirmou que ninguém conhece a verdade pelo fato de freqüentar templos e cultos, ouvir sermões que emocionam, pedir aos céus, ou por orar; nem por promessas ou por praticar as virtudes pregadas pelas diferentes igrejas e crenças, ou por sacrifícios. Como os místicos e os iluminados, ele afirma que, somente na solidão, no silêncio do “eu”, na perseverança da busca, é que nós podemos encontrar aquilo que é sagrado. E, depois disso, vamos perceber que sermões, escrituras, sacrifícios, rituais, cultos, orações, promessas, isto é, exterioridades, não têm qualquer valor; desaparecem como fumaça.
E afirmou, também, que: “Enquanto estamos na escuridão, não compreendemos as escrituras; quando chegamos à luz, elas não são mais necessárias”).
Da mesma forma, muitos livros sagrados ensinam que a Libertação consiste em abandonar a mente. Em várias passagens do Yoga Vasishta a mesma idéia se repete, de que a Bem-aventurança da Libertação só pode ser alcançada pela extinção da mente, que é a causa principal do Samsara e, portanto, de todo sofrimento.
Assim, matar a mente pelo conhecimento dos ensinamentos sagrados (q ensinam “como” isso deve ser feito!), pelo raciocínio e pela experiência pessoal é desfazer o Samsara. De que outra maneira pode ser parada a miserável roda de nascimentos e mortes? E como pode a liberdade resultar disso? Nunca! A não ser que o sonhador desperte o sonho não termina, como não acaba o pavor de estar diante de um tigre, no sonho. Igualmente, se a mente não estiver desiludida, a agonia do Samsara não cessará. A única coisa é que a mente precisa ser silenciada. Esta é toda a realização da vida.
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