domingo, 15 de julho de 2012

A ORIGEM DAS DESIGUALDADES INICIAIS - O NÃO TEM CULPA


      “Na origem da criação”.‏
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      VV: Lhe envio a cópia do dialogo que tive com  o amigo X acerca das desigualdades de escolhas que os seres humanos fazem, e que, segundo a Doutrina, o mal daí deriva .

      VV: Como o amigo X disse... “Deus, no começo da criação, é quem conduz os espíritos, pois esses ainda se encontram na infância espiritual, não são detentores de um possível livre arbítrio”.

      Concordo, faz todo o sentido. Só após desenvolver mais seu intelecto, o espírito já pode utilizar-se desse atributo. No LE/262, a resposta é a mesma que me expressei no dito acima com outras palavras, obviamente. O LE assim responde...:
      “Deus supre a sua inexperiência traçando-lhe o caminho que deve seguir, como o fazes para uma criança desde o berço. À medida que seu livre arbítrio se desenvolve, ele o deixa pouco a pouco, livre para escolher”. 

      Cel: amigo, essa é apenas a visão da doutrina dos espíritas! O livre-arbítrio nada mais é q uma ilusão; podemos afirmar q livre-arbítrio não passa de um “artifício” (nobre, é verdade, pois talvez criado com boas intenções, ou talvez inconscientemente, ou pelo refletir e raciocinar de religiosos) usado para as religiões tentarem explicar (o inexplicável para elas)  males e sofrimentos do mundo.

      Nós acreditamos q nossas escolhas são , mas estão, todas elas, sem exceção, sólida e irretorquivelmente, às experiências do passado, ao q a vida já nos ensinou.

      A verdade é q acreditamos, também, q o tempo todo, desde q abrimos os olhos, até q os fechamos, estamos fazendo escolhas (mesmo q não sejam escolhas livres) mas, isso, também, é apenas ilusão nossa. Não escolhemos, nem decidimos nada; apenas pensamos q decidimos e q, pela nossa livre vontade, estamos escolhendo isto e aquilo; mas, não é verdade. Podemos afirmar q é a vida, esse Todo Absoluto, infinito e eterno, q decide por nós; ou, como diz a ciência moderna, q é a Subjetividade Universal, Sujeito Único e Absoluto, q escolhe.

      A ciência mais avançada do planeta, desde há um século, investigando o “transcendental”, assegura: “a escolha não é nossa!”; do mesmo modo, sábios dizem: “aquele q pensa q escolhe é imaturo; está ainda no jardim da infância (das coisas do espírito) e, dificilmente, chegará à graduação universitária!”.

      VV: Amigo X, gostaria de refletir com sua resposta: sendo Deus o responsável por conduzir suas criaturas lá no início, deduzirei que o pai, nosso criador de infinito amor e sabedoria, nos levaria aos melhores caminhos, pois dele nada procede que seja ruim ou injusto. Mas, logo que desenvolve um pouco de independência, os espíritos se transviam do caminho, escolhendo na maioria das vezes destinos tortuosos e conseqüentemente sofrimentos para si.

     Meu Deus, o que terá causado isso? O que Deus reservou para cada um de seus filhos lá no início e que o levaram a serem mais racionais, porém, recalcitrantes ao ponto de passarem inúmeras vidas sofrendo presos aos seus próprios degredos?

      Cel: esse é um questionamento perfeito, mas q, as doutrinas e seus seguidores não aceitam, e não têm resposta para ele. Tudo q dizem é q, por terem livre-arbítrio, escolhem, à sua conveniência, por sua livre vontade, a felicidade ou a infelicidade, gozar ou sofrer! Obviamente, essa resposta é absurda!...
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      Viajante: Existe ai, um grande questionamento a ser feito . Os espíritos da codificação dizem claramente que somos responsáveis por nossas escolhas, embora tenhamos sido criados sem conhecimento nenhum, mas com as mesmas chances de evoluir. A coisa piora ainda mais, quando dizem que é Deus que conduz os seres inteligentes no início de tudo até atingirem um certo grau de intelectualidade para assumirem as responsabilidades de seus atos. Mas, como dizer q, após terem uma certa independência do criador, os seres criados pela infinita sabedoria, agora mais desenvolvidos intelectualmente, se tornam recalcitrantes a ponto de escolherem passar por terríveis sofrimentos . Se é Deus, perfeito, que nos conduz e escolhe nossas missões, porque então haveria de a maioria dos espíritos escolherem sofrer, podendo escolher serem felizes quando tem a capacidade de decidir sua vida?

      Cel: exato! Porquê?! Para as religiões populares, essa pergunta não tem resposta. Não conseguem explicar a causa dessas incoerências pois, para elas, na criação todos somos iguais e o q desfaz essa perfeita igualdade é o fato de, pelo livre-arbítrio, escolhermos desigualmente. No entanto, não se lembram de que, sendo, no ato da criação, todos iguais, sob todos os aspectos, inclusive nas faculdades intelectuais (senão, como dizem, onde estaria a justiça divina?) nossos livres-arbítrios forçosamente, de início, também, são iguais!

      Ninguém, das religiões populares, tem explicação para o q é q desfaz a perfeita igualdade inicial!  E não têm porq não admitem (ou não raciocinaram a respeito, ou por preconceito...) q as desigualdades, q levam, é evidente, uns a escolherem este caminho e, outros, outros caminhos, são provocadas pelo desfazimento daquela perfeita igualdade primitiva, pelo próprio Criador, ao, já no início (como diz a doutrina), conferir aos espíritos missões desiguais (tanto q uns aceitam e outros reclamam).   

      Esses são ensinamentos das doutrinas: têm de apresentar uma explicação do porq há sofrimentos e, como para elas, o mal não vem do Criador, forçosamente, tem de vir do criado, o único agente ativo restante (depois q Satanás se aposentou).         

     Mas, vamos ao q interessa: primeiramente: os espíritos, nós, como já vimos, nada escolhemos; a escolha não é nossa! Segundo: os sofrimentos são inerentes à vida na matéria. Doenças, desastres naturais, etc vêm da natureza da matéria dos seres e da natureza do mundo. Desentendimentos, conflitos, guerras, crimes, injustiças, humilhações, violência etc vêm do raciocínio e conclusões de mentes limitadas e finitas, da ignorância em q estão mergulhadas, provocados pelo receio do “eu” ao deparar com o “não-eu”, o mundo ameaçador e os outros “eus”, ao derredor, dos quais, a todo custo, tentamos nos defender.

     A ignorância produz o medo; este traz a necessidade de nos defendermos contra todos e contra tudo e, dessa necessidade, nasce o ego/egoísmo, q nos acompanhará até q o matemos, ou até q morramos nós. Portanto, observe q o egoísmo é um sentimento natural a todos os seres vivos, ninguém é responsável ou culpado por ser egoísta; no entanto, pelas doutrinas, muito do q os homens sofrem e fazem sofrer, vem, exatamente, do fato de serem egoístas; a divina e terrível lei de causa efeito, alcança os possuidores da “maior chaga da humanidade” e os pune implacavelmente (segundo, tb, a doutrina).
      Mas, tudo isso não passa de interpretações equivocadas; a verdade não é essa! Mas, as crenças populares acreditam q é e seus seguidores sofrem pela ignorância em q permanecem!
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